30 setembro 2014

Versão francesa do clássico "A Bela e A Fera" exibe belos cenários e figurinos

Léa Seydoux e Vincent Cassel formam o par principal de "A Bela e a Fera" (Fotos: California Filmes/Divulgação)

Maristela Bretas

A clássica história do príncipe arrogante que foi enfeitiçado virou fera e precisa do amor verdadeiro de uma jovem a quem mantém presa para voltar ao normal ganhou uma versão francesa e mais adulta. A nova adaptação de "A Bela e a Fera" ("La Belle et La Bête"), tem como maiores destaques os cenários que lembram verdadeiras pinturas, o figurino e a bela fotografia.

Trailer oficial dublado por Paolla Oliveira




Sem fugir muito do enredo mostrado na animação Disney de 1991, a escolha de Vincent Cassel (de "Rio Eu Te Amo") como o príncipe/fera, não combina muito. Ele tem mais cara de vilão do que de mocinho. As cenas românticas são sem calor e emoção.

Ao contrário de Léa Seydoux, que interpreta Bela (de "Azul é a Cor Mais Quente"), que se garante no papel e tem mais presença que seu par romântico. A dublagem da personagem em português foi feita pela atriz Paolla Oliveira, que seguiu o exigido pelo texto original.

"A Bela e a Fera" é uma diversão sem muitas pretensões, apresenta ótimos figurinos e efeitos especiais - o ataque dos gigantes de pedra é o auge do filme e a diferença para o desenho. Sem esquecer os pequenos e simpáticos habitantes de olhos grandes que habitam o escuro castelo. Vale como uma sessão da tarde.

Ficha técnica:
Direção: Christophe Gans
Distribuição: California Filmes
Duração: 1h54
Gênero: Fantasia/Romance
País: França/Alemanha
Classificação: 12 anos
Nota: 3,0 (0 a 5)

Tags: A Bela e A Fera; Vincent Cassel; Léa Seydoux; Paolla Oliveira; Christoph Gans; California Filmes; Cinema no Escurinho

28 setembro 2014

Candidato honesto? Nem em comédia nacional

Leandro Hassum é João Ernesto o candidato que passa imagem de homem correto, mas é totalmente corrupto (Fotos: Paris Filmes/Divulgação)

Maristela Bretas

Entrei no cinema com a disposição de gostar (novamente) de um filme com Leandro Hassum. Até mais da metade de "O Candidato Honesto", que estreia dia 2 de outubro, a produção da Camisa Listrada (a mesma do belo "O Menino do Espelho"), agradou e garantiu boas gargalhadas. Mas quando virou o jogo e a história veio com falso moralismo de político que vira honesto e quer denunciar a corrupção num país onde isso não existe, o enredo foi por água abaixo.




Não sei o que aconteceu com o diretor ou o roteirista, mas a linha "bate e assopra" tirou a graça do que estava indo muito bem, com Hassum fazendo seu papel escrachado como sempre, com suporte do pessoal do "Porta dos Fundos". Os diálogos entre o candidato e os assessores e com outros políticos e as tentativas de não mentir são muito divertidas.

Feito para as eleições , "O Candidato Honesto" levou seis semanas, de abril a maio deste ano. E deixa o expectador tentando adivinhar quem é o candidato e qual partido o personagem estaria representando (ou um pouco de cada).

Hassum é João Ernesto, candidato à Presidência da República que de honesto não tem nada. Em primeiro lugar nas pesquisas e com grande vantagem no segundo turno sobre seu adversário (do partido ecologicamente correto), o corrupto e mentiroso político vê sua vida virar de cabeça para baixo. Minutos antes de morrer, sua avó lança uma mandinga e, de uma hora para outra, ele não consegue mais contar nenhuma mentira.


Até aí estava indo tudo muito bem, e a comédia poderia ter sido encerrada dentro do que é hoje a cômica realidade da política brasileira - assada em forno a lenha com sabor de calabresa. Não seria surpresa para ninguém.

No entanto, o que aconteceu foi quase um comercial eleitoral de como ensinar o eleitor a votar com consciência. Com direito a close de candidato em debate na TV, discurso de político arrependido e até um romance insosso e sem propósito. Quase uma "prestação de serviço" para quem vai às urnas dia 5 de outubro. Coisa de sair do cinema antes do final.


Um pena, errou feio. Até Hassum e sua trupe perderam sentido. No elenco estão ainda Luiza Valderaro, como a jornalista nada convincente Amanda, Ellen Rocche, como a amante, Flávio Galvão e Victor Leal, como os assessores Maldonado e Marcelinho.




