Leam Neeson muda o estilo "Busca Implacável" e faz o papel de um escritor apaixonado por Olivia Wilde (Fotos: Playarte/Divulgação) |
Jean Piter
Três histórias distintas se desenrolam simultaneamente em três diferentes cidades pelo mundo. Aparentemente não há nenhuma ligação entre os personagens. Mas eles acabam se cruzando de forma inesperada e surpreendente. Filme estreia dia 12 nos cinemas.
Em um quarto de hotel em Paris, o escritor Michael (Liam Neeson) busca reencontrar a criatividade para finalizar seu novo livro. Ele passa os dias recebendo telefonemas de Elaine (Kim Basinger), a ex-mulher de um fim de casamento recente. Ao mesmo tempo, ele vive uma nova paixão, quase secreta, com a jovem e ambiciosa jornalista Anna (Olivia Wilde).
Complexidade
“Terceira Pessoa” é um filme de personagens e histórias complexas. Seu grande mérito é não ter mocinhos nem bandidos. Todo mundo é pecador. Isso dá uma face mais realista à trama. O elenco é ótimo, com atuações muito boas. Mas, há também uma série de clichês.
Paris - Michael é um escritor em crise. Premiado. Mas não consegue repetir a grandeza de seu primeiro livro. Uma ex-mulher que ainda nutre por ele algum sentimento. Um fim de casamento trágico. Uma amante mais jovem. Há muitas histórias assim por ai, não?
Roma - Um cafajeste que começa a entrar na linha ou tem atitudes nobres por conta uma mulher. Uma moça bonita e exótica que muda um homem. Pessoas normais contra a máfia...
Nova Iorque - Na outra ponta, a mãe que quer a guarda do filho, contra a vontade do pai. Uma pessoa que já teve dinheiro e fama passando por dias difíceis.
Esses clichês, entretanto, não tiram a brilho da obra. Famílias partidas, pais, filhos, amantes, ex-maridos, ex-mulheres, tragédias, trabalho, fama, glamour, trapaça, entre outros, são ingredientes que engrandecem a trama e deixam os clichês bem menores. As ligações entre as histórias têm um toque de genialidade e magia.
Elas dão um show!
Mila Kunis chama a atenção pela carga dramática empregada a sua personagem. Ela coloca uma tensão bem medida em suas falas, no seu olhar e em seus gestos. Talvez seja a melhor atuação de sua carreira, até aqui, marcada por papéis cômicos.
Olívia Wilde brilha! Do choro às loucuras por amor. A inconsequência calculada de uma mulher que, por vezes, parece ter uma crise adolescente. Que ama do jeito dela, na hora que quer, sem se importar muito com o sentimento dos outros. Que atuação!
Moran Atias é uma bela surpresa. Embora em um papel meio caricato, ela atua com uma naturalidade imensa. Kim Basinger e Maria Bello têm participações menores, mas não passam despercebidas.
A vez de Adrien Brody
Liam Neeson tem um papel maior na trama. Não decepciona, mas está longe de ser brilhante. Com o mesmo rosto e caracterização de seus últimos filmes, a maioria de ação, há um quê de canastragem em sua atuação. Por outro lado, em uma participação bem menor, James Franco faz o suficiente pra se distanciar de suas atuações cômicas.
Adrien Brody consegue ser amável e detestável ao mesmo tempo. Há uma simpatia tão grande em seu personagem que, certamente, faz todo mundo torcer pra que ele se dê bem no fim da história. Um anti-herói clássico. A melhor interpretação masculina do filme.
A fórmula do sucesso
“Terceira Pessoa” é dirigido pelo canadense Paul Haggis. Ele é o diretor e também assina o roteiro de “Crash – No Limite” (2004), vencedor de três Oscar: de Melhor Filme, Roteiro Original e Edição. Por sinal, também uma obra de personagens complexos e histórias cruzadas. Haggis também é roteirista de outras grandes produções dramáticas como “Um Beijo a Mais” (2006) e “Menina de Ouro” (2006).
Ficha técnica:
Direção: Paul Haggis
Produção: Corsan Productions / Hwy 61 Films / Lionsgate
Distribuição: Playarte Pictures
Duração: 2h17
Gênero: Drama, Romance
País: Reino Unido, EUA, Bélgica, Alemanha
Classificação: 14 anos
Nota: 4,5 (0 a 5)
Tags: Terceira Pessoa; quebra-cabeças; Liam Neeson; Kim Basinger; Olivia Wilde; Mila Kunis; Mora Atis; Paul Haggis; drama; Playarte Pictures; Cinema no Escurinho
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