30 dezembro 2018

Paulo Gustavo é o par perfeito de Mônica Martelli em "Minha Vida em Marte"

Filme celebra a amizade e as dúvidas sobre a melhor maneira de amar após uma separação (Fotos: Divulgação)

Maristela Bretas


Com uma química perfeita, "Minha Vida em Marte" acerta na dupla Paulo Gustavo-Mônica Martelli (também roteiristas e produtores) para oferecer ao público a diversão esperada para uma comédia. Dirigido por Susana Garcia, irmã de Martelli, o filme é uma celebração à amizade entre os protagonistas que é mostrada claramente durante toda a narrativa, deixando o tema principal - a decepção com um casamento perto de chegar ao fim - em segundo plano.


Paulo Gustavo é o destaque com suas tiradas sarcásticas que o consagraram como Dona Hermínia em "Minha Mãe é Uma Peça 2" e dá a esta produção, sequência de "Os Homens São de Marte... E é prá Lá que Eu Vou", uma roupagem cômica. É o humor ácido de Paulo Gustavo, como Aníbal, que dá vida à produção e deixa o enredo mais engraçado. Ao contrário do monólogo homônimo interpretado por Mônica Martelli da qual foi adaptada, que é mais dramático.


Martelli está muito bem como Fernanda, que agora está casada, tem uma filha de cinco anos e vive a rotina de uma relação que começa a dar sinais de desgaste, rumo a um divórcio. Sem tesão, mas não aceitando o fim do que "deveria ser para sempre", ela e o marido Tom (Marcos Palmeira) se afastam cada vez mais um do outro, vivem em atrito e passam a buscar opções externas.


Apesar de ser uma mulher que está insegura sobre seu futuro como divorciada, num mundo machista que considera "velha" uma mulher acima do 40 anos, Fernanda sabe que "na alegria e na tristeza" sempre vai poder contar com Aníbal, seu par perfeito para buscar a felicidade de se tornar uma nova mulher.


E é ele quem irá ajudar a amiga e sócia a superar a crise no casamento, propondo todo tipo de estratégia para salvar a relação ou acabar de vez com ela. Aníbal cria situações das mais divertidas, algumas bem "saia justa", desde romances a viagens e encontros com novos parceiros. Os diálogos entre os dois garantem boas gargalhadas.

No elenco estão ainda Fiorella Mattheis (Carol), Ricardo Pereira (Bruno), Heitor Martinez (Humberto) e os estreantes no cinema, Marianna Santos (como Joana, filha de Fernanda e Tom) e Lucas Capri (Theo, o produtor musical de Anitta, que faz uma ponta no filme). Mas todos, inclusive Marcos Palmeira são meros coadjuvantes. A história se concentra mesmo é na dupla principal. Uma boa comédia nacional, que deverá atingir o mesmo sucesso de bilheteria dos filmes anteriores protagonizados por Paulo Gustavo e Mônica Martelli. Vale a pena conferir.


Ficha técnica:
Direção e roteiro: Susana Garcia
Produção: A Fábrica / Capri Produções
Distribuição: Downtown Filmes / Paris Filmes
Duração: 1h45
Gênero: Comédia
País: Brasil
Classificação: 12 anos
Nota: 3,5 (0 a 5)

Tags: #MinhaVidaEmMarte, @PauloGustavo, @MonicaMartelli, @DowntownFilmes, #comedia, @AFabrica, @EspacoZ, @cineart_cinemas, @cinemanoescurinho @CinemaEscurinho

27 dezembro 2018

"Era Uma Vez um Deadpool" é reprise de "Deadpool 2" sem sangue e palavrões

Filme foi uma proposta para atrair um público a partir de 14 anos que "não pode" ver a versão original no cinema (Fotos: 20th Century Fox/Divulgação) 

Maristela Bretas


Não se deixe enganar pelo título. "Era Uma Vez um Deadpool" ("Once Upon a Deadpool") é apenas uma reprise do segundo filme sobre o herói mais escrachado da Marvel lançado para atrair os jovens acima de 14 anos que "não puderam ver a versão no cinema". Até parece que isso acontece. 

A proposta, segundo os produtores (que na verdade fizeram um remendo na versão original) era provar que Deadpool era um filme para toda a família. Mas o que acontece é uma embromação inicial para cair em um "Deadpool 2" censurado, com palavrões substituídos por um apito e cenas de sangue cortadas.

Para os jovens que não viram o filme (que é ótimo) em versões piratas espalhadas pela internet é uma chance de assistir no cinema, com boa qualidade, mas bem amenizado. Na história, Wade Wilson/Deadpool (Ryan Reynolds) sequestra o ator e diretor Fred Savage para reencenar o conto de fadas "A Princesa Prometida". 

