![]() |
Baseado na crise econômica de 2008, filme mostra a história de quem tentou ganhar dinheiro com a quebra do mercado imobiliário dos EUA (Fotos: Paramount Pictures/Divulgação) |
Jean Piter Miranda
O mercado imobiliário está em alta. Muita gente comprando casas, mansões e apartamentos. Outros estão trocando por imóveis maiores, mais caros e mais luxuosos. Tudo estaria perfeito nesse cenário se não fosse um pequeno enorme problema: É tudo fiado! E a maioria dessas pessoas não terá condições de arcar com as prestações. Pois bem, esse foi o contexto real que levou os Estados Unidos à crise de 2008. E é baseado nesses fatos que foi feito o longa-metragem “A Grande Aposta” (2015), um dos principais concorrente ao Oscar 2016 de Melhor Filme.
A história gira em torno de quatro personagens principais. Michael Burry (Christian Bale), dono de uma pequena empresa de investimentos. O corretor Jared Vennett (Ryan Gosling), Mark Baum (Steve Carell), proprietário de uma corretora, e Ben Rickert (Brad Pitt), um ex-investidor que vive recluso, bem longe do mercado financeiro, mas que acaba voltando à ativa.
Burry é um sujeito bem esquisito. Ele percebe que o mercado imobiliário logo irá quebrar. Ele até tenta avisar o governo, mas ninguém dá bola para alguém que tem cara de doido. E que, pra piorar, está afirmando que o então setor mais rentável e seguro da economia americana está perto de falir. Burry começa a investir alto contra os bancos, fazendo seguros que garantam uma boa grana, caso a inadimplência chegue a um ponto insustentável. Uma “loucura” para a maioria.
A notícia dos novos investimentos de Burry corre. Vira motivo de piada. Mas, outros dão crédito. É o caso de Vennett, Baum e Rickert. Com histórias paralelas, ambos vão investigando se o mercado imobiliário vai mesmo quebrar. Ou seja, se vale a pena apostar na aposta de Burry. O espectador se sente num jogo de xadrez acelerado.
O ponto alto de “A Grande Aposta” é o elenco. Não apenas por ser formado por estrelas, mas por elas brilharem tanto. Christian Bale faz mais uma interpretação marcante. Ryan Gosling transmite a arrogância exata de seu personagem. Steve Carell é uma pilha cômica de tensão. Brad Pitt tem um papel mais discreto, mas executado na medida certa, sem ficar devendo nada.

“A Grande Aposta” é uma comédia que dói como um soco no estômago. É como se perguntasse por que a gente não faz nada contra isso. O mercado financeiro é ironizado, a cultura do consumismo é questionada, e a omissão e conivência do Estado são colocadas às claras. É pra rir e também refletir. O grande vilão da história é o sistema. Num mundo onde não há heróis. Ninguém quer salvar nada que não seja a própria pele, ou melhor, o próprio bolso. Na verdade, todos querem mesmo é se aproveitar da situação.
O filme é bem dinâmico, transmite bem o ritmo das bolsas de valores, do mundo formado por fundos de investimento, agências de classificações de riscos. Um lugar onde não há espaço para ética, só para o lucro. Lucro que é pago por pessoas normais, como eu e você.
Ficha técnica:
Direção e roteiro: Adam McKay
Produção: UIP Türkiye / Plan B / Regency Enterprises
Distribuição: Paramount Pictures
Duração: 2h11
Gêneros: Drama / Comédia / Biografia
País: EUA
Classificação: 14 anos
Nota: 4 (0 a 5)
Tags: #Agrandeaposta, # ChristianBale, #BradPitt, #StevenCarrell, #RyanGosling, #AdamMcKay, #drama, #comédia, #biografia, #ParamountPictures, #CinemanoEscurinho, #TudoBH
Nenhum comentário:
Postar um comentário