Animação vem com os ingredientes necessários a cair no gosto do público de todas as idades (Fotos: Walt Disney Pictures/Divulgação) |
Mirtes Helena Scalioni
A julgar pelos números astronômicos alcançados até o momento nos países onde estreou dia 29 de novembro, "Frozen 2" vai ser um sucesso também no Brasil a partir desta quinta-feira quando entra em cartaz nos cinemas. A nova produção dos Estúdios Disney já ultrapassou 1,2 bilhão de dólares e é a terceira maior bilheteria de animação do cinema, ficando atrás apenas de seu antecessor, "Frozen - Uma Aventura Congelante" (2013), e "Os Incríveis 2" (2018), ambos do mesmo estúdio.
O filme, como tal, vem com todos os ingredientes necessários a cair no gosto de todo mundo: muitas canções, romance, poderes, paisagens, lutas e, principalmente, magia. Já garantiu inclusive uma indicação como "Melhor Animação" no Globo de Ouro 2020. E são tantas e tão variadas aventuras numa floresta encantada, onde não faltam seres monstruosamente feios e assustadores, que é bem possível que crianças menores sintam medo. Há certo exagero nos sustos.
Quem assistiu o primeiro, "Frozen - Uma Aventura Congelante" (2013), talvez veja o segundo com mais intimidade. Quem não viu, vai ficar sabendo, por meio de um flashback, que as irmãs Elsa e Anna perderam os pais no naufrágio de um navio quando elas ainda eram crianças. E que isso se tornou um trauma difícil de ser superado. Vai descobrir também que, numa mágica volta à infância, as garotas tomam conhecimento de uma história sobre o pai, quando ele era ainda o Príncipe de Arendelle.
Aí entra a tal floresta encantada regida pelos quatro elementos: terra, fogo, água e ar, cada um com seu mistério e missão. Meio enfeitiçada e atraída por uma espécie de canto-lamento, Elsa - sempre ela - desafia tudo e todos para, quem sabe, reescrever a história do pai. De quebra, o público descobre - ou redescobre - como foi que a atrevida rainha conseguiu seus poderes. Quanto à Anna, ela continua gente boa como sempre, eterna coadjuvante da irmã corajosa e destemida.
Uma diferença marcante entre os dois longas é a canção tema. Se, no primeiro filme, "Let It Go" caiu no gosto de crianças e adultos e fez sucesso em todos os idiomas onde foi traduzida (todos se lembram da versão "Livre estou"), desta vez pode ser que o fenômeno não se repita. Ainda é cedo para falar - e não convém duvidar do talento e do feeling dos produtores da Disney - mas a música de "Frozen 2" , "Into The Unknown", na voz de Idina Menzel, embora seja bonita, não tem o mesmo apelo. Mas, acreditem, é uma das indicadas ao Globo de Ouro 2020 como "Melhor Canção Original", disputando com "Speechless", tema de outra produção Disney - "Alladin" - interpretada por Naomi Scott.
Apesar do exagero dos mistérios e sustos, é bem provável que o público goste da continuação da história de Elsa e Anna. Há toda uma delicadeza na forma como o filme trata a amizade entre as irmãs, uma cumplicidade construída e mantida sem competições ou ciúmes. "Frozen 2" talvez possa ser considerado mais maduro do que o primeiro. Há momentos melancólicos, principalmente vividos por Elsa.
O humor, muito inteligente por sinal, fica por conta de Olaf, o boneco de gelo medroso, piadista e engraçado. Sempre questionando e filosofando, o personagem deve ganhar muita força e se destacar no Brasil, onde novamente é dublado pelo humorista Fábio Porchat que, como no primeiro filme, imprimiu toda a sua experiência e timing de comediante.
Mais um detalhe: "Frozen 2" é uma animação extremamente bonita. As cores da floresta, das águas e até das roupas dos personagens parecem ter sido detalhadamente estudadas para encantar e emocionar. As nuances beiram à perfeição. As cenas em que Elsa galopa mar adentro, enfrentando ondas gigantes montada no seu cavalo de gelo, são de arrepiar.
Ficha técnica:
Direção: Jennifer Lee e Chris Buck
Produção: Walt Disney Pictures
Distribuição: Disney/Buena Vista
Duração: 1h44
Gênero: Animação
País: EUA
Classificação: Livre
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