"Interestelar" explora tema de viagem espacial para descobrir novos planetas e salvar a população da Terra (Fotos: Warner Bros. Pictures/Divulgação)
Maristela Bretas
Emocionante do começo ao fim. Nem as 2h50 de duração fazem o
público tirar os olhos da tela durante a exibição de "Interestelar"
("Interestellar"), que entrou nesta quinta-feira em cartaz e pode se
tornar o novo sucesso de ficção de Hollywood, no nível de "2001- Uma Odisseia
no Espaço", de Stanley Kubrick.
O diretor Christopher Nolan, responsável por sucessos como a trilogia "Batman", "A Origem", "O Homem de Aço", "O Grande Truque" e "Transcendence - A Revolução", não deixou a peteca cair em nenhum momento e fez um excelente trabalho também no roteiro, dividido com o irmão Jonathan (da série de TV "Person of Interest").
Apesar de tratar um tema muitas vezes explorado em outros
filmes e séries de TV da viagem espacial em busca de novas civilizações
("Jornada nas Estrelas" é um bom exemplo disso), o enredo de
"Interestelar" explora bem as relações humanas. E como isso pode
afetar - para o bem ou para o mal - o presente e o futuro da Terra e de seus
habitantes.
Mas o grande destaque está nos atores, um time de peso que
conta com Matthew McConaughey ("Clube de Compras Dallas"), Anne
Hathaway ("O Diabo Veste Prada"), Michael Caine ("Batman - O
Cavaleiro das Trevas"), John Lithgow ("Casa Comigo?) e Jessica
Chastain ("A Hora Mais Escura"). A adolescente Mackenzie Foy, que faz
o papel da filha de McConaughey mais jovem, mostra que vai muito além dos
filmes de vampiros (saga "Crepúsculo") e de terror ("Invocação
do Mal"). O elenco conta ainda como nomes como Matt Damon, Ellen Burstyn e William Devane.
Num futuro não muito distante, os habitantes da terra vêm
seus recursos acabando cada vez mais.A comida está escassa e o planeta sofre
com a atmosfera cada vez mais poluída. Um grupo de cientistas resolve procurar
em outras galáxias uma solução para o problema ou um novo lugar para recomeçar
a civilização.
E escolhe o piloto e engenheiro Cooper (Matthew McConaughey)
para liderar a missão, que terá ainda outros três cientistas - Brand (Anne
Hathaway), Jenkins (Marlon Sanders) e Doyle (Wes Bentley), além de um robô com características humanas. Cooper sabe no
entanto que poderá nunca mais ver seus dois filhos, então adolescentes, Murph
(Mackenzie Foy) e Tom (Timothée Chalamet). Com o passar dos anos, Murph (na fase adulta interpretada
por Jessica Chastain) também se envolve nas pesquisas para tentar encontrar uma solução para o planeta, à beira do caos. E retomar as buscas ao pai e à equipe da expedição, que ela julga ainda estar viva;
O público pode, no início, sentir um pouco de dificuldade para entender como a jornada da nave com a equipe por outras galáxias e dimensões, mas a medida que a história vai seguindo, passado e futuro se completam e explicam fatos envolvendo os personagens em várias etapas do drama.
Mas por que tratar também como drama? Porque essa ficção espacial remete quase inteiramente a dramas envolvendo relações entre pais e filhos, sacrifícios, afastamentos, e coisas do tipo, com direito a choro e arrependimentos que podem emocionar a plateia. No site oficial do filme é possível criar sistemas solares,
emblemas, participar de missões na nave Endurance e fazer um teste de voo.
Clique em http://wwws.br.warnerbros.com/interstellar/
A Warner Bros. Pictures divulga novo trailer legendado de "Interestelar", filme escrito e dirigido por Christopher Nolan. O vídeo mostra o personagem de Matthew McConaughey no início de sua jornada tentando salvar o futuro da humanidade.
Com o nosso tempo na Terra chegando ao fim, um time de exploradores é responsável pela missão mais importante da história da humanidade: viajar além desta galáxia para descobrir se a raça humana tem futuro além das estrelas. Neste novo trailer divulgado pela Warner, o personagem de Matthew McConaughey inicia a jornada para tentar salvar o futuro da humanidade. Veja outros trailers do filme abaixo.
Dirigido por Christopher Nolan (trilogia "Batman: O Cavaleiro das Trevas", "A Origem"), "Interestelar" tem ainda em seu elenco Anne Hathaway ("Os Miseráveis"), Jessica Chastain ("A Hora Mais Escura"), Bill Irwin ("O Casamento de Rachel"), Ellen Burstyn ("Alice Não Mora Mais Aqui"), Michael Caine ("Regras da Vida"), Wes Bentley, Casey Affleck, David Gyasi, Mackenzie Foy e Topher Grace.
A trilha sonora é composta pelo também vencedor do Oscar, Hans Zimmer (trilogia "Batman: O Cavaleiro das Trevas"). O filme está previsto para estrear em 6 de novembro de 2014 no Brasil e será distribuído nos formatos 35mm, digital, IMAX e em versões legendadas e dubladas. Aproveite também para participar do jogo online, crie e personalize seu próprio sistema solar. Basta clicar no link. Tags: Interestelar; Christopher Nolan; Matthew McConaughey; Anne Hathaway; Warner Bros. Pictures, Ficção; Cinema no Escurinho
A solidão do planeta Marte é a maior inimiga do astronauta/biólogo Mark Watney (Fotos: 20th Century Fox/Divulgação)
Maristela Bretas
Ótimo filme, boa condução e direção e uma excelente atuação
de Matt Damon sob a batuta do mestre da ficção Ridley Scott ("Alien - o 8º
passageiro", "Blade Runner - O Caçador de Androides" e
"Prometheus"). Assim pode ser definido o filme "Perdido em
Marte", um dos mais aguardados do ano. Damon está ótimo no papel, apesar
de bancar o super-herói americano em um planeta onde ele e suas batatas são as
únicas coisas vivas. E a situação de solidão e abandono no planeta vermelho é
tratada por ele com ironia e sarcasmo, mas sempre mantendo a esperança de que
tudo irá se resolver da melhor forma. Nem que seja fazendo uma mini-horta dentro
de uma base espacial.