Na verdade trata-se da história do herói, incluindo seu encontro com Cable (Josh Brolin) e a formação da X-Force. Amarrado a uma cama, Savage não tem outra alternativa a não ser ouvir a narração e questionar os muitos furos.

Os diálogos entre Deadpool e Savage são engraçados, citando o filme original, as críticas que recebeu, fazendo comparações a outras produções e algumas situações que surgiram depois, mas nada além disso. Sem o que foi cortado, o personagem perde sua principal característica que é o sarcasmo, que faz dele o anti-herói preferido da Marvel. "Era Uma Vez um Deadpool" é para os fãs relembrarem ou para quem não viu "Deadpool 2". Fora isso, é jogar dinheiro fora.


Ficha técnica:
Direção: David Leitch
Produção: 20th Century Fox
Distribuição: Fox Films
Duração: 1h56
Gêneros: Ação / Comédia
País: EUA
Classificação: 14 anos
Nota: 2,5 (0 a 5)

Tags: #EraUmaVezUmDeadpool, #OnceUponADeadpool, @RyanReynolds, @FredSavage, @20thCenturyFox, #EspacoZ, #FoxFilms, @cinemanoescurinho

25 dezembro 2018

"Bumblebee" confirma porque é o mais fofo e simpático dos "Transformers"

Filme se passa em 1987 e foca na emoção, sem deixar de lado as cenas de ação características da franquia (Fotos: Paramount Pictures/Hasbro)

Maristela Bretas

Quem for hoje ao cinema para assistir ao spin-off "Bumblebee" não vai se decepcionar. O mais simpático e fofo dos "Transformers" ganhou um merecido filme só para ele. E o robozinho amarelo vindo de um planeta de máquinas mostrou porque sempre foi um dos preferidos dos Autobots de uma geração inteira que hoje está na faixa de 20 anos.

O filme aposta na emoção e na amizade entre dois personagens que se encontram e se unem para dividir e superarem suas dores. "Bumblebee" é passado no ano de 1987 e conta a história de como "Bee", como era chamado pelos amigos, veio parar na Terra e conheceu sua dona, Charlie Watson (interpretada pela cantora e atriz Hailee Steinfeld, de "Bravura Indômita" - 2010). Se fossem dois humanos, "Bee" (cuja voz é do ator Dylan O'Brien, da franquia "Maze Runner") e Charlie seriam um lindo casal, tamanha a afinidade entre os dois.

Para aqueles que esperam encontrar o velho Camaro amarelo do primeiro filme - "Transformers" (2007) - podem se preparar para uma grande mudança. Desta vez, nosso herói é um Fusquinha velho (amarelo, claro), que um dia foi um grande guerreiro em seu planeta e que se transforma no maior e mais doce amigo de uma jovem que se isola das pessoas e adora mecânica. Desta vez, Michael Bay, que dirigiu os cinco filmes da franquia, entra como um dos produtores, juntamente com Lorenzo di Bonaventura, Don Murphy e Steven Spielberg.

O diretor é Travis Knight (de "Kubo e as Cordas Mágicas" - 2016) que soube aproveitar a ação dos filmes anteriores, mas focou em "Bumblebee" um lado importante do primeiro filme, dando novamente "sentimentos" às máquinas. Emociona ver a relação de Bee e Charlie, a preocupação de um com o outro quando passam a ser perseguidos e também como isso vai mudar a vida de ambos. Bee é apaixonante quando abraça a amiga ou protegê-la, quando tenta se comportar como um humano dentro de uma casa e até no jeito desajeitado de se transformar.

O elenco secundário formado por nomes poucos conhecidos, exceto o de John Cena, como o agente Burns que persegue Bee desde sua chegada à Terra, cumpre bem seus papéis. Assim como os dubladores dos Transformers - Peter Cullen (Optimus Prime) e Angela Bassett (a vilã Shatter). Na versão dublada em português, a voz oficial da vilã dos Decepticons é da atriz Paolla Oliveira.

Na história, Bumblebee é um fusca amarelo aos pedaços, machucado e sem condição de uso, que está abandonado num ferro-velho numa pequena cidade praiana da Califórnia. Ele é encontrado e consertado pela jovem Charlie, às vésperas de ela completar 18 anos. Mas os dois novos amigos vão enfrentar sérios problemas quando Bee passa a ser perseguido por agentes especiais e inimigos dos Autobots que vêm à Terra para destruí-lo.

