29 agosto 2019

"Yesterday" - O mundo não teria a menor graça sem a música dos Beatles

Himesh Patel é o desconhecido que vai se transformar no maior astro do mundo usando as composições da banda britânica (Fotos: Universal Pictures/Divulgação)

Carolina Cassese


"Yesterday" é uma declaração aos Beatles e mostra que, sem o talento de John Lennon, Paul McCartney, George Harrison e Ringo Starr, o mundo não teria, definitivamente, a mesma graça. O longa, dirigido por Danny Boyle (“Quem Quer Ser um Milionário?”), chega aos cinemas brasileiros nesta quinta-feira para mostrar que manter vivo o legado do icônico quarteto britânico é uma tarefa de todos que amam a música.


No roteiro, escrito por Richard Curtis, veterano em comédias românticas, Liverpool é apenas mais uma cidade chuvosa da Inglaterra. Sem "Hey Jude", "Let It Be" e "Here Comes The Sun". Sem a marcante fotografia da Abbey Road. Sem submarinos amarelos. Depois de um apagão, a existência dos Beatles é apagada. Apenas Jack Malik (Himesh Patel), um músico humilhado por (quase) todos ao seu redor, consegue se recordar do legado do quarteto.

"Yesterday" é centrado na história desse músico que, ao ser atropelado por um ônibus, acorda em uma cama de hospital e se surpreende ao perceber que seus amigos mais próximos não compreendem nenhuma das referências feitas ao maior quarteto britânico da história da música. Ele pesquisa no Google e, para sua surpresa, não encontra resultado algum - quando digita “Beatles”, aparecem apenas fotos do inseto.


Ao procurar em sua casa algum vestígio dos álbuns do quarteto, é igualmente mal sucedido na missão. Jack finalmente percebe que há uma falha no sistema enxerga uma oportunidade: mostrar ao mundo as geniais canções de John, Paul, George e Ringo - fingindo, no entanto, que essas são de sua autoria. Como é de esperar, o músico não demora muito a se tornar um sucesso.


Ed Sheeran, que interpreta a si mesmo na produção, é determinante na ascensão da carreira de Jack, pois o convida para abrir os shows de sua turnê. Após tamanha visibilidade, o protagonista é praticamente intimado pela agente Debra Hammer (Kate McKinnon) a ir para Los Angeles. 

Desde o início de sua carreira, a principal parceira de Jack é Ellie Appleton (Lily James), uma professora que, nas horas vagas, também trabalhava como agente musical. A partir do momento que Jack decide ir para Los Angeles a fim de focar em sua carreira, os dois acabam se afastando. A relação entre eles é central para a trama - o longa é, acima de tudo, uma comédia romântica.


O filme se preocupa também em apresentar uma crítica à própria indústria fonográfica. Sabe-se que o apelo comercial muitas vezes é privilegiado em detrimento da originalidade e das reais intenções de um artista. A preocupação recorrente da agente Debra em relação à aparência de Jack é um claro exemplo de como, muitas vezes, o conteúdo fica em segundo plano.

Principalmente a partir do terceiro ato, o longa apresenta algumas falhas de execução. Parece que a premissa fica em segundo plano: o romance dos personagens principais recebe um demasiado destaque e tem um desenrolar previsível. As atuações são boas, mesmo que alguns personagens sejam pouco explorados. "Yesterday", no entanto, não parece pretensioso e cumpre a função de divertir e também emocionar.


Ficha técnica:
Direção: Danny Boyle
Produção: Working Title Films
Distribuição: Universal Pictures
Duração: 1h57
Gêneros: Comédia / Musical / Romance
País: Reino Unido
Classificação: 12 anos
Nota: 4 (0 a 5)

Tags: #YesterdayFilme, #Yesterday, #Beatles, #HimishPatel, #LilyJames, #musical, #comedia, #UniversalPictures, @cinemanoescurinho, @cinemaescurinho, #EspacoZ

28 agosto 2019

Leandro Hassum banca cupido com caretas e palavrões pra fazer rir em "O Amor Dá Trabalho"

Na história, Ancelmo precisa reunir um casal para conquistar um lugar no céu (Fotos: Globo Filmes/Divulgação)

Maristela Bretas


Chega nesta quinta-feira (29) aos cinemas brasileiros a nova comédia com Leandro Hassum, "Amor Dá Trabalho", dirigida e roteirizada por Alê McHaddo. O comediante não muda em nada seu estilo, cheio de caretas, comentários críticos e a certeza que muitas de suas gracinhas ainda fazem o público dar gargalhadas. Pelo menos foi assim na pré-estreia do filme, em BH, com muitos dos presentes elogiando a produção e comentando que, mesmo magro, Hassum não perdeu o humor.


Acho, no entanto, que o ator demorou para se reencontrar com a comédia. Chegou a fazer papéis sérios, como o do produtor musical Carlos Imperial, em "Simonal" (2019). Insistiu nas manjadas caras e bocas ofensivas, palavrões e frases que sempre marcaram seus personagens, como, por exemplo, João Ernesto, de "O Candidato Honesto 1 e 2" (2014 e 2016), ou Tino, de "Até Que a Sorte nos Separe" 1, 2 e 3. Desta vez ele é Ancelmo, um funcionário público muito babaca, preguiçoso, egoísta, que gosta de levar vantagem em tudo, sem nunca ter ajudado uma pessoa.