E toda a saga do astronauta levou a um excesso de detalhes
do diretor Scott, o que deixou a produção com mais de 2h20 . Poderia ter uma
duração um pouco menor. Mas isso não atrapalha tanto. Assim como outros filmes
recentes do gênero - "Gravidade" (2013) e "Interestelar"
(2014) -, que tratam de viagens espaciais, "Perdido em Marte"
("The Martian") explora a solidão do astronauta na isolada e seca
superfície do planeta vermelho. Uma solidão só quebrada pelos registros diários
em vídeo de Mark Watney (Damon) e a ótima trilha sonora dos anos 70/80, com
direito a Donna Summer e ABBA que ele escuta mesmo não gostando.
O elenco também está muito bom e dá a dramaticidade necessária
à produção. Destaque para Jessica Chastain ("Interestelar"), como a
comandante Melissa Lewis que chefia a equipe de astronautas, Chiwetel Ejiofor
("12 Anos de Escravidão") como Venkat Kapoor, responsável da Nasa
pelo resgate do astronauta, Jeff Daniels ("Debi & Lóide"), no
papel do chefão da Nasa Teddy Sanders, e Kristen Wing ("Ela"), como
Annie Montrose, a assessora de imprensa que tem de dar nó em pingo d´água para
justificar as falhas da agência espacial. Também participam Sean Bean, Michael
Peña, Kata Mara, Sebastian Stan (estes três últimos como integrantes da
tripulação).
No filme, Mark Watney é um dos integrantes da equipe de
exploração de Marte, a Ares III, comandada por Lewis (Chastian). A chegada de
uma forte tempestade na superfície obriga a tripulação a abortar a missão, mas durante
a retirada, Mark é atingido por destroços e se perde. Ele é dado como morto
pelo grupo e pela Nasa e abandonado no planeta. Mas seus conhecimentos de
botânica, aliado à criatividade e a vontade de viver e retornar à Terra serão
seus maiores aliados para sobreviver até que o socorro chegue. A milhões de
quilômetros de distância, a NASA e uma equipe de cientistas internacionais
trabalham incansavelmente para trazer "o marciano" de volta enquanto
seus colegas de tripulação tentam uma ousada missão de resgate.
"Perdido em Marte" é uma adaptação do livro
escrito por Andy Weir. E indico para aqueles que gostam de um filme bem
produzido e dirigido, com diálogos (muitas vezes monólogos) usando linguagem
clara e simples. Também os efeitos especiais em nada deixam a dever, na medida
certa. Mas um dos destaques está na fotografia - de encher os olhos. Ridley
Scott arrasou de novo, o filme é imperdível.
"O Contador" é um dos melhores trabalhos de Ben Aflleck, que divide a tela com Anna Kendrick (Fotos: Warner Bros. Pictures/Divulgação)
Maristela Bretas
Ação, suspense e drama na medida certa, ótima direção de Gavin O’Connor (“Desafio no Gelo”) e um Ben Affleck numa de suas melhores interpretações, no papel de um autista. Ao final, "O Contador" ("The Accountant") consegue apresentar uma trama diferente e bem interessante que deverá agradar ao público. Além de abordar a Síndrome de Asperger e as "limitações" que ela traz para seu portador, o filme explora, por meio de lembranças do personagem Christian Wolff (Affleck), a relação dele com os pais e o irmão. E vai crescendo ao mostrar sua afinidade com os números, as manias de limpeza e de organização e a impossibilidade de manter um convívio social, características encontradas em portadores da doença.
Ben Aflleck surpreende no papel de um contador autista, com um olhar sem vida (apesar de parecer com seu personagem de "Garota Exemplar"). Ele consegue manter essa falta de expressão mesmo nas cenas de ação. E ainda consegue usar o rosto sem emoção para passar simpatia a Christian quando este conhece Dana Cummings (Anna Kendrick, de “Amor Sem Escalas”).
Anna também está muito bem no papel da contadora e divide os louros da segunda parte do trio principal com J.K. Simmons (“Whiplash – Em Busca da Perfeição”). No elenco estão ainda Jon Bernthal (“O Lobo de Wall Street”), Jean Smart (séries de TV “24 Horas”), Cynthia Addai-Robinson (“Além da Escuridão – Star Trek”), Jeffrey Tambor (“Se Beber Não Case”) e John Lithgow (“Interestelar”).
As cenas de ação são outro ponto positivo do filme, com lutas cerco policial, muitos tiros e assassinatos frios, a queima-roupa. Junte a isso um senso ético que vai ser explicado ao longo da história: ele trabalha para criminosos internacionais, coloca suas vidas contábeis em ordem, ganha rios de dinheiro, mas vive uma vida modesta.
Outro destaque é a abordagem, mesmo sem aprofundar, do drama de portadores da Síndrome de Asperger (a mesma do jogador Messi), muitas vezes incompreendidos até pelos próprios pais. Mas se tratados adequadamente podem levar uma vida quase normal.