"Bumblebee" é a volta ao começo de tudo. Um reboot na franquia e talvez o melhor de todos os filmes desde o primeiro. E que além da dupla principal, tem como destaque a ótima trilha sonora, que inclui sucessos dos anos 80 como "Never Gonna Give You Up" (Rick Astley"), "Everybody Wants to Rule" (Tears For Fears) e "Take On Me" (A-ha) - que recebeu uma versão lenta e maravilhosa em "Deadpool" e "Deadpool 2". Além de "Back to Life", interpretada por Hailee Steinfeld.

"Bumblebee" é um filme que conseguiu reunir ação, emoção, ótimos efeitos especiais (como já era esperado) e boas locações, com destaque para as cenas na parte alta de San Francisco e à beira-mar. Vale muito a pena ser visto, de preferência na versão 3D para aproveitar melhor os recursos visuais da produção.


Ficha técnica:
Direção: Travis Knight
Produção: Paramount Pictures / Hasbro Inc.
Distribuição: Paramount Pictures
Duração: 1h54
Gêneros: Ação / Aventura / Ficção / Família
País: EUA
Classificação: 12 anos
Nota: 4 (0 a 5)

Tags: #Bumblebee, #Transformers, @HaileeSteinfeld, @TravisKnight, @JohnCena, @ParamountBrasil, #acao, #aventura, @cineart-cinemas, #espacoZ, @cinemanoescurinho, @CinemaEscurinho

23 dezembro 2018

"Conquistar, Amar e Viver Intensamente" - bom drama com roteiro arrastado

Pierre Deladonchamps e Vincent Lacoste vivem um grande amor com dias contados nessa produção francesa (Fotos: Jean-Louis Fernandez - Les Films Pelléas)

Maristela Bretas


"Conquistar, Amar e Viver Intensamente" ("Plaire, Aimer et Courir Vite") é uma comédia dramática francesa que trata de amores mundanos e sinceros, a luta contra a morte e a esperança de que um dia alguém especial possa mudar tudo. Do mesmo diretor de "Canções de Amor" (2007) e "Bem Amadas" (2011), Christophe Honoré, a produção participou da seleção oficial do 71º Festival Internacional de Cannes em maio desse ano.

Com linda trilha musical e ótimas locações, o filme peca apenas pela longa duração, ficando sonolento em algumas cenas, apesar da bela história de amor de Jacques (Pierre Deladonchamps), um escritor e dramaturgo que vive em Paris, e Arthur (Vincent Lacoste), um jovem que está estudando em Rennes, uma cidade estudantil na região da Bretanha francesa.

Nos anos 90, Jacques, com seus 40 anos, leva uma vida discreta pela manhã, tem um filho com uma amiga e uma vida de múltiplos parceiros à noite. Mas seu maior drama é o tempo de vida que lhe resta - ele tem AIDS e é a doença que determina os rumos dos personagens e da história, reforçando a tese de que está diretamente relacionada ao homossexualismo. O escritor tem a necessidade urgente de viver e amar, é um conquistador arrogante e, apesar de sempre procurar o amor em cada esquina, não se permite um novo envolvimento, por causa de uma decepção do passado.

Um encontro casual no cinema o coloca frente a frente com Arthur, o jovem estudante que não assume perante a amiga que é gay, mas também à noite se entrega aos amores disponíveis em guetos de homossexuais e michês. E apesar de ambos evitarem o envolvimento, a atração se torna cada vez maior e o romance de dias contados é cheio de ternura, encantamento e uma luta diária para fazer o amor ser maior que o medo da morte.

Aos poucos Arthur vai quebrando as barreiras de Jacques e, com sua jovialidade e alegria, mostra a ele um outro lado da vida que não pode e não deve ser esquecida, apesar do agravamento da doença do escritor. Mas com a morte de seu ex-parceiro, vítima de AIDS, Jacques tenta se afastar de Arthur e só pode contar com o velho amigo Mathieu (sempre ótima interpretação de Denis Podalydés, de "O Melhor Professor da Minha Vida" - 2017 e "50 São os Novos 30" - 2018), para convencer o jovem a seguir seu caminho. 

O roteiro é bem conduzido, com uma história envolvente, alegre e dramática ao mesmo tempo graças à ótima interpretação dos personagens, mas que poderia ter sido contada em um tempo menor, sem esticar muitas cenas, com comentários menores, menos filosóficos e cansativos.