Por obra do destino Ancelmo morre e na hora de seguir sem escala para o inferno, negocia com os deuses e anjos uma opção: realizar uma boa ação para mudar sua rota para o céu. O trabalho escolhido é reunir o casal Elizângela (Flavia Alessandra) e Paulo Sérgio (Bruno Garcia) separados há 12 anos depois de Paulo ter abandonado Elizângela no altar. A história é bobinha, mas Hassum exagera na interpretação do "falso cupido bonzinho", que só pensa em reunir o casal e se garantir com a "turma pesada lá de cima".


E que turma¹ O "alto escalão do céu" é a parte mais divertida do filme e deveria ter sido a mais explorada. As poucas aparições do grupo, sempre reunido ao redor de uma mesa de diretoria, são hilárias. Cada um representa um santo ou imagem de um deus de diferentes crenças e religiões. Os fãs vão delirar quando surgirem na tela - Helio De La Pena (como Shiva), Falcão (Odin), Maria Clara Gueiros (Nossa Senhora), Sérgio Loroza (Xangô), Bruno Sutter (Thor), Dani Calabresa (Athena), Paulinho Serra (São Pedro), Ludmilla (Iansã) e Marco Zenni (Buda).


Hassum é a alma (literalmente) do filme e consegue quebrar o marasmo do romance sem sal do par principal, agravado pelas participações no elenco de Monique Alfradique e Felipe Torres. "Amor Dá Trabalho" tem bons efeitos visuais, especialmente quando Ancelmo usa seus "poderes" para dar um empurrãozinho no casal. Não é das melhores de suas comédias, mas arrancou algumas gargalhadas do público. Vale, no máximo, uma sessão da tarde.


Ficha técnica:
Direção e roteiro: Alê McHaddo
Produção: 44 Filmes / 20th Century Fox / Telecine Filmes / Globo Filmes 
Distribuição: Paris Filmes / Downtown Filmes
Duração: 1h40
Gênero: Comédia 
País: Brasil
Classificação: 12 anos
Nota: 2,5 (0 a 5)

Tags: #OAmorDaTrabalho, @Leandro Hassum, @FlaviaAlessandra, @Bruno Garcia, #comedia, #ParisFilmes, @FoxFilmBrasil, #44Filmes, @GloboFilmes, #Espacoz, @telecineoficial, @cinemaescurinho, @cinemanoescurinho

26 agosto 2019

O melhor amigo de toda criança está de volta mais violento e sanguinário em "Brinquedo Assassino"

Filme é remake da história do assustador boneco Chucky
(Fotos: Capelight Pictures)

Maristela Bretas 


Ele voltou! Mais violento, espalhando sangue até nas criancinhas, sem dó nem piedade. Tudo para ter um melhor amigo só dele. Chucky, o boneco mais sombrio do cinema retorna no remake "Brinquedo Assassino" ("Child's Play"), em cartaz nos cinemas,
agora dirigido pelo norueguês Lars Klevberg, em seu segundo longa (o primeiro foi "Morte Instantânea", ainda sem data de estreia no Brasil). Apesar de trazer cenas "esmagadoras" literalmente, o novo boneco tem uma cara estilizada e muito menos assustadora que a de seus antecessores. Impossível esquecer a face do mal do boneco original de 1988 - fofinho quando é entregue a Jack e tenebroso quando parte para o ataque.

Chucky, de 1988 (Reprodução: United Artists)

Chucky recebeu continuações anos depois - "Brinquedo Assassino 2 e 3" (1990 e 1991, respectivamente) - e até ganhou uma parceira em "A Noiva de Chucky" (1998), e até outras versões de quinta categoria. Com direções diferentes, as histórias dos três primeiros filmes são continuações, enquanto a nova versão que está em cartaz nos cinemas começa do zero, com uma história diferente. A origem do boneco é outra, o nome do menino é outro, os motivos de ele ter aceitado o brinquedo são outros. Enfim, o mesmo vilão com nova roupagem. Mais ou menos - o macacão jeans e a camiseta listrada ainda são os mesmos.


O Chucky 2019 é tecnológico, adaptado ao novo mundo onde tudo está interligado, inclusive os brinquedos dos filhos, que podem ser controlados por meio de um smartphone. Assim como utensílios da casa como a vassoura elétrica, a televisão, as luzes ou o aparelho de som, todos produzidos pela Kaslan Corporation, uma empresa que trabalha com tecnologia inteligente. O que ninguém imaginava era que Chucky iria assumir o controle de tudo, dentro e fora de casa, e também querer mandar na vida de Andy (interpretado por Gabriel Bateman), a ponto de afastar aqueles que pudessem representar uma "ameaça" a sua amizade com o garoto.


Um a um, o assassino que poucos podiam acreditar se tratar de um boneco, vai deixando um rastro de sangue e terror. Com 90 minutos de duração, "Brinquedo Assassino" vai mostrando como o grau de crueldade de Chucky piora a cada ataque, fruto da violência que aprendeu vendo filmes e programas de TV. Ninguém acredita em Andy quando ele conta que as mortes que estão acontecendo no bairro foram causadas pelo boneco.


O garoto Gabriel Bateman (de "Annabelle") está muito bem em seu papel, Mas o destaque está na voz do boneco, emprestada por ninguém menos que Mark Hamill (o Luke Skywalker da saga "Star Wars"). Tirando a cara pouco convincente, é a voz de Hamill quem dá o tom de terror que Chucky precisa para assustar a plateia. Brian Tyree Henry ("Se a Rua Beale Falasse") também entrega boa interpretação como o detetive Mike Norris que investiga as mortes na vizinhança, assim como Aubrey Plaza, que faz a mãe de Andy.