Em "O Contador", Christian Wolff é uma criança problema para os pais por sofrer de Síndrome de Asperger. Por mais que especialistas tentem que ele seja colocado em uma escola especial, o pai não permite, dizendo que ele tem de se prepara para um mundo duro e cruel que não vai lhe dar moleza. A doença lhe garante uma grande capacidade para trabalhar com números e quebra-cabeças.
Adulto, Christian vive sozinho, é antissocial e possui um escritório de contabilidade em uma cidadezinha como fachada. Ele trabalha como contador autônomo para algumas das mais perigosas organizações criminosas do mundo. Ao perceber que está sendo monitorado cada vez mais de perto pelo Departamento Criminal do Ministério da Fazenda, coordenado por Ray King (J.K. Simmons), o contador aceita um cliente legítimo: a empresa Living Robotics, de Lamar Blackburn (John Lithgow), que está apresentando uma divergência na contabilidade envolvendo dezenas de milhões de dólares, descoberta pela funcionária Dana Cummings.
Conforme Christian desvenda os registros e se aproxima da verdade, pessoas ligadas à empresa vão morrendo. Por saberem demais, ele e Dana passam também a ser perseguidos pelos matadores. Apesar da pouca explicação sobre a transformação de Christian, que quando menino montava quebra-cabeças de dezenas de peças em minutos, num excelente contador e exímio atirador, o filme convence, tem boas atuações e a história bem conduzida. Vale conferir.
Ficha técnica: Direção: Gavin O’Connor Produção: Electric City Entertainment/Zero Gravity Management Distribuição: Warner Bros. Pictures Duração: 2h10 Gêneros: Drama / Suspense / Ação País: EUA Classificação: 14 anos Nota: 3,5 (0 a 5)
"Birdman" mostra os bastidores de uma peça teatral na Broadway, onde não há glamour (Foto: Fox Film/Divilgação)
Maristela Bretas
"Birdman" levou o Oscar de Melhor Filme na 87ª edição de 2015. A cerimônia aconteceu na noite deste domingo e madrugada de segunda-feira, no Dolby Theatre de Los Angeles. O anúncio foi feito pelo ator Sean Penn. "Birdman", do diretor Alejandro Gonzáles Iñárritu, concorria em nove categorias e venceu em quatro - Filme, Diretor, Roteiro Original e Fotografia. Já havia sido premiado no Spirit Awards e Melhor Ator Comédia ou musical e Melhor Roteiro no Globo de Ouro. O segundo vitorioso foi "O Grande Hotel Budapeste" com o mesmo número de prêmios, seguido por "Whiplash" com três estatuetas.
J.K. Simmons em Whiplash (Sony Pictures/Divulgação)
Com piadinhas sem graça, seguida de um musical e uma golada rápida de Benedict Cumberbatch, o ator Neil Patrick Harris (do seriado "How I met your mother") comandou a solenidade. Ele substituiu Ellen DeGeneres, que inovou a cerimônia e conquistou público e convidados ao fazer vários selfs durante a premiação do ano passado. Mas o rapaz ainda tem que comer muito feijão para comandar um evento deste porte, como fez DeGeneres, que esnobou criatividade.
Anna Kendrick participou da apresentação inicial, que ainda contou com Jack Black, que subiu ao palco. Os três relembraram grandes produções e os candidatos ao Oscar deste ano, bem ao estilo da Broadway. Lupita Nyongó anunciou a primeira premiação, de Melhor Ator Coadjuvante, conquistada por J.K. Simmons ("Whiplash"). Ele já havia levado as estatuetas na mesma categoria do Globo de Ouro, do Spirit Awards e do Sindicato dos Atores dos EUA.
"O Grande Hotel Budapeste" (Fox Film/Divulgação)
Dakota Johnson (de "Cinquenta Tons de Cinza") anunciou Adam Levine que, assim como no filme, cantou "Lost Stars", de Gregg Alexander e Danielle Brisebois ("Mesmo se nada der certo"), uma das candidatas a Melhor Canção. Jennifer Lopez e Chris Pine anunciaram Melhor Figurino, que saiu para Milena Canonero, por "O Grande Hotel Budapeste".
Reese Whiterspoon anunciou o vencedor do prêmio de Melhor Maquiagem e Cabelo, conquistado por "O Grande Hotel Budapeste". O polonês "Ida" conquistou a segunda estatueta de Melhor Filme Internacional - a primeira foi no Spirit Awards, no sábado. O longa, que venceu mais de 70 prêmios pelo mundo, trata dos efeitos do nazismo e do comunismo na Polônia.
Marion Cotillard anunciou "Everything Is Awesome", de "Uma Aventura Lego", interpretada por Tegan and Sara e Lonely Island. E os bailarinos distribuíram estatuetas do Oscar feitas de blocos da Lego. Anunciado por Gwyneth Paltrow, Tim McGraw de smoking e chapéu de cowboy, sentado num banquinho, interpretou "I'm not gonna miss you", de Glen Campbell e Julian Raymond ("Glen Campbell… I'll be me").
Neil Patrick Harris interpretou a cena de "Birdman" em que Michael Keaton sai pelas ruas de Nova York de cuecas e ainda deu uma "palinha" de "Whiplash". E foi de cuecas que o ator retornou ao palco.
