Filme mistura romance, ficção científica e efeitos visuais que poderiam ter sido melhor explorados (Fotos: Sony Pictures/Divulgação) |
Maristela Bretas
"Passageiros" ("Passengers") tem a seu favor um elenco milionário e carismático - o casal romântico Jennifer Lawrence e Chris Pratt (que não perde o jeitão de "Jurassic World"), uma ficção com cenas que lembram "Gravidade" sem o mesmo impacto do visual espacial e... só. O filme se perde e até os efeitos ficaram aquém do esperado, por mais que seus protagonistas tenham se esforçado em tentar segurar por quase duas horas a história de um romance intergaláctico de 90 anos.
A participação de Michael Sheen, como Arthur, o barman robótico é uma das melhores partes do filme. Laurence Fishburne (tripulante Gus Macuso) faz uma participação relativamente rápida e ajuda a dar uma alavancada na monótona vidinha do personagem de Chris, definindo inclusive o final. A presença de Andy Garcia (capitão Norris) é caça-níquel, do tipo vapt-vupt, mas é sempre bem vinda, mesmo como um coadjuvante quase dispensável.
Faltam explicações para várias dúvidas que surgem ao longo da narrativa - o que aconteceu na Terra para as pessoas deixarem suas famílias? Por que o mecânico Jim Preston (Pratt) consegue desarmar um dos dispositivos de vida e não consegue consertá-lo depois? Por que uma mensagem leva dezenas de anos para chegar à Terra enquanto tudo dentro da nave "brota" em pouco tempo, em condições muito menos favoráveis, como uma floresta?
O filme narra a viagem de uma equipe de quase cinco mil pessoas, entre trabalhadores e milionários que pagaram pela experiência de conhecer um novo sistema que está sendo povoado com pessoas da Terra. A viagem terá duração de 120 anos, mas o mal funcionamento do sistema desperta dois passageiros 90 anos antes do tempo programado. Sozinhos, Jim Preston (Chris Pratt) e Aurora Lane (Jennifer Lawrence) começam um relacionamento, que tem como testemunha o barman Arthur (Sheen). Mas um grande segredo de Jim e novas falhas no sistema da nave ameaçam o projeto e colocam em risco as vidas de todos os ocupantes.
Desde o início percebe-se qual o rumo do filme, sem grandes surpresas. Apesar de ter menos cenas de ação do que o esperado, elas são muito boas, proporcionadas por falhas técnicas da grandiosa nave Avalon, que não consegue ser a vilã da história, como aconteceu de forma extraordinária com o computador Hall 9000, de "2001 - Uma Odisséia no Espaço". Na espaçonave as diferenças sociais são claras, desde os quartos à alimentação - um hotel de luxo para uns, como Aurora (Lawrence) e um alojamento de quinta para outros, como Jim. Mas tem um visual bem futurístico e bacana, além de contar com o computador principal com a voz de Emma Clarke.
"Passageiros" tem uma boa trilha sonora, que agrada e dá uma revigorada nos momentos monótonos do filme. O que era de se esperar, a partir do momento que o belo casal terá de passar isolado numa nave por 90 anos, sem muita opção de lazer - uma academia, piscina com visão para as estrelas e um robô gentleman, fora o romance o sexo, que deveria render alguma coisa.
Deixarei para quem assistir dar sua opinião depois se faltou algum detalhe. Esqueça a parte técnica e assista ao filme como distração e pelos atores principais, sem esperar grandes emoções.
Ficha técnica:
Direção: Morten Tyldum
Produção: Columbia Pictures / Lstar Capital / Village Roadshow Pictures
Distribuição: Sony Pictures
Duração: 1h57
Gêneros: Ficção Científica / Ação / Romance
País: EUA
Classificação: 12 anos
Nota: 3 (0 a 5)
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