Documentário foi premiado em Gramado e conta com entrevista inédita com o cantor (Fotos: Rodrigo West/Divulgação) |
Marcos Tadeu
Blog Narrativa Cinematográfica
Cantor romântico, apaixonado, louco, maravilhoso, narcisista, um misto de Elvis Presley e John Travolta. Esses são os adjetivos que descrevem Sidney Magal e poderão ser conferidos no documentário "Me Chama Que Eu Vou", que chega aos cinemas nesta quinta-feira (12).
Um ponto bem positivo da produção foi colocar o próprio Sidney Magal para contar casos e momentos especiais durante os anos dourados de sua carreira.
Premiada no Festival de Gramado, a obra é dirigida por Joana Mariani e mostra curiosidades do cantor, considerado brega por uns e ídolo por muitos.
Do artista é mostrada sua excentricidade, explorada de maneira bem divertida. Destaque para Sônia Magalhães, sua mãe, uma grande incentivadora para que ele seguisse o sonho de se tornar cantor.
Entre as curiosidades relatadas por Magal está a escolha do nome artístico. O primeiro foi Sidney Soni (unindo com o de sua mãe), para depois se tornar Sidney Rossi (graças a um laboratório farmacêutico.
No início dos anos 1970, graças ao dono de uma boate na Europa, o sobrenome foi reduzido para Magal para facilitar a pronúncia em qualquer lugar do mundo. Nascia Sidney Magal.
No documentário também é apresentada a primeira música de sucesso, gravada no primeiro CD - "Se te Agarro Com Outro te Mato", nos anos de 1980.
A canção foi inicialmente um desastre, até que foi contratado Robert Livi, um argentino que entendia bem do mercado latino-americano. Na época, ele foi responsável por sucessos de artistas brasileiros como Alcione, Peninha e Sidney Magal.
Falar de Sidney Magal é falar sobre fenômenos musicais como "Me Chama Que Eu Vou" (que dá nome ao documentário), “Amante Latino”, “Meu Sangue Ferve Por Você”, “Tenho”, “A Moça” e muitos outros sucessos.
Especialmente "Sandra Rosa Madalena" ou "Santa Rosa" como alguns brincam. Essa canção foi o estouro na vida do artista, cuja trajetória foi cercada por polêmicas desde cedo, sobre o jeito de se vestir, à questão da sexualidade e seu estilo de música.
Em uma das cenas mostradas, quando Sidney Magal muda o cabelo e para de dançar, existe certo estranhamento e mais polêmica. Lembra o que Elvis Presley passou por um momento parecido.
No lado pessoal do artista somos surpreendidos com uma mudança completa na postura e na forma de vestir. O Magalhães gosta de roupas floridas e bem tropicais.
Já o Magal usa blazers purpurinados e brilhantes. Isso também é contado nos depoimentos da esposa Magali West e do filho Rodrigo em momentos familiares.
Outro momento bem engraçado é como Magali e Sidney são bem opostos, ela gosta de vermelho, ele de preto, ele é subjetivo, ela é prática. Talvez a única coisa em comum seja o fato de os dois amarem joias, gosto que vem do sucesso da música "Sandra Rosa Madalena".
Cafona ou cult são partes que deram o que falar sobre a relação do público que escuta o artista. Magal era considerado cafona pela classe média e isso de fato fazia parte da personalidade do artista.
Após uma publicação na revista Trip em 2003, que elevava e respeitava a carreira do cantor, houve uma ruptura neste conceito. Ele passou a ser ouvido e admirado até pela classe alta, o que reforçou suas excentricidades e ajudou a criar histórias pouco faladas.
"Me Chama Que Eu Vou" é um delicioso passeio sobre a vida de Sidney Magal. Para mim valeu muito, não sabia dessas curiosidades.
Indico assistir a produção no cinema para os fãs de todas as gerações que queiram saber mais sobre este versátil artista, que passou pela música, cinema (inclusive como dublador de animação), teatro e até novelas.
Ficha técnica:
Produção: Mar Filmes e Maya Filmes, em parceria com a Globo News, Canal Brasil e Globo Filmes
Distribuição: Vitrine Filmes
Exibição: nos cinemas
Duração: 1h10
Classificação: 10 anos
País: Brasil
Gêneros: documentário, biografia
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