Jared Leto anunciou a vencedora do prêmio de Melhor Atriz Coadjuvante que, sem surpresa alguma, foi conquistado por Patricia Arquette, por seu papel da mãe em "Boyhood". Com uma experiência de 30 anos de carreira, ela subiu ao palco para levar sua quarta premiação neste ano - ficou com o Globo de Ouro, o Spirit Awards e o prêmio do Sindicato dos Atores dos EUA. E no discurso ainda pediu melhores salários para as mulheres na América.
Patricia Arquete, em "Boyhood" (Universal Pictures/Divulgação)
Rita Ora interpretou "Grateful", de Diane Warren, do filme "Além das Luzes", mais uma concorrente a Melhor Canção.
"Feast", dos Estúdios Disney, foi escolhido o Melhor Animação em Curta-Metragem, que conta a história de um cãozinho que promove a união de seus donos para não ficar sem carinho e comida.
Zoe Saldana e Dwayne Johnson anunciaram "Operação Big Hero" como o vencedor de Melhor Animação. O filme dos Estúdios Disney, tinha como forte concorrente "Como Treinar seu Dragão 2", que já havia levado um Globo de Ouro na categoria. O prêmio de Melhor Design de Produção foi entregue pelos atores Chris Pratt e Felicity Jones aos responsáveis pelo filme "O Grande Hotel Budapeste".
Meryl Streep abriu a homenagem a antigos amigos e colegas de profissão - atores e atrizes (como Mickey Rooney, Robin Williams, Lauren Bacall e Anita Ekberg), diretores, figurinistas, produtores, documentaristas, fotógrafos, editores, maquiadores, que morreram em 2014.
Naomi Watts e Benedict Cumberbatch entregaram a Tom Cross o prêmio de Melhor Edição pelo filme "Whiplash". O de Melhor Documentário saiu para "Citizenfour", de Laura Poitras, sobre Edward Snowden que vazou documentos denunciando ações dos EUA. Novamente o Brasil saiu de mãos vazias. A coprodução entre Brasil, França e Itália, "O Sal da Terra", sobre Sebastião Salgado, dirigida por Wim Wenders e Juliano Ribeiro Salgado (filho do famoso fotógrafo brasileiro) perdeu para o favorito. Mas deixou sua marca no sábado, com a conquista de um Cesar, uma das maiores premiações do cinema francês. "O Sal da Terra" já havia levado o prêmio especial do júri da seção "Um Certo Olhar" do Festival de Cannes.
"Selma" (Disney /Buena Vista/Divulgação)
"Glory", de John Stephens e Lonnie Lynn, do filme "Selma", quarta canção na disputa, foi apresentada por John Legend e Common. Ao final, o público emocionado (alguns chorando, como Chris Pine) aplaudiu a interpretação de pé. E na sequência foi anunciada como Melhor Canção, ganhando seu segundo prêmio depois do Globo de Ouro.
Scarlett Johansson fez mais uma homenagem aos 50 anos do filme "A Noviça Rebelde", do diretor Robert Wise. A surpresa foi Lady Gaga cantando "The Sound of Music", acompanhada de um coral, e arrasando na voz, apesar de deixar a impressão de playback. Ao final, Julie Andrews emocionada abraçou a cantora, agradeceu a todos e anunciou o vencedor por Melhor Trilha Sonora - Alexandre Desplat, de "O Grande Hotel Budapeste". Ele também estava na disputa por "O Jogo da Imitação".
A estatueta de Melhor Roteiro Original foi para Alejandro G. Iñárritu, Nicolás Giacobone, Alexander Dinelaris Jr. e Armando Bo por "Birdman", que já havia conquistado o Globo de Ouro. E o merecido prêmio de Melhor Roteiro Adaptado ficou para Graham Moore, por "O Jogo da Imitação", que já havia levado a premiação na categoria do Sindicato de Roteiristas dos Estados Unidos (WGA). O filme foi adaptado do livro "Alan Turing: The Enigma".
Eddie Redmayne, de "A Teoria de Tudo" (Universal/Divulgação)
Anunciado por Ben Affleck, o vencedor ao prêmio de Melhor Diretor ficou para Alejandro Gonzáles Iñárritu, por "Birdman". Cate Blanchett chamou o ator britânico Eddie Redmayne, que interpretou Stephen Hawking, para receber a estatueta de Melhor Ator por "A Teoria de Tudo". Ele também havia conquistado a estatueta da categoria no Bafta.
E na sequência, Matthew McConaughey apresentou Julianne Moore, como Melhor Atriz pelo filme "Para Sempre Alice". Ela era a favorita e já tinha ganhado o Spirit Awards, o Globo de Ouro, o Bafta e o prêmio do Sindicato dos Atores dos EUA. Ela dedicou o prêmio às pessoas com Alzheimer, lembrando o papel que interpretou.
A solenidade foi encerrada com a escolha de "Birdman" como Melhor Filme. O diretor Alejandro Gonzáles Iñárritu agradeceu a seus compatriotas mexicanos.