Na história, Andy e sua mãe se mudam para uma nova cidade em busca de um recomeço. Preocupada com o desinteresse do filho em fazer novos amigos, Karen (Aubrey Plaza) decide dar a ele de presente de aniversário o boneco tecnológico Buddi que, além de ser o companheiro ideal para crianças e propor diversas atividades lúdicas, ele executa funções da casa por comando de voz. Os problemas começam a surgir quando o boneco, batizado por Andy como Chucky, se torna extremamente possessivo em relação a Andy e está disposto a fazer qualquer coisa para afastar o garoto das pessoas que o amam.


"Brinquedo Assassino" também tem cenas de suspense (algumas bem esperadas), mas o que sustenta o filme são os ataques insanos a facadas do boneco (sua especialidade), dando uma variada ou outra entre um enforcamento, um cortador de grama e outras modalidades de assassinatos. Portanto, se pretende assistir ao longa, vá preparado para ter estômago forte em algumas cenas, o que deverá atrair um público mais jovem, possivelmente que nem assistiu aos primeiros filmes.


E para quem não viu, recomendo uma sessão em casa do primeiro e do segundo filmes "Brinquedo Assassino". Não espere deste a mesma história do original, mas vai sabendo que a produção é de Seth Grahame-Smith e David Katzenberg, dupla responsável pelo remake do terror "It: A Coisa", o que já tem boa chance de agradar. No final do filme, o diretor ainda deixa a entender que poderá haver uma continuação. Quem vai ditar as regras será a bilheteria, claro. Aguardemos as cenas dos próximos capítulos. Confira a nova versão de Chuck e deixe seu comentário no blog.

Ficha técnica:
Direção: Lars Klevberg
Produção: Orion Pictures / Metro-Goldwin-Mayer (MGM)
Distribuição: Imagem Filmes
Duração: 1h30
Gênero: Terror
País: EUA
Classificação: 16 anos
Nota: 3,5 (0 a 5)

Tags: #brinquedoassassinofilme, #Chuck, #terror, @OrionPictures, @MGM, @ImagemFilmes, @cineart_oficial, @cinemaescurinho, @cinemanoescurinho

23 agosto 2019

Impossível sair impune de "Entre Tempos", filme que trata de amor, diferenças e lembranças

Luca Marinelli e Linda Caridi formam o belo casal Lui e Lei que, desde o início, exala uma química quase perfeita (Fotos: Sara Petraglia/Divulgação)

Mirtes Helena Scalioni


"Lui e Lei são duas pessoas completamente diferentes entre si, mas que formam um casal intenso e apaixonado. Juntos durante anos, seus sentimentos estão em conflito constante, mostrando uma montanha-russa emocional entre eles: enquanto Lei acredita em um futuro brilhante, Lui não consegue deixar de viver no passado. Ao longo dos anos, o par coleciona frustrações, alegrias, tristezas e angústias". 

Que ninguém se iluda que está diante de mais uma história de amor ao ler essa sinopse oficial e simplesinha de "Entre Tempos". Trata-se, sem dúvida, de um filme sobre o romance de um casal, mas o jeito que o diretor italiano Valerio Miele imprimiu à sua narrativa é praticamente um personagem à parte. Mais do que uma ferramenta, o ritmo do longa torna-o único.



É tão louca e tão sui generis a forma como o filme é contado, com flashbacks e lampejos rápidos confundindo passado e presente, infância e vida adulta, que o espectador pode ter uma inusitada curiosidade de saber quem é o responsável pela montagem. Pois o autor da façanha é uma autora, Desideria Rayner, cujo trabalho e perfil podem ser facilmente encontrados na internet. Uma craque, sem dúvida. Não fosse ela, talvez o roteiro, que é do próprio diretor, não se transformasse no filme diferente que virou. Para início de conversa, Lui e Lei não são nomes próprios dos personagens principais, interpretados na medida por Luca Marinelli e Linda Caridi. Lui e Lei são, simplesmente, Ele e Ela traduzidos do italiano.



Se alguém quiser traduzir em uma linguagem mais óbvia a sinopse de "Entre Tempos", talvez pudesse dizer que se trata de um filme sobre a complexidade das relações de amor, sobre a ideia de que os opostos sempre se atraem ou sobre a fascinação quase doentia que o diferente exerce sobre o outro. O filme é tudo isso, mas seria raso demais resumir só nisso um longa que, originalmente, chama-se "Ricordi?". Assim mesmo, com interrogação. Vale salientar que Lui é pessimista e amargo e Lei é encantadoramente alegre e idealista.


Para completar essa atmosfera de idas e voltas vertiginosas, cores, paisagens e lugares tão diferentes como uma praia, um salão de baile, uma loja de perfumes, um lago, uma sala, um prédio, uma fazenda, uma árvore frondosa, é preciso dizer que os personagens principais são belos e que, desde o início, exalam uma química que parece perfeita. Há outras figuras na história, claro, mas a importância delas na trama - se é que existe alguma trama - é muito discreta.


