“Docudrama” gira em torno da trajetória do paleontólogo pelo interior do país no século XIX (Fotos: Leonardo Barcelo/ Helvécio Martins e Divulgação) |
Da Redação
Estreia nesta quinta-feira (20), às 19 horas, no Una Cine Belas Artes, a exibição inédita do longa-metragem "O Homem de Lagoa Santa". O “docudrama” é roteirizado e dirigido pelo diretor Renato Menezes.
Com produção do Grupo Novo de Cinema e TV, Tarcísio Vidigal e Lúcia Fares, o longa ficará em cartaz até o dia 26 de abril, sempre no mesmo horário.
O filme reproduz a trajetória do naturalista dinamarquês Peter Wilhelm Lund, interpretado pelo experiente ator mineiro Chico Aníbal. As pesquisas do paleontólogo, que viveu no Brasil durante 45 anos, abriram caminho para Charles Darwin dar prosseguimento à teoria da origem das espécies.
As semelhanças físicas de Chico Aníbal e Luiz Hippert com Lund e seu secretário Andreas Brandt são surpreendentes. Coube a Helena Penna o papel de Luzia, cozinheira do pesquisador.
Também estão no elenco outros atores conhecidos do teatro mineiro como Carl Shumacher, Célio Scarpa, Neuza Rocha, Rafael Neumayr, Charles Fagundes, Gercino Alves.
As grutas Rei do Mato, em Sete Lagoas, e Maquiné, em Cordisburgo, além de Ouro Preto, Lagoa Santa, Pedro Leopoldo e Matozinhos foram utilizadas como locações.
O documentário recebeu assessoria técnico-científica de Rosângela Albano, diretora do Centro de Arqueologia Annette Laming Emperaire (Caale), de Lagoa Santa, e do professor e paleontólogo da PUCMinas, Castor Castelle.
Os fósseis de Lagoa Santa
Misto de obra ficcional e documentário, o filme gira em torno da expedição botânica que Peter Lund realizou ao interior do Brasil, em 1833.
No trajeto, ele se encontrou com o também dinamarquês Peter Claussen e o norueguês Andreas Brandt levando uma amostra de fósseis encontrados em rochas calcárias da região de Lagoa Santa (MG).
Lund acreditava que esses ossos poderiam ter sido contemporâneos dos animais da Megafauna que há muito pesquisadores acreditavam terem sido extintos durante o dilúvio da Arca de Noé.
Em 1840, a descoberta do “Homem de Lagoa Santa”, o hominídeo mais antigo da América do Sul, derruba as convicções científicas do pesquisador. Elas eram fundamentadas em anos de estudos ao lado de George Cuvier – fundador da paleontologia.
O achado inaugurou o debate e as contradições entre ciência e religião. Colocava em xeque a teoria cristã de que o dilúvio havia dizimado todos os seres vivos na Terra. A teoria de Lund, porém, só chegou a ser confirmada muito tempo depois, em 2002, com base em análises das ossadas.
Filmado em Super 16mm e finalizado em digital, "O Homem de Lagoa Santa" tem direção de arte de Sergio Silveira. Ele reconstitui a arquitetura de meados do século XIX e cenários repletos de detalhes. Entre eles, fósseis originais, as gravuras de Brandt e objetos levados pelos tropeiros da época.
A equipe de produção foi formada por 50 técnicos do Grupo Novo de Cinema e TV e mais de 60 figurantes.
Com narração de Marcos Caruso e Otávio Augusto, a equipe técnica conta ainda com Silviano Santiago, no texto; Luis Abramo, na fotografia; Marta Luz, na montagem, e música de Guilherme Vaz.
SERVIÇO
Data: 20 a 26 de abrilHorário: 19 horas
Local: Cine Belas Artes – Rua Gonçalves Dias, 1581, Lourdes, BH
Duração: 1h12
Classificação: Livre
Já curiosíssima para ver. Materia ótima
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