                                            Galeria de fotos

Ficha técnica:
Direção: Roberto Santucci
Produção: Camisa Listrada/Panorama Filmes
Distribuição: Paris Filmes/Downtown Filmes
Duração: 1h50
Gênero: Comédia 
País: Brasil
Classificação: 12 anos
Nota: 3,0 (0 a 5)

Tags: O Candidato Honesto; Camisa Listrada; Leandro Hassum; Porta dos Fundos; comédia; Paris Filmes; Cinema no Escurinho

22 setembro 2014

"O Protetor" é um filme com a marca e a competência de Denzel Washington

Denzel Washington é um ex-agente que sai em defesa de pessoas indefesas (Fotos: Sony/Divulgação)


Maristela Bretas

Denzel Washington não é mais aquele mocinho bonito, que corria, batia, saltava muros e foi sonho de consumo de muitas mulheres. Mais velho e fazendo a linha aposentado solitário, ele estreia nesta quinta-feira "O Protetor" ("The Equalizer"), filme no qual também é um dos produtores.



Nem por isso ele perdeu o sorriso charmoso e a competência para fazer um ótimo filme de espionagem, com muita ação e violência, o ator mostra que ainda tem muito fôlego pela frente, sempre mantendo seu estilo cara de mocinho que não tem pena de bandido.


Depois de "Dose Dupla", de 2013, em que contracenou com Mark Wahlberg, ele volta mais tranquilo, mas não menos mortal. Tenta até ser "bonzinho" com seus inimigos, dando-lhes a chance de consertarem seus erros antes de pagarem por eles. 

Muito bem conduzido, "O Protetor" é baseado na série de TV "The Equalizer" que fez sucesso de 1985 a 1989, com o ator Edward Woodward. Denzel é também um dos produtores do filme.

Nesta nova versão, o personagem Robert McCall (Denzel Washington) é um homem misterioso, que leva uma vida literalmente cronometrada. 
Ele é um ex-policial que agora trabalha numa loja de materiais de construção, sem que as pessoas saibam de seu passado.

Ao conhecer uma jovem prostituta Teri (Chloë Grace Moretz, de "Se Eu Ficar") que se torna vítima da máfia russa que explora menores, ele deixa sua pacata vida para voltar aos tempos de agente das Forças Especiais. 


E ajudar aqueles que estão em perigo e passam por seu caminho. Entre os novos inimigos que vai formando, ele terá de enfrentar Teddy (Marton Csokas), um assassino contratado pelo chefão russo.

Uma das cenas que chama atenção pela forma como foi conduzida, apesar da violência, ganhou um trailer estendido de 4min30, com entrevistas do ator e do diretor: Robert Mc Call precisa enfrentar uma quadrilha de assassinos em 16 segundos.




Ficha técnica
Direção: Antoine Fuqua
Produção: Columbia Pictures/Village Roadshow Pictures
Distribuição: Sony Pictures
Duração: 2h11
Gênero: Ação/Policial
País: EUA
Classificação: 16 anos
Nota: 4,5 (0 a 5)


Tags: O Protetor; Denzel Washington; Chloë Grace Moretz; espionagem; ação; policial; Sony Pictures; Cinema no Escurinho

21 setembro 2014

Na linha aventura juvenil, "Maze Runner - Correr ou Morrer" agrada a todas as idades

Grupo de jovens precisa sobreviver e tentar escapar de um gigantesco labirinto (Fotos: Fox Filmes/Divulgação)

Maristela Bretas

Poderia ser apenas mais um filme de aventura futurista, voltado para adolescentes, como a série "Percy Jackson", "Divergente" ou "Jogos Vorazes". Ele inclusive é baseado no primeiro livro da série juvenil do escritor James Dashner.




Mas "Maze Runner - Correr ou Morrer", do diretor Wes Ball, vai além e apresenta uma trama que leva a muitos caminhos e um final inesperado, que faz a gente querer ler o segundo livro - "Prova de Fogo". Ou ver a sequência, prevista para estrear em setembro de 2015.

A história se passa dentro de uma fortaleza. Thomas (Dylan O’Brien) acorda sem memória, preso no interior de um gigantesco labirinto com um grupo de adolescentes também desmemoriados. 

Cada um tem uma função específica dentro da comunidade, chefiados por Alby (Aml Ameen). Mas um deles, Gally (Will Pouter), não aceita quando Thomas começa a exercer influência sobre os demais habitantes da colônia para que tentem fugir. 

Após um tempo, Thomas passa a ter estranhos sonhos sobre uma misteriosa organização conhecida como C.R.U.E.L. A chegada de Teresa (Kaya Scodelario), única mulher no grupo, aumenta as visões do jovem que vão ajudá-lo a encontrar uma forma de vencer as temíveis criaturas que habitam as saídas. E escapar do lugar, juntamente com seus amigos.