Veja abaixo os vencedores do Oscar 2015
Melhor Filme
"Birdman"
Melhor Diretor
Alejandro Gonzáles Iñárritu ("Birdman")
Melhor Ator
Eddie Redmayne ("A Teoria de Tudo")
Melhor Ator Coadjuvante
J.K. Simmons ("Whiplash")
Melhor Atriz
Julianne Moore ("Para Sempre Alice")
Melhor Atriz Coadjuvante
Patricia Arquette ("Boyhood")
Melhor Filme em Língua Estrangeira
"Ida" (Polônia)
Melhor Documentário
"CitizenFour", de Laura Poitras
Melhor Documentário em curta-metragem
"Crisis Hotline: Veterans Press 1"
Melhor Animação
"Operação Big Hero"
Melhor Animação em Curta-Metragem
"Feast"
Melhor Curta-Metragem em 'Live-Action'
"The Phone Call"
Melhor Roteiro Original
Alejandro G. Iñárritu, Nicolás Giacobone, Alexander Dinelaris Jr. e Armando Bo ("Birdman")
Melhor Roteiro Adaptado
Graham Moore ("O Jogo da Imitação")
Melhor Fotografia
Emmanuel Lubezki ("Birdman")
Melhor Edição
Tom Cross ("Whiplash")
Melhor Design de Produção
"O Grande Hotel Budapeste"
Melhores Efeitos Visuais
Paul Franklin, Andrew Lockley, Ian Hunter e Scott Fisher ("Interestelar")
Melhor Figurino
Milena Canonero ("O Grande Hotel Budapeste")
Melhor Maquiagem e Cabelo
Frances Hannon e Mark Coulier ("O Grande Hotel Budapeste")
Melhor Trilha Sonora
Alexandre Desplat ("O Grande Hotel Budapeste")
Melhor Canção
"Glory", de John Stephens e Lonnie Lynn ("Selma")
Melhor Edição de Som
Alan Robert Murray e Bub Asman ("Sniper Americano")
Melhor Mixagem de Som
Craig Mann, Ben Wilkins e Thomas Curley ("Whiplash")
Tags: Birdman; O Grande Hotel Budapeste; O Jogo da Imitação; Whiplash; Selma; A Teoria de Tudo; Oscar 2015; Julianne Moore, Alejandro Gonzáles Iñárritu; Eddie Redmayne; Cinema no Escurinho
Cenas de resgate dos soldados no mar durante os ataques impressionam pela qualidade dos efeitos visuais (Fotos: Warner Bros. Pictures/Divulgação)
Maristela Bretas
O roteiro é perfeito, uma direção impecável, uma fotografia que explora todos os ângulos das belas locações e efeitos visuais que fazem os cabelos do braço arrepiar. "Dunkirk" é tudo isso e ainda conta com direção, roteiro e produção do grande Christopher Nolan, num de seus melhores trabalhos. Responsável por sucessos como "Interestelar", "A Origem" e "Batman, o Cavaleiro das Trevas", o diretor usou e abusou do que havia de melhor em tecnologia e pessoal para contar nesta grandiosa produção uma história real passada na 2ª Guerra Mundial, quando quase 400 mil soldados ingleses e aliados ficaram cercados por tropas inimigas e foram salvos por civis.
A história se passa em 1940, na praia de Dunquerque (em inglês, Dunkirk), localizada no lado francês do Canal da Mancha, e mostra batalhas aéreas, em terra e no mar. Os heróis são pessoas comuns e jovens soldados e, em momento algum, o inimigo tem um rosto, todos são vítimas de uma guerra sangrenta. Jovens despreparados tentando voltar vivos para casa, aguardando o socorro chegar pelo mar, enfileirados no píer da praia sem qualquer proteção. A cada tentativa de resgate, um ataque arrasador do inimigo só aumenta a angústia e o número de corpos na areia e nas águas.
Comandantes e soldados tentam sobreviver, mesmo que isso custe deixar outros para trás. O roteiro se preocupa em mostrar o ser humano envolvido no conflito, o soldado que não quer ou não pode desistir, a frieza com relação à morte e os traumas que a guerra deixa em cada um. Grandiosidade nas cenas sem esquecer que as pessoas são o principal da história.
"Dunkirk" é um filme que segue uma cronologia a partir dos pontos de vista de diversos personagens. Um ataque aéreo, por exemplo, é mostrado de diversos ângulos, de uma forma incrivelmente realista, sem seguir uma linha de tempo linear. A cena pode ser vista de dentro do cockpit do avião, ou acompanhada pelos ocupantes de um dos barcos de resgate, ou pelos soldados que estão na praia. No início, o espectador pode ficar um pouco confuso com esta forma escolhida para narrar os fatos, mas o roteiro foi muito bem amarrado por Nolan.
Para dar maior realismo, o diretor combinou a sofisticada tecnologia IMAX e filme 65mm, obtendo um resultado é excepcional. Fica difícil dizer quais cenas chamam mais atenção, as de combates aéreos ou os ataques aos navios e aos soldados no píer. "Dunkirk" é uma produção que vale a pena pagar mais caro o ingresso para assistir no formato IMAX. Confira este vídeo especial mostrando como foram as filmagens usando estas câmeras especiais:
E o realismo da produção surpreendeu até mesmo atores tarimbados como Mark Rylance, ganhador do Oscar em 2015 por "A Ponte dos Espiões", e Kenneth Branagh, que tiveram a oportunidade de ver aviões de caça como o Supermarine Spitfire, da 2ª Guerra Mundial, no ar, em plena ação. Além deles, estão entre os conhecidos Tom Hardy e Cillian Murphy. O elenco jovem não fica em nada a dever para os veteranos. Destaque para o estreante Fionn Whitehead, no papel do soldado inglês Tommy, que conduz a história. De olhar expressivo, consegue passar para o espectador o desespero dos jovens soldados como ele em voltar vivos para casa. Também com boas atuações os atores britânicos Jack Lowden, Harry Styles, Aneurin Barnard e James d´Arcy como militares ingleses, além do irlandês Barry Keoghan.
