A Paramount divulgou nesta terça-feira (30) o primeiro trailer e cartaz oficiais de #SonicOFilme, uma aventura live-action baseada na franquia mundial de video game da Sega que conta a história do ouriço azul mais famoso do mundo. A produção tem previsão de estreia no Brasil em 23 de janeiro de 2020.
O filme segue as aventuras de Sonic enquanto ele tenta se adaptar à nova vida na Terra com seu recém-descoberto melhor amigo humano Tom Wachowski (James Marsden). Sonic e Tom unem forças para tentar impedir que o vilão Dr. Robotnik (Jim Carrey) capture Sonic e use seus poderes para dominar o mundo. No filme também estrelam Tika Sumpter e Ben Schwartz como a voz do Sonic, que no Brasil será dublado por Manolo Rey.
"Sonic:O Filme" ("Sonic The Hedgehog") é dirigido por Jeff Fowler e produzido pelo diretor de "Deadpool" (2016), Tim Miller, e pelo produtor de "Velozes e Furiosos" (2001), Neal H. Moritz,.
Longa é o quarto filme destes super-heróis do Universo Cinematográfico Marvel, reunidos em 2012 (Fotos: Marvel Studios/Divulgação)
Maristela Bretas
Emoção à flor da pele e adrenalina nas alturas. É desta forma que as pessoas (inclusive eu) estão saindo das sessões de "Vingadores: Ultimato" ("Vingadores: Endgame"), quarto e último filme da saga dos Vingadores, iniciada em 2012, quando foram reunidos em "Avengers". Os diretores e irmãos, Joe e Anthony Russo prometeram um final épico e cumpriram de forma espetacular a promessa, entregando o melhor de todos os filmes sobre este grupo de super-heróis Marvel.
Em seu primeiro final de semana após a estreia ultrapassou US$ 1,2 bilhão de arrecadação no mundo, atingindo a 18ª colocação na lista das 20 maiores bilheterias de todos os tempos e a sexta maior da Marvel. Ao longo dos anos, parte deles ganhou seus próprios filmes, alguns ótimos, outros nem tanto. Mas encerrar uma saga de sucesso, principalmente depois de "Vingadores: Guerra Infinita" era uma aposta ousada e a Marvel acertou em tudo.
Muita ação e emoção dividem as três horas de duração do filme com equilíbrio, contando ainda com excelentes efeitos especiais e uma trilha sonora arrasadora de Alan Silvestri também responsável por "Capitão América - O Primeiro Vingador" (2011), "Os Vingadores - The Avengers" e "Guerra Infinita" (2018). A trilha sonora já está disponível no @spotify para assinantes. Uma das homenagens mais bonitas para esta franquia foi postada no Youtube por #madxthing, usando a bela "We Are The Champions", do Queen, como trilha. Confira abaixo e se emocione.
Sob o comando da excelente Natasha Romanoff/Viúva Negra (Scarlett Johansson) - que ganhará filme solo em breve - e da sem carisma mas poderosa "Capitã Marvel" (Brie Larson), as mulheres ocupam mais destaque em "Vingadores: Ultimato". Cabe a elas algumas das partes mais emocionantes do filme. Os super-heróis masculinos também fizeram muito marmanjo chorar no cinema, mostrando que eles também têm coração (mesmo quando não é de verdade).
Tony Stark/Homem de Ferro (Robert Downey Jr.) salta do arrogante multibilionário para o paizão de todos que muitos queriam ter, ao lado de Steve Rogers/Capitão América (Chris Evans), o sempre bom moço e líder por natureza. Thor (Chris Hemsworth) e Bruce Banner/Hulk (Mark Ruffalo) ficam com a parte divertida do filme, com as cenas e diálogos mais engraçados, uma estratégia que começou a dar certo em "Thor: Ragnarok" (2017). Clint Barton/Gavião Arqueiro (Jeremy Renner) e Scott Lang/Homem Formiga (Paul Rudd) também retornam para completar o grupo de apoio, juntamente com James Rhodes/Máquina de Combate (Don Cheadle) e nebulosa (Karen Gillan).