Como todo filme adaptado, ele segue o enredo principal, deixando de fora alguns detalhes que alguns leitores poderão reclamar. Mas nada que comprometa a ideia original. É garantia de boa diversão do início ao fim.

Ficha técnica:
Direção: Wes Ball
Distribuição: Fox Filmes
Duração: 1h54
Gênero: Aventura/Ficção
País: EUA
Classificação: 14 anos
Nota: 4,0 (0 a 5)


Tags: Maze Runner - Correr ou Morrer; Wes Ball; Dylan O'Brien; aventura; Fox Filmes; Cinema no Escurinho

20 setembro 2014

Confira o trailer de "Trash - A Esperança vem do Lixo", que estreia em outubro



Confira o trailer de 'Trash - A Esperança Vem do Lixo", com a Rickson Tevez, Eduardo Luis, Gabriel Weinstein e a participação dos atores brasileiros Selton melo e Wagner Moura Direção de Stephen Daldry.



19 setembro 2014

Jogo destrava cena extra do terror "Livrai-nos do Mal"

Dirigido por Scott Derrickson, o filme é baseado em fatos reais (Foto: Sony Pictures/Divulgação)

Maristela Bretas

Para aqueles que curtiram "Livrai-nos do Mal", a Sony Pictures está oferecendo a chance de liberar uma cena exclusiva do filme. Basta participar do jogo "O Labirinto do Mal", lançado para promover a produção que estreou nessa quinta feira nos cinemas de BH.

O jogador deverá coletar os quatro símbolos sagrados para disponibilizar a cena extra. Ficou curioso? Então comece a jogar clicando no link abaixo.

                                                       O LABIRINTO DO MAL


E para aqueles que ainda não assistiram ao filme "Livrai-nos do Mal", vale uma conferida na crítica do jornalista Wallace Graciano. Veja o trailer oficial:




Tags: Livrai-nos do Mal; O Labirinto do Mal; Sony Pictures; terror; jogo; cena exclusiva; Cinema no Escurinho

Filme "Hoje Eu Quero Voltar Sozinho" vai disputar indicação ao Oscar 2015

Por Fernanda Cruz - Agência Brasil

O filme brasileiro indicado para concorrer a melhor filme estrangeiro no Oscar de 2015 é "Hoje Eu Quero Voltar Sozinho", de Daniel Ribeiro. O anúncio foi feito nessa quinta-feira (18) pela ministra da Cultura, Marta Suplicy na Cinemateca Brasileira, em São Paulo (SP). 

Ao todo, 18 longas-metragens disputaram a indicação. Dos 20 filmes inscritos, dois ("Faroeste Caboclo" e "A Coleção Invisível") não puderam concorrer por terem estreado antes da data limite estipulada pela Academia.

O filme conta a história de Leonardo, um adolescente cego que precisa lidar com as limitações e a superproteção da mãe. A chegada de Gabriel, um novo aluno em sua escola, desperta sentimentos até então desconhecidos pelo personagem. 

Participam do elenco os atores Guilherme Lobo (no papel de Leonardo), Fabio Audi (como o amigo Gabriel), Tess Amorim, Lúcia Romano, Eucir de Souza, Selma Egrei, Lúcia Romano, Naruna Costa e Isabela Guasco.




A produtora do filme, Diana Almeida, considerou positivo que a temática seja levada às telas internacionais. “Espero que o filme possa ser visto por muito mais gente. Acho que só esse anúncio vai criar mais curiosidade em relação ao filme. Isso é muito positivo."

A academia norte-americana definirá em janeiro o nome do longa estrangeiro que concorrerá ao Oscar, marcado para fevereiro, em Los Angeles. No dia 7 de novembro, o filme brasileiro estreia nos Estados Unidos.


Os últimos filmes que representaram o Brasil na seleção aos indicados a melhor filme em língua estrangeira foram "O Som ao Redor", de Kleber Mendonça Filho (2014); "O Palhaço", de Selton Mello (2013); "Tropa de Elite 2: o Inimigo agora é o Outro", de José Padilha (2012); "Lula, o filho do Brasil", de Fábio Barreto (2011) e "Salve Geral", de Sérgio Rezende (2010).

Tags: Oscar 2015; filme brasileiro; melhor filme estrangeiro; longa-metragem; Daniel Ribeiro; premiação; Hoje Eu Quero Voltar Sozinho

17 setembro 2014

"Livrai-nos do Mal" vai além dos habituais filmes de possessão


Wallace Graciano

Nos últimos anos, a indústria de filmes de suspense/terror ficou inerte.  Bastava procurar famosos demonologistas e adaptar suas histórias “reais” à telona para surtir bons resultados nas bilheterias. Essa fórmula rendeu críticas do público amante do gênero, uma vez que a criatividade ficou limitada. Além do roteiro que girava quase sempre em um caso de possessão com grandes reviravoltas, os diretores pareciam não se preocupar em dar toques diferenciado às cenas de impacto, o que pouco prendia a respiração dos expectadores.

