19 março 2016

"Ressurreição" não é produção grandiosa, mas abordagem diferente agrada

"Ressurreição" traz uma visão diferente para um tema diversas vezes explorado pelo cinema (Fotos: Sony Pictures/Divulgação)

Maristela Bretas


Como em todos os anos, assim como no Natal e nas férias escolares, dois filmes vão estar nas telas de cinema nesta Semana Santa para o público que quiser conferir duas fases da vida de Jesus Cristo. O primeiro, "Ressurreição", já está em cartaz, e o segundo "O Jovem Messias", sobre os primeiros dez anos da vida do Salvador, estreia na próxima quinta-feira e falarei deles na semana que vem. Apesar de ser uma produção norte-americana, o elenco é quase todo formado por atores de outras nacionalidades, principalmente britânicos.

Sobre "Ressurreição" ("Risen"), o filme conta no papel principal com o ator britânico Joseph Fiennes ("Hércules") interpretando Clavius, tribuno de Pilatos e comandante das tropas romanas na Jerusalém ocupada. O enredo segue um rumo diferente de outras histórias sobre o mesmo tema contadas no cinema. Ela é mostrada pelo ponto de vista de Clavius, responsável pela crucificação de Yeshua (Jesus) e que precisará impedir um levante na região após boatos de que ele seria o Messias, Filho de Deus, e irá ressuscitar ao terceiro dia.

Cético quanto a milagres e salvadores, o tribuno segue sem questionar todas as ordens de Pôncio Pilatos e coloca vigilância em frente à tumba onde o corpo foi depositado. Mas após o terceiro dia o corpo desaparece e começa daí uma perseguição implacável aos seguidores de Jesus que o teriam escondido para proclamarem a ressurreição. O contato do soldado romano com aquele a quem mandou matar e a sua busca pela verdade vão mudar completamente sua vida.

Interpretando Jesus está o ator neozelandês Cliff Curtis ("Os Últimos Cavaleiros"), cuja semelhança com a imagem original é surpreendente e agrada bem. Já Maria Madalena é vivida pela espanhola Maria Botto ("Falando Grego") e os também britânicos Peter Firth ("Pearl Harbor") no papel de Pilatos, e Tom Felton (saga "Harry Potter"), como o centurião Lucius.

Nem mesmo os poucos recursos empregados, cenários, fotografia e o restante do elenco medianos tiram o valor da produção. "Ressurreição" cumpre bem a proposta e dá outra cara a esta passagem da Bíblia. Não é um filme totalmente religioso e cheio de mensagens dogmáticas como a versão de "Os Dez Mandamentos", da Record, e pode agradar ao público em geral. Um diferencial interessante é o fato de os nomes dos personagens estarem em seu idioma original, como é o caso de Jesus (no hebraico Yeshua).

"Ressurreição" vale a pena ser conferido, tanto pela época religiosa em que está sendo exibido quanto pela lição de fé que é passada ao mostrar um Jesus carismático, que conversa com seus apóstolos e seguidores. O filme pode ser conferido em 17 salas de shoppings de BH, Betim e Contagem, nas versões dublada e legendada.

Curiosidade

A história de "Ressurreição" lembra um pouco a do inesquecível clássico "O Manto Sagrado" ("The Robe", de 1953), da 20th Century Fox, dirigida por Henry Koster. Claro que sem a grandiosidade da produção passada. Integravam o elenco Richard Burton, como o tribuno Marcellus Gallio, e Victor Mature, como Demétrius, seu acompanhante. Neste filme, Marcellus é encarregado de crucificar Jesus e acaba ficando com o manto dele. Mas o entrega a Demétrius, que se torna um seguidor do Messias, enquanto o tribuno, após usar a vestimenta, passa a ter visões e a questionar sua fidelidade ao Império Romano. Para quem não viu e gosta do gênero, uma grande pedida.




Ficha técnica:
Direção e roteiro: Kevin Reynolds
Produção: Columbia Pictures /  LD Entertainment
Duração: 1h48
Distribuição: Sony Pictures
Gêneros: Drama / Bíblico
País: EUA
Classificação: 12 anos
Nota: 3 (0 a 5)

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