A cada filme estes atores foram amadurecendo seus personagens, tornando-os mais humanizados e passando para o espectador a imagem de uma família, como define Natasha Romanoff. Eles brigam, ficam de mal entre um filme e outro, mas não aceitam perder aqueles que amam, querem vingança e se unem para vencer um mal maior. E o resultado disso é o melhor filme de todos os tempos do Universo Cinematográfico Marvel.
Por falar em mal, a disputa com Thanos vai do brutal a uma batalha épica, muito maior e mais dinâmica que a de "Guerra Infinita". O mega vilão é destaque e até ele mostra novamente seu lado sentimental. Assim como em "Guerra Infinita" ele foi o responsável pela reviravolta no status de sempre vencedores dos Vingadores, em "Ultimato" ele novamente é o maior objetivo do grupo. E nos dois lados desta batalha, a arma mais forte será a emoção.
O filme começa em cenas ainda durante a extinção de metade das criaturas vivas da Terra e Tony Stark numa nave à deriva no espaço, com poucas chances de sobrevivência. Na sede dos Vingadores, Steve Rogers e Natasha Romanoff tentam de todas as formas encontrar Thanos, que sumiu após o ataque. Mesmo abalados pelos acontecimentos, aqueles que restaram do grupo se unem para recuperar as Joias do Infinito, se vingar do vilão e reverter a devastação, trazendo os amigos de volta.
Com uma batalha de arrepiar que é pura adrenalina, personagens mais humanos e emotivos, cenas inesperadas e surpreendentes e um final de tremer o coração dos fãs da Marvel, "Vingadores: Ultimato" é o encerramento de uma saga digno de grandes super-heróis.
Ficha técnica: Direção: Joe e Anthony Russo Produção: Marvel Studios Distribuição: Disney/Buena Vista Duração: 3h01 Gêneros: Aventura / Ação / Fantasia País: EUA Classificação: 12 anos Nota: 5 (0 a 5)
Heikki Nousiainen interpreta um velho marchand finlandês que tenta dar sua última cartada para salvar sua galeria de arte (Fotos: Divulgação)
Maristela Bretas
Em tempos de "Vingadores - Ultimato" e "Shazam!", "O Último Lance" ("Tuntematon Mestari"), que aborda arte e relações humanas ligadas pela obsessão de um velho homem, foge completamente do circuito blockbuster e entrega a seu público um ótimo drama. A produção finlandesa é tocante, emociona e aborda velhice, sonhos perdidos, orgulho afastando pessoas e o amor pela arte como única razão de viver.
"O Último Lance" tem uma bela fotografia, é bem conduzido, o roteiro um pouco óbvio, mas sem atrapalhar o drama e uma excelente atuação do ator finlandês Heikki Nousiainen como Olavi. Ele é um negociante de arte de 72 anos, viúvo, que não aceita a aposentadoria se aproximando e com ela fim de toda uma vida voltada para a aquisição e venda de obras de arte. Sua galeria não é mais procurada pelos grandes compradores e quando surgem novos clientes, ele vê suas paixões virarem peças de barganha, como uma fruta na feira.
Quase sem amigos, Olavi não se relaciona com a filha e o neto Otto (Amos Brotherus) e é pressionado a se desfazer de seu espaço por causa das dívidas que acumula. Pressionado pela filha (Pirjo Lonka), acaba contratando o neto como estagiário. Um garoto rebelde que não aceita ordens ou orientações de ninguém.
No entanto, o interesse por obras de arte do avô e a facilidade de negociação de Otto vai unir estes dois desconhecidos, especialmente após uma misteriosa obra que vai a leilão despertar a obsessão de Olavi. O marchand vê na pintura a oportunidade de um último grande negócio para ajudá-lo a saldar as dívidas, se reaproximar da família e consertar os erros do passado.
O relacionamento de amor, mágoa, respeito (e também de falta dele) entre Olavi e Otto é o ponto principal de "O Último Lance". A mãe faz a ponte, mas são os dois atores, desconhecidos do circuito comercial, que entregam um filme belo e sensível, que vale a pena ser conferido a partir desta quinta-feira (25) nas salas Cineart.
