Nem toda a polêmica e ameaças de boicotes afastaram o público da produção para família sobre cachorro, amizade e lealdade (Fotos: Universal Pictures/Divulgação) |
Maristela Bretas
Não adiantou toda a discussão e ameaças de boicote ao filme "Quatro Vidas de Um Cachorro". Em seu primeiro final de semana após a estreia, somente nos Estados Unidos a produção dirigida por Lasse Hallström (o mesmo de outro filme de chorar sobre cachorro - "Sempre ao Seu Lado", de 2009) que custou US$ 22 milhões arrecadou US$ 18,4 milhões.
Não fosse um vídeo (com sinais de ter sido editado) divulgado num programa de TV americano poucos dias antes da estreia mostrando um dos integrantes da equipe de produção "forçando" um pastor alemão assustado se recusando a entrar numa piscina com correnteza, ninguém jamais saberia o que, em princípio, teria ocorrido.
Protestos de entidades protetoras dos animais e ameaças de boicote, pelo visto, não afetaram tanto assim a exibição e no país de origem ele já está quase se pagando. E a produção é bacana, indicada para famílias e narrado simplesmente pelo cachorro, cujo primeiro nome é Bailey. Dá até para imaginar o que nossos animais pensam quando estão ao nosso lado.
Isso porque ele conta suas quatro reencarnações, sem nunca entender qual o sentido de sua vida, por que retorna em outras raças, às vezes outro sexo e nunca para seu primeiro dono, Ethan, a quem mais amou (interpretado quando menino por Bryce Gheisar e, quando adolescente por K.J. Apa, ambos muito bem em seus papéis). Quando adulto, o papel ficou a cargo de Dennis Quaid, hoje não tão carismático quanto no passado, mas ainda sabe se entender com os bichos.
Além de Ethan, Bailey passa por outros bons e maus donos e vive grandes aventuras ao longo dos anos. A parte polêmica do filme está na reencarnação como um cão policial. Não vou contar para não dar spoiler, mas a cena não é tudo isso que pregaram e nada que um efeito digital não resolvesse.
Para aqueles que gostam de cães, como eu, "Quatro Vidas de Um Cachorro" emociona, diverte, é fofinho, principalmente quando mostra nosso amigo canino filhotinho, e é envolvente. A maior parte do tempo tenta mostrar a amizade e a lealdade de um cão por seu dono.
Pode incomodar para alguns a falação de Bailey o tempo todo, questionando tudo - a brincadeira com o dono, suas namoradas, a comida e até sua família que ele chama de matilha. Mas cachorro é isso mesmo, conversa latindo. No caso do filme, falando. E a voz de todos eles - Bailey, Tino, Ellie e Buddy - é de Josh Gad, que tem em seu currículo como dublador nada menos que Olaf, o boneco de neve de "Frozen: Uma Aventura Congelante".
Uma produção leve, que vale a pena ver para abrir a torneira do choro e se apaixonar por nosso adorável herói canino.
Ficha técnica:
Direção: Lasse Hallström
Produção: Amblin Entertainment / Walden Media
Distribuição: Universal Pictures
Duração: 2 horas
Gêneros: Família / Drama / Comédia
País: EUA
Classificação: Livre
Nota: 3 (0 a 5)
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