"Dunkirk" conta a história da Batalha de Dunquerque durante a 2ª Guerra Mundial que durou dez dias, quando quase 400 mil soldados ingleses e aliados ficaram encurralados na praia pelos alemães, com o mar em suas costas. Enquanto aguardavam o resgate pela Marinha, aviões de combate da Força Aérea Real Britânica tentavam proteger os navios e os soldados indefesos na praia dos ataques do inimigo. Sem poder contar com a frota inglesa no socorro, moradores ingleses se unem e saem em pequenas embarcações para uma desesperada ação de resgate, na tentativa de salvar o maior número possível de militares. Tenso, envolvente do início ao fim e com uma ótima trilha sonora, "Dunkirk" é imperdível, um dos melhores filmes de guerra da última safra. Merece ser um dos indicados na disputa por várias categorias do Oscar 2018. Filmado em locações na França, Holanda, Reino Unido e Los Angeles, está em exibição em diversos cinemas da cidade nos formatos 2D e IMAX, nas versões dublada e legendada.
Ficha técnica: Direção roteiro e produção: Christopher Nolan Produção: Syncopy / Warner Bros. Pictures Distribuição: Warner Bros. Pictures Duração: 1h47 Gêneros: Guerra / Histórico / Drama Países: EUA / França / Reino Unido / Holanda Classificação: 14 anos Nota: 5 (0 a 5)
Cillian Murphy entrega excelente interpretação do famoso físico criador da arma usada na 2ª Guerra Mundial (Fotos: Universal Pictures)
Maristela Bretas
Christopher Nolan novamente chega aos cinemas trazendo uma obra grandiosa, tanto no uso de recursos visuais quanto na duração. "Oppenheimer", que estreia nesta quinta-feira (20) nos cinemas, é uma "viagem" à mente inquieta e angustiada do gênio chamado de "pai da bomba atômica". O filme conta, em flashbacks, o que ele sofreu por ser brilhante na ciência, mas ingênuo quanto ao ser humano, em especial, aos políticos.
Ambientado durante e após a Segunda Guerra Mundial, "Oppenheimer" conta a vida do físico teórico da Universidade da Califórnia que foi convidado a dirigir o Laboratório de Los Alamos, no Novo México, com a missão de projetar e construir as primeiras bombas atômicas dos EUA.
O Projeto Manhattan, como batizado, reuniu um grupo formado pelo físico e grandes cientistas de várias nacionalidades que desenvolveram a arma nuclear responsável pela destruição das cidades de Hiroshima e Nagasaki, no Japão, em 1945, e a morte de mais de 250 mil pessoas.
Roteirista e diretor, Nolan entrega seu 12º longa de uma filmografia que inclui obras como o excelente "Dunkirk" (2017), "Interestelar" (2014), "Batman - O Cavaleiro das Trevas" (2008) e "Tenet" (2020). Ele não poupa no visual e som, explorando todos os recursos do formato Imax.
São muitas imagens mirabolantes (e põe muitas nisso) das alucinações de Oppenheimer com fusão de átomos, explosões atômicas e de estrelas, raios e fissão nuclear. São pelo menos 30 minutos do início do filme que poderiam ser resumidos em 10.
A trilha sonora, entregue a Ludwig Göransson, também está perfeita, proporcionando o clímax certo para aumentar o impacto sobre o espectador.
Nolan também acerta ao usar cenas coloridas e em preto e branco que reforçam a seriedade dos dois julgamentos do cientista por traição, após ser considerado herói pelos americanos com a criação da bomba que dizimou os inimigos.
Se a parte visual e sonora são destaques, as interpretações não ficam atrás. Nota máxima para Cillian Murphy, como Julius Robert Oppenheimer, e Robert Downey Jr., no papel de Lewis Strauss.
Murphy incorporou o famoso cientista, especialmente na estrutura física - ele fez uma dieta intensa para perder peso. A história mostra o gênio, que era "fora da caixa" da ciência convencional, e o homem, que vagava entre o egoísmo, o sucesso por dirigir importante projeto da bomba, o amor por duas mulheres, a ingenuidade de achar que seria uma estrela respeitada para sempre em sua nação e o arrependimento pelo uso de sua criação como arma de destruição em massa.
Já Downey Jr. está perfeito como o ex-presidente da Comissão de Energia Atômica dos EUA, figura decisiva na implantação do projeto da bomba. O ator confessou em entrevista recente que foi o melhor filme que já participou em sua vida. Com certeza é um dos melhores papéis (talvez o melhor) de sua carreira.
A maquiagem para envelhecimento dos personagens, bem como o figurino de época também são pontos positivos, muito bem trabalhados, juntamente com a escolha dos personagens coadjuvantes. Muitos ficaram cópias fieis de figuras que marcaram esse período da história, como Gary Oldman, interpretando o presidente Harry Truman, e Tom Conti, como Albert Einstein.
A ala feminina não deixou por menos, com Florence Pugh e Emily Blunt dando show em seus determinantes papéis na vida do cientista. A primeira como a amante do físico, Jean Tatlock, membro do Partido Comunista da América. A segunda interpreta Kitty, bióloga alemã e esposa de Oppenheimer que também integrava o mesmo partido.
Outros nomes famosos do cinema deixaram sua marca no longa: Matt Damon, Rami Malek, Kenneth Branagh, Jason Clarke, Casey Affleck, Josh Hartnett, Matthew Modine, a maioria como integrantes do governo e das Forças Armadas que estiveram por trás do projeto Manhattan.
"Oppenheimer" é baseado na biografia "American Prometheus: The Triumph and Tragedy of J. Robert Oppenheimer" ("Oppenheimer: o triunfo e a tragédia do Prometheu americano"), de Kai Bird e Martin Sherwin, publicada em 2006 e vencedora do Prêmio Pulitzer.