Ficha técnica:
Direção: Christophe Honoré
Distribuição: Imovision
Duração: 2h12
Gêneros: Comédia / Drama
País: França
Classificação: 14 anos

Tags: #ConquistarAmarEViverIntensamente, @Imovision, #drama, #comedia, @cineart_cinemas, #EspacoZ, @cinemanoescurinho

21 dezembro 2018

Incrivelmente atual, "Colette" é oportuno, instigante, sensual e feminista

Keira Knightley está ótima interpretando a escritora francesa libertária dos anos de 1900 (Fotos: Mars Films/Divulgação)


Mirtes Helena Scalioni


Para se ter uma ideia do pioneirismo da escritora francesa Sidonie Gabrielle Colette, basta citar dois títulos dos seus quase 50 livros: "A ingênua libertina", de 1909, e "A vagabunda", de 1910. Sem falar da sua série mais famosa sobre Claudine, personagem baseada na própria autora, libertária, moderna e à frente do seu tempo. 

Para completar, ela se casa com Willy, escritor picareta que assina todos os escritos da mulher, convencendo-a de que ele, como homem, é o único que tem alguma chance no mercado literário. Ou seja, sua vida é praticamente um roteiro pronto. 

E como viveu a vida real como se fosse um personagem - mulher atrevida e corajosa - a história de Gabrielle só podia mesmo resultar em um filme instigante, cheio de nuances e rico como ela. E a atriz Keira Knightley interpreta isso muito bem. Impressionante como lhe caem bem os trajes de época e sua cara de menina/mulher. Não deve ser por acaso que ela atuou também em "Orgulho e Preconceito" (2005), "Desejo e Reparação" (2007), "Anna Karenina" (2012), entre outros. 

Dominic West enriquece seu Willy, dando-lhe tons sedutores, ambíguos, quase malandros. Eleanor Tomlinson como a bela Georgie, e Denise Gouggh como a masculinizada Missy, brilham como amantes da escritora, imprimindo uma sensualidade delicada e bonita nas cenas mais ousadas. Tudo na medida. Estranho é que essa boa história, contada num filme chamado "Colette", dirigido por Wash Westmoreland ("Para Sempre Alice") e produzido em parceria com a Grã-Bretanha, Hungria e Estados Unidos, seja falado em inglês. 


Embora Gabrielle Collete seja uma escritora tipicamente francesa e tenha vivido o auge da loucura e da boemia parisiense, não há nenhuma participação da França na produção, o que, por vezes, soa falso. São muitas e lindas as cenas que mostram a Paris dos anos de 1900, quase se chocando com o idioma dos personagens, todo mundo só falando inglês.


Sidonie Gabrielle Collete nasceu no interior da França em 1893 e morreu em 1954. No entanto, por incrível que possa parecer, o filme sobre sua vida permanece atual. Não são tão raros assim, nos dias de hoje, homens que exploram o talento e/ou o trabalho de suas mulheres, outras vezes depreciando-as para subjugá-las e tornarem-se eles os donos da relação. Se fosse hoje, seria correto dizer que ela viveu, durante muitos anos, um relacionamento abusivo. Por essas e outras, "Colette" é um filme oportuno e exemplar. Imperdível.
Duração: 1h52
Classificação: 14 anos
Distribuição: Diamond Films Brasil



Tags: #Colette, @KeiraKnightley, #SidonieGabrielleColette, #drama, #biografia, #DiamondFilmsBR, @DiamondFilmsBR, @cinemanoescurinho

17 dezembro 2018

Projeto "Cinema Acessível” leva cultura e diversão a crianças especiais

Segunda edição será dia 19 na sala Vip do Cineart Net Ponteio, com exibição de "UP - Altas Aventuras" (Fotos: Bruno Viana/Divulgação)
   

Uma sessão de cinema bem especial acontece dia 19 de dezembro, às 12 horas, na sala vip do Net Cineart Ponteio. É o "2º Cinema Acessível", projeto idealizado pela Pedilar, empresa de Assistência Pediátrica e Neonatal Domiciliar, que dá acesso à cultura e leva crianças com necessidades especiais ao cinema. E para alegrar esta turminha foi escolhida a linda animação da Pixar, "UP - Altas Aventuras" (2009).

Crianças com necessidades especiais assistidas pela Pedilar participam de um concurso realizado no Facebook e 12 vão ganhar uma sessão de cinema com o acompanhamento da equipe multidisciplinar da empresa. Este é o segundo ano do projeto, iniciado em 2017, que tem como objetivo dar acesso a atividades culturais a crianças com dificuldades de locomoção.