Ficha técnica: Direção: Klaus Härö Produção: Making Movie Distribuição: Cineart Filmes Duração: 1h35 Gênero: Drama País: Finlândia Classificação: Livre Nota: 4 (0 a 5)
Mel Gibson e Sean Penn interpretam os criadores do famoso dicionário inglês Oxford (Fotos: Divulgação)
Mirtes Helena Scalioni
Pessoas que gostam de - ou trabalham com - palavras não devem perder a mais recente empreitada de Mel Gibson, que conseguiu colocar nas telas um projeto com o qual sonhava desde 1998, quando leu "O Gênio e o Louco" ("The Professor And The Madman"), de Simon Winchester, e imediatamente adquiriu os direitos autorais da obra. O livro, que conta a história da real criação do primeiro dicionário inglês de Oxford, joga luz sobre um episódio histórico sui generis que, certamente, mudou os rumos da humanidade e, de certa forma, apontou caminhos para o que hoje conhecemos como gramática, literatura, linguagem, poesia. Enfim, o mundo das letras. Mas não só ele.
Contam que Gibson, que além de ator é um dos produtores do filme "O Gênio e o Louco", é obstinado. E obstinação, quase obsessão, é uma das tônicas do personagem que ele próprio interpreta: o professor James Murray que, em 1857, se dispõe, com a ajuda de uma pequena equipe, a catalogar e definir todas as palavras da Língua Inglesa. Como a tarefa era praticamente impossível de ser cumprida, Murray pediu ajuda de voluntários que, pelo correio, sugeriam palavras e definições. Entre esses voluntários, chama a atenção a colaboração de um certo Doutor W.C Minor, que contribui brilhantemente com mais de 10.000 verbetes. Com um detalhe: de dentro de um hospício para criminosos.
Convenhamos: o fato que deu origem ao livro e ao filme é, por si só, deliciosamente tão inverossímil quanto genial. E genial está também a atuação de Sean Penn, que se entregou de corpo e alma ao atormentado Minor, deixando confuso o público, que balança entre a admiração, a compaixão e o medo do criminoso louco que ele criou. As poucas cenas em que Gibson e Penn contracenam seriam suficientes para se indicar o filme, mas há outros motivos que tornam "O Gênio e o Louco" imperdível.
Além do resgate de uma verdade histórica, o longa merece aplausos também pela excelente reconstituição de época, pelos figurinos, pela iluminação cuidadosamente fraca como convinha aos anos de 1800 e pelas corretas interpretações de coadjuvantes como Natalie Dormer, no papel de Eliza Merret, viúva do homem assassinado por Minor, e Jennifer Ehle, como Ada Murray - a nos fazer lembrar que há sempre grandes mulheres envolvidas em grandes projetos, mesmo que elas nem sempre tenham o destaque merecido. Na verdade, todo o elenco está brilhante.
"O Gênio e o Louco" não é um filme leve. Nem fácil. Há tensão, dúvidas, mistérios, violência, ignorância. Mas tudo acaba ficando em segundo plano diante da obsessão e, principalmente, do amor de Murray e Minor pelas palavras. Essa parece ser também a obsessão de Farhad Safinia, o diretor iraniano-americano que conseguiu equilibrar com talento a tênue linha que separa a genialidade da loucura. Afinal, é a linguagem que nos torna diferentes dos bichos.
Duração: 2h04 Classificação: 14 anos Distribuição: Imagem Filmes
Rodrigo Santoro interpreta Malin, um professor universitário cubano que vai trabalhar em um hospital para crianças vindas de Chernobyl (Fotos: Gabriel G. Bianchini)
Mirtes Helena Scalioni
Tudo pode mudar a qualquer momento. A rotina, a vida, as certezas, tudo pode se transformar de uma hora para a outra quando alguém se envolve em um acontecimento marcante e é tocado de alguma forma por ele. Essa parece ser a verdade escancarada no filme "O Tradutor", que conta a história de Malin, um sisudo professor universitário cubano de Literatura Russa que vê sua vida tranquila e equilibrada virar de cabeça para baixo quando é convocado pelo governo a trabalhar na ala infantil de um hospital em Havana. Lá, estão em tratamento dezenas de crianças vítimas do desastre nuclear de Chernobyl, algumas com leucemia.