Talvez por isso, passou quase desapercebida a notícia de que um recente caso de possessão demoníaca por ex-militares americanos lotados no Iraque seria adaptado ao cinema. Porém, apesar do script comum aos filmes de terror, “Livrai-nos do Mal”, filme que estreia nesta quinta-feira (18) nas telonas de todo o país, merece um destaque em meio à cena. Sua maior virtude está em prender o público e trazer aflição.

“Livrai-nos do Mal” conta a história de três militares norte-americanos que durante um combate no Iraque encontram estranhos escritos em uma parede. Mais tarde, essas grafias se revelaram um portal demoníaco. Após voltarem aos EUA, essas entidades malignas passam a agir e criar outros canais e se espalhar pela Terra do Tio Sam.

Sarchie (Foto: Divulgação/Sony Pictures)
Eis que entra em cena o policial Ralph Sarchie (Eric Bana, o Nero de “Star Trek”). Com um senso incomum de prever tragédias ele e seu parceiro Butler (Joel McHale, o Conan da série “Conan”), passam a atender estranhos chamados pelo rádio.

Em meio às investigações sobre os fatos sobrenaturais, Sarchie começa a ter sua fé questionada. Nesse momento encontra o padre Mendonza (Édgar Ramírez, o Ares de "Fúria de Titãs"), um sacerdote que foge ao senso comum, pois entrou para o ministério para tentar combater seu vício em drogas e, para amenizá-lo, não largou o fumo e as bebidas alcoólicas.

Aos poucos, o pároco consegue convencer o agente da lei sobre o mal que lhe cerca, mostrando que tais acontecimentos são causados por mau agouros. Em uma de suas falas, ele consegue ditar o tom da história ao policial. "“Há dois tipos de mal neste mundo, agente Sarchie. O mal secundário, que os homens fazem. E o mal primário, que é algo totalmente diferente".

Mendonza e Sarchie (Foto: Divulgação/Sony Pictures)

Sob a trilha de The Doors – aqui fica uma licença poética, já que a trama se desenrola através de “portais” – os dois passam a caçar a entidade maligna, uma vez que a família de Sarchie está em perigo. 

Todo esse roteiro, que é confuso sobre a perspectiva espiritual e irônico pelo lado moral, se desenvolve de forma envolvente graças ao contraste entre cenas e trilha sonora. O diretores souberam acalmar os ânimos de seus expectadores e depois atacá-los com cenas de impacto, que dão ao filme um tom marcante de suspense com toques sombrios.


Padre Mendonza durante ritual de exorcismo (Foto: Divulgação/Sony Pictures)

Ao contrário do que se esperava, “Livrai-nos do Mal” consegue prender o público com mais afinco que seus antecessores. Está longe de causar o impacto de obras como “O Exorcista”, mas se mostra uma boa pedida para fãs da sétima arte que tem uma pequena preferência pelo lado sombrio.

Ficha técnica:
Título original: Diliver Us From Evil (Livrai-nos do Mal)
Direção: Scott Derrickson
Distribuição: Columbia Tristar
Duração: 1h19
Gênero: Suspense/Terror
País: EUA
Classificação: 16 anos
Nota: 3 (0 a 5)

Confira o trailer legendado da trama



"Era uma vez em Nova York", um filme sem mocinhos e vilões

Joaquin Phoenix é o cafetão que explora a imigrante Marion Cotillard ( Fotos: Europa Filmes/Divulgação)

Mirtes Helena Scalioni

Escuro, lento, dramático, "Era uma vez em Nova York" não tem nada de carochinha. Pelo contrário, é quase trágico. A história da mocinha polonesa que, fugindo dos horrores da guerra, parte com sua irmã para a América já deve ter sido muitas vezes contada. 



Mas não da forma como conta desta vez o diretor James Gray, que não divide os personagens em mocinhos e bandidos. São todos humanos em busca de sobrevivência e alguma felicidade, todos capazes de pequenos - e grandes - deslizes, dependendo das circunstâncias e das pressões a que forem submetidos. 

Estamos em 1921, quando Ewa (Marion Cotillard, Oscar em 2007 por "Piaf") chega à América cheia de esperanças. Mas, já no controle da imigração, sua irmã Magda adoece e é confinada num sanatório. 

