Tony Ramos interpreta o presidente no filme "Getúlio" (Fotos: Copacabana Filmes/Divulgação) |
Maristela Bretas
No ano em que se completam 60 anos da morte do presidente Vargas, o diretor João Jardim e a produtora Carla Camurati acertaram na produção de "Getúlio", que estreia nesta quinta-feira (1º de maio) nos cinemas. O filme é uma aula de história, com ingredientes de drama thriller político, que deve ser visto, principalmente pela atual geração.
O filme é uma narrativa dos 19 últimos dias que antecederam a morte daquele que foi chamado de "o pai dos pobres" pelo povo e de ditador pelos inimigos.
Além dos fatos históricos que marcaram o período, a produção explora principalmente a intimidade do presidente Getúlio Vargas (ótima interpretação de Tony Ramos), tomando como base jornais, livros, cartas, discursos e dois diários escritos entre 1930 e 1942.
"Getúlio" deve causar polêmica, uma vez que apresenta um presidente fragilizado, de pouco pulso, que não quer tomar medidas extremas contra os aliados que o traíram e seus inimigos, nos últimos dias que antecedem sua morte.
Diferente da imagem que sempre foi passada ao longo da história. Ao mesmo tempo, o filme desperta a simpatia pelo personagem, nos momentos de carinho e atenção com os filhos,. Uma produção imperdível.
Mas a perseguição dos inimigos, comandado por seu maior inimigo, o jornalista Carlos Lacerda (vivido por Alexandre Borges), e a traição dentro do próprio governo e de seu homem de confiança, o tenente Gregório Fortunato (vivido por Thiago Justino), o levaram ao suicídio com um tiro no peito, no dia 24 de agosto.
A narrativa começa no dia 5 de agosto de 1954, o jornalista Carlos Lacerda sofre um atentado a tiros na porta de casa, na rua Tonelero, em Copacabana, no Rio de Janeiro. Neste dia, morreu o segurança de Lacerda, major Rubens Vaz, da Aeronáutica, o que despertou a revolta dos militares.
O presidente da República, Getúlio Vargas, é acusado de mandar matar o maior inimigo político do seu governo. A ordem para o atentado teria saído de dentro do Palácio do Catete, e a acusação recai sobre o tenente Fortunato.
Com um orçamento de R$ 7 milhões, a produção de "Getúlio" também se destaca pelos detalhes na reconstituição de época: a cena do suicídio foi filmada na mesma cama e com a mesma arma com que o presidente se matou, no Palácio do Catete, onde a equipe passou mais de 20 dias filmando. Também os salões do Museu da República serviram para a maioria das locações. Até mesmo a cena do atentado a Lacerda foi feita na porta da antiga casa do jornalista.
Ficha técnica:
Direção: João Jardim
Produção: Copacabana Filmes
Duração: 1h50
Gênero: Drama/ Thriller político
País: Brasil
Classificação: 12 anos
Nota: 5 (0 a 5)
Tags: Getúlio, Vargas, Tony Ramos, Drica Moraes, Copacabana Filmes, Globo Filmes, Cinema no Escurinho