Antes, é preciso salientar que o filme é dirigido pelos irmãos Rodrigo e Sebastián Barriuso, filhos do professor Malin original, o verdadeiro tradutor. Eles são, portanto, praticamente testemunhas do fato, se não presenciais, no mínimo como portadores das histórias que cresceram escutando, ou mesmo como vítimas da transformação do próprio pai. Isso confere legitimidade a "O Tradutor", que emociona sem pieguices e exageros. O excelente desempenho de Rodrigo Santoro no papel principal também ajuda. Falando russo e espanhol com certa fluidez e naturalidade, exibindo uma expressão corporal primeiro altiva, depois deprimida, decadente, o ator brasileiro convence e merece aplausos.
Além de Santoro, cuja transformação o público acompanha a olhos vistos, fazem parte do elenco Yoandra Suárez como Isona, a mulher do professor; Estelinda Nuñes como a Dra. Rivas; Genadijs Dolganous como Vladimir, o pai de uma das crianças; e, destacando-se, Maricel Álvarez como a enfermeira Gladys, que faz um jogo bonito de se ver com o brasileiro. As cenas em que os dois atuam, num bate-bola convincente entre dois atores experientes, são eficientes, além de comover. Merecem atenção também as atuações das crianças, verdadeiras e envolventes.
Detalhe que chama atenção no longa: como é passado em 1989, Havana é apresentada ao público em dois períodos diferentes. Antes da queda do muro de Berlim, é notório o progresso e a fartura de Cuba. Supermercados sortidos e casas confortáveis se chocam, após a queda, com a escassez de combustíveis, as dificuldades, a falta de tudo. O mesmo acontece com o professor Malin, que primeiro detesta a missão que lhe é imposta, mas vai aos poucos sendo tomado pela empatia ao presenciar o sofrimento das crianças e suas famílias. Enfim, "O Tradutor" é um filme melancólico, pois fala de transformação pela dor. Mas mesmo assim - talvez por isso - imperdível. Sessões no Belas 1, às 14h e 18h40.
Duração: 1h47 Classificação: 12 anos Distribuição: Galeria Distribuidora
Trabalhando luz e som, o diretor Michael Chaves aumenta o impacto das aparições da Chorona (Fotos: Scott Patrick Green/Warner Bros. Pictures)
Wallace Graciano
Poucos gêneros são tão previsíveis como o terror. A capacidade de explorar o psicológico dos espectadores parece ter uma limitação cada vez mais evidente, o que impede os amantes do estilo de acompanharem com afinco as novidades. Nos últimos anos, porém, há uma tentativa de romper com o comum e algumas surpresas, como “Annabelle 2”, trouxeram um alento aos cinéfilos. E uma das que pode seguir esse rumo é a “Maldição da Chorona” ("The Curse of La Llorona"), que estreia nesta quinta-feira (18) nos cinemas de todo país.
O filme é ambientado em Los Angeles, nos Estados Unidos, no início da década de 1970. Nele, Anna (Linda Cardellini), uma assistente social nada idealizada, cria seus filhos após a morte de seu marido. Porém, ao trabalhar em um caso de uma mãe que tentava esconder seus filhos, começa a ser atormentada por uma entidade sobrenatural: “La Llorona" (a Chorona).
Segundo o folclore popular mexicano, a Chorona, em vida, afogou seus filhos após ser traída pelo marido. Após perceber seu erro, jogou-se em um rio, se debulhando em lágrimas. Porém, sua alma ficou presa ao plano terreno e ela busca outras crianças para reparar seu mal. É aí que você deve estar pensando: “Poxa, mais um clichê que explora o vínculo intrínseco do espiritual com o carnal. Que falta de originalidade”. Sim, esse é um pecado da película. Talvez um dos poucos. Se por um lado não houve a busca por um personagem com um arquétipo menos estereotipado, por outro, a trama se desenrola sem prender-se aos recursos tradicionais do gênero.
Um exemplo é o corte das cenas. Michael Chaves, o diretor, não abusa de planos em que a antagonista esteja evidenciada para levar temor ao espectador. O sensorial é bem trabalhado durante a trama, sendo que o pânico não surge apenas do visual. A edição de som, por exemplo, conseguiu fazer com que o barulho de uma fechadura em determinada cena seja impactante e relevante à película.
