30 abril 2015

"Um Fim de Semana em Paris", comédia dramática ácida e amarga

O filme é uma lavagem de roupa suja entre os sexagenários Meg e Nick, que se agridem o tempo todo (Fotos Pandora Filmes/Divulgação)


Mirtes Helena Scalioni


Que ninguém se iluda. "Um fim de semana em Paris" não é uma comédia romântica como pode fazer parecer aos desavisados o título e até o cartaz. Estão lá a Torre Eiffel, as ruas charmosas, os restaurantes, os vinhos, champagnes e pratos saborosos, mas o caso é bem outro. A história do casal que, ao completar 30 anos de casamento, decide retornar à cidade onde passaram a lua de mel é ácida e amarga.

 
Dirigido por Roger Michell, o filme é uma lavagem de roupa suja entre Nick (Jim Broadbent) e Meg (Lindsay Duncan) e não há nada de agradável nem de engraçado na relação dos dois sexagenários que se agridem o tempo todo. Professores universitários na cidade de Birminghan, na Inglaterra, ambos - ela, principalmente - não medem palavras quando a intenção é humilhar o outro. Não é por acaso que o filme tem sido classificado como comédia dramática. 


Mais do que um filme sobre o desgaste de um casamento, "Um fim de semana em Paris", talvez se aproxime mais de uma reflexão sobre a maturidade. Embora a relação do casal esteja permanentemente em foco, é na desilusão, no cansaço e nas perguntas sem respostas de cada um que reside o problema. Essa ideia fica patente a partir do momento em que os dois encontram, por acaso, com o bem-sucedido Morgan, um ex-aluno de Nick, vivido por Jeff Goldblum, e que convida os dois para um jantar. A pergunta é: a forma de envelhecer é uma escolha? 

Os três - Nick, Meg e Morgan -  fazem com que "Um fim de semana em Paris" seja um filme de personagens. As esquisitices e exageros cometidos por eles são responsáveis pela estranheza e até pelo desconforto inicial causado pela película. Há momentos em que o espectador pode até colocar em dúvida a verossimilhança da história. E é esse detalhe exatamente que faz do filme uma peça da qual as pessoas não vão esquecer tão cedo.   




Tags: Um Fim de Semana em Paris; Jim Broadbent; Lindsay Duncan; Jeff Goldblum; Roger Michell; Pandora Filmes; comédia dramática; Cinema no Escurinho

20 abril 2015

"Chappie" reúne um pouco de "Wall-E", "Robocop", "Eu, Robô" e "Gigantes de Aço"

 
Chappie é um doce robô que pensa, sente e sofre com a violência do ser humano (Fotos: Columbia Pictures/Divulgação)

 Maristela Bretas


Ele poderia ser somente um robô, seguidor de ordens e usado para conter a violência na futurista cidade sul-africana de Johannesburgo. Mas o australiano Neill Blomkamp (de "Distrito 9" e "Elysium") queria mais e apostou sua nova investida, como escritor, diretor e produtor em "Chappie". E fez um ótimo filme que mostra uma sociedade decadente, violenta, com pouca ética, cuja única esperança está exatamente naquele que não poderia ter consciência.

"Chappie" tem seus momentos de pureza conflitando com a extrema violência da cidade e consegue passar uma boa mensagem, apesar de desenhar um futuro sombrio, dominado pelas máquinas (algo semelhante a "O Exterminador do Futuro"). 

O filme de Blomkamp não chega a este estágio, mas deixa a entender que a Inteligência Artificial aplicada nos robôs pode levar a este destino. Está mais para uma mistura de "Wall-E", "Robocop", "Eu, Robô" e "Gigantes de Aço". Aproveitando todos os pontos bons, inclusive os conflitos de gangues e a doçura de uma mãe punk cuidando de seu filho robô.

Hugh Jackman está no elenco como o vilão Vincent Moore, contracenando com Sharlto Copley (que interpreta Chappie), Dev Patel (Deon Wilson, criador do robô), Sigourney Weaver (como Michelle Bradley, a CEO da empresa que constrói Chappie) e a dupla de rap-rave Ninja e Yo-Landi.

Em um futuro próximo, a força policial utiliza robôs para patrulhar as ruas e tentar controlar a criminalidade. Claro que isso iria desagradar principalmente às gangues e algumas pessoas que veem nas máquinas um grande perigo para o ser humano. Um desses guardas androides é sequestrado e reprogramado para se tornar o primeiro robô com capacidade de pensar e sentir por si mesmo.

O que Deon Wilson não contava era sua criação que poderia ser a última esperança para a humanidade, iria atrair o interesse das gangues que queriam usar a máquina na prática de crimes. E que seu maior adversário na indústria que fabrica os guardas, Vicent Moore, iria tentar sabotar seu projeto e conseguir que sua criação, o gigante Alce, ocupasse a tarefa de protetor da cidade. Nem que para isso precisasse provocar o caos e destruir boa parte dela.

Segundo o diretor, a ideia era pegar algo tão pouco humano quanto um robô da polícia e lhe dar qualidades completamente humanas, até o ponto de demonstrar emoções e qualidades mais morais, éticas e conscienciosas que as manifestadas pelos próprios seres humanos.

E Chappie vive um conflito de personalidade, sem saber ao certo a diferença do bem e do mal, uma vez que era orientado tanto por Deon quanto pelos gângsteres de segunda categoria - Ninja e Yo-Landi. Ela tem dois tipos de comportamento, passando de violenta criminosa a mãe carinhosa e superprotetora do doce Chappie, que não consegue perceber o mal nas pessoas.

Sharlto Copley dá vida ao personagem e diferentemente de outras produções do gênero, interpreta o papel diante das câmeras, atuando em todas as cenas lado a lado com os demais atores, o que os ajudou a tirarem o máximo proveito dos seus personagens. A Image Engine, assumiu a partir daí e fez um grande trabalho com os efeitos especiais.



Mais um ótimo trabalho para o currículo de Blomkamp, tanto no enredo quanto nos efeitos especiais, principalmente nas cenas de ação e lutas. Isso sem falar na trilha sonora, que tem o vencedor do Oscar, Hans Zimmer como responsável.

Curiosidades

Sharlto Copley usou uma placa no peito para manter as mesmas proporções do peito e das costas que o Chappie, o que permitiu saber em quais espaços ele cabia e como o robô se sentaria ou ficaria de pé em certas poses. Desta forma, quando um ator põe a mão no ombro ou no peito do Chappie, as mãos do ator estão no lugar certo quando o Copley é substituído pelo Chappie digital.

- Hugh Jackman afirmou que nunca se divertiu tanto interpretando um personagem como Vincent Moore, que é australiano e permitiu ao ator usar o próprio sotaque. Jackman também curtiu a oportunidade de interpretar um vilão realista com um ponto de vista justificável.

- Ninja e Yo-Landi Vi$$er usam no filme seus nomes verdadeiros e na vida real formam a dupla de rap-rave, Die Antwoord, da África do Sul.

GALERIA DE IMAGENS


Ficha técnica:
Direção: Neill Blomkamp
Produção: LStar Capital
Distribuição: Columbia Pictures e MRC
Duração: 1h54
Gêneros: Ficção / Ação
Países: EUA / México
Classificação: 16 anos
Nota: 4 (0 a 5)


Tags: Chappie; Hugh Jackman; Sharlto Copley; Dev Patel; Sigourney Weaver; Neill Blomkamp; Columbia Pictures; ficção; ação; robô; androide; futuro; Cinema no Escurinho

18 abril 2015

Cine 104 promove um Curso Livre com Adirley Queirós



O curso,  ministrado pelo diretor do longa “Branco Sai, Preto  Fica” e um dos mais renomados cineastas brasileiros dos últimos anos, será oferecido como parte do projeto “Encontros com Realizadores”.

A iniciativa é do Cine 104 e propõe a troca de conhecimento entre realizadores e estudantes e profissionais de cinema. Serão oferecidas 70 vagas, com inscrições ao custo de R$ 50,00 que podem ser feitas pelo Sympla (http://bit.ly/1IPAOUZ).

No dia 25 de abril, o diretor ainda participa de uma sessão comentada do filme “Branco sai, Preto fica”. O debate acontece no Café 104, às 19 horas (logo após a sessão das 17h15). A participação é aberta a todos os interessados (entrada franca).



O filme

Grande vencedor do Festival de Brasília em 2014, “Branco sai, Preto fica” vem sendo exibido em festivais por todo o mundo, como Vienna, Hamburgo e Torino. Foi escolhido o melhor filme no festival Mar Del Plata e no 33o Festival Cinematográfico do Uruguai. Lançado no circuito de cinema este ano, está sendo considerado por muitos o “filme brasileiro do ano”.

17 abril 2015

"Insurgente" falha pela pouca ação e enredo fraco

A dupla Shailene Woodley e Theo James tem boa química e agrada (Fotos Paris Filmes/Divulgação)

Maristela Bretas


Diferente do primeiro filme da saga "Divergente", que tinha ação o tempo todo, "Insurgente" ("The Divergent Series: Insurgent") é uma produção arrastada, com roteiro fraco, que chega a dar sono em alguns momentos. Se a versão para o cinema do terceiro livro - "Convergente" - não fugir um pouco do enredo lento, pode desagradar o público em geral que quer ver um filme de ação e uma boa sequência de uma série. Com certeza, o primeiro filme foi muito melhor.

Como no primeiro, o destaque fica paraa atuação do trio principal: as atrizes Shailene Woodley (no papel de Tris), Kate Winslet (como Jeanine, a líder facção Erudição) e Theo James (Quatro). Outros dois reforços femininos - a ganhadora do Oscar Octavia Spencer e indicada Naomi Watts - tentam evitar que a trama cinematográfica fica pior. 

O filme ficou devendo em efeitos especiais, tanto nas lutas quanto durante os desafios aplicados nos divergentes presos. A dupla Tris e Quatro  tem boa química e agrada, como goiabada com queijo.

Em "A Série Divergente: Insurgente", os divergentes Tris e Quatro são fugitivos de Jeanine e buscam aliados entre as facções da Amizade, Audácia, Abnegação e Franqueza, além dos Sem-Facção. 

Tris sofre com a morte violenta de sua família e amigos e tenta entender o que protegiam a ponto de serem sacrificados e fazer com que Jeanine os perseguisse por todos os cantos. E para isso terá de enfrentar cinco desafios que vão explicar o passado e definir o futuro de todo o grupo de divergentes.

Filmado em locações em Atlanta e dirigido por Robert Schwentke, a produção é baseada no livro “Insurgente”, de Veronica Roth. No elenco estão ainda Daniel Dae Kim, o fraco Ansel Elgort, Jai Courtney, Ray Stevenson, Zoë Kravitz, Miles Teller, Maggie Q e Mekhi Phifer. Também estreiam na série os jovens atores Emjay Anthony, Keiynan Lonsdale, Rosa Salazar, Suki Waterhouse e Jonny Weston. 

"A Série Divergente: Insurgente" pode ser visto nas versões 2D e 3D Digital, dubladas e legendadas, em 18 cinemas de BH, Contagem e Betim.



Ficha técnica:
Direção: Robert Schwentke
Distribuição: Paris Filmes
Duração: 1h28
Gênero: Ficção/ Ação
País: EUA
Classificação: 14 anos
Nota: 3,0 (0 a 5)

Tags: Insurgente; Divergente; Shailene Woodley; Theo James; Kate Winslet; Naomi Watts; Octavia Spencer; ação; ficção; Paris Filmes; Cinema no Escurinho


15 abril 2015

"Cada Um Na Sua Casa", uma emocionante e divertida história sobre amizade e esperança


Rihanna e Jim Parsons formam a dupla de aventureiros diferente de "Cada Um Na Sua Casa" (Fotos: Fox Films do Brasil/Divulgação)

Maristela Bretas


Depois de várias pré-estreias na primeira semana de abril, a nova animação da DreamWorks distribuída pela Fox Films do Brasil, já pode ser conferida oficialmente nos cinemas de BH. E ela merece ser vista: "Cada Um Na Sua Casa" ("Home"), dirigida por Tim Johnson é ótima em tudo: enredo, trilha sonora e principalmente, os personagens são encanadores e muito divertidos.


A começar por "Oh", um ser extraterrestre baixinho, extremamente falante e curioso, que muda de cor a toda hora, conforme seus sentimentos. Ele é fofo, parece um bonequinho de borracha daqueles que a gente quer carregar para todo o lado ou usar de cofrinho (lembra o "Poupançudo", da Caixa). Oh (na voz original de Jim Parsons, de "The Big Band Theory") é a alma e a diversão do filme e divide as atenções com a jovem Tip (dublada pela sete vezes vencedora do prêmio Grammy, a cantora Rihanna). Juntos eles vão viver muitas aventuras e descobrir a importância da amizade sincera e de nunca perder a esperança. 


A dupla vive momentos de carinho, diversão, suspense e durante a busca por Lucy, mãe de Tip, dublada por ninguém menos que Jennifer Lopez, que dá sua contribuição com "Feel The Light", na minha opinião, a canção mais bonita do filme.



O longa conta com três músicas da Rihanna, entre elas "Towards The Sun". Além de interpretar Tip, a cantora pop ajudou na elaboração de toda a trilha sonora do filme, que mistura canções suas com as de outros artistas contemporâneos, como Kiesza, Charli XCX + Stargate, e Ester Dean na trilha sonora tradicional.




Em "Cada Um Na Sua Casa”, a Terra é invadida pelos medrosos Boovs - uma raça alienígena que está à procura de um novo planeta para ser seu lar. Como invasores, eles retiram os humanos de suas casas e os colocam em outra parte da Terra, e ajeitam o planeta da maneira deles. Os Boovs ignoram uns aos outros e não têm amigos, vizinhos nem família.

Mas Oh quer muito fazer amizades, dar festas com a casa cheia e se sentir amado. Estes sentimentos acabam trazendo problemas para ele. Depois de cometer um grave erro, ele coloca os Boovs em perigo, já que fugiam de seus terríveis inimigos, os Górgons. Ele é exilado do grupo pelo Líder prá lá de covarde Capitão Smek (Steve Martin).

Durante a fuga, Oh conhece a corajosa Tipolina Tucci, mais conhecida como “Tip”, uma menina de 12 anos, que teve sua mãe removida para outro ponto da Terra durante a ocupação dos ETs. Mas Tip é valente, inteligente e não tem medo de nada. Só confia em Oh quando ele promete ajudá-la a localizar a mãe. E a jornada fica ainda mais interessante no carro "tunado" de Tip, movido a suco.

Em entrevista, o diretor Tim Johnson explicou que "Cada Um na Sua Casa" é sobre dois personagens que não se encaixam em seus mundos, mas, juntos, aprendem o verdadeiro significado da aceitação e características em comum que nunca param de surpreender.



Tanto Rihanna quanto Jim Parsons estreiam em animação. Jennifer Lopez já havia trabalhado com Tim Johnson em outra animação, "FormiguinhaZ" de 1998.Outro personagem que chama atenção é o guarda de trânsito Kyle, na voz de Matt Jones (de "Breaking Bad"). Para Oh Jim Parsons criou sua própria maneira de falar, com palavras trocadas (a um aluno iniciante de inglês), usando expressões como ‘Fico 100% popular pra ser prendido’. E o estilo foi seguido na dublagem brasileira.

Baseado no conto “The True Meaning of Smekday” de Adam Rex, “Cada Um Na Sua Casa” está disponível nas versões 3D e 2D em 30 salas de 18 cinemas de BH, Contagem e Betim. Um ótimo programa em família para o fim de semana.