Sobre o projeto

O "Cinema Acessível" dispõe de uma equipe multidisciplinar gratuita composta de médicos pediatras, fisioterapeutas, enfermeiros e técnicos de enfermagem para cada paciente presente no dia da sessão. "A viabilização desse projeto só é possível pelo amadurecimento da equipe e pelo avanço tecnológico que nos permite trazer crianças restritas ao domicílio para um passeio ao shopping e ir ao cinema", afirma a médica Patrícia Grajeda, diretora da Pedilar.



Serviço:
2º Cinema Acessível
Data: 19 dezembro
Horário: às 12 horas
Local: Net Cineart - Ponteio Lar Shopping - Rodovia BR-356, nº 2500 - Santa Lúcia
Informações: www.pedilar.com.br 

Tags: #ProjetoCinemaAcessivel, #Pedilar, #UpAltasAventuras, #acessibilidade, #NetCineartPonteio, #cinemas_cineart, @cinemanoescurinho @CinemaEscurinho

16 dezembro 2018

Mágico e antenado, "Detetives do Prédio Azul 2" vai fisgar toda a família

Pippo, Sol e Bento vão viver em outro país uma grande aventura no mundo dos bruxos (Fotos: Divulgação)

Mirtes Helena Scalioni


Não são apenas os espectadores habituais da série no canal Gloob que vão se deliciar com "Detetives do Prédio Azul 2 - O Mistério italiano", em cartaz em vários cinemas de Belo Horizonte. Essa parece ser, aliás, a intenção dos produtores do filme, que se esmeraram para que o longa mantivesse a mesma cara das histórias da televisão, mas com alguma maturidade. Em projeto até certo ponto pretensioso e de tamanho grande, o trabalho dirigido por Viviane Jundi alça voos mais altos e, desta vez, vai mais longe e ultrapassa fronteiras: chega à Itália, mais precisamente à região de Puglia, onde está acontecendo a Expo-Bruxas, o maior evento de bruxaria do mundo.

A história: Pippo (Pedro Henrique Motta), Bento (Anderson Lima) e Sol (Letícia Braga) estão se preparando para participar de um concurso infantil de música. Mas, no momento da audição para os dois jurados, os irmãos Máximo e Mínima Buongusto (Diogo Vilela e Fabiana Carla), são boicotados pela amiga e feiticeirinha Berenice (Nicole Orsini). 


A partir daí, são incontáveis aventuras e confusões e o trio vai parar na Itália. É lá que se desenvolve a trama, em um castelo medieval localizado numa mística cidade de telhados brancos repletos de símbolos estranhos. No final das contas, claro, vence o bem, o espírito de equipe, a união, a amizade e a inteligência das crianças, sempre dispostas a investigações e descobertas.

Surfando na onda da magia e com efeitos especiais na medida certa, "Detetives do Prédio Azul 2 - O Mistério Italiano" chama atenção também pelas tiradas inteligentes do roteiro, como o veículo sempre problemático de um casal de feiticeiros e a vassoura da bruxinha Beré, ambos devidamente equipados com GPS nem sempre funcionando bem. A escolha da cidade de Alberobello como cenário também é um acerto e tanto.

Além de contar com um elenco infantil afinado e experiente, a turma dos adultos também é responsável pelo bom andamento de #DPA2ofilme. Principalmente os bruxos e bruxas que, mesmo em papéis que poderiam esbarrar no ridículo, seguram com honradez a missão. Cláudia Neto como Leocádia, Diego Vilela e Fabiana Costa e todos os demais magos participantes do encontro brilham e, na medida do possível, dão credibilidade às cenas, por mais inverossímeis que possam parecer. 

A bonita relação entre os personagens do menino Pippo e seu nono (avô, em italiano) - interpretado com sinceridade pelo experiente Antonio Pedro - é um bom exemplo de como a história pode fisgar também os corações de quem já se considera gente grande. 
Classificação: Livre
Duração: 1h40
Distribuição: Downtown Filmes / Paris Filmes


Tags: #DPA2ofilme, @ParisFilmes, @DowntownFilmes, #familia, #aventura, @cinemanoescurinho

13 dezembro 2018

"Aquaman" tem excelentes efeitos especiais e dá uma nova vida aos heróis da DC

Filme conta a história do integrante da "Liga da Justiça" vindo do mar, interpretado por Jason Momoa (Fotos: Warner Bros Pictures/Divulgação)

Maristela Bretas


"Aquaman" tem furos, sim o que era esperado. Mas o resultado final da nova produção da DC Comics surpreende e agrada como diversão. Acima de tudo, pelos efeitos gráficos, que ficaram tecnicamente excelentes, principalmente nas cenas de diálogos entre os habitantes no fundo do mar. O filme ficou muito bom, mas ainda atrás de "Mulher Maravilha". Também são destaques a trilha sonora e as locações bem escolhidas (como a região da Sicília, na Itália), além da ótima direção e coordenação de roteiro de James Wan, que tem no seu currículo os ótimos filmes de terror "A Freira" (2018) e "Invocação do Mal 1 e 2" (2013 e 2016) e o sucesso "Velozes e Furiosos 7" (2015). 