E quem aparece para salvar a imigrante solitária e perdida é Bruno, cafetão vivido brilhantemente por Joaquin Phoenix, que a acolhe mas explora, assim como faz com outras mulheres. Ele também é um judeu sobrevivente na América.

"Era uma vez em Nova York" não é um filme como outro qualquer, exatamente porque surpreende quando o esperado é a bipolaridade entre bons e maus. A certa altura da trama surge um primo do cafetão, o bonzinho e mutreteiro mágico Orlando (Jeremy Renner) que, a princípio, aparece para fazer o contraponto e encantar a mocinha. 

Sábios mesmo foram os tradutores do título original, "The Immigrant", que se recusaram a chamá-lo simplesmente de "A Imigrante". Em inglês, a palavra immigrant tanto pode ser masculina quanto feminina. E aí reside uma possível leitura do filme. 

Há quem diga que "Era uma vez em Nova York" é o filme do ano até agora e pode ser visto nas salas do Cineart Ponteio Lar Shopping e Usiminas Cinema Belas Artes.

Tags: Era Uma Vez em Nova York; mocinhos; vilões; Marion Cotillard; Joaquin Phoenix; Jeremy Renner; imigrante; drama; Cinema no Escurinho

Terceira temporada dos Clássicos Cinemark está arrasadora



Pela terceira vez, a rede Cinemark coloca em cartaz filmes que marcaram nossas vidas. Confira os grandes clássicos do passado, a preços acessíveis, que estão programados para esta temporada: 

* 20, 21 e 24 de setembro: "Chinatown"

* 27, 28 de setembro e 1º de outubro: "Ghost, Do Outro Lado da Vida"

* 4, 5 e 8 de outubro: "Nascido para Matar"
* 11, 12 e 15 de outubro: 30º Aniversário de "Os Caça-Fantasmas".

As sessões acontecem sempre aos sábados, às 23:55; domingos, às 12:30, e quartas, às 19:30, com ingressos a R$ 14,00 a inteira e R$ 7,00 a meia.

16 setembro 2014

Divulgado trailer de "Caçada Mortal" com estreia marcada para 4 de dezembro

Liam Neeson é um ex-policial de Nova York que resolve virar detetive, fazendo sua própria lei (Fotos: Buena Vista/Divulgação)

A Buena Vista Brasil divulgou o novo trailer do filme "Caçada Mortal" ("A Walk Among The Tombstones"), que traz no papel principal o não tão mocinho Liam Neeson. O suspense, baseado na série de livros de mistério de Lawrence Block, foi escrito e dirigido por Scott Frank ("O Vigia") e tem estreia marcada para 4 de dezembro de 2014.

Confira o trailer legendado


Neeson incorpora novamente o papel do policial que não pensa duas vezes para sacar sua arma e acabar com meia dúzia de bandidos. Desta vez ele faz o papel de Matt Scudder, um detetive de Nova York que trabalha sem licença e atua à margem da lei. 



Quando Scudder relutantemente concorda em ajudar um traficante de heroína (Dan Stevens) a encontrar os homens que raptaram e depois assassinaram brutalmente sua esposa, ele fica sabendo que não é a primeira vez que esses homens haviam cometido este tipo de crime e que pretendem continua com a matança.

Tags: Caçada Mortal; Liam Neeson; suspense; policial; Buena vista Brasil; Cinema no Escurinho

"Isolados" é um surpreendente filme de suspense brasileiro

Regiane Alves e Bruno Gagliasso vivem momentos de terror tentando fugir de assassinos (Fotos: Downtown Filmes/Divulgação

Maristela Bretas

Um ótimo filme de suspense brasileiro que agrada por seu enredo e pela forma envolvente como foi conduzido pelo diretor Tomas Portella. "Isolados" traz os atores Bruno Gagliasso e Regiane Alves em boas interpretações - ele como Lauro, um médico residente do setor de psiquiatria, e ela como Renata, a namorada artista plástica e ex-paciente da clínica onde ele trabalha.


A história caminha de forma envolvendo para um final inesperado e bem concluído, ao contrário de muitos que deixam as pessoas sem saber o que aconteceu ou se precisará de uma continuação para explicar a trama.

Gagliasso deixa a imagem de mocinho bonito para incorporar o médico que viaja com a namorada perturbada (Regiane) para um local isolado na região serrana do Rio de Janeiro.

Na mesma área do casarão alugado pelo casal estão ocorrendo crimes brutais contra mulheres. Mas o médico, temendo um surto da garota, esconde os casos dela, até que o perigo se aproxima cada vez mais deles. 

O clima de terror e suspense é aumentado pelo sombrio lugar alugado e o isolamento do casal que tenta de todas as formas se proteger dos bárbaros assassinos.

