Produção retrata a dura luta das mulheres britânicas para terem direito ao voto no final do século XIX (Fotos: Universal Pictures/Divulgação) |
Mirtes Helena Scalioni
Pessoas mais sensíveis chegam a ficar com nó na garganta ao assistir ao filme "As Sufragistas" ("The Suffragettes"), produção do Reino Unido que retrata a dura luta das mulheres britânicas para terem direito ao voto no final do século XIX, início do XX. Qualquer semelhança com o ativismo feminino de hoje não é mera coincidência. As mulheres sempre brigaram - e continuam brigando - pelos seus direitos, como se fossem seres de segunda categoria.
Maud Watts (Carey Mulligan) é uma das muitas operárias de uma lavanderia, onde trabalha desde os 12 anos e, como as outras, é explorada e maltratada pelo chefe. Casada e mãe de um filho pré-adolescente, ela é obediente ao patrão e ao marido até que fica conhecendo, por acaso, o movimento das mulheres que querem simplesmente votar. Se, no início, Maud tem dúvidas sobre a importância das manifestações, dramas de sua própria vida empurram a jovem para o único caminho possível num mundo dominado por homens.
"As Sufragistas" é apenas um pequeno recorte no ativismo das mulheres pelo voto, já que o movimento ocorreu em muitos países. Especificamente no Reino Unido, a movimentação ganhou a adesão da classe operária, que se uniu à Emmeline Pankhrust, importante líder feminista da época. Emmeline é Meryl Streep, que tem participação pequena no longa, mas nem por isso menos brilhante. Afinal, trata-se de Meryl Streep.
Ao final, além da constatação de que, historicamente, toda conquista precisa de um mártir, fica a surpresa quando aparecem as datas da adoção do voto feminino em vários países. Surpreendente! Se, no subdesenvolvido Brasil, a mulher só pôde votar a partir de 1932, na avançadíssima Suíça isso só aconteceu em 1971. E, no Iraque, em 1980.
O filme, dirigido por Sarah Gauron, é classificado como drama histórico. Mas pelo barulho que vem fazendo - uma associação internacional de mulheres críticas o elegeu como "o melhor filme sobre mulheres" e "o melhor filme feito por uma mulher" de 2015 - tem mostrado que se trata de um drama mais do que contemporâneo.
Apesar de ser um ótimo filme, "As Sufragistas" está em exibição apenas nas salas 2 do Diamond Mall (sessão de 12h20) e 4 do Net Cineart Ponteio (sessão de 14h10), com duração de 1h46. Classificação: 14 anos
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