30 outubro 2023

"O Tubarão Martelo - O Filme" ganha o mundo com mensagem contra poluição ambiental

Sucesso do Youtube agora tem formato de animação, novos personagens e direção de Carlos Magalhães (Fotos: Tubarão Martelo/Divulgação)


Maristela Bretas


São mais de 30 milhões de visualizações no Youtube, sucesso nos vídeos musicais animados e no teatro entre um público bem exigente e inquieto - a turminha de até 6 anos de idade. Agora, "O Tubarão Martelo e Os Habitantes do Fundo do Mar - O Filme" ganha o formato de animação e estreia em breve nos cinemas brasileiros. 

Com direção de Cláudio Fraga e Carlos Magalhães, a obra apresenta novos personagens que falam e fazem um grande alerta ambiental para conscientizar as novas gerações. E o filme soube abordar bem o assunto, com linguagem simples, de fácil compreensão para o público infantil, que entendeu bem a mensagem de não jogar lixo nem poluir o mar.


O filme é um média-metragem de animação infantil de 26 minutos e única produção mineira vencedora nesta categoria da Seleção de animação do edital Petrobras Cultural, realizado com recursos da Lei Federal de Incentivo à Cultura - a Lei Rouanet. A obra agora segue para a participação em festivais pelo mundo e tem previsão de estreia no circuito comercial no Brasil em 2024. 

A pré-estreia gratuita para a criançada e suas famílias aconteceu no dia 28 de outubro, no Cineart Boulevard, em Belo Horizonte, e foi um sucesso. Com direito a fotos com os personagens, contou com a presença do diretor, do criador Cláudio Fraga e do elenco de dubladores. Claro que eu e o colaborador Marcos Tadeu não perdemos a oportunidade. 


Fotos:  Ana Cecília Rezende, Marcos Tadeu
  e Maristela Bretas


Maria Beatriz, de 7 anos, e a irmãzinha Maria Gabriela, de 3, assistiram a exibição e gostaram muito do filme. 

                                               Crédito: Ana Cecília Rezende - @Ahhbeaