Documentário mostra o belo trabalho de solidariedade que começou no século XVIII na antiga Hospedaria do Imigrante, em São Paulo (Fotos: Luca Meola) |
Maristela Bretas
"Não é apenas uma história sobre uma casa de acolhimento,
mas um convite a refletir sobre amor, fraternidade e ajuda mútua". Esta é
a melhor definição para "Vidas (In)visíveis - Um Arsenal de
Esperança", da diretora Erica Bernardini. Um documentário emocionante
feito a partir da pandemia de Covid-19 que tomou conta do mundo em 2020. A
antiga Hospedaria do Imigrante, que um dia foi ponto de controle para evitar a
entrada de possíveis doenças na cidade de São Paulo trazida por quem chegava ao
país, retorna a suas origens para cuidar de um novo público.
A produção gira em torno do trabalho desenvolvido no Arsenal
da Esperança, uma casa de acolhimento fundada em 1996 por Ernesto Olivero e Dom
Luciano Mendes de Almeida, que começou em Turim, na Itália com o Arsenal da Paz
e hoje possui outra unidade italiana voltada para crianças e uma na Jordânia
para jovens deficientes. O abrigo paulista recebe diariamente uma média de
1.200 homens que se encontram em estado de vulnerabilidade.
Um ótimo documentário que deve ser assistido por italianos e
descendentes no Brasil e pelo público em geral. Ele aborda um pouco de como era
tratada a questão da saúde no início da imigração no final do século XVIII e o
importante papel da Hospedaria do Imigrante. Um local que reúne milhares de
histórias de imigrantes e daqueles que hoje também buscam este ponto para
recomeçarem suas vidas.
Por quase 25 anos mais de 64 mil dessas pessoas,
in(visíveis) para a sociedade, encontraram em sua jornada sofrida um ponto de
acolhida de amor, fraternidade, compaixão e ajuda mútua no Arsenal. Mas a
pandemia da Covid-19 mudou a realidade e fez com que o cuidado e a orientação
aos abrigados precisassem ser reformulados.
A partir daí surge a ideia de se fazer o documentário
mostrando como foi a orientação no Arsenal da Esperança a esses homens,
acostumados a viverem na rua, e que agora teriam de ficar em isolamento, usar
máscaras e manter afastamento de outras pessoas para evitarem a contaminação. O
registro da rotina diária dentro do abrigo foi feito por dois voluntários da
entidade: José Luiz Altieri Campos e o fotógrafo milanês Luca Meola.
Com depoimentos, fotos e vídeos do passado e em meio à
pandemia, o documentário conta como o Arsenal da Esperança foi criado, a rotina
de quem frequenta o local. Apresenta o trabalho realizado desde a fundação por
missionários italianos e que se transformou em referência em acolhimento e
solidariedade.
Ótimas imagens e narrações serenas e cativantes,
especialmente as do padre Simone Bernardi, missionário italiano do Sermig
(Serviço Missionário Jovem) - Fraternidade da Esperança, fazem da produção um
documentário histórico. Mostra como a pandemia afetou a todos - funcionários e
abrigados e como eles estão enfrentando a quarentena, suas angústias, medos,
sonhos e a vontade de recomeçar. E como a experiência do passado foi importante
para o trabalho presente. Histórias que fazem chorar e acreditar que as pessoas
querem e podem ser melhores.
Acesso online
O documentário está disponível no 15º Festival de Cinema
Italiano no Brasil, que acontece até esta terça-feira (08/12), em plataforma
online para todo público brasileiro pelo site
www.festivalcinemaitaliano.com, em parceria com o Cine Petra Belas
Artes, de São Paulo. Os ingressos para assistir ao Festival têm valor fixo de R$
9,90 e dão direito ilimitado a toda a programação.
A produção tem o apoio do Consulado Geral da Itália em São
Paulo e da empresa de imigrantes italianos, Zini Alimentos. A diretora Erica
Bernardini é uma profissional que atua há 20 anos na promoção da cultura
italiana no Brasil, com diversos projetos e realizações na área.
Direção: Erica Bernardini
Exibição: pelo site www.festivalcinemaitaliano.com
Duração: 1h00
Produção: Arteon
Classificação: Livre
Países: Brasil /Itália
Gêneros: Documentário / Drama
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