07 agosto 2016

Nem vilões, nem heróis, apenas um bando de loucos reunidos num "Esquadrão Suicida"

Supervilões salvam parcialmente a imagem da DC Comics e filme pode se tornar novo sucesso de bilheteria (Fotos: Warner Bros. Pictures/Divulgação)

Maristela Bretas


Depois de "Batman X Superman - A Origem da Justiça" ter recebido duras críticas, mas conquistado uma ótima bilheteria, a aposta da Warner e da DC Comics está sendo em "Esquadrão Suicida" ("Suicide Squad") para apagar os arranhões deixados pela produção anterior. Contra o roteiro fraco, assim como os personagens principais do primeiro, nada como supervilões dos quadrinhos da DC Comics para dar uma virada no jogo na nova produção. 

A divulgação foi fortíssima e os trailers eletrizantes. Tinha tudo para dar certo, mas pisou na bola de novo no roteiro e na escolha e alguns atores para os papeis de maior destaque, como a modelo/atriz Cara Delevingne, que interpreta Magia. A grande vilã da história é entregue a uma atriz fraca, sem expressão, bonitinha e sem sal, quase matou até a personagem dos quadrinhos.

Em compensação, para salvar o filme, entra em cena Arlequina, interpretada brilhantemente pela bela atriz Margot Robbie, que domina as cenas em que aparece do início ao fim, com seus malabarismos, frases engraçadas e amor insano por Coringa. Ela é a dama da loucura, que um dia foi a cientista Harlenn Quinzel antes de cair de amores por Coringa e se tornar uma criminosa. Arlequina é a grande atração de "Esquadrão Suicida".

Por falar em Coringa, Jared Leto poderia estar melhor como o maior inimigo de Batman. Tem cara de louco, fez muitas loucuras durante as gravações com os demais atores, mas ficou atrás de Heath Ledger. Os cartazes e a divulgação tiveram mais impacto que a atuação. É sufocado, como outros vilões, por Arlequina.

Além de Margot Robbie outro que está muito bem no papel de Floyd Lawton, mais conhecido como Pistoleiro, é Will Smith, que ajuda a dar uma forcinha no roteiro fraco. O experiente ator garante boas cenas de ação. Os demais intérpretes de vilões são meros coadjuvantes para compor o grupo, inclusive Jai Courtney, o Capitão Bumerangue. Pistoleiro e Arlequina fazem com que os demais vilões sejam somente secundários. 


Joel Kinnaman também não decepciona como o mocinho que só quer salvar sua namorada, lutando ao lado dos perigosos supervilões. Cumpre o esperado. Já Viola Davis, chega a dar medo como a agente Amanda Waller. Mata sem pestanejar quem atravessa seu caminho e não tem escrúpulos para colocar seus planos em prática. Muito boa interpretação.

E se alguns dos vilões ajudam a salvar o filme, a trilha sonora também é outra é outra mão na roda, funcionando quase que como uma muleta em cenas fracas e que não se sustentariam sozinhas. A música tema “Sucked for Pain”, também chamada "Squad Anthem", conta com Lil Wayne, Wiz Khalifa, Imagine Dragons, Logic, Ty Dolla $ign e X Ambassadors. 



E uma gravação surpreendente de “Bohemian Rhapsody”, do Queen, feita pela banda "Panic! At The Disco". A trilha sonora de “Suicide Squad: The Album” tem ainda músicas inéditas e parcerias exclusivas de estrelas top do pop, rock, hip-hop, R&B e eletronic dance music e está disponível para venda no endereço http://smarturl.it/SuicideSquad.

Na verdade, o erro maior de "Esquadrão Suicida" é ser um filme com começo e fim. Faltou o meio para "dar liga" na história. Do início longo para explicar mais ou menos cada vilão já pulou para ação, deixando o expectador perdido. Tudo começa após a destruição causada pela luta entre Superman e Apocalypse. O governo americano decide colocar em prática um ambicioso plano da agente Amanda Waller (Viola Davis). Ela selecionou um time dos mais perigosos supervilões encarcerados para combater forças sobre-humanas. 

Os escolhidos são Pistoleiro (Will Smith), Arlequina (Margot Robbie), Bumerangue (Jai Courtney), Diablo (Jay Hernandez), Crocodilo (Adewale Akinnuoye-Agbaje) e Magia (Cara Delevingne), que se juntam a duas peças das forças do governo, Rick Flag (Joel Kinnaman) e Katana (Karen Fukuhara). A eles é dado um arsenal de armas sofisticadas para quem enfrentem uma entidade enigmática. Mas quando descobrem que são dispensáveis se perderem, o temido grupo começa a avaliar até onde vale continuar lutando ao lado do governo. Isso sem contar que outro inimigo, o Coringa também vai ajudar a tornar a situação ainda pior para o esquadrão. 

Mesmo assim, o longa-metragem de mais de US$ 170 milhões deverá gerar um bom faturamento para os produtores. Talvez até mais que "Batman X Superman" porque, quer queira ou não, os bandidos sempre são mais interessantes que os mocinhos na maioria das histórias. Muitos fãs vão ficar decepcionados com a forma dada no cinema a seus vilões dos quadrinhos, mas quem não conhece suas histórias e está em busca de ação o filme pode agradar.

"Esquadrão Suicida" vale como uma boa distração e é uma das apostas de blockbusters do 2º semestre. O formato 3D é dispensável, o filme pode ser assistido em 2D sem grandes perdas. Ele está em exibição em 46 salas de 19 shoppings de BH, Betim e Contagem, em versões dublada e legendada.

Um detalhe - Não deixe de ver a cena adicional após os créditos.



Ficha técnica:
Direção e roteiro: David Ayer
Produção: DC Entertainment // Atlas Entertainment
Distribuição: Warner Bros. Pictures
Duração: 2h10
Gêneros: Ação / Fantasia
País: EUA
Classificação: 12 anos
Nota: 3 (0 a 5)

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