Liesel Meminger aprende a canalizar sua dor através da leitura dos livros que furta (Fotos:Fox Filmes/Divulgação) |
Wallace Graciano
Quando chega a notícia de que uma obra literária será adaptada ao cinema, fãs fundamentalistas costumam questionar se o diretor terá capacidade de levar os principais aspectos da história para as telonas. Com “A Menina que Roubava Livros” ("The Book Thief"), obra de Markus Zusak que vendeu mais de 2 milhões de cópias somente no Brasil, o contexto não foi diferente.
Coube ao diretor Brian Percival a difícil missão de tirá-lo da imaginação dos leitores. E o fez bem ao transportar a essência do best seller para a película, que ainda pode ser conferida em salas de BH.
O contraste da doçura de Liesel Meminger com o ambiente sangrento da Segunda Guerra |
Para desenvolver a trama, Percival buscou pegar a maior virtude do livro, que era o contraste da doçura da protagonista Liesel Meminger (interpretada por Sophie Nélisse), com o ambiente sangrento da Segunda Guerra. Ao invés de evidenciar essas características pela narrativa, Brian explorou bem os cenários e a trilha sonora para impactar os espectadores, além, claro, das expressões dos atores.
Esses aspectos são perceptíveis desde o começo da trama, quando Liesel vê seu irmão morrer em um vagão de um trem que a transporta ao encontro de seus novos pais. Após o enterro, ela acha um livro próximo à sepultura e, apesar do seu analfabetismo, o pega. Tudo isso de forma inocente e pueril, que já impacta o espectador.
Geoffrey Rush consegue com sua performance dar maturidade ao personagem |
Quem também rouba a cena é Geoffrey Rush (vencedor do Oscar de Melhor Ator em 1997, por Shine), que interpreta Hans Hubermann, o pai de Liesel. Com seu humor bem peculiar, ele também consegue com sua performance dar maturidade ao personagem, seja nas brigas apaixonadas com a esposa Rosa (Emily Watson, de “A Proposta”) ou durante os momentos de tensão para esconder o judeu Max Vanderburg (Ben Schnetzer, da série “Law & Order”), que tentava fugir de Hitler e sua trupe.
Ben Schnetzer interpreta o judeu Max Vanderburg, que se torna amigo de Liesel |
Alguns fãs de “A Menina que Roubava Livros” poderão questionar a forma inerte da narrativa, mas ela é algo que faz a película ultrapassar as páginas do best seller. Percival soube, assim, amenizar a frieza do cenário e, como no livro, deu cor a um ambiente sombrio.
Trailer em HD, legendado
Sinopse
A história é contada por uma narradora pouco comum: a morte, que, em meio à perplexidade da crueldade humana durante a Segunda Guerra, se encanta com Liesel Meminger, uma doce menina. Com auxílio de seus pais adotivos, a jovem, antes analfabeta, aprende a canalizar sua dor através da leitura de livros que furta no decorrer da trama e eles são essenciais em momentos de tensão, como quando convive com um judeu clandestino.
Ficha técnica:
Diretor: Brian Percival
Duração: 2h11
Distribuição: Fox Filmes
Gênero: Drama
Países: EUA/Alemanha
Classificação: 12 anos
Nota: 4,5 (escala de 0 a 5)
Tags: Menina, roubava livros, drama, Fox Filmes, Escurinho, Cinema
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