Para além, há a exploração de variações de sons e imagens dentro de um mesmo plano-sequência, o que impede o expectador se preparar para o susto. Em um deles, por exemplo, crianças correm por um corredor esverdeado, com ruídos clamando pelo pior. Quando ele vem, a tensão ganha cores com a falta de som e luz.
O subjetivo da Chorona é outro ponto alto. Sua figura malévola ganha cor em diversos cenários, causando temor também pelas aparições metafísicas. O roteiro também foi bem desenrolado, com apresentação e desenvolvimento rápido e bem construído dos personagens. Até mesmo o Padre Perez dá seu "pitaco" no longa, nos convidando para "Annabelle 3", que deve estrear em julho. Ou seja, “A Maldição da Chorona” é muito além do comum que o gênero foi tomado, trazendo respiração presa e tensão aos amantes do terror.
Ficha técnica: Direção: Michael Chaves Produção: New Line Cinema Distribuição: Warner Bros Pictures Duração: 1h34 Gênero: Terror Países: EUA Classificação: 14 anos Nota: 4 (0 a 5)
Suspense conta história de neurocientista obsecado que usa a própria como cobaia de suas experiências (Fotos: Replicas Holdings/Divulgação)
Maristela Bretas
Keanu Reeves ataca de neurocientista nada convincente que clona mentes de seres humanos mortos em "Cópias - De Volta à Vida" ("Réplicas"), filme que estreia nos cinemas nesta quinta-feira. Tirando algumas locações paradisíacas no início e no fim em Porto Rico, pouca coisa se aproveita desta produção confusa, cheia de buracos no roteiro e facilmente esquecível.
O elenco é tão fraco quanto a história, inclusive o "vilão", interpretado por John Ortiz (de "A Justiceira" e "Bumblebee", ambos de 2018), que teve o talento desperdiçado. Thomas Middleditch, como o assistente de Will Foster (papel de Reeves) serve de alavanca para jogar o foco para o protagonista (que se sai bem melhor em "John Wick - Um Novo Dia Para Matar" - 2017). O restante é só para compor cenário e apresentar a família.
Na história Will Foster é um neurocientista que desenvolve um projeto tecnológico para clonar a mente de humanos mortos para robôs. Após várias tentativas frustradas, uma tragédia vai mudar sua vida e fazer com que desafie todas as leis da natureza e do homem. Num grave acidente de trânsito ele perde toda a sua família e não aceita o destino. Ameaçado de ter sua pesquisa encerrada devido aos resultados ruins e obcecado em trazer de volta à vida sua família, ele brinca de Deus e usa a mulher e os filhos mortos de cobaias. A situação, no entanto, foge do controle e Will terá de fazer escolhas que vão mudar a vida de todos.
O tema de "Cópias - De Volta à Vida" até que não é ruim, só não foi bem trabalhado, Reeves parece deslocado do papel de marido, pai e cientista louco. Como se tivesse que fazer tudo rapidinho para acabar logo o filme e ir pra casa arrependido de ter dado um tiro no pé com esta produção. Falta carisma em todo o elenco. As cenas de ação são poucas, mas muito boas, assim como a trilha sonora. O final clichê e totalmente esperado é típico de romance de Nicholas Sparks. Fora isso, a produção é daquelas que você mal se lembra dos detalhes ao sair do cinema. Para os fãs do ator, não foi dos seus melhores trabalhos, mas distrai numa sessão da tarde.
Ficha técnica: Direção: Jeffrey Nachmanoff Produção: Lotus Entertainment / Fundamental Films / Di Bonaventura Pictures / Company Films Distribuição: Paris Filmes Duração: 1h48 Gêneros: Suspense / Ficção científica Países: EUA, Reino Unido, China, Porto Rico Classificação: 14 anos Nota: 2 (0 a 5)
Chrissy Metz interpreta Joyce Smith, autora do livro que conta seu drama após o acidente com o único filho e como o poder da oração ajudou a salvá-lo (Fotos: Allen Fraser/Fox Film)
Maristela Bretas
O produtor DeVon Franklin está se especializando em filmes religiosos e após "Milagres do Paraíso" (2016), que teve Jennifer Garner como protagonista e a animação "A Estrela de Belém" (2017), aposta agora suas fichas em "Superação - O Milagre da Fé" ("Breakthrough") escolhendo um elenco que têm à frente a atriz Chrissy Metz. Conhecida do público brasileiro por seu papel como Kate Pearson na série de TV “This is Us”, ela é a alma do filme e entrega uma interpretação forte, envolvente, emocionante e sensível de Joyce Smith, a mãe cujo amor e a fé em Deus salvaram o filho John, dado como morto após um acidente.
