Cléo Pires, Fabrício Boliveira e Thiago Martins integram o grupo de elite da polícia contra a criminalidade (Fotos: Paris Filmes/Divulgação) |
Maristela Bretas
Uma surpresa o filme "Operações Especiais". No primeiro momento parecia que seria apenas uma cópia piorada de "Tropa de Elite", com a mesma temática da violência e combate á corrupção e ao crime organizado no Rio de Janeiro. A diferença seria o rostinho bonito de Cléo Pires. A produção é mais fraca, mas consistente com a realidade.
Apesar de a atriz ter entrado na história para fazer apenas uma participação especial e acabar se tornando a personagem principal são Marcos Caruso (como o delegado Paulo Froes) e Fabrício Boliveira (como o inspetor Décio) que dão o recado e se destacam em seus papéis de polícias incorruptíveis, mas que não seguem as regras no combate ao crime organizado. Ótimas atuações.
Cléo Pires também amadureceu sua interpretação e convence como Francis, moça da periferia que resolve se tornar policial civil para enfrentar ex-namorado e achar que teria funções apenas burocráticas. Acaba jogada numa equipe de elite, com policiais machistas que não aceitam uma mulher no grupo. Seu personagem vai descobrindo a cada dia que para encarar a violência só mesmo se tornando parte dela. A moça cheia de sonhos, que seduzia a todos com charme e beleza, cuja única preocupação era cuidar do cabelo e das unhas terá de perder o medo da violência, subir o morro atrás de marginal e ainda algemar um grandalhão.
Outro que tem melhorado suas atuações é Thiago Martins, que se encaixou bem no papel do policial Roni, o mais machista do grupo e maior crítico da presença de Francis. Num todo a equipe convence como grupo especial. Assim como Fabíula Nascimento como a manicure Rosa que vive entre criminosos, mas prefere fechar os olhos para a corrupção de sua cidade. Já Antonio Tabet é Toscano, a cara da corrupção, malando e violento que se faz passar por amigos de todos enquanto mata e trafica sob e as ordens dos "graúdos" da cidade.
Uma coisa não dá para disfarçar: lembra muito "Tropa de Elite", com o policial bonzinho e o corrupto, a criminalidade no morro, a postura das pessoas que fingem que não vêm nada e que tiram proveito da situação. A mesma sociedade que pede justiça, critica e exige que a polícia deixe o local quando sua atuação "atrapalha os negócios".
A história narra o trabalho de um grupo de policiais 100% honestos que é enviado a uma fictícia cidade do interior do Rio de Janeiro - São José do Livramento - que está sofrendo com o aumento da criminalidade após a criação das UPPs. O governo convoca Paulo Froes (Caruso), delegado com a ficha mais limpa da corporação, e reúne uma equipe especial para a campanha.
Entre os agentes selecionados está Francis (Cléo), uma investigadora novata que precisa provar que tem valor. Em pouco tempo eles resolvem o problema e são aclamados pela opinião pública. Mas a “lua de mel” dura pouco. A aplicação do rigor da lei começa a incomodar a todos. A situação se torna insustentável e o governo se vê forçado a intervir novamente. Será que a população quer mesmo uma polícia honesta?
Mas "Operações Especiais" cumpre seu objetivo : é um filme de muita ação, vale para quem gosta do gênero policial, com palavrões e muitos tiros. Para a produção, o diretor Tomás Portela utilizou três cidades como cenários - Rio de Janeiro, Duque de Caxias (RJ) e Palmas (Tocantins). O filme não é ruim e vale como mais uma produção nacional .
Ficha Técnica
Direção: Tomás Portela
Produção: TC Filmes / Globo Filmes / Universal Pictures / Querosene/ Filmland / Formiga Filmes
Distribuição: Paris Filmes e Downtown Filmes
Duração: 1h30
Gêneros: Drama / Ação / Policial
País: Brasil
Classificação: 14 anos
Nota: 3,5 (0 a 5)
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