10 dezembro 2025

Sete sucessos do Studio Ghibli voltam ao cinema de 11 a 17 de dezembro

(Fotos: Sato Company)
  
 

Da Redação


Após o sucesso da primeira parte do Ghibli Fest, de 18 de setembro a 1º de outubro deste ano, a Sato Company reprisa sete dos maiores sucessos do famoso estúdio japonês com roteiro e direção de Hayao Miyazaki, produzidos de 1984 a 2004. 

Os filmes serão exibidos do Cinemark Replay e acontece entre 11 e 17 de dezembro, no Cinemark BH Shopping. Um filme diferente a cada dia, sempre às 19 horas, em versões legendadas. 

"O Serviço de Entregas da Kiki"

A celebração se inicia com "Meu Amigo Totoro" (1988), onde duas irmãs se mudam para a zona rural do Japão e descobrem uma estranha criatura que as leva a viverem inúmeras aventuras. 

No segundo dia de evento (12/12), será a vez de "O Serviço de Entregas da Kiki" (1989), que mostra a luta da jovem bruxa por sua independência.

"A Viagem de Chihiro" (2001) será a estrela do dia 13 (sábado). No filme vencedor do Oscar de Melhor Animação, a jovem Chihiro entra no mundo dos espíritos para salvar seus pais. 

No domingo (14), "O Castelo Animado" (2004) ocupará as telonas para apresentar a odisseia de Sophia, que busca uma cura para sua maldição.

"A Viagem de Chihiro"

No dia 15 de dezembro, "Nausicaä do Vale do Vento" (1984) mostrará as tentativas da princesa Nausicaä de buscar pelo fim de uma guerra entre dois reinos, e evitar a destruição de uma floresta tóxica. 

Na terça-feira (16), a jovem princesa-peixinho Ponyo e seu amigo Sasuke irão conquistar as telas em "Ponyo: Uma Amizade que Veio do Mar" (2008).

Encerrando o Cinemark Replay, na quarta-feira (17/12), "Porco-Rosso: O Último Herói Romântico" (1992) irá trazer ao público as desventuras do piloto e caça piratas mais famoso do Mar Adriático.

"Porco-Rosso: O Último Herói Romântico"

Ghibli Fest - 2ª Parte

O Ghibli Fest - Parte 2, com estreia prevista para o primeiro semestre de 2026, terá oito títulos, completando os 22 programados pela Sato Company para a retrospectiva dos longas do Studio Ghibli. São eles:

- Contos de Terramar (2006)
- O Castelo no Céu (1986)
- Princesa Mononoke (1997)
- O Reino dos Gatos (2002)
- O Mundo dos Pequeninos (2010)
- O Conto da Princesa Kaguya (2013)
- As Memórias de Marnie (2014)
- Túmulo dos Vagabundos (1998)


Ficha técnica:
Direção e roteiro: Hayao Miyazaki
Produção: Studio Ghibli
Distribuição: Sato Company
Exibição: Cinemark BH Shopping
Duração: entre 1h30 e 2 horas
Classificação: livre
País: Japão
Gêneros: fantasia, romance, aventura

09 dezembro 2025

Delicado e poético, "Livros Restantes" é uma sincera homenagem à literatura

Denise Fraga em excelente desempenho entrega uma protagonista quase onipresente (Fotos: H2O Films)
 
 

Mirtes Helena Scalioni

 
Embora apresente algumas surpresas no decorrer da trama, não se pode dizer que "Livros Restantes" seja um filme carregado de reviravoltas e plot twists, assim como não se pode considerá-lo suspense pelo fato de, em algum momento, a ação levar o espectador a se perguntar: houve mesmo um crime? 

Mas, talvez por isso, o longa dirigido por Márcia Paraíso e que estreia nos cinemas brasileiros dia 11 de dezembro mereça ser visto. É, no mínimo, uma história peculiar e curiosa, com cenas filmadas no Brasil e em Portugal. 

Tendo Denise Fraga em excelente performance como protagonista quase onipresente, o filme começa de um jeito lento e morno, como costumam ser os dias e noites praianos. 


Afinal, estamos em Florianópolis, mais precisamente num recanto chamado Barra da Lagoa, onde a professora Ana Catarina está se despedindo da família e de amigos, pois está de partida para Portugal onde - presume-se - ela vai continuar seus estudos e, como faz questão de dizer, contar apenas consigo mesma.

Aos poucos, o público se familiariza com o jeito sensível de Aninha - como é conhecida por todos na ilha - e, embora cause algum estranhamento, não é assim tão grave, esquisito ou indelicado o que ela se propõe a fazer logo no início. 


Depois de esvaziar a casa, tirar móveis, objetos e animais domésticos, ela descobre que sobraram cinco livros na sua estante de madeira. Como estão autografados e com dedicatórias, a professora decide devolver cada um deles às pessoas que, em algum momento da vida, lhe deram os tais livros de presente.

Numa espécie de miolo do filme, enquanto o espectador vai sendo lentamente apresentado à família de Ana, alguns assuntos sempre considerados espinhosos chegam à tona. 


E o que emerge das conversas à mesa, entre camarões, moquecas e brindes, pode não agradar, ferir e machucar. São os chamados segredos de família, passíveis de ocorrer em todos os agrupamentos familiares, independente da nacionalidade deles.

Além de Denise Fraga e Augusto Madeira - que faz o ex-marido dela, Carlos Henrique -, os demais atores e atrizes são desconhecidos do grande público e tudo indica que a diretora foi buscá-los na região. 

Para citar os mais frequentes, estão lá Renato Turnes, Vanderleia Will, Manuela Campagna, Marcinho Gonzaga, Andrea Buzato, Paulo Vasilescu, Severo Cruz, Joana dos Santos, Adriano de Brito e Leandro Batz, variando entre familiares e amigos da protagonista. 


Outro ponto alto de "Livros Restantes" é a trilha sonora. Em sua maioria, são canções conhecidas que pontuam aqui e ali, embalando ora cenas de ternura e amizade, ora de crises e brigas. 

Mas o que chama a atenção é uma música cuja autoria é atribuída a Zininho e que aparece no filme em duas versões: às vezes como um samba, deliciosamente tocado e cantado nos momentos festivos; outras vezes em ritmo de fado, criando toda aquela atmosfera de tristeza e saudade. Genial. 

Por falar em Portugal, é preciso registrar que o livreiro que atende a protagonista numa livraria em Portugal é o maestro Antônio Vitorino de Almeida. 


A beleza do filme está exatamente nos reencontros que Ana Catarina programa e promove para devolver os livros que restaram em sua estante. 

Até porque, em alguns casos, o tempo acabou por distanciá-la de algumas dessas pessoas e algumas não fazem mais parte do seu círculo de amigos. Houve até quem se modificasse tanto a ponto de não ser mais a mesma pessoa de antes. 

Nesses encontros, nem sempre bem sucedidos, é que parece estar o grande motivo do longa de Márcia Paraíso: fazer uma ode ao livro, uma verdadeira louvação à literatura, E isso é feito de uma forma tão delicada e bonita que é como se o público estivesse diante de um poema.


Ficha técnica:
Direção e roteiro: Márcia Paraíso
Produção: Plural Filmes e coprodução Filmógrafo
Distribuição: H2O Films
Exibição: nos cinemas
Duração: 1h44
Classificação: 14 anos
Países: Brasil e Portugal
Gênero: drama