Jason Momoa (como Aquaman/Arthur Curry) é uma atração à parte, com um corpo esculpido e tatuado para atrair em cheio o público feminino, principalmente por passar a maior parte do filme sem camisa. Cada vez que aparece, o ator musculoso enche a tela e desperta suspiros. Se pode ser chamado de ator, o tempo dirá, mas pelo menos entregou um herói mais simpático (e atraente) do que seus amigos da "Liga da Justiça" (2017) - Batman (Ben Affleck) e Superman (Henry Cavill).

"Aquaman" apresenta diálogos simples, que não exigem muito de seus intérpretes. Mas Momoa tem boa presença, é divertido em alguns momentos (chega a lembrar de Thor em "Ragnarok") e faz o estilo brutamontes que resolve tudo na porrada, mas tem o bom coração e é "menino de família". E de quebra, atrai a mocinha dos cabelos vermelhos vinda do mar, que briga muito, tem super poderes e opinião própria. A mocinha no caso é a bela Amber Heard, que interpreta Mera, a princesa de um dos reinos de Atlântida que, como Aquaman, teve sua primeira aparição em produção da DC Comics/Warner Bros. Pictures em "Liga da Justiça". 

O destaque fica para Patrick Wilson, que deixa pelas mãos de James Wan a pele do bom Ed Warren, da franquia "Invocação do Mal" e "A Freira" para ser um dos vilões da história - o Rei Orm que quer se tornar Mestre dos Oceanos. Ele está bem no papel, mas ainda tem cara de cachorro que caiu da mudança. Mas nas lutas contra Aquaman, mantém o mesmo padrão do super-herói.


Confira a galeria de fotos do filme no Flickr



Nicole Kidman (que interpreta a rainha Atlanna, mãe do Aquaman), apesar de ser nome de peso, aparece pouco. E a maquiagem foi cruel com ela quando é mostrada mais jovem. Pecou feio, melhor teria sido usar computação gráfica no rosto do que fazer o trabalho ruim de rejuvenescimento que fizeram. A maquiagem errou na atriz mas acertou nos atores. Já Temuera Morrison (que faz o pai do Aquaman) ficou bem quando jovem e envelhecido da maneira correta.

O mesmo com Willem Dafoe, que tem boa interpretação de Vulko, conselheiro da rainha. O elenco conta ainda com Dolph Lundgren, também melhorado pela maquiagem para viver o Rei Nereus. E Yahya Abdul-Mateen II, como o pirata David Kane, que se transforma no Arraia Negra, inimigo do Aquaman.

O filme conta a origem de Arthur Curry, como se tornou o super-herói e sua atuação nada discreta como super-herói apesar de viver numa pequena vila costeira. Mas ao ser convocado por Mera para defender e unir terra e mar, ele terá de assumir sua função de herdeiro do trono de Atlântida. E enfrentar seu maior rival, o meio irmão Rei Orm, que quer se tornar o Mestre dos oceanos e dominar os mares a terra, destruindo os humanos que estão acabando com a natureza.

Esta parte da poluição dos mares e rios, o aquecimento global e a destruição da fauna e flora marinha é abordada bem levemente, sem aprofundar. Nas entrelinhas há também uma crítica ao estilo de vida de Atlântida, que usa de regras e controle como o mundo terrestre, além de usar animais para a guerra. A produção também aproveitou ideias de seu concorrente, com a ponte com o portal ligando os reinos aquáticos, bem semelhante a de Asgard, dos filmes de Thor.

"Aquaman" é um bom filme, bem humorado, com muita ação (dentro e fora d'água), que tem na computação gráfica seu forte, apesar do roteiro confuso em algumas partes. Mas cumpre seu papel de contar a história do herói e rei dos Sete Mares, ilustrada pelas cores das milhares de espécies exóticas do fundo do mar e as belas paisagens terrestres. As 2h24 de duração passam rápido. Vale conferir.


