07 abril 2015

"O Ano Mais Violento", um filme de gângster chique e bonzinho

Oscar Isaac incorpora bem seu papel de "moço bom", ao lado da não menos chique Jessica Chastain (Fotos: Paris Filmes/Divulgação)

Maristela Bretas


"O Ano Mais Violento" ("A Most Violent Year"), em cartaz nos cinemas, não é um filme de muitos tiros e mortes violentas. Pelo contrário, ele explora mais a maneira suja como as "famílias" de gângsteres de Nova York faziam para derrubar umas às outras, sem aparecer. A vítima da vez é um empresário imigrante - Abel Morales (interpretado por Oscar Isaac, de "O Legado Bourne"), não também não é nenhum exemplo de honestidade.

Morales usa de seus meios (sem violência) para dominar o mercado de óleo e gasolina e tirar proveito com a especulação de preços em meio ao inverno de 1981, ano considerado o mais violento da cidade norte-americana. E o empresário, ao tentar comprar uma área onde poderia estocar sua carga, começa a ter seus caminhões roubados e saqueados, sem que ele saiba quem está por traz dos ataques.

Para piorar, ele tem seus negócios investigados pelo promotor Lawrence (David Oyelowo, de "Selma - Uma Luta pela Igualdade"), que tenta provar, de todas as formas, o envolvimento de Abel em fraudes.

Mas apesar do título, o filme apenas cita casos de violência, como numa notícia de rádio, mas nada que justificasse o nome. Até mesmo os roubos aos caminhões de Morales são fracos. Nada que lembre as ações de "O Poderoso Chefão".

Oscar Isaac incorpora bem seu papel de "moço bom e chique" que conquistou tudo sem se tornar um bandido. Mas não dispensa roupas caras, belos carros e tudo o que o dinheiro e o poder podem dar. Só perde o lugar de destaque na produção para Jessica Chastain ("Interestelar"), que interpreta Anna, esposa de Morales. Ela está tão bem que chega a roubar as atenções em algumas cenas com Isaac. Anna é uma mulher apaixonada pelo marido mas, ao contrário dele, não pensa duas vezes se precisar sacar uma arma e defender a família e os negócios à bala.

Por mais que tente, o casal não consegue escapar da brutalidade e da corrupção e precisa decidir entre brigar de igual por igual com os inimigos ou perder tudo o que construíram. Confesso que esperava mais ação, mas o filme é bom, principalmente pelas atuações de Oscar Isaac e Jessica Chastain, bela fotografia e ambientação. Albert Brooks também garante boa presença como o "homem de confiança" (para não dizer capanga) de Abel Morales.

Achei apenas que não convence criar um personagem que casa com a filha de um gângster, convive com "as famílias", insiste em dizer que não é um deles e ainda tenta convencer a todos que pode vencer neste mundo sem disparar um tiro. É forçar demais. Mas o desenrolar da história é bom e caminha para um final que pode surpreender. O filme pode ser visto nas salas 4 (18h20) e 7 (20h50) do Shopping Del Rey e 10 (19h10 e 22h10), do BH Shopping.




Ficha técnica:
Direção: J.C. Chandor
Distribuição: Paris Filmes
Duração: 2h05
Gênero: Drama, Policial
País: EUA
Classificação: 16 anos
Nota: 3,5 (0 a 5)

Tags: O Ano Mais Violento; Oscar Isaac; Jessica Chastian; J. C. Chandor; drama; policial; Paris Filmes; Cinema no Escurinho

Nenhum comentário:

Postar um comentário