Poderia ser mais um filme religioso, como muitos que inundam as telas de cinema, mas "Superação - O Milagre da Fé" é diferente, sem pieguismo, sem louvar essa ou aquela religião. Baseado em fatos reais, a história foi extraída do livro escrito por Joyce Smith - “The Impossible” (“O Impossível”) - sobre o drama vivido por ela em janeiro de 2015 quando John cai em um lago congelado no Missouri (EUA). Após quase uma hora de tentativas para ressuscitá-lo, o garoto é dado como morto, mas ela se recusa a aceitar e se apega à fé e ao poder da oração a Deus para salvá-lo.
Mas não basta apenas John voltar a respirar, ele terá de enfrentar uma luta diária de recuperação. E Joyce estará sempre a seu lado, passando força e o amor de mãe. Ela terá de viver um milagre a cada dia e sua fé e esperança vão inspirar todos a sua volta, mesmo com as previsões médicas apontando o contrário.
Chrissy Metz, que conviveu com Joyce Smith conta que ela é uma pessoa que adora conversar e contar sobre o que a fé fez por sua família. Para as pessoas que duvidam do poder da fé, ela diz: "Não deixe o senso comum e a lógica ditarem sua fé". Para contar esta história no cinema, a escolha do elenco foi essencial principalmente Chrissy Metz, que está excepcional. DeVon Franklin conta como foi a seleção dos atores no trailer abaixo.
Também a trilha sonora foi bem acertada e envolvente, com sucessos conhecidos do público como "Uptown Funk" (Bruno Mars e Mark Ronson) e a emocionante "Oceans" (Hillsong United), além de canções religiosas que ajudam a criar o clima religioso necessário para a produção dirigida por Roxann Dawson.
Uma coisa é certa: "Superação - O Milagre da Fé" faz chorar muito, do início ao fim. No cinemas, homens e mulheres deixaram rolar muitas lágrimas. O filme ajuda a lavar a alma e reforçar a crença no poder da fé, representada por uma mãe devotada que esquece tudo (até mesmo de da própria doença), em busca de uma salvação do filho, papel vivido pelo ótimo Marcel Ruiz. A experiência dramática faz Joyce rever sua pos
Expõe também o lado egoísta das pessoas que não têm fé e ao mesmo tempo acham injusto Deus dar uma segunda chance a uns e deixar outros morrerem. Somente a fé de Joyce continua inabalável e será capaz de mudar sua comunidade. Um excelente filme sobre superação, milagre e o poder de Deus que vale muito a pena assistir.
Ficha técnica: Direção: Roxann Dawson Produção: Fox 2000 Pictures Distribuição: Fox Film do Brasil Duração: 1h56 Gêneros: Drama / Biografia País: EUA Classificação: 10 anos Nota: 4 (0 a 5)
Mais uma participação do Cinema no Escurinho no projeto do parceiro Cinema de Buteco, coordenado por Tullio Dias é que ainda contou com Marcelo Seabra, do blog O Pipoqueiro, e Dani Pacheco, do CdB.
Ingrid Guimarães está de volta como Alice, a empresária famosa de uma rede de sex shop que agora quer mudar de vida e se dedicar à família (Fotos: Morena Filmes/Divulgação)
Maristela Bretas
A parceria entre Ingrid Guimarães e a diretora Julia Rezende se repete em "De Pernas Pro Ar 3" para tentar obter o sucesso das duas produções anteriores. Apesar de atrair milhares de fás para os cinemas, a terceira comédia da atriz nesta franquia e a segunda da diretora não tem a mesma graça. Com um roteiro que optou pela discussão do sucesso profissional e a relação com marido e filhos, perdeu o ponto alto que é o humor.