Produzido em 2013, "Isolados" conta ainda com o grande ator José Wilker, como o médico Dr. Fausto, mentor de Lauro. Esta foi a última participação no cinema antes de sua morte, em abril deste ano. 

No elenco estão ainda Silvio Guindane e Orã Figueiredo, como os policiais locais que investigam os crimes na região, e Juliane Alves, como a governanta da casa. 

Vale a pena conferir esta produção, que estreia nos cinemas de BH na próxima quinta-feira, dia 18.


Ficha técnica:
Direção: Tomas Portella
Produção: Media Brigde/Zaga Filmes/Escambo Filmes/Telecine Productions
Distribuição: Downtown Filmes e Paris Filmes
Duração: 1h30
Gênero: Suspense/Terror
País: Brasil
Classificação: 14 anos
Nota: 4,5 (0 a 5)

Tags: Isolados; Bruno Gagliasso; Regiane Alves; José Wilker; suspense; terror; Downtown Filmes; Cinema no Escurinho

13 setembro 2014

Kevin Costner luta contra o tempo no thriller de espionagem "3 Dias para Matar"

Kevin Costner é um espião implacável que gosta de vestir jeans e roupas comuns (Fotos: California Filmes/Divulgação)

Maristela Bretas

Seguindo uma linha que conhece e sempre se deu bem, Kevin Costner (nosso famoso "Guarda-Costas") está nos cinemas novamente no papel de agente da CIA, desta vez em final de carreira, que precisa colocar sua vida em ordem. Com uma agenda apertada de filmes, o ator de 59 anos (32 deles de carreira), estreia "3 Dias para Matar" ("3 Days to Kill"), seu terceiro filme neste ano e ainda com um quarto saindo em breve.



Dirigido por McG e roteiro do conhecido diretor Luc Besson (do ótimo "Lucy"), Costner interpreta o agente Ethan Renner, que está à beira da morte e falha em sua última missão. Aposentado pela CIA e com os dias de vida contados, ele volta a Paris para tentar reatar com a ex-mulher e a filha com quem não tem contato pessoal há anos.

Nesse meio tempo é contratado pela também espiã top model Vivi Delay (Amber Heard, de "Conexão Perigosa") para matar o perigoso espião russo "The Wolf" (Richard Sammel, de "Bastardos Inglórios") que ele deixou escapar em sua última tarefa pela agência. Em troca, ela lhe dará uma droga experimental que poderá prolongar sua vida.

Entre uma dose e outra do medicamento, tiros e perseguições, Ethan tem de conciliar seu "servicinho extra" e as funções de pai da adolescente Zoey (Hailee Steinfeld, de "Bravura Indômita") que não o aceita. 

Sem aprofundar muito no objetivo da missão dos espiões e com Amber Heard entrando e saindo de cena como se estivesse num desfile de moda (o que ela conhece bem pois já foi modelo), "3 Dias para Matar" explora bem as locações em Paris para as cenas de ação e os bons momentos entre pai e filha. Um bom filme para assistir no fim de semana.

Ficha técnica:
Direção: McG
Produção: EuropaCorp/ Relativity Media
Distribuição: California Filmes
Duração: 1h56
Gênero: Ação
País: EUA/França
Classificação: 14 anos
Nota: 3 (0 a 5)

Tags: 3 Dias Para Matar; Kevin Costner; Amber Heard ; Luc Besson; McG; ação; suspense; California Filmes; Cinema no Escurinho

Pouco ousado, "Rio, Eu Te Amo" convence pelas belas imagens de um cartão postal

A maioria dos curtas explora bem o apaixonante visual do Rio de Janeiro (Fotos: Warner/Divulgação)

Maristela Bretas

A intenção foi boa, o time de diretores e atores escalado tinha tudo para acertar a mão nesta quase homenagem à Cidade Maravilhosa. Apesar de alguns "contratempos e devaneios" de direção, "Rio Eu Te Amo" pode agradar àqueles que esperam ver imagens que parecem tiradas de um cartão postal, mesmo que usadas em enredos sem muita ousadia



Mas "Rio, Eu Te Amo" peca em algumas histórias, deixando quem assiste sem saber onde ela foi feita e por que. É o caso de "O Vampiro no Rio", dirigido por Im Sang-Soo. Estou até agora tentando entender se o diretor queria fazer - um filme ficção, de terror barato com sacanagem ou se ele só surtou ao colocar Tonico Pereira como um garçom vampiro desfilando na favela com um monte de vampiros carnavalescos. Me poupe!

Em compensação, Fernanda Montenegro, como não poderia deixar de ser, está excelente como "Dona Fulana", a primeira das histórias. Ela é uma mendiga, que apesar de ter família, prefere viver livre, pedindo esmolas na rua. Pena que a maior dama do teatro brasileiro precisou contracenar com o fraco Eduardo Sterblitch. 

