Jason, Kimberly, Billy, Zack e Trini enfrentam a vilã Rita Repulsa em versão com muitos efeitos gráficos (Fotos: Lionsgate/Divulgação) |
Maristela Bretas
Para quem curtiu os cinco super-heróis do anime (que também já foram seis e sete, dependendo da versão) nos anos 90, uma boa pedida é conferir "Power Rangers" ("Saban's Power Rangers") em cartaz nos cinemas. As cores e os nomes da série de TV norte-americana que originou "Mighty Morphin Power Rangers - O Filme" (1995) foram mantidos. Mas a nova versão para o cinema explora os dramas pessoais dos personagens e aborda, mesmo que superficialmente, temas como homossexualidade, cyberbullying, autismo e dramas familiares.
Mesmo assim, o diretor Dean Israelite acerta ao trazer a história de volta para os fãs e também para quem conhece pouco sobre este grupo de jovens. Os modelos das armaduras avançaram com o tempo, bem diferentes dos usados pela turma antiga, mas combinam com os efeitos visuais e gráficos, assim como os zords de cada Ranger e o gigantesco Megazord. Este parece mais um Transformer, inclusive na luta e na destruição.
Por falar em lutas, elas só acontecem a partir do meio do filme, depois que a origem e os dramas pessoais de cada um dos personagens são explicados - como eles se tornaram defensores da Terra contra Rita Repulsa. A vilã é interpretada por Elizabeth Banks, tem um estilo mais exótico e menos espalhafatoso que o da personagem da série de 1995, mas vem mais assustadora. Achei bom o roteiro contar a história, permitindo que outros espectadores, além dos fãs, que quiserem assistir ao filme entendam melhor a franquia que fez tanto sucesso entre os jovens há 24 anos.
Além de estar atualizado, "Power Rangers" também apresenta uma inversão de personagens - em "Mighty Morphin", Zack Taylor, o Ranger Preto era um negro, interpretado por Walter Jones. Na nova produção, Zack é um descendente de japonês, vivido por Ludi Lin. O ator negro RJ Cyler interpreta Billy Cranston, o Ranger Azul que sofre de autismo, como ele mesmo cita no filme.
Um momento engraçado acontece quando cada um dos jovens tem sua cor de armadura definida e Billy descobre que a sua não será a preta. Cyler e Lin, assim como Naomi Scott, a Kimberly Ann Hart- Ranger Rosa - estão muito bem em seus papéis e convencem como super-heróis. Não é o caso de Dacre Montgomery, que faz Jason Lee Scott, o Ranger Vermelho. Fraco como líder, ao contrário de seu antecessor, Austin St. John.
Também a cantora e rapper Becky G, que interpreta Trini Trang, a Ranger Amarela, não convence muito e ainda tem um bom caminho de aprendizagem como atriz. Sua interpretação vale por mostrar uma heroína gay que conta sua opção durante uma conversa franca com os novos amigos.
Dois personagens importantes da série também estão de volta, com direito a muitos efeitos visuais e atores conhecidos como dubladores - Bryan Cranston (da série "Breaking Bad") é Zordon, o chefe dos Power Rangers e sai do tubo para ganhar uma parede virtual. Bill Hader é o dublador do robozinho falante Alpha 5.
"Power Rangers" mostra a jornada de cinco adolescentes que são escolhidos para defenderem sua cidade Angel Grove e o mundo de um ataque alienígena. Jason, Kimberly, Zack, Billy e Trini terão de aprender a viver em grupo, respeitar uns aos outros e superar seus problemas pessoais. Somente unidos eles conseguiram combater a perigosa Rita Repulsa, antes que seja tarde demais.
Fiquem atentos à participação rápida de Jason David Frank, o Ranger Verde original que na série de 1993 se chamava Tommy Oliver, e de Amy Jo Johnson, a Kimberly, primeira intérprete da Ranger Rosa. Uma dica: só saia do cinema após os créditos finais.
E para quem quer rever as séries antigas, a Netflix liberou todas as temporadas de "Power Rangers". Clique aqui para ver a chamada no Facebook e prepare-se: "é hora de morfar".
Ficha técnica:
Direção: Dean Israelite
Produção: Lionsgate / Saban Entertainment
Duração: 2h04
Gêneros: Ação / Aventura / Ficção
País: EUA
Classificação: 10 anos
Nota: 4 (0 a 5)
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