Ingrid tem boas tiradas e se envolve em situações "delicadas", do tipo usar um óculos de realidade virtual para ter fantasias sexuais com Cauã Reymond. Mas não dá para dar gargalhadas, no máximo alguns risos. A história, como foi contada, pode decepcionar um pouco o público que for ao cinema para ver mais uma grande comédia de Ingrid Guimarães. No elenco, destaque cômico, como sempre destaque para Cristina Pereira, a empregada/babá da casa de Alice, muito divertida.
Em "De Pernas Pro Ar 3", Ingrid repete o papel de Alice Segretto, a empresária de sucesso que ganhou o mundo com sua rede de lojas Sexy Delícia. Durante uma turnê por vários países, anuncia sua saída da presidência da empresa e nomeia a mãe Margot (Denise Weinberg) para seu lugar. O objetivo é se dedicar à família, agradando principalmente o marido João (Bruno Garcia) e a filha pequena.
O que Alice não imaginava era encontrar uma família completamente diferente e crescida. E o filho mais velho namorando todas. Para piorar, ela conhece a jovem Leona (Samya Pascotto), uma competidora com potencial para roubar a cena, a vida de Alice e a atenção de sua família.
Boa trilha sonora e locações, elenco entrega interpretações "certinhas", como se fosse o capítulo de uma novela, mas "De Pernas Pro Ar 3" fica a desejar. O que não irá impedir de ter uma ótima bilheteria, graças à presença de Ingrid Guimarães que é um show a parte.
Ficha técnica: Direção: Julia Rezende Produção: Morena Filmes / Paris Filmes / Globo Filmes Distribuição: Downtown Filmes Duração: 1h48 Gênero: comédia País: Brasil Classificação: 12 anos Nota: 3 (0 a 5)
Comédia reúne dois grandes atores - Luis Brandoni e Guilhermo Francella (Fotos: Eurozoom/Divulgação)
Mirtes Helena Scalioni
De uma tacada só, o argentino Gastón Duprat coloca o espectador diante de temas tão sérios quanto abstratos como ética, arte, valores, amadurecimento, marketing, manipulação, amizade, hipocrisia. O filme em questão é "Minha Obra-Prima" ("Mi Obra Maestra"), e o diretor é relativamente conhecido do público brasileiro desde o inesquecível "O Cidadão Ilustre", de 2016. Dessa vez, ele vai um pouco mais longe, usando cinismo e suspense para contar a história de um artista plástico em fim de carreira.
Renzo Nervi (Luis Brandoni) é um velho pintor rabugento que já teve seus dias de glória, mas não consegue mais vender suas obras. Saiu da moda para a maioria dos apreciadores de arte. Menos para um discípulo que teima em aprender com ele, apesar dos seus métodos nada ortodoxos de ensinar, e para o marchand Arturo Silva (Guilhermo Francella), que insiste em recolocar as obras de Nervi no mercado. Detalhe: Nervi e Auturo são amigos há mais de 40 anos e se conhecem muito bem.
Os diálogos, inteligentes, dinâmicos e criativos são o grande trunfo de "Minha Obra-Prima" e ajudam a envolver o espectador, que vai colhendo e desfazendo pistas ao longo do filme que, a certa altura, se transforma em suspense. Brandoni e Guilhermo Francella atuam em sintonia perfeita e o jogo entre esses dois grandes atores merece todos os aplausos.
A personalidade sui generis de Renzo Nervi, revelada de forma quase histriônica pelo talento de Luiz Brandoni, numa interpretação irretocável, é, de certa forma, outra atração. Arrogante, exótico e egoísta, o pintor esbalda antipatia de uma forma tão peculiar que acaba por ganhar a simpatia do público, que começa a concordar com as atitudes extremas dele.
Surpreendente talvez seja a palavra que melhor define "Minha Obra-Prima" que, enquanto toca nas mazelas da arte, desnuda conceitos, critica a elite dita intelectual e coloca em xeque a importância e o valor do marketing nesses tempos de mídias poderosas e de celebridades em busca de fama e dinheiro a qualquer preço. O filme está em exibição na sala 1 do Belas Artes, sessões às 15h40 e 19h40.