Vale a pena conferir, mais uma grande produção de Christopher Nolan e forte candidato na disputa do Oscar 2024 na principal categoria, além de atores principais, coadjuvantes e parte técnica. Uma ótima oportunidade para conhecer a vida do famoso e polêmico cientista.
Ficha técnica:
Direção e roteiro: Christopher Nolan Produção: Universal Pictures, Atlas Entertainment, Syncopy Distribuição: Universal Pictures Duração: 3h01 Classificação: 12 anos País: EUA Gêneros: biografia, histórico, drama
Oscar Isaac incorpora bem seu papel de "moço bom", ao lado da não menos chique Jessica Chastain (Fotos: Paris Filmes/Divulgação)
Maristela Bretas
"O Ano Mais Violento" ("A Most Violent Year"), em cartaz nos cinemas, não é um filme de muitos tiros e mortes violentas. Pelo contrário, ele explora mais a maneira suja como as "famílias" de gângsteres de Nova York faziam para derrubar umas às outras, sem aparecer. A vítima da vez é um empresário imigrante - Abel Morales (interpretado por Oscar Isaac, de "O Legado Bourne"), não também não é nenhum exemplo de honestidade.
Morales usa de seus meios (sem violência) para dominar o mercado de óleo e gasolina e tirar proveito com a especulação de preços em meio ao inverno de 1981, ano considerado o mais violento da cidade norte-americana. E o empresário, ao tentar comprar uma área onde poderia estocar sua carga, começa a ter seus caminhões roubados e saqueados, sem que ele saiba quem está por traz dos ataques. Para piorar, ele tem seus negócios investigados pelo promotor Lawrence (David Oyelowo, de "Selma - Uma Luta pela Igualdade"), que tenta provar, de todas as formas, o envolvimento de Abel em fraudes.
Mas apesar do título, o filme apenas cita casos de violência, como numa notícia de rádio, mas nada que justificasse o nome. Até mesmo os roubos aos caminhões de Morales são fracos. Nada que lembre as ações de "O Poderoso Chefão". Oscar Isaac incorpora bem seu papel de "moço bom e chique" que conquistou tudo sem se tornar um bandido. Mas não dispensa roupas caras, belos carros e tudo o que o dinheiro e o poder podem dar. Só perde o lugar de destaque na produção para Jessica Chastain ("Interestelar"), que interpreta Anna, esposa de Morales. Ela está tão bem que chega a roubar as atenções em algumas cenas com Isaac. Anna é uma mulher apaixonada pelo marido mas, ao contrário dele, não pensa duas vezes se precisar sacar uma arma e defender a família e os negócios à bala.
Por mais que tente, o casal não consegue escapar da brutalidade e da corrupção e precisa decidir entre brigar de igual por igual com os inimigos ou perder tudo o que construíram. Confesso que esperava mais ação, mas o filme é bom, principalmente pelas atuações de Oscar Isaac e Jessica Chastain, bela fotografia e ambientação. Albert Brooks também garante boa presença como o "homem de confiança" (para não dizer capanga) de Abel Morales. Achei apenas que não convence criar um personagem que casa com a filha de um gângster, convive com "as famílias", insiste em dizer que não é um deles e ainda tenta convencer a todos que pode vencer neste mundo sem disparar um tiro. É forçar demais. Mas o desenrolar da história é bom e caminha para um final que pode surpreender. O filme pode ser visto nas salas 4 (18h20) e 7 (20h50) do Shopping Del Rey e 10 (19h10 e 22h10), do BH Shopping.
Ficha técnica: Direção: J.C. Chandor Distribuição: Paris Filmes Duração: 2h05 Gênero: Drama, Policial País: EUA Classificação: 16 anos Nota: 3,5 (0 a 5)
Tags: O Ano Mais Violento; Oscar Isaac; Jessica Chastian; J. C. Chandor; drama; policial; Paris Filmes; Cinema no Escurinho
Produção é baseada na história real de três mulheres que foram essenciais para o sucesso do programa espacial norte-americano (Fotos: 20th Century Fox/Divulgação)
Maristela Bretas
O ano é 1961. Os Estados Unidos brigam com a Rússia pelo domínio do espaço e o que é pior, o astronauta Yuri Gagarin chega antes para desespero do alto escalão do governo e da NASA. Nem mesmo reunindo os melhores cientistas, matemáticos e especialistas em engenharia espacial as tentativas funcionam. Foram necessárias três geniais mulheres e ainda por cima negras, num país extremamente racista, para colocar os norte-americanos na frente de seu maior inimigo.
E é a história deste trio de especialistas, cada uma em sua área, que sofreu preconceitos de todo tipo para provar seu valor, que conta o filme "Estrelas Além do Tempo" ("Hidden Figures"). Baseado em fatos reais adaptados da obra de outra mulher, Margot Lee Shetterly, a produção está na disputa do Oscar 2017 como "Melhor Filme e Melhor Roteiro Adaptado. O trio genial e em perfeita sintonia é formado por Taraji P. Henson, Octavia Spencer e Janelle Monáe, que interpretam a matemática Katherine Johnson, a especialista em mecânica e eletrônica Dorothy Vaughn e a engenheira Mary Jackson, respectivamente. Três grandes amigas que conseguem trabalhar na NASA, mas enfrentam o preconceito, assim como outras negras. Elas desenvolvem projetos, mas ficam isoladas em um galpão destinado à sua raça, sem poderem ocupar cargos melhores e ainda tendo de brigar por seus direitos contra chefes brancos, racistas, prepotentes e incompetentes.