Todas as relações a dois acabam, invariavelmente, em monotonia? A infância tem influência na forma como o adulto vive uma relação? Podem as lembranças marcar indelevelmente a mente e o coração de alguém a ponto de dificultar ou facilitar seu relacionamento de amor? Para que serve, afinal, a memória? É possível confiar nas lembranças? Ou, como fala um personagem no longa, a memória não é real. De algum modo, ela doura a pílula, subverte e verdade, ameniza o real para que a gente não sofra tanto diante dela. Que ninguém duvide: "Entre Tempos" é o tipo do filme que deixa o espectador cheio de perguntas. 
Classificação: 14 anos
Duração: 1h46
Distribuição: Cineart Filmes
Sessões: Belas 1 - 16h30 e 21h30 , Net Cineart Ponteio 2 - 21h15 , Net Cineart Ponteio 4 - 13h40 e 18h50 


Tags: #EntreTempos, #ValerioMiele, #LucaMarinelli, #LindaCaridi, #drama, #romance, @CineartFilmes, @cineart_cinemas, @cinemaescurinho, @cinemannoescurinho

22 agosto 2019

"Socorro, Virei Uma Garota" alerta: cuidado com o que desejar

Thati Lopes é a jovem que um dia foi rapaz e agora precisa aprender a conviver com o novo corpo e todas s mudanças (Fotos: Divulgação)

Maristela Bretas


Divertido, recheado de gírias e palavrões, a comédia para adolescentes "Socorro, Virei Uma Garota" agradou o público presente na pré-estreia em BH. Apesar de a história focar na personagem Julia, interpretada pela comediante Thati Lopes, é o amigo inseparável dela, Cabeça, (papel de Leo Bahia), quem também se destaca. O personagem expõe de forma clara e engraçada o drama de todo "gordinho nerd". Ele transita bem entre a amizade com Julio (Victor Lamoglia) e Julia.


Thati entrega uma boa adolescente, espalhafatosa, carente, dramática, com direito a cólica e amor platônico, ao mesmo tempo em que vai descobrindo seu corpo de mulher. Ela é realmente o centro do filme, mas que sem Bahia não teria tanta graça. A dupla oferece ao público os momentos mais engraçados, com muitas caras e bocas. Victor Lamoglia, o lado masculino de Julia, é mais fraquinho, com participação relativamente pequena, mais para explicar a troca de sexo de Julio e levantar a bola para Thati. Outro que não muda o estilo é Kayky Brito, não acrescenta muito à história.


Na história, Júlio é um garoto tímido e invisível aos olhos de sua turma. Sempre zombado pelos colegas e desprezado pela gata da escola, Melina, por quem é apaixonado, Júlio conta apenas com o apoio do fiel escudeiro e melhor amigo Cabeça, o gordinho mais nerd e sarcástico da sala. Em uma excursão dos alunos para a praia, Júlio vê no céu uma estrela cadente e faz um pedido para que dali em diante ele se transforme na pessoa mais popular da escola.

Mas algo dá errado e ele acorda como a garota mais popular da escola: a periguete Júlia. Sem saber como desfazer a transformação, ele sofre no corpo de Júlia as agruras da adaptação de como ser uma garota, mas também usufrui da proximidade de Melina, agora sua “melhor amiga”. No elenco estão ainda Manu Gavassi (Melina), Vanessa Gerbelli e Nelson Freitas (pais de Júlio/Júlia), Lippy Adler (Douglas) e Kayky Brito (Deco, irmão de Júlio/Júlia).


Com história comum, sem grandes novidades, além de situações e frases clichês, "Socorro, Virei Uma Garota" é uma opção de sessão da tarde, que pode agradar adolescentes de 12 a 15 anos. Sem apresentar nada de novo e não aprofundar em assuntos polêmicos, como homossexualidade, bullying e machismo, o longa tenta repetir o tema que já foi tratado em filmes como "De Repente 30" (2004), com Jennifer Garner e Mark Ruffalo; "Eu Queria ter a Sua Vida" (2011) ou "17 Outra Vez" (2009). Se a proposta é rir, esta comédia atende com boas piadas e uma dupla principal bem entrosada.


Ficha técnica:
Direção: Leandro Neri
Produção: Camisa Listrada / Panorama Filmes / Paramount Pictures
Distribuição: Downtown Filmes / Paris Filmes
Duração: 1h50
Gênero: Comédia
País: Brasil
Classificação: 12 anos
Nota: 2,5 (0 a 5)

Tags: #SocorroVireiUmaGarota, @DTFilmes,@CamisaListradaFilmes, #CinemaNacional, #comedia,@thatilopess, @manugavassi, @leofbahia, @victorlamoglia, #cinemaescurinho, @cinemanoeescurinho

21 agosto 2019

Cineclube TJ exibe "A Dama de Ferro", em sessão especial, nesta quinta-feira

Meryl Streep interpreta a primeira ministra da Inglaterra, Margareth Thatcher (Fotos: Alex Bailey/Divulgação)

Maristela Bretas


Uma ótima oportunidade para quem ainda não viu este grande trabalho da excepcional Meryl Streep. "A Dama de Ferro" ("The Iron Lady"), drama lançado em fevereiro de 2012, foi o filme escolhido para a sessão especial do Cineclube TJ que acontece nesta quinta-feira (22), às 19 horas, no Auditório da Corregedoria do TJMG, na Rua Goiás, 253, no Centro. A exibição faz parte da programação da Semana Justiça pela Paz em Casa. A entrada é franca.