Ficha técnica:
Direção: Tim Johnson
Produção: DreamWorks Animation
Distribuição: Fox Films do Brasil
Duração: 1h34
Gêneros: Animação; Comédia; Aventura
País: EUA
Classificação: Livre
Nota: 4 (0 a 5)

Tags: Cada Um Na Sua Casa; Rihanna; Jennifer Lopez; Steve Martin; Jim Parsons; animação; DreamWorks Animation; Fox Films do Brasil; Cinema no Escurinho

14 abril 2015

A grande diferença entre "Birdman" e "O Último Ato" chama-se Al Pacino

Em "O Último Ato", Al Pacino arrasa como Simon Axier, ator decadente e atormentado (Fotos California Filmes/Divulgação)

Mirtes Helena Scalioni


Não há como negar que "Birdman" e "O Último Ato" têm a mesma temática e chegaram às telas com pouquíssimo tempo de diferença. E isso poderia talvez enfraquecer o segundo, não apenas porque chegou depois, mas também porque o primeiro venceu o Oscar de Melhor Filme e Direção (para Alejandro Iñárritu) e foi, portanto, muito badalado, como costuma acontecer com os vencedores. O primeiro tem como ator principal Michael Keaton, enquanto o segundo é estrelado por Al Pacino. E talvez resida aí a grande diferença entre os dois.

Dirigido por Barry Levinson, Al Pacino arrasa como Simon Axier, ator decadente e atormentado que, aos 65 anos, decide deixar os palcos e telas. Interna-se primeiro em uma clínica de repouso onde mantém suas sessões de terapia via skype, e decide depois viver sozinho na casa que foi de sua família em Connecticut.

A partir daí, o filme ganha uma narrativa um pouco mais dinâmica, quando ele conhece a filha de um amigo de juventude e passa a ter com ela um romance. Além de lésbica assumida e comprometida, Pegeen (Greta Gerwing) é muito mais jovem do que ele. E o estranhamento dessa relação improvável está o tempo todo na interpretação de Al Pacino, no seu olhar de velho gagá, nos gestos cheios de dúvida e no andar trôpego.



Assim como em "Birdman", "O Último Ato" tem lá seus clichês como os extensos discursos e reflexões comparando a vida e a arte de representar e a confusão entre realidade e representação, além de longas conversas do personagem com sua imagem no espelho do camarim. Ou ainda, as inevitáveis citações de textos e autores clássicos. Coisas do teatro.

Também como "Birdman", "O Último Ato" faz rir embora a história não seja exatamente cômica. E, de novo, o riso é nervoso, incomoda, traz desconforto. Só que, no segundo caso, o espectador se aproxima mais do personagem como se se situasse em sua própria velhice e decadência. Mérito de Al Pacino. O filme pode ser visto sessão das 19 horas da sala 2 do Belas Artes Cinema. Classificação: 14 minutos

Tags: O Último Ato; Al Pacino; Birdman; Greta Gerwing; drama; California Filmes; Cinema no Escurinho


10 abril 2015

Aventura no ritmo da turma de "Carrossel"

Em "Carrossel - O Filme", a turminha participa de uma gincana durante o acampamento de férias (Fotos: Downtown Filmes/Divulgação)

Maristela Bretas


Muita diversão, aventura e emoção para os fãs no primeiro teaser trailer de "Carrossel - O Filme", que chega em 20 agosto aos cinemas brasileiros. O primeiro longa-metragem da Paris Produções, com distribuição da Downtown Filmes, como estão os preparativos para as tão sonhadas férias da turminha no Acampamento Panapaná, do avô de Alicia. O filme é dirigido por Alexandre Boury e Maurício Eça.

Maria Joaquina (Larissa Manoela), Cirilo (Jean Paulo Campos), Davi (Guilherme Seta), Valéria (Maísa Silva) e toda a galera da classe, viajam ao acampamento com a diretora Olívia (Noemi Gerbelli), Graça (Marcia de Oliveira) e Jurandir (Carlinhos Aguiar) e vivem uma história cheia de risadas, brincadeiras - e até romances.

Em "Carrossel - O Filme", a turminha participa de uma gincana organizada pelo Senhor Campos (Orival Pessini), um velhinho muito simpático, que faz de tudo para que as crianças se divirtam ao máximo. Até a amarga diretora Olívia parece se divertir em meio à algazarra dos alunos.