As oportunidades de trabalharem no principal programa espacial começam a surgir, mas Katherine, Dorothy e Mary têm de brigar em dobro para provarem sua competência e se tornarem peças essenciais na conquista do espaço. Taraji P. Henson está excelente no papel da matemática que precisa enfrentar desprezo e ataques dos colegas, como Paul Stafford (Jim Parsons). Apenas o diretor do programa espacial Al Harrison (Kevin Costner) passa a lhe dar valor ao perceber sua capacidade para cálculos matemáticos. Parsons ainda vai demorar para perder em filmes sérios a cara de Sheldon, de "The Big Bang Theory". Ele e Costner estão bem em seus papéis, mas funcionam literalmente como suportes para Taraji brilha na produção
Não menos diferente como trampolim está Kirsten Dunst. Sua atuação é mediana e quando aparece é para destacar a interpretação de Octavia Spencer, indicada ao Oscar de Melhor Atriz Coadjuvante. Jeanelle Monáe, proporcionando bons momentos cômicos e mostrando também que é boa de briga - uma mulher negra que quer ser engenheira e precisa ir à justiça para estudar numa escola só para brancos.
Além do excelente elenco principal, o diretor Theodore Melfi fez um ótimo trabalho na escolha do figurino e na reconstituição de época, o que aumenta o prazer de assistir "Estrelas Além do Tempo". Trata-se de um filme que, apesar de muitas explicações técnicas sobre o funcionamento do projeto espacial, soube explorar bem o período em que acontece - Guerra Fria, mulheres e negros lutando por seus direitos e tentando conquistar espaço numa sociedade preconceituosa.
E se todos esses pontos já não bastassem, o filme ainda conta com uma bela trilha sonora, entregue ao premiado Hans Zimmer (responsável por mais de 130 sucessos no cinema, entre eles, a saga "Piratas do Caribe", "Interestelar" e "Batman vs Superman - A Origem da Justiça") e Pharrell Williams , que também é um dos produtores (responsável pelo sucesso "Happy", de "Meu Malvado Favorito"). Imperdível, "Estrelas Além do Tempo" é outro grande filme de 2016 que tem tudo para agradar, inclusive na abordagem da questão racial, expondo situações absurdas que as personagens originais tiveram de enfrentar como correr quase 2 quilômetros para ir ao banheiro destinado somente às negras. Val a pena conferir.
Ficha técnica:
Direção e produção: Theodore Melfi Produção: 20th Century Fox Distribuição: Fox Film do Brasil Duração: 2h06 Gêneros: Drama / Biografia País: EUA Classificação: Livre Nota: 4,5 (0 a 5) Tags: #estrelasalemdotempo, #TarajiPHenson, #OctaviaSpencer, #JanelleMonáe, #KevinCostner, #JimParsons, #KirstenDunst, #HansZimmer, #PharrellWilliams, #TheodoreMelfi, #programaespacial, #Nasa, #homemnoespaço, #GuerraFria, #drama, #biografia, #20thCenturyFox, #FoxFilmdoBrasil, #CinemanoEscurinho.
Jesse Eisenberg e Kristen Stewart formam um bom casal em "American Ultra - Armados e Alucinados" (Fotos Paris Filmes/Divulgação)
Maristela Bretas
Ainda sem perder a cara de Bela, que a lançou ao estrelato na franquia "Crepúsculo". Kristen Stewart consegue fazer uma boa parceria com Jesse Eisenberg (esse sim, um jovem ator versátil, que já mostrou seu talento em outras produções, como em "Truque de Mestre") no filme de ação "American Ultra - Armados e Alucinados", em cartaz nos cinemas.
Por sinal, a complementação do título em português não tem nada a ver com o enredo, que trata de espionagem, um pouco de romance e muita ação, sem o "alucinados". Pelo contrário, quando o casal principal está quieto no canto deles, nada acontece - não há perseguições armadas, o romance é água com açúcar (bem no estilo "Crepúsculo") e a vidinha é bem comum de uma cidade do interior dos Estados Unidos. Tudo começa a ficar elétrico quando a CIA resolve ir atrás do jovem Mike Howell (Eisenberg), um pacato funcionário de mercearia que vive com sua namorada Phoebe Larson nesta pacata cidade, fuma maconha o tempo todo, já teve várias passagens pela polícia por causa do vício, mas não oferece risco a ninguém.
Na verdade, Mike faz parte de um projeto ultrassecreto da CIA que lhe deu habilidades para o combate que foram apagadas de sua memória. Ao ser reativado, ele se torna uma máquina de matar e vai usar seu conhecimento para escapar dos agentes que tentam matar o casal. Eisenberg e Stewart formam até um casal entrosado e convence mais do que o papel que a jovem fez com o vampiro Robert Pattinson. Nesta produção, mocinhas e bandidos se confundem e o que importa é a ação, esta sim, do início ao fim. Tiros, explosões, facadas, paneladas, e um agente da CIA diferente que usa o cérebro no lugar de armas convencionais.
No elenco estão ainda Topher Grace ("Interestelar") e Connie Britton ("Nashville"). Como distração, vale a pena assistir, mas fica um alerta: "American Ultra - Armados e Alucinados" é um filme que, além de ação, tem muito sangue e cenas violentas. Ficha técnica: Direção: Nima Nourizadeh Distribuição: Paris Filmes Duração: 1h36 Gêneros: Ação / Comédia Países: EUA e Suíça Classificação: 16 anos Nota: 3 (0 a 5)