Meryl Streep interpreta Margaret Thatcher, ex-primeira ministra da Inglaterra, que dirigiu o país com mão de ferro. O filme mostra vários momentos da vida de Thatcher, desde a sua entrada na política, sua personalidade forte até sua aposentadoria. Em um mundo dominado por homens, ela enfrentou vários preconceitos e lutou pela recuperação do país, numa época de recessão econômica provocada pela crise do petróleo no fim da década de 1970. Foi durante o governo de Thatcher que o Reino Unido entrou em conflito com a Argentina, na conhecida Guerra das Malvinas, também abordada no filme.


Além do Oscar, Meryl Streep conquistou outras seis estatuetas como Melhor Atriz, nos Estados Unidos e Europa. O elenco conta ainda com Jim Broadbent (como Denis Thatcher, marido de Margareth), Alexandra Roach (a jovem Margareth), Phoebe Waller-Bridge, Olivia Colman, Harry Lloyd, Iain Glen e outros. O longa, dirigido por Phyllida Lloyd e roteiro de Abi Morgan, tem duração de 1h45.



Cineclube TJ

Criado em 2003 pelo desembargador Sérgio Braga, o Cineclube TJ exibe filmes toda última quinta-feira do mês, obras marcantes da história cinematográfica, precedidas de apresentações e finalizando, após a projeção, com discussões de alto nível sobre os temas abordados pelos filmes. Em 30 de maio de 2017 estreou a primeira exibição audiovisual destinada aos deficientes visuais, projeto idealizado pelo servidor Alexandre Garcia e executado em parceria com a Biblioteca Pública Estadual Luiz de Bessa.



Serviço:
Local: Auditório da Corregedoria do TJMG - Rua Goiás, 253 - Centro
Horário: 19 horas
Entrada: Franca
Capacidade: 100 pessoas - sujeito à lotação
Classificação: 10 anos

Tags: #ADamaDeFerro, #MerylStreep, #drama, #biografia, #histórico, #ParisFilmes, #PhyllidaLloyd, #TJMG, #CineclubeTJ, @cinemaescurinho, @cinemanoescurinho

19 agosto 2019

Curta “Teoria Sobre Um Planeta Estranho” é o único mineiro a competir no Festival de Gramado

Produção é uma das cinco do diretor Marco Antônio Pereira feitas em Cordisburgo (Fotos: Marco Antônio Pereira/Divulgação)

Da Redação


Está marcada para esta terça-feira, dia 20, às 20h30, a exibição do curta-metragem “Teoria Sobre Um Planeta Estranho” único filme de Minas Gerais selecionado para a Mostra Competitiva da 47ª Edição do Festival de Cinema de Gramado, que vai até o dia 24 de agosto. Dirigida pelo cineasta mineiro Marco Antônio Pereira, a produção já foi exibida no Canadá, Itália, Estados Unidos, Marrocos, Jordânia e Egito e faz parte de uma série de cinco curtas que estão sendo produzidos pelo diretor em sua cidade natal, Cordisburgo.

Marco Antônio Pereira volta pelo segundo ano consecutivo para exibir “Teoria Sobre Um Planeta Estranho” (seu terceiro curta) na mostra oficial do festival. No ano passado, o diretor esteve no Festival de Gramado e conquistou três Kikitos. Os primeiros "Retirada Para Um Coração Bruto" e "Alma Bandida" projetaram o realizador no cenário nacional e internacional com participações em festivais como Berlinale, Hong Kong, Viña Del Mar, Palm Springs, Buffalo, Montana, Festival do Rio, Tiradentes, e outras dezenas.


Em “Teoria Sobre Um Planeta Estranho”, Marco Antônio Pereira conta a história de uma jovem com deficiência auditiva (Larissa Bocchino) que está apaixonada pelo frentista do posto de gasolina (Gerson Marques).  Até que um incidente curioso mostra o quanto são especiais os pequenos momentos do cotidiano. Essa metáfora visual sobre o amor, a morte e o cotidiano traz uma estética única, irreverente e experimental, construída a partir de um novo olhar de cinema.

Cineasta mineiro Marco Antônio Pereira
Sobre a expectativa de voltar a Gramado, Marco Antônio diz que espera aproveitar bastante. “Gramado é uma plataforma incrível para exibir nosso trabalho. Tem muita gente da indústria, da mídia e além de muitos diretores de cinema que admiro” comenta o diretor.  Saiba um pouco mais sobre o diretor e seu trabalho clicando aqui.

A chamada para filmes da edição do Festival de Cinema de Gramado deste ano recebeu 777 inscrições para a mostra competitiva, número que superou os 365 títulos recebidos em 2018. Vinte e quatro estados brasileiros inscreveram suas produções e apenas 12 títulos foram selecionados representando oito estados e o Distrito Federal.


Também durante o festival serão lançados no dia 22 (quinta-feira), ás 15 horas, no Hotel Serra Azul, os livros "Trajetória da Crítica de Cinema no Brasil", do jornalista mineiro Paulo Henrique Silva, e “Ismail Xavier: Um Pensador do Cinema Brasileiro”, organizado por Fatimarlei Lunardelli, Humberto Silva e Ivonete Pinto. Haverá uma mesa redonda com os autores dos livros, seguida de sessão de autógrafos. Mais informações sobre o Festival de Gramado no site http://www.festivaldegramado.net/

Tags: #TeoriaSobreUmPlanetaEstranho, #MarcoAntonioPereira, #curtametragem, #Cordisburgo, #FestivalDeGramado, @cinemaescurinho, @cinemanoescurinho, @jornaldebelo

16 agosto 2019

O terror volta às salas de cinema dia 26 de setembro com "Predadores Assassinos"


Da Redação


A nova produção da Paramount Pictures, "Predadores Assassinos", que já provocou tensão nas salas de cinema ao redor do mundo marca sua estreia no Brasil em 26 de setembro. Na história, um enorme furacão atinge uma cidade na Flórida. Haley (Kaya Scodelario) ignora as ordens das autoridades para deixar o local e vai procurar seu pai desaparecido (Barry Pepper). Ao encontrá-lo gravemente ferido, os dois ficam presos na inundação. Enquanto o tempo passa, Haley e seu pai descobrem que o aumento do nível da água traz inimigos inesperados: gigantescos crocodilos. 

Confira abaixo o trailer desse aterrorizante suspense dirigido por Alexandre Aja ("Viagem Maldita").


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15 agosto 2019

Tarantino declara seu amor ao cinema da década de 1960 em "Era Uma Vez Em... Hollywood"

Nono filme do diretor e roteirista tem Leonardo Di Caprio e Brad Pitt no elenco principal (Fotos: Sony Pictures/Divulgação)


Pedro Santos


O diretor Quentin Tarantino nunca escondeu seu amor pela Sétima Arte. Está evidente em suas obras essa devoção e em diversas entrevistas dadas por ele declarando ser um grande cinéfilo. "Era Uma Vez Em... Hollywood" ("Once Upon A Time...in Hollywood") nada mais é que uma carta de amor ao cinema dos anos 1960. Não só às grandes produções, mas também ao espírito cultural e intelectual da época, principalmente às séries e seriados que se tornaram muito populares.


O diretor relembra o período neste que é seu nono longa, com direito a presença de figuras ilustres como Bruce Lee, Steve McQueen, Roman Polanski, Sharon Tate, dentre outros. E é o assassinato da atriz, um dos fatos mais marcantes dessa década, que leva o diretor a criar a grande tensão que atravessa o filme. Sem querer dar spoiler, é visceral e inesperado.


A mais nova produção do aclamado diretor conta a história de Rick Dalton (Leonardo Di Caprio), o astro de uma série famosa de faroeste nos anos 1950, mas que depois não consegue outro grande papel de destaque. Juntamente com seu dublê, Cliff Booth (Brad Pitt), Dalton está decidido a tornar seu nome relevante novamente, num período em que a Era de Ouro de Hollywood já começa mostrar sinais de decadência. A relação com pessoas influentes da indústria cinematográfica acaba levando o ator aos assassinatos cometidos por Charles Manson, entre eles o de Sharon Tate (Margot Robbie), que era casada com o diretor Roman Polanski (Rafal Zawierucha) e estava grávida.


O filme, porém, não possuí uma estrutura narrativa comum e algumas pessoas podem achá-lo chato. No primeiro ato parece ser apenas uma coletânea de momentos da vida de dois personagens, o que realmente é. Mas o ótimo roteiro e as atuações de Leonardo Di Caprio e Brad Pitt fazem a diferença e deixam a produção divertida. O elenco conta ainda com nomes famosos como Al Pacino, Bruce Dern, Dakota Fanning, Nicholas Hammond e Luke Perry, falecido recentemente.


"Era Uma Vez Em... Hollywood" também carece de algumas características clássicas de Tarantino, como a tensão constante e a violência verbal e física. A produção é menos eletrizante e com menos cenas de ação, o que pode não agradar aqueles que esperam estas marcas registradas do diretor em suas produções. A direção e a atuação estão no ponto, os atores são excelentes e não decepcionam. A trilha sonora, como é de praxe do consagrado diretor, está incrível. Tecnicamente o filme é impecável. O mais recente filme de Quentin Tarantino (responsável por sucessos como “Pulp Fiction” - 1994 e “Kill Bill” - 2003) não é, de maneira nenhuma, o seu melhor, mas não deixa de ser brilhante, excelente e divertido.



Ficha técnica:
Direção e roteiro: Quentin Tarantino
Produção: Heyday Films / Columbia Pictures / Sony Pictures Entertainment
Distribuição: Sony Pictures Brasil
Duração: 2h41
Gêneros: Drama / Comédia
País: EUA
Classificação: 16 anos
Nota: 4 (0 a 5)

Tags: #EraUmaVezEmHollywood, @QuentinTarantino, @BradPitt, @LeonardoDiCaprio, @MargotRobbie, #ação, #drama, @EspacoZ, @SonyPictures, #cinemaescurinho, @CinemanoEscurinho

11 agosto 2019

Dedicado ao "Meu Amigo Enzo", um apaixonado por carros e velocidade

 Milo Ventimiglia e seu golden retriever têm uma paixão em comum - corrida e velocidade (Foto: Doane Gregory/20th Century Fox Film)

Maristela Bretas


Poderia ser apenas mais um filme sobre cães, relacionamentos e muita choradeira. E é, mas desta vez até os homens poderão curtir - tem carros e corrida. Estou falando de "Meu Amigo Enzo", que está em cartaz nos cinemas e é muito fofo. Mas o título em português não ajuda muito e já virou até motivo de comentários maldosos, uma vez que o original é "The Art of Racing in the Rain" ("A Arte de Correr na Chuva", nome do best-seller de 2008 escrito por Garth Stein, que deu origem ao filme).