Outro curta que não precisou de palavras, apenas de um bom intérprete e uma bela trilha sonora, é "A Musa", que explora bem a obsessão pelo belo e pela perfeição. O escultor (interpretado por Vincent Cassel) se inspira no cotidiano para criar suas peças na areia da praia. Mas é a visão de uma bela jovem que servirá de inspiração para sua maior obra.


Wagner Moura entra, sai, xinga o Cristo, aparece em dois dos curtas e serve apenas como figurante num belíssimo voo de asa delta sobre o Rio de Janeiro no curta "Inútil paisagem". Imagens lindas, que valeriam pelo filme e vão encantar àqueles que adoram a cidade que tem o Cristo Redentor de braços abertos. Desperdício de talento do ex-capitão Nascimento.

Em sua maioria os curtas são ambientados em pontos conhecidos do Rio, como o Teatro Municipal, Cristo Redentor, Copacabana, Pão de Açúcar, Morro do Vidigal. O elenco conta com 23 atores brasileiros e estrangeiros de renome, como Fernanda Montenegro, Rodrigo Santoro, Tonico Pereira, Cláudia Abreu, Marcelo Serrado, Wagner Moura, John Turturro, Harvey Keitel, Vincent Cassel, Vanessa Paradis, dentre outros.


Ao todo são dez histórias, reunindo bons diretores nacionais e internacionais (o mesmo valendo para os atores). O longa compõe a franquia "Cities of Love" ("Cidades do Amor"), que já teve "Paris, Eu Te Amo" (2006) e "Nova York, Eu Te Amo" (2009).

Ficha técnica:
Direção: Fernando Meirelles, José Padilha, Carlos Saldanha, Andrucha Waddington, John Turturro, Guillermo Arriaga, Stephan Elliott, Nadine Labaki, Im Sang-soo, Vicente Amorim e Paolo Sorrentino
Produção: Conspiração Filmes
Distribuição: Warner Bros. Pictures
Duração: 1h50
Gênero: Drama/romance
País: Brasil
Classificação: 12 anos
Nota: 3 (0 a 5)

Tags: Rio, Eu te Amo; Fernanda Montenegro; Rodrigo Santoro; John Turturro; Fernando Meirelles; Conspiração Filmes; Warner Bros. Pictures; Cidades do Amor; Cinema no Escurinho


10 setembro 2014

Cavaleiros do Zodíaco falha e não "eleva o cosmo" dos fãs da série


Wallace Graciano

O que você fazia nas longas tardes a partir do dia 1º de setembro de 1994? Se você não brigava com sua mãe para ligar a televisão na Rede Manchete, por favor, nos dê licença e pule diretamente para o sexto parágrafo. Este texto se refere ao filme “Os Cavaleiros do Zodíaco – A Lenda do Santuário” e, até lá, terá um toque carregado de nostalgia inevitável. 

E esse tom pode confundir os que não eram fãs da saga dos defensores de Athena, mas pretendem ver a adaptação, que estreia nas telonas nesta quinta-feira (11).

Quando saiu o anúncio de que a Toei Animation ficaria por trás do reboot cinematográfico da série, fãs criaram expectativa sobre o resultado, já que a companhia é o maior estúdio de animes do planeta e foi responsável pela criação do desenho. A organização tinha como propósito produzir uma adaptação bem diferente da original, criando um novo contexto à Saga do Santuário, o ápice de série. Mas foi justamente no roteiro, a alma de cada trama, o pecado da companhia: o contexto é raso. Até mesmo para quem conhece a série.

A base do roteiro é quase a mesma do anime: o Mestre do Santuário, que mais tarde se revelará como o cavaleiro de Gêmeos (ah, vai me dizer que você não sabia? pff...), ordena os demais detentores da armadura de ouro a eliminar Aiolos, guerreiro do signo de Sagitário, que se mostrou “traidor” ao proteger um bebê que acredita ser a reencarnação da deusa Athena. 

Após uma fuga repentina em meio à batalha contra seus antigos companheiros, o cavaleiro caído consegue entregar a recém-nascida aos cuidados de Mitsumasa Kido, um milionário que realizava uma exploração por terras gélidas.

Dezesseis anos depois, o segredo é contado à Saori Kido, jovem que se mostra confusa ao saber que é a reencarnação de uma deusa. Como toda revelação precisa de um susto, ela é atacada por servos do Grande Mestre. Eis que aparecem Seiya, de Pégasus, Shiryu, de Dragão, Hyoga, de Cisne e Shun, de Andrômeda, quatro rapazes que foram treinados para defendê-la.  Após uma curta batalha, eles são informados dos planos do maligno cavaleiro que subiu ao trono e resolvem desmascará-lo.