Ficha técnica:
Direção: James Wan
Produção: DC Entertainment / Warner Bros. Pictures
Distribuição: Warner Bros. Pictures
Duração: 2h24
Gêneros: Ação / Aventura / Fantasia
País: EUA
Classificação: 12 anos
Nota: 4 (0 a 5)

Tags: #Aquaman, @JasonMomoa, @AmberHeard, #ArthurCurry, #acao, #superheroi, @WarnerBrosPictures, @DCComics, @EspacoZ, @cineart_cinemas, #LigadaJustica, @cinemanoescurinho

11 dezembro 2018

Apesar do ótimo elenco e história, "As Viúvas" é longo e com pouca ação

Suspense reúne Viola Davis comandando um grupo de mulheres desesperadas num grande assalto (Fotos: 20th Century Fox/Divulgação)

Maristela Bretas


Atores de primeira que entregam ótimas interpretações bem distribuídas ao longo da história, e a trilha sonora com a marca de Hans Zimmer, fazem de "As Viúvas" ("Widows") uma das boas opções em cartaz no cinema. Viola Davis ("Um Limite Entre Nós" - 2017), ótima como sempre, contracena com Liam Neeson ("O Passageiro" - 2018), e Colin Farrell ("O Estranho que Nós Amamos" - 2017). O filme peca, no entanto, na duração. Muito longo e com pouca ação, o roteiro esticou demais em alguns detalhes, deixando algumas cenas bem arrastadas.

Mas quando a ação acontece, elas são muito boas, principalmente pela atuação dos atores, sem desmerecer os efeitos especiais. Outro ponto positivo é a abordagem paralela da questão social, explorada por candidatos em campanha: o famoso esquema de tirar o máximo de proveito gastando o mínimo e explorando as necessidades das comunidades carentes. O diretor deixa bem claro que isso vale para os dois lados da disputa - para quem nasceu no bairro e quer unir o poder do tráfico de drogas ao do cargo político quanto para aqueles que sempre se alimentaram da política por gerações.

"As Viúvas" é dirigido pelo britânico Steve McQueen II (também um dos roteiristas e produtores), o mesmo de "12 Anos de Escravidão" (2014). Traz ainda um elenco de nomes famosos como Daniel Kaluuya ("Corra!" - 2017), Robert Duvall ("O Juiz" - 2014), Michelle Rodriguez (da franquia "Velozes e Furiosos"), Elizabeth Debicki ("Guardiões da Galáxia- Vol. II" - 2017) e Brian Tyree Henry ("Hotel Artemis" - 2018).

A partir de um assalto frustrado, quando Harry Rawlins (Liam Neeson) e sua gangue são mortos pela polícia e o dinheiro que roubaram destruído pelas chamas, as viúvas se tornam o alvo dos traficantes que perderam tudo. A viúva de Harry, Verônica (Viola Davis), passa a ser cobrada para que a quantia roubada pelo marido seja devolvida. 


Pressionada, ela encontra um caderno de anotações de Harry que prevê em detalhes aquele que seria seu próximo golpe. Verônica então decide realizar o roubo, tendo a ajuda das demais viúvas dos mortos no assalto frustrado - Linda (Michelle Rodriguez) e Alice (Elizabeth Debicki), além de Belle (Cynthia Erivo).

Elas se vêm envolvidas numa disputa política envolvendo Jack Mulligan (Colin Farrell) e o pai dele, Tom (Robert Duvall) contra Jamal (Brian Tyree Henry), chefe do tráfico na comunidade e forte candidato a acabar com a hegemonia na região família Mulligan. Para o "trabalho sujo", Jamal conta com Jatemme (Daniel Kaluuya), um homem violento, cruel, que sente prazer em matar. "As Viúvas" vale a pena assistir, em especial pelo elenco, mas o roteiro unindo suspense e drama errou ao deixar a ação em segundo plano.


Ficha técnica:
Direção e roteiro: Steve McQueen (II)
Produção: 20th Century Fox / New Regency Pictures / See-Saw Films
Distribuição: Fox Film do Brasil
Duração: 2h09
Gêneros: Suspense / Drama
Países: EUA / Reino Unido
Classificação: 16 anos
Nota: 3,8 (0 a 5)

Tags:#AsViuvas, #Widows, @ViolaDavis, @LiamNeeson, @ColinFarrell, @MichelleRodriguez, @DanielKaluuya, #RobertDuvall, #drama, #suspense, #EspacoZ, @cineart_cinemas, @cinemanoescurinho

08 dezembro 2018

Musical “Romeu e Julieta ao som de Marisa Monte" se despede de BH no Cineart Cidade


Últimas chances, hoje e amanhã, de assistir o musical “Romeu e Julieta ao som de Marisa Monte”, somente na sala 8 do Cineart Cidade, com sessões às 20h20. Sucesso de público e crítica em todo o Brasil, a produção de teatro foi adaptada para o cinema ao som de 25 canções de Marisa Monte, como “Amor I Love You” e “Um Só”.