Jack Dylan Grazer e Zachary Levi entregam boas interpretações e são a diversão nesta nova produção com personagem da DC Comics (Fotos: Steven Wilke/Warner Bros. Entertainment)
Maristela Bretas
Humor, ação e muitos efeitos são os ingredientes bem dosados de "Shazam!", nova aposta com um super-herói da DC Comics que estreia nesta quinta-feira (4) nos cinemas. A fórmula funciona muito bem e deverá garantir mais uma ótima bilheteria à Warner, como outros dois sucessos da mesma família - "Mulher Maravilha" (2017) e "Aquaman" (2018) -, mostrando que estão acertando o rumo na disputa com a Marvel. Os fãs agradecem e vão esquecendo, aos poucos, produções que deixaram a desejar, como "Esquadrão Suicida" (2016).
A escolha do ótimo cômico ator Zachary Levi ("Thor: Ragnarok" - 2017) para interpretar o super-herói que usa collant vermelho com um raio amarelo no peito (não confunda com Flash, da mesma DC Comics que tem fantasia quase igual) foi muito acertada. Ele entrega um personagem engraçado, trapalhão, forte e sem noção de seus poderes, usando às vezes em brincadeiras e para ganhar uns trocados. Afinal, Shazam é apenas um jovem de 15 anos no corpo de um homem de 30. O adolescente Billy Batson é vivido pelo ator Asher Angel, que se transforma num adulto quando usa a palavra mágica - "Shazam!".
Além dos problemas da idade, Billy sofre por ter se perdido da mãe aos 6 anos e estar sempre passando por lares de crianças abandonadas. Até cair na casa do casal Victor e Rosa Vasquez e conhecer aquele que vai se tornar seu maior amigo e aliado, Freddy Freeman, interpretado pelo ótimo Jack Dylan Grazer (de "Querido Menino" - 2019 e "It: A Coisa" - 2017). Ele é um garoto com deficiência que só quer ser notado e ter um amigo super-herói, como Batman ou Superman, por exemplo. As cenas de Freddy e Shazam são as mais engraçadas do filme, afinal, como todo adolescente que quer ser adulto, eles aproveitam para experimentar tudo o que a maioridade permite fazer, como beber cerveja, por exemplo.
Mark Strong ("Kingsman: O Círculo Dourado" - 2017) foi outro acerto para o papel do cientista Dr. Thaddeus Sivana (ou Silvana), o arqui-inimigo dos quadrinhos que quer roubar os poderes do herói. Menos conhecido do público em geral que seus irmãos de HQs, Batman e Superman, mas bem mais simpático, Shazam é bem apresentado no filme, assim como o Dr. Sivana, e como seus mundos se encontraram.
Ambos são fortes, mas a diferença de idade e maturidade conta muito na hora das batalhas. Dr. Sivana é um adulto traumatizado e cruel enquanto Shazam é um garoto bom mas solitário em corpo de homem, que brinca de super poderes e segue tudo o que o amigo Freddy manda, muitas vezes sem medir as consequências do que está fazendo.
Os efeitos visuais são outro destaque de "Shazam!". Muitos raios, de ambos os lados, monstros assustadores, batalhas no ar e em terra, destruição de prédios, magos com poderes e boas perseguições. Os assuntos sérios também são abordados, como o bullying à deficiência de Freddy, a busca de Billy por sua mãe natural e a relação em um lar onde todos precisam se unir para ser uma boa família. Os atores que formam este grupo também fazem um bom trabalho, com destaque para Faithe Herman, que interpreta a muito fofa Darla, a mais jovem dos "irmãos".
"Shazam!" ganha o público principalmente pelo jeitão infantil do super-herói com peito estufado que vibra como uma criança cada vez que descobre um novo poder. O filme também faz inúmeras referências a outros personagens da DC, tanto nos brinquedos de Freddy quanto nos diálogos e especialmente no final e na ficha técnica, o que torna a produção ainda melhor, mais leve e divertida, com humor inteligente, sem cair no pastelão. Vale muito a pena conferir.
FIQUE ATENTO: Este filme também tem duas cenas pós-créditos, a primeira mais importante.
Ficha técnica: Direção: David F. Sandberg Produção: New Line Cinema / DC Entertainment Distribuição: Warner Bros. Pictures Duração: 2h12 Gêneros: Ação / Fantasia País: EUA Classificação: 12 anos Nota: 4 (0 a 5)