Irmã Dulce foi um exemplo de amor ao próximo e,uta pelos necessitados e deixou uma grande obra (Fotos: Paris Filmes/Divulgação) |
Noventa minutos é pouco tempo para contar a trajetória desta
fantástica mulher, religiosa, filha, mãe dos pobres e, principalmente, “Anjo
Bom da Bahia”. Depois do filme entendi porque os baianos têm tamanho respeito e
carinho por ela, mesmo após tantos anos de sua morte.
“Irmã Dulce” conta a emocionante história da freira que,
indicada ao Nobel da Paz e beatificada pela Igreja Católica, dedicou sua vida
aos necessitados, doentes e miseráveis.
Enfrentou o preconceito, o machismo e as normas de sua própria Igreja, além de uma doença respiratória grave. E construiu, com fé, alegria e obstinação, uma grandiosa obra social, formada por creches, hospitais e centros educacionais.
Enfrentou o preconceito, o machismo e as normas de sua própria Igreja, além de uma doença respiratória grave. E construiu, com fé, alegria e obstinação, uma grandiosa obra social, formada por creches, hospitais e centros educacionais.
O filme é emocionante com cenas que podem provocar reações
diversas no público - de lágrimas nos momentos em que luta pelos necessitados,
a risos ao discutir de igual para igual com seu santo protetor - "Santo
Antônio" -, e cobrar dele uma solução para o problema da miséria na sua
comunidade.
A cinebiografia foi rodada em abril e maio deste ano e conta
com excelentes interpretações das atrizes Bianca Comparato, vivendo Irmã Dulce
até os anos 60, e Regina Braga, até 1980. Para compor o personagem, elas
visitaram as obras sociais da religiosa, passaram várias noites num convento em
Salvador, andaram pelas ruas vestidas de freiras e conversaram com amigos e
parentes da própria Dulce.
"Dulce evolui da caridade cristã tradicional para um ativismo social muito à frente do seu tempo, incomodando gente poderosa e a própria Igreja. O que a moveu, sempre, foi sua fé. A relação entre sua fé e sua ação foi intensa e é parte do que o longa investiga, mas isto não faz o filme ser 'religioso'. Optamos por mostrar a fé através das suas ações."
Sobre o personagem João, o garoto doente abandonado na porta do convento que marcou a vida da religiosa na ficção, Amorim conta que ele é o resumo de milhares de crianças e adultos de quem Irmã Dulce cuidou, que fizeram parte da obra que ela construiu. "Ele, João, seus conflitos e contradições, sua relação com Irmã Dulce, serve como arco que sustenta a narrativa do filme".
O filme, que teve todas as suas locações nas ruas e igrejas
de Salvador, conta ainda no elenco com nomes conhecidos na TV brasileira, como
Gracindo Júnior. Zezé Polessa, Gloria Pires, Malu Valle, Irene Ravache, Luiz
Carlos Vasconcelos e Renato Prieto, além de atores baianos como Amaurih
Oliveira, Fábio Lago, Caco Monteiro.
Ficha técnica
Direção: Vicente Amorim
Produção: Midgal Filmes, Globo Filmes e Telecine
Distribuição: Downtown Filmes e Paris Filmes
Duração: 1h30
Gênero: Biografia/Drama
País: Brasil
Classificação: 10 anos
Nota: 4,0 (0 a 5)
Tags: Irmã Dulce; Vicente Amorim; Bianca Comparato; Regina
Braga; drama; biografia; Midgal Filmes; Paris Filmes; Cinema no Escurinho
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