O palhaço Pennywise é tremendamente assustador graças à excelente interpretação de Bill Skarsgärd (Fotos: Warner Bros. Pictures/Divulgação) |
Maristela Bretas
Um dos melhores filmes de terror deste ano, se não o melhor, "IT - A Coisa" acerta em tudo e é capaz de fazer muito marmanjo tremer na cadeira do cinema.Assim como "Annabelle 2 - A Criação do Mal", ele tem roteiro forte e envolvente, trilha sonora sem exagero, elenco entrosado, boa fotografia e a ótima direção de Andy Muschietti, responsável por outro bom filme do gênero - "Mama" (2013).
Claro, o sucesso completo fica por conta da grande estrela, o palhaço Pennywise, tremendamente assustador graças à excelente interpretação de Bill Skarsgärd (de "Atômica" - 2017). O mais novo da família mostra que não fica em nada a dever para os outros integrantes famosos - o irmão Alexander ("A Lenda de Tarzan" - 2016) e o pai Stellan ("Thor", a franquia "Piratas do Caribe" - 2006 e 2007; "Os Vingadores", 2012 e "Os Vingadores - A Era de Ultron", 2015). Pennywise é perfeito, com um sorriso de palhaço que encanta a vítima para depois personificar a mais assustadora imagem de terror e maldade.
Pennywise é um personagem de múltiplas facetas, que se alimenta do medo de suas vítimas. Suas aparições são sempre esperadas e nem por isso menos assustadoras. Elas acontecem associadas a um trauma, humilhação ou abuso que suas vítimas carregam, o que as torna vulneráveis aos ataques do terrível palhaço do mal. Um vampiro do emocional, que explora o subconsciente das pessoas e chega a provocar dúvida no espectador se ele realmente ataca e devora suas vítimas ou apenas causa temor extremo. E essa maneira perversa de abordagem fica clara na sua frase mais marcante no filme: "Eu não sou real o suficiente para você?"
As aventuras da idade lembram muito às vividas por outro grupo de "losers" que fez sucesso naquela década - "Os Goonies" (1985), com grande entrosamento de toda a turma. Porém, a abordagem é mais dramática quando exposto de onde vem o medo de cada um que desperta a sede de Pennywise.
Destaque para Jaeden Lieberher, no papel de Bill Denbrough, líder do grupo que tem uma gagueira crônica e nunca se conformou com o desaparecimento do irmão. Sophia Lillis, que faz Beverly, a única garota da turma dos Otários, também entrega boa interpretação e tem grande semelhança com a premiada atriz Amy Adams.
Apesar de ser um terrorzão dos brabo ,"IT - A Coisa" tem seu lado cômico, com piadas e tiradas sem noção que provocam gargalhadas no público. O responsável por esta parte é o jovem Finn Wolfhard (das séries de TV "Stranger Things" e "The 100"), que faz Richie Tozier. O garoto é muito bom e já tem cara engraçada, o que melhora sua atuação.
Quando crianças começam a desaparecer misteriosamente na pequena cidade de Derry, no Estado de Maine, um grupo de jovens é obrigado a enfrentar seus maiores medos ao desafiar o perverso palhaço Pennywise, que há a cada 40 anos volta para deixar um novo rastro de morte e violência. "IT - A Coisa" é uma adaptação muito bem produzida (ao contrário de algumas anteriores), o diretor soube explorar bem cada ponto abordado, usou comicidade na medida e foi tão fundo ao causar medo e pavor que assustou até alguns dos atores mais novos. Imperdível para quem curte um filme de terror bem feito e de qualidade.
Ficha técnica:
Direção: Andy Muschietti
Produção: New Line Cinema / Vertigo Entertainment / Lin Pictures
Distribuição: Warner Bros. Pictures
Duração: 2h15
Gêneros: Terror / Suspense / Drama
País: EUA
Classificação: 16 anos
Nota: 5 (0 a 5)
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