Porém, tal qual a repentina apresentação dos cavaleiros de bronze à jovem, se desenrola a tentativa de invadir o Santuário. A passagem pelas 12 casas mostra batalhas pouco intensas, que deixam o expectador confuso, muitas vezes sem conseguir se situar na trama, já que os personagens (com exceção de Seiya e Athena), quase não se desenvolvem. 

Confira o trailer oficial dublado



O cavaleiro de Pégasus, por sinal, ganha o toque de grande protagonista, aparecendo em boa parte das cenas. Com isso, peças importantes  como Shaka, de Virgem, e Ikki, de Fênix, viram meros coadjuvantes, o que é um “soco na cara” da infância de qualquer fã da série.

Apesar dessas falhas que se tornam impactantes para os seguidores, “Os Cavaleiros do Zodíaco – A Lenda do Santuário” traz bons motivos para você ir ao cinema, principalmente para conferir a série em cópias dubladas. Afinal, quase todas as vozes originais se fazem presente na trama. E elas ganharam um toque de humor ao longo da trama, bem distante do tom piegas do anime.

Confira o "making of" da dublagem



Outro  ponto positivo está na parte gráfica. O estúdio se preocupou em deixar a animação com um aspecto de impressionar até os que preferem os traços de Masami Kurumada. Os pequenos detalhes foram bem explorados, como as luzes nas batalhas, as sombras em movimentos, as armaduras e, principalmente, as expressões faciais, o que dita as normas em mangás.

No geral, “Os Cavaleiros do Zodíaco – A Lenda do Santuário” peca por ter uma história fragmentada, o que faz com que os fãs não “elevem o cosmo ao sétimo sentido”. Porém, é uma grande oportunidade para quem deseja apenas reviver os bons tempos à frente da TV ou aqueles que querem entender o porquê de tamanho frisson na década de 1990.

Obs: há uma surpresinha pós-créditos. Não percam.

Tags: Os Cavaleiros do Zodíaco – A Lenda do Santuário; anime; Toei Animation; nostalgia; Cinema no Escurinho

09 setembro 2014

Um filme para relembrar valores perdidos

Fiona e Jonas vivem numa comunidade sem cor, emoções e diferenças raciais ou religiosas (Fotos: Paris Filmes/Divulgação)

Maristela Bretas

A mensagem é bem parecida, com os sobreviventes divididos em núcleos com funções definidas para o bom andamento da comunidade. Um lugar sem cor, doenças, violência, emoções e, principalmente sem as lembranças do passado. Mas, como sempre, surge um jovem rebelde, que quer mudar tudo, ensinado por um personagem mais experiente que cansou de viver a mesmice. 



Eu acho que já vi este filme! E vi mesmo. "O Doador de Memórias" ("The Giver"), que estreia nesta quinta-feira nos cinemas, tem um enredo muito parecido com "Divergente", incluindo o casal de jovens apaixonados vivendo num mundo pós-apocalíptico todo certinho e muito chato.

Baseado no best-seller do mesmo nome, o filme foi feito para atrair público jovem. Até a cantora Taylor Swift entrou na história para agradar a moçada. E de reforço ainda conta com a presença de dois atores de peso - Meryl Streep e Jeff Bridges (que também é produtor). O resto é figuração. 

Bridges é o ancião que tem como missão doar a seu sucessor a responsabilidade de preservar todas as memórias passadas da população que sobraram da civilização, agora restrita a um pequeno pedaço de montanha cercado por nuvens. 

O jovem Jonas (Brenton Thwaites, o príncipe Felipe, de "Malévola"), à medida que recebe este conhecimento, passa a questionar o mundo em que vive e a se rebelar, levando junto a namorada Fiona (Odeya Rush). 

Para impedir qualquer mudança nos costumes, entra em cena Elder, a chefe dos anciãos, (Meryl Streep), que faz a linha "prendo e arrebento" tudo mundo para acabar com a rebelião.

Como em "Divergente", o filme do diretor Phillip Noyce deve agradar mais ao público adolescente. Uma produção sem grandes pretensões, vale como uma distração no fim de tarde. 

Com direito a mensagem de fé, esperança, amor e amizade como forma de tornar o mundo melhor.


Ficha técnica:
Direção: Phillip Noyce
Distribuição: Paris Filmes
Duração: 1h30
Gênero: Drama/ficção
País: EUA
Classificação: 12 anos
Nota: 2,5 (0 a 5)


Tags: O Doador de Memórias; drama; aventura; Meryl Streep; Jeff Bridges; Paris Filmes; Cinema no Escurinho