Trama tem como ponto de partida o casal Daphne e Duque de Hasting, que tenta disfarçar uma atração latente entre eles (Fotos: Liam Daniel/Netflix) |
Silvana Monteiro
"Bridgerton" chegou na Netflix no Natal de 2020 e,
deste então permanece entre as séries mais vistas da plataforma. De acordo com
estatísticas divulgadas pela própria empresa, o título deve atingir 63 milhões
de visualizações até o final do mês, tornando-se o quarto maior lançamento de
série original da Netflix de todos os tempos. Alcançou o primeiro lugar no Top 10 da plataforma em 76 países, desde sua estreia e hoje ocupa a quarta posição no ranking da plataforma.
Criada por Chris Van Dusen, baseado na série
de livros de mesmo nome escrita por Julia Quinn, a série é produzida pela
roteirista, cineasta e produtora de TV Shonda Rhimes, responsável também por
outros sucessos como as séries "Grey’s Anatomy" (2005 até hoje),
"Private Practice" (2007-2013), "Scandal" (2012-2018) e
"How to Get Away With Murder" (2014-2020).
Com ares de folhetim novelesco, o enredo tende a agradar a
várias idades. A trama se desenvolve a partir da história de Daphne (Phoebe Dynevor)
filha mais velha da família Bridgerton que é incentivada pela mãe e pela
maioria dos irmãos, especialmente Anthony (Jonathan Bailey), a conquistar um
casamento com algum jovem rico e poderoso.
Ao conhecer o Duque Simon de Hasting
(Rége-Jean Page), um solteiro convicto, os planos mudam. Ambos decidem fazer um
jogo pra enganar a alta sociedade e a família. Esse jogo vai render muitas
confusões e, surpreendentemente, paixão e desejo.
A partir daí, a trama revela o trauma familiar que pesa a
vida do Duque e, paralelamente, vai intrigando o telespectador com a atração
entre ele e a jovem Daphne. Mais que isso, a curiosidade pelos escândalos e
fofocas envolvendo a sociedade londrina do século XIX é alimentada pela
narração de uma personagem misteriosa. Gravidez indesejada, relacionamentos
extraconjugais, separações e possíveis casais.
O ponto alto da trama é o desenrolar de histórias a partir
da visão de Lady Whistledown (voz de Julie Andrews). Ela é uma espécie de
colunista de fofoca que, além de publicar acontecimentos, acaba por manipular e
pressionar decisões na moralista sociedade local. Mas quem é ela? Tanto os
personagens quanto o público vão ser instigados por essa dúvida.
Aspectos importantes relacionados à diversidade chamam a
atenção em "Bridgerton". Os personagens negros são representados fora
da senzala e dos papéis de serviçais, o que não é muito comum em produções que
retratam a nobreza.
Na produção de Shonda Rhimes, eles ocupam cargos
importantes na sociedade e até a rainha é negra. Além disso, por mais
pressionadas e sob imposição de uma sociedade machista, as mulheres da série,
sobretudo as mais jovens, são representadas a partir de suas inquietações e
insatisfação com a sociedade da época.
Embora Daphne seja a protagonista da série, a excelente
interpretação, mais do nunca a exploração do corpo negro, viril e sensual do
Duque de Hasting acabou por torná-lo a estrela da serie. Cenas dos personagens
em momentos íntimos e sensuais acabaram se espalhando pelas redes e levando
homens e mulheres a buscarem pela obra.
A própria Netflix vem explorando esses aspectos em
publicações nas redes sociais. Destaque também para a linda fotografia e as
bem escolhidas locações, além da harmoniosa trilha sonora. E, se der,
encante-se pelo Duque e pela Duquesa de Hasting. A segunda temporada da série
já foi confirmada, mas deverá estrear somente no final deste ano ou início de
2022.
Ficha técnica:
Direção: Chris Van Dusen / Shonda Rhimes
Exibição: Netflix
Duração: média de 60 minutos por episódio (1ª Temporada - 8 episódios)
Classificação: 16 anos
País: EUA
Gêneros: Drama / Romance / Série de TV
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