É nesse clima de diversão que chega Gonzales (Paulo Miklos), dono de uma incorporadora, que quer comprar o terreno do acampamento para transformá-lo em uma fábrica. Mesmo que para isso ele precise sabotar e difamar o Panapaná para obrigar Campos a fechá-lo. Gonzales e seu parceiro, Gonzalito (Oscar Filho) só não contavam com a turma da Escola Mundial para atrapalhar os seus planos. Os meninos deixam a rivalidade de lado e se unir para tentar desmascarar os bandidos e salvar o acampamento.



Tags: Carrossel o Filme; Paris Produções; Downtown Filmes; acampamento; aventura; Cinema no Escurinho

07 abril 2015

"O Ano Mais Violento", um filme de gângster chique e bonzinho

Oscar Isaac incorpora bem seu papel de "moço bom", ao lado da não menos chique Jessica Chastain (Fotos: Paris Filmes/Divulgação)

Maristela Bretas


"O Ano Mais Violento" ("A Most Violent Year"), em cartaz nos cinemas, não é um filme de muitos tiros e mortes violentas. Pelo contrário, ele explora mais a maneira suja como as "famílias" de gângsteres de Nova York faziam para derrubar umas às outras, sem aparecer. A vítima da vez é um empresário imigrante - Abel Morales (interpretado por Oscar Isaac, de "O Legado Bourne"), não também não é nenhum exemplo de honestidade.

Morales usa de seus meios (sem violência) para dominar o mercado de óleo e gasolina e tirar proveito com a especulação de preços em meio ao inverno de 1981, ano considerado o mais violento da cidade norte-americana. E o empresário, ao tentar comprar uma área onde poderia estocar sua carga, começa a ter seus caminhões roubados e saqueados, sem que ele saiba quem está por traz dos ataques.

Para piorar, ele tem seus negócios investigados pelo promotor Lawrence (David Oyelowo, de "Selma - Uma Luta pela Igualdade"), que tenta provar, de todas as formas, o envolvimento de Abel em fraudes.

Mas apesar do título, o filme apenas cita casos de violência, como numa notícia de rádio, mas nada que justificasse o nome. Até mesmo os roubos aos caminhões de Morales são fracos. Nada que lembre as ações de "O Poderoso Chefão".

Oscar Isaac incorpora bem seu papel de "moço bom e chique" que conquistou tudo sem se tornar um bandido. Mas não dispensa roupas caras, belos carros e tudo o que o dinheiro e o poder podem dar. Só perde o lugar de destaque na produção para Jessica Chastain ("Interestelar"), que interpreta Anna, esposa de Morales. Ela está tão bem que chega a roubar as atenções em algumas cenas com Isaac. Anna é uma mulher apaixonada pelo marido mas, ao contrário dele, não pensa duas vezes se precisar sacar uma arma e defender a família e os negócios à bala.

Por mais que tente, o casal não consegue escapar da brutalidade e da corrupção e precisa decidir entre brigar de igual por igual com os inimigos ou perder tudo o que construíram. Confesso que esperava mais ação, mas o filme é bom, principalmente pelas atuações de Oscar Isaac e Jessica Chastain, bela fotografia e ambientação. Albert Brooks também garante boa presença como o "homem de confiança" (para não dizer capanga) de Abel Morales.

Achei apenas que não convence criar um personagem que casa com a filha de um gângster, convive com "as famílias", insiste em dizer que não é um deles e ainda tenta convencer a todos que pode vencer neste mundo sem disparar um tiro. É forçar demais. Mas o desenrolar da história é bom e caminha para um final que pode surpreender. O filme pode ser visto nas salas 4 (18h20) e 7 (20h50) do Shopping Del Rey e 10 (19h10 e 22h10), do BH Shopping.




