Após 20 anos, filme dirigido por Guilherme Fontes entra em cartaz e agrada (Fotos: Divulgação) |
Mirtes Helena Scalioni
Em entrevista ao programa Fantástico, da Rede Globo, o ator,
produtor e diretor Guilherme Fontes despistou, escorregou, mas não explicou por
que o filme que dirigiu, "Chatô, o Rei do Brasil", levou 20 anos para
ficar pronto, em meio a uma série de polêmicas, acusações e debates sobre leis
de incentivo cultural e desvio de dinheiro. Mas num ponto, ele foi categórico:
trata-se de uma comédia dramática.
Faz sentido. Em vez de optar pelo caminho óbvio, mostrando
nascimento, crescimento, ascensão e queda do jornalista Assis Chateaubriand,
magnata das comunicações que criou os Diários Associados e chegou a comandar
mais de 100 veículos entre jornais, rádios e TVs, Fontes escolheu um caminho
mais difícil: criou um dia do juízo final, no qual o protagonista é julgado
enquanto relembra passagens da sua vida louca.
Como sempre, o livro é melhor do que o filme. A obra de
Fernando Morais, até pelo tom mais sério e ordenado, resulta numa compreensão
mais completa por parte do leitor, que consegue contextualizar as
extravagâncias e aventuras de Chatô, homem que parece já ter nascido
personagem. Afinal, não é todo dia que se vê alguém que, nascido pobre na
Paraíba, se torne um poderoso e excêntrico empresário, amigo - e inimigo - de
presidentes da República.
O elenco, encabeçado por Marco Ricca como Chateaubriand, é
um dos responsáveis pelo brilho do filme, que conta ainda com Letícia Sabatella
como sua primeira mulher, Maria Eudóxia; Leandra Leal como Lola, outra de suas
mulheres; Andréa Beltrão como a eterna amante Vivi Sampaio; e Paulo Betti como
Getúlio Vargas.
Houve quem não gostasse do ritmo frenético e fragmentado do
longa, repleto de cores, fantasias, idas e vindas. Na verdade, em se tratando
de um filme cuja produção e realização foram confusas e nebulosas, foi uma boa
sacada. Chatô resultou num bom filme, mesmo que anárquico e alegórico - aliás,
bem parecido com o Brasil.
O filme, com duração de 1h42, está em cartaz nas salas 4 do Ponteio Lar Shopping (sessões às 17 horas e 19h15) e 8 do Pátio Savassi (sessões às 13 horas e 15h15). Classificação 14 anos
O filme, com duração de 1h42, está em cartaz nas salas 4 do Ponteio Lar Shopping (sessões às 17 horas e 19h15) e 8 do Pátio Savassi (sessões às 13 horas e 15h15). Classificação 14 anos
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