Seguindo o estilo de outros filmes sobre cães com direito a muitas lágrimas, alguns de grande sucesso como "Sempre ao Seu Lado" (2009), "Marley e Eu" (2008) e o mais recente "Quatro Vidas de Um Cachorro" (2017), "Meu Amigo Enzo" consegue atingir seu objetivo de fazer chorar muito. A história é previsível, com o ator Milo Ventimiglia no papel de Denny Swift, dono do cão. Ele fica aquém quando contracena com Amanda Seyfried, que interpreta Eve, sua esposa. No elenco estão ainda os veteranos Martin Donovan e Kathy Baker (pais de Eve) e a jovem Ryan Kiera Armstrong, como Zoe.


Destaque para escolha de Kevin Costner para fazer a voz rouca da dublagem de Enzo. O cão "de alma humana" é a grande estrela do filme ao narrar toda a sua trajetória com Denny e as pessoas que o cercam, sob o ponto de vista canino. Enzo é um cão muito especial por ter uma segunda maior paixão na vida, depois de Denny e sua família - carros de corrida. O enredo exigia um animal dócil e encantador e a escolha foi por Parker, novamente um belo e fofo golden retriever que encantou até mesmo o elenco.


"Meu Amigo Enzo" é um dramalhão que emociona, com situações alegres e tristes, dilemas entre família e carreira, perdas e ganhos e um cão que tudo observa, dá sua opinião canina e, às vezes até interfere no destino de seu dono. A escolha das locações também foi acertada, com lugares interessantes, alguns ligados a corridas de carros. E são as cenas de algumas memoráveis provas, especialmente de Fórmula 1, que podem atrair alguns fãs desse esporte.


A todo momento, o elenco está assistindo programas sobre corridas passadas. Ayrton Senna recebe uma atenção maior do roteirista, uma vez que, assim como o brasileiro, Denny também é excelente piloto em pistas com chuva - vai daí o nome original do filme. Senna ganha inclusive um arranjo na bela trilha sonora instrumental do filme (disponível no @Spotify) composta por Dustin O'Halloran e Volker Bertelmann. George Harrison, Coldplay, Tears For Fears, Creedence Clearwater Revival e Thirty Seconds To Mars também estão presentes.


Na história, Denny Swift é um piloto de testes arrojado que sonha em ir para a Fórmula 1. Um dia, no caminho para o trabalho, se encanta e compra um filhote de cachorro, que recebe o nome de Enzo, em homenagem ao fundador da escuderia Ferrari. O animal passa a acompanhar o piloto a todo lugar, especialmente às corridas, nas pistas ou assistindo TV. À medida que a vida de Denny vai mudando, Enzo também precisa se adaptar ao surgimento de outras pessoas na vida da dupla, especialmente Eve, por quem o dono se apaixona.

Para quem busca um filme leve sobre cachorro, com direito a olhos inchados e sem se importar em pagar mico junto com outros marmanjos na saída do cinema, "Meu Amigo Enzo" é a escolha certa. Não chega a ser tão bom como outros citados no início do texto, mas pode agradar ao público, em especial aqueles mais emotivos. Vale conferir.



Ficha técnica:
Direção: Simon Curtis
Produção: Universal Pictures
Distribuição: Fox Film do Brasil
Duração: 1h49
Gênero: Drama
País: EUA
Classificação: 10 anos
Nota: 3 (0 a 5)

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09 agosto 2019

Cine Autorama - De volta para o passado com o clássico drive-in

Sucessos do cinema serão exibidos num telão montado no estacionamento do Minas Shopping (Fotos: Pedro Marguerito/Divulgação)

Da Redação


O Minas Shopping vai receber, nos dias 17 e 18 de agosto, o clássico estilo de drive-in que marcou os anos de 1940. É o Cine Autorama, patrocinado pelo Grupo Açotubo, com a exibição de dois sucessos do cinema, para assistir ao ar livre, no conforto do próprio carro. O público poderá conferir no dia 17 (sábado), às 19h30, o filme “Minha Fama de Mau” (2019), E no domingo, dia 18, às 18h30, será a vez de “Zootopia - Essa Cidade é o Bicho” (2016).



As sessões do Cine Autorama são gratuitas e o público também poderá curtir curtas-metragens e uma seleção especial de músicas para iniciar a noite em grande estilo. Mas é preciso reservar os lugares no site do projeto -  https://www.cineautorama.com.br/. Quem não conseguir vagas ou mesmo decidir de última hora ir à sessão pode comparecer e tentar a chance na fila de espera. Em cada sessão, também são disponibilizados 40 assentos ao ar livre para pessoas que não dispõem de veículos.



Na chegada, depois de passar por um pórtico de entrada, os espectadores são recepcionados por promotores e orientados a parar em frente a uma grande tela inflável. Na exibição dos filmes, o áudio é transmitido por uma estação de rádio FM: basta ligar o rádio do carro ou mesmo sintonizar pelo smartphone.

O projeto

O Cine Autorama foi iniciado em 2015 em Osasco (SP) e já realizou cerca de 130 eventos, em 50 cidades, para um público superior a 20 mil pessoas. Com um pé na nostalgia e outro na modernidade, o projeto percorre o Brasil em uma van e é montado em espaços amplos que comportam entre 50 e 200 carros. Pela Lei Federal de Incentivo à Cultura, o projeto é viabilizado por meio do patrocínio do Grupo Açotubo, com o apoio de ArcelorMittal, apoio local do Minas Shopping, realização Brazucah Produções, Ministério da Cidadania e Governo Federal.