Ficha técnica:
Direção: J.C. Chandor
Distribuição: Paris Filmes
Duração: 2h05
Gênero: Drama, Policial
País: EUA
Classificação: 16 anos
Nota: 3,5 (0 a 5)

Tags: O Ano Mais Violento; Oscar Isaac; Jessica Chastian; J. C. Chandor; drama; policial; Paris Filmes; Cinema no Escurinho

04 abril 2015

"Velozes e Furiosos 7" esbanja adrenalina e se despede de Paul Walker

Maristela Bretas


Pense num filme prá lá de sacado, com carros possantes que voam ou atravessam prédios gigantescos, um festival de porrada entre dois grandes lutadores do cinema, muitos tiros e explosões e um final com uma bela homenagem a um dos principais atores. Junte tudo e você terá "Velozes e Furiosos 7" ("Furious 7"), que entra em cartaz nesta quinta-feira. 

E o exagero, que sempre marcou os filmes da franquia, não é pouco. Mas vai agradar bastante aos amantes de carros belos e possantes e dos filmes de ação. Vin Diesel (Dominic Toretto), novamente um dos produtores, continua usando frases curtas - falar demais não é a praia dele. Mas seu personagem sabe como entrar numa boa briga e dirigir um carro de corrida, mesmo que seja para destruí-lo depois. 


Para que a ação não parasse em momento algum, foi chamado outro da turma do "arrasa quarteirão", Jason Statham (no papel de Deckard Shaw), que nos últimos tempos tem aproveitado sua grande habilidade em artes marciais em filmes de muita briga. Ele deixa de ser mocinho com cara de mal e passa a vilão (sem mudar a expressão). E é responsável pelas ótimas cenas de luta, contra Vin Diesel e o também lutador Dwayne Johnson, que volta como o agente Luke Hobbs, do FBI.

Mas a grande estrela, com imagens atuais e do passado, é Paul Walker, que faz o papel de Brian, fiel companheiro e cunhado de Dominic. Se a franquia fez sucesso entre os fãs, ele foi um dos responsáveis e garante ótimas cenas de ação, principalmente a do ônibus caindo no precipício. Teria continuado a fazer sucesso se a morte não tivesse chegado tão cedo, aos 40 anos, ironicamente num acidente de carro, como carona, em setembro de 2013, pouco antes do final das filmagens.

Para encerrar o filme, a produção precisou usar os irmãos de Walker que são dublês. Dá para perceber quando eles estão no papel, apesar da direção evitar closes. A homenagem no final emociona, sem perder o estilo do filme e deixando aberta a porta para "Velozes e Furiosos 8", agora desfalcado, que terá Nova York como cenário, segundo Diesel anunciou recentemente.

O restante do grupo é mantido, exceto o japonês Han (Sung Kang) morto no filme anterior, que acaba sendo um dos motivos para o enredo deste. Tyrese Gibson (Roman), Ludacris (Tej), Michelle Rodriguez (Letty) e Jordana Brewster (Mia) cumprem seus papéis não muito diferentes das outras produções. 


Mas não escapam dos tiroteios e perseguições, que desta contam com o apoio de novas tecnologias de destruição, como drones e um dispositivo de rastreamento (do tipo usado na série de TV "Person of Interest"). Ele faz a expressão "procurar agulha num palheiro" cair no esquecimento. Adeus privacidade.

Em "Velozes e Furiosos 7", Dominic e sua "família" terão de enfrentar Ian Shaw, um ex-agente e assassino profissional que quer se vingar do grupo pela morte do irmão em Londres. Ian é o responsável pela morte de Han e jura caçar cada um dos corredores. Para pegar o "caçador", Dominic vai se unir a um velho amigo, Hobbs, e ao agente da CIA, conhecido como Sr. Ninguém (Kurt Russell). E contar com a ajuda de uma hacker que vai deixar Tej e Roman de queijo caído.



Ação do início ao fim, pura adrenalina e talvez o melhor de todos da franquia. Podem até ser exageradas, mas as cenas dos carros caindo de paraquedas, de Paul Walker conseguindo pular de um ônibus à beira de um precipício e de Vin Diesel pulando com um carro de luxo de um dos prédios mais altos de Abu Dhabi são um show de efeitos especiais e trabalho de dublês. Com certeza, a produção vai agradar aos fãs dos filmes de ação, que poderão também se despedir de Paul Walker, o belo corredor dos olhos azuis.

