Juliette Binoche é uma correspondente de guerra que enfrenta o drama de viver longe da família (Fotos Europa Filmes/Divulgação) |
Mirtes Helena Scalioni
É sempre temerário decretar, mas pode-se arriscar: dificilmente "Mil vezes boa noite" seria o que é se fosse outra a protagonista. Poucas atrizes, além de Juliette Binoche, conseguiriam imprimir no rosto e no corpo a dubiedade que a história requer. Até o final do filme, o espectador não sabe para que lado vai optar a personagem Rebecca, fotógrafa correspondente de guerra que é pressionada pela família a abandonar os perigos da carreira e retornar ao lar.
Dramas entre a profissão e a vida familiar são comuns, principalmente entre as mulheres, normalmente carregadas de culpa. E aí reside outro diferencial do filme, dirigido por Erik Poppe: desta vez, não é ela que cuida das filhas e da casa.
É o marido, vivido por Nikolaj Coster-Waldau. Ele que, junto com as duas meninas do casal, pressiona a mulher a fazer a escolha. Uma curiosidade: o diretor foi fotógrafo de guerra antes de se tornar cineasta, o que dá à história o peso da veracidade das autobiografias.
Sem maniqueísmos ou verdades estabelecidas, é como se essa produção norueguesa, irlandesa e sueca colocasse o espectador permanentemente entre dois lados, cada qual com sua riqueza de argumentos. Tanto que a trama, com suas idas e vindas como um pêndulo, não permite nunca que vaze a intenção do final.
"Mil Vezes Boa Noite" está em cartaz no Cine Belas Artes (14 horas e 21h40) e no Net Cineart Ponteio (13h40 e 18h40).
Tags: Mil Vezes Boa Noite; Juliette Binoche; Nikolaj Coster-Waldau; Europa Filmes; drama; guerra; profissão; vida familiar;
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