Participam do elenco os atores Bárbara Sut, Thiago Machado e Ícaro Silva, sob a direção de Guilherme Leme Garcia. O filme é uma versão pop da famosa história de amor entre Romeu Montecchio e Julieta Capuleto, filhos de famílias rivais de Verona. A montagem reduziu o original de Shakespeare de cinco para dois atos e trouxe um linguajar mais popular e alegre. Os ingressos estão disponíveis no site e na bilheteria do cinema.



Serviço:
"Romeu e Julieta ao som de Marisa Monte"
Datas: 8 e 9 de dezembro
Horário: 20h20
Local: Sala 8 do Cineart no Shopping Cidade - Rua dos Tupis, 337, Centro
Duração: 2h15
Classificação: Livre
Ingressos: no site e na bilheteria do cinema

Tags: #RomeuEJulietaAoSomDeMarisaMonte, #musicalnacional, @MarisaMonte, #RomeuEJulieta, #WilliamShakespeare, @cinemas_cineart, @OragneGroup, @cinemanoescurinho

07 dezembro 2018

Marvel divulga primeiro trailer de "Vingadores: Ultimato", que estréia em 25 de abril


"Vingadores: Ultimato" ("Vingadores End Game") finalmente teve seu primeiro trailer oficial divulgado nesta sexta-feira pela @MarvelStudios. E já mostra como estão os heróis da após a derrota para Thanos e da perda de vários companheiros em #VingadoresGuerraInfinita.

"Vingadores: Ultimato" estreia em 25 de abril de 2019 nos cinemas, pouco mais de um mês da estreia do filme da "Capitã Marvel" (8 de março), a super-heroína que vai entrar para o grupo dos Avengers neste quarto filme da franquia.



Tags: #VingadoresUltimato, #AvengersEndgame, @MarvelStudios, #VingadoresGuerraInfinita, @cinemanoescurinho

06 dezembro 2018

"A Vida em Si" reúne lindas histórias de amor que o destino não perdoou

Oscar Isaac e Olivia Wilde formam o casal que dará início a trajetória de alegrias e tristezas de uma família (Fotos: Mars Films/Divulgação)

Maristela Bretas


O amor contado das mais diversas formas. Assim é a história de "A Vida em Si" ("Life Itself"), um romance dramático que atravessa o tempo, recheado de tragédias, decepções, reencontros e surpresas.  Poderia ser apenas mais um filme meloso. Mas o diretor e roteirista Dan Fogelman, criador da ótima série de TV "This Is Us", soube amarrar bem todas as pequenas histórias, interligando cada uma para que tivessem um motivo para terem existido, como faz com a série desde 2016.

É possível viver somente um único amor? Ou abrir mão dele pela felicidade do outro? Ou simplesmente suportar o abandono ou nunca ter amado? Pois é a paixão à primeira vista de Will Dempsey (ótima interpretação de Oscar Isaac) por Abby (Olivia Wilde, muito bem também), sua colega de faculdade, o ponto de partida de todas essas dúvidas que vão contar a história de "A Vida em Si".



O flerte da escola que se transforma numa linda relação a dois, com apoio da família e amigos, até o casal ser atingido por uma grande tragédia, que ira mudar a vida de todos. O filme passa a ser uma colcha de histórias paralelas que vão se conectando à medida que o tempo passa, todas elas atreladas ao romance inicial. "A Vida em Si" é emocionante e ao mesmo tempo triste ao mostrar como ficou a família de Will depois do marcante evento e como isso irá influenciar gerações futuras em outros lugares do mundo. 


No elenco estão ainda o sempre charmoso Antonio Banderas, Annette Bening, Mandy Patinkin, Jean Smart, Olivia Cooke, Sergio Peris-Mencheta. Laia Costa e Alex Monner. Samuel L. Jackson faz a narração inicial e uma rápida aparição.

Mesmo com final esperado a partir da terceira parte, o filme agrada ao ir oferecendo soluções, nem sempre boas, para os conflitos dos relacionamentos, tanto de casais quanto familiares. "A Vida em Si" é impactante, uma lição de amor maior, mas também resignado e descrente, feito para mostrar que a vida dá muitas voltas, mas o destino de cada um de nós já está traçado.



Ficha técnica:
Direção e roteiro: Dan Fogelman
Produção: FilmNation Entertainment / Temple Hill Entertainment
Distribuição: Paris Filmes
Duração: 1h58
Gêneros:  Drama / Romance
País: EUA
Classificação: 10 anos 
Nota: 3 (0 a 5)

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