Ficha técnica:
Direção: James Wan
Distribuição: Universal Pictures
Duração: 2h17
Gênero: Ação
País: EUA
Classificação: 14 anos
Nota: 4,5 (0 a 5)

Tags: Velozes e Furiosos 7; Vin Diesel; Jason Statham; Paul Walker; Dwayne Johnson; ação; Universal Pictures; Cinema no Escurinho




Minions agora são "Velozes e Furiosos"



Os divertidos bonequinhos amarelos, que chegam em 10 de julho deste ano aos cinemas brasileiros num filme só deles, se uniram a Vin Diesel e seus amigos corredores e agora são também "Velozes e Furiosos". Assistam a montagem que a Fandango Movieclips fez no Youtube com os famosos personagens em "Minions Furiosos ("Furious Minions").



Tags: Minions; Velozes e Furiosos 7; Movieclips; animação; ação; Cinema no Escurinho

"O Duelo" - uma divertida comédia em três atos

Maristela Bretas


Jorge Amado e suas histórias sempre despertaram uma atenção especial do público brasileiro. Das adaptações para as novelas de TV ao cinema, personagens como Odorico Paraguaçu, de "O Bem Amado", ou Vadinho, de "Dona Flor e Seus Dois Maridos" ou ainda a bela e sedutora Gabriela, de "Gabriela, Cravo e Canela", ficaram gravados na memória de muitos espectadores acima dos 40 anos.

E o grande escritor baiano ganha mais uma adaptação de uma de suas obras - "Os Velhos Marinheiros". Para a grande telona o filme recebeu o nome de "O Duelo". E traz José Wilker, que deixou sua marca interpretando grandes personagens de Amado, fazendo dos papeis principais. 

Boa comédia nacional, que poderá ganhar as telas de TV como minissérie muito em breve. Como aconteceu com outros filmes nacionais, apesar de bem dirigidos como este, não garantiram muito tempo de exibição nas salas de cinema convencionais.


"O Duelo" conta a história (ou as muitas histórias) do misterioso capitão do mar Vasco Moscoso de Aragão (interpretado pelo ator português Joaquim de Almeida), que chega à pacata cidade baiana de Periperi, em busca de um lugar para viver tranquilo. E logo atrai a atenção dos moradores com suas histórias fantásticas, cheias de conquistas, mulheres e viagens pelos sete continentes. 

Mas o novo "rei do pedaço" ganha também um ferrenho inimigo, o fiscal Chico Pacheco (papel de José Wilker), antes o mais ilustre contador de "causos" do local. E será Chico quem fará de tudo para desmascarar o comandante Aragão e provar que ele não passa de uma grande fraude.

"O Duelo" são histórias dentro de histórias, envolvendo todo tipo de situações e fantasias, que ganham versões diferentes, dependendo de quem as conta. Uma boa oportunidade de assistir a um dos últimos trabalhos de José Wilker no cinema, por sinal muito a vontade neste tipo de papel que ele fazia com os dois braços amarrados. Chega a ser caricato de outros personagens que marcaram a carreira do ator.




Joaquim de Almeida também está muito bem, envolvendo o espectador em cada história contada pelo comandante Aragão. A sintonia entre ele e Wilker garante humor na medida certa, sem apelações, e um duelo de dois personagens cativantes. O restante do elenco, composto por Cláudia Raia, Milton Gonçalves, Márcio Garcia, Tainá Müller, Patrícia Pillar, Maurício Gonçalves e Sandro Rocha, deu a sustentação necessária ao filme.

Ficha técnica:
Direção: Marcos Jorge
Distribuição: Warner Bros.
Duração: 1h34
Gênero: Comédia nacional
País: Brasil
Classificação: 14 anos
Nota: 3 (0 a 5)

Tags: O Duelo; José Wilker; Joaquim de Almeida; Cláudia Raia; Patrícia Pillar; Milton Gonçalves; comédia nacional; Warner Bros Pictures; Cinema no Escurinho