PROGRAMAÇÃO
17/08, sábado
19h - Curtas-metragens
19h30 - "Minha Fama de Mau"

18/08, domingo
18h - Curtas-metragens
18h30 - "Zootopia - Essa Cidade é o Bicho


SERVIÇO
Cine Autorama - Belo Horizonte 
Inscrições: https://www.cineautorama.com.br/
Local: Estacionamento G5 do Minas Shopping - Av. Cristiano Machado, 4000 - bairro União
Telefone: (31) 3429-3500
Site: www.minasshopping.com.br

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07 agosto 2019

"Simonal" exalta ascensão do cantor e trata superficialmente acusações de dedo-duro da ditadura

Fabricio Boliveira entrega ótima interpretação do cantor e compositor, dono de uma das vozes mais encantadores do país na década de 1970 (Fotos: Divulgação)

Maristela Bretas


O diretor Leonardo Domingues tinha tudo para, na obra ficcional "Simonal", esclarecer melhor o que levou o cantor a carregar por boa parte de sua vida, até depois de sua morte, a imagem de dedo-duro. Porém, mais da metade do filme explorou a ascensão de Wilson Simonal, cantor negro, vindo de uma favela no Leblon, no Rio de Janeiro, dono de uma das vozes mais bonitas e melodiosas do Brasil e de um suingue que conquistava nas primeiras notas. Se a intenção do diretor era tentar mostrar (mais uma vez) que ele pode ter sido usado como bode expiatório das forças da ditadura militar, ele deixou muito a desejar. 


Na produção, a questão racial foi jogada bem para o final, apenas para justificar a cena inicial, não aprofundando nos fatos que realmente teriam ocorrido e que marcaram a vida de Simonal, destruindo sua meteórica carreira. O diretor deixa a entender que tudo não passou de uma trama armada pela polícia da época. Mas a abordagem foi bem superficial, como se temesse mexer em vespeiro. Deixa mais dúvidas do que explicações sobre a culpa de Simonal ter sido ou não informante da ditadura contra artistas da época.


Quem não conhecia a história do cantor (muitos no cinema nem sabiam quem foi Simonal) só conheceu o dono da bela voz que começou do nada e atraiu multidões pelo país. Mas muitos saíram achando que ele realmente "entregou" geral e se deu mal por isso até sua morte em 2000, aos 62 anos.

Boa reconstituição de época, com várias imagens e figurinos bem trabalhados. Fabrício Boliveira estudou com afinco as características de Wilson Simonal e entrega uma ótima interpretação. Isis Valverde também está bem como Tereza, a esposa do cantor. Leandro Hassum muito caricato, não convence como Carlos Imperial, que conseguia ter uma imagem muito marcante, apesar de ter sido considerado desagradável por muitos à época. Caco Ciocler está mediano como Santana, policial do Dops "amigo" de Simonal. Miele foi bem interpretado por João Velho.


Os filhos de Simonal - Wilson e Max - são os responsáveis pela ótima trilha sonora que reúne várias composições que marcaram a carreira do pai, como "Meu Limão, Meu Limoeiro", "Sá Marina", "Mamãe Passou Açúcar em Mim", "Vesti Azul", "País Tropical" e tantas outras. Inclusive a polêmica "Tributo a Martin Luther King", que levou Simonal a ter seu primeiro contato com o delegado Santana, do Dops, sob a acusação de se envolver com questões "subversivas".

Carismático e de charme irresistível, Wilson Simonal nasceu para ser uma das maiores vozes de todos os tempos da música brasileira. No entanto, após anos de sucesso conquistado com muito trabalho, seus gastos descontrolados o levaram a, num rompante de ignorância, tomar decisões que marcaram para sempre sua carreira.

Outras produções

Simonal já foi tema de dois outros filmes. No primeiro, "É Simonal" (1970), uma comédia musical dirigida por Domingos Oliveira, o cantor foi o ator principal.  A produção conta a história de um breve romance do cantor com uma fã mineira que foi ao Rio de Janeiro par conhecê-lo. Esquecível!


O segundo, este sim, um ótimo documentário, com depoimentos de pessoas famosas que conviveram com Wilson Simonal no auge da carreira e depois que caiu no esquecimento; "Simonal - Ninguém Sabe o Duro que Dei", de 2007, foi dirigido por Cláudio Manoel (do "Casseta e Planeta"), Micael Langer e Calvito Leal. Entre os entrevistados estão Luis Carlos Miele, Chico Anysio, Pelé, Ziraldo, os filhos de Simonal - Wilson Simoninha e Max de Castro, além de Jaguar (do Pasquim), Nelson Motta, o maestro Ricardo Cravo Albin, Boninho e Sérgio Cabral, entre outros.

Uma pena, "Simonal" apesar da duração de 1h45, é lento e se preocupa mais com detalhes da vida pessoal e do casamento dele com Tereza do que fazer um bom trabalho investigativo, juntando fatos comprovados sobre o que realmente aconteceu com o cantor e a acusação que sofreu. Uma biografia fraca de ascensão e queda de um ídolo, amado e odiado na mesma proporção. "Simonal" ficou muito a desejar como história. Vale pelas músicas, a produção e o ótimo trabalho de Fabrício Boliveira e Isis Valverde.


Ficha técnica:
Direção: Leonardo Domingues
Produção: Forte Filmes / Globo Filmes
Distribuição: Downtown Filmes 
Duração: 1h45
Gêneros: Drama, Biografia, Musical
País: Brasil
Classificação: 14 anos
Nota: 3 (0 a 5)

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