Steve Jobs, o homem com visão de futuro que revolucionou a tecnologia (Fotos: Universal Pictures/Divulgação) |
Maristela Bretas e Adriana Perez
Mais uma versão cinematográfica sobre o gênio cofundador da Apple? Talvez, mas com um foco pessoal adaptada da biografia escrita por Walter Isaacson. Se em 2013 a abordagem do filme "Jobs" tentou ser minuciosa demais e acabou se excedendo e ficando arrastada em alguns momentos, em "Steve Jobs" temos dois premiados atores - Michael Fassbender e Kate Winslet - mostrando de maneira marcante o lado pessoal do visionário e dominador fundador da Apple e aliviando um o lado "sacana".
As criações são usadas como divisores de três fases da vida de Jobs, entrecortadas por flashbacks - o lançamento do Macintosh, em 1984; o NeXT Computer, em 1988, já fora da Apple; e o retorno triunfal à empresa com o iMac, em maio de 1998.
Se o verdadeiro Steve Jobs não era pessoalmente interessante, a escolha de Michael Fassbender agrada profundamente ao público feminino. O astro de "Macbeth" é sempre um "tesão" de homem e ajudou muito a melhorar a imagem do personagem original. Fora o aspecto físico, Fassbender está ótimo no papel, e muito parecido com Jobs em sua idade mais madura, perto do lançamento do iMac. Antes até que nem tanto, Ashton Kutcher ficou mais parecido na fase jovem quando fez o papel principal na produção de 2013.
A história foca mais os bastidores e a relação de Steve Jobs com seu antigo sócio Steve Wozniak (interpretado por Seth Rogen, muito bem fazendo um papel sério), com John Sculley, CEO da empresa (feito por Jeff Daniels), a prepotência e a estupidez com que tratava seus funcionários e a ex-namorada de faculdade e mãe de sua filha Chrisann Brennan (Katherine Waterston).
Ponto também para o roteiro de Aaron Sorkin, que já faturou o Globo de Ouro de 2016 por Melhor Roteiro, e para a direção de Danny Boyle, que não foi indicado ao Oscar.
"Steve Jobs" não é um filme que trata de tecnologia e das grandes invenções do personagem, mas um drama bem conduzido sobre o lado pessoal e genial de um homem 100 anos além de seu tempo. Ele queria transformar o computador em algo acessível a todos e principalmente às escolas.
Ao mesmo tempo, não aceitava que seu sistema fosse aberto a aplicativos e dispositivos, o que desagradou a sócios e diretores da Apple. O filme explica muitas de suas atitudes e também reforça as críticas que ele recebeu até sua morte. Merece ser visto.
"Steve Jobs" está em cartaz, na versão legendada, em cinco salas de cinema de BH - 1 (sessão 21h20) e 3 do Cineart Paragem (18h50), 1 do Net Cineart Premier Ponteio (13h20 e 18h30), 1 do BH Shopping (13 horas, 15h50, 18h45 e 21h30) e 6 do Pátio Savassi (14h45, 17h30, 20h15 e 23h20).
Ficha técnica
Diretor: Danny Boyle
Roteirista: Aaron Sorkin
Duração: 2h02
Produção: Universal Pictures // Legendary Pictures / Cloud Eight Films
Distribuição: Universal Pictures
Gênero: drama / biografia
País: EUA
Classificação: 12 anos
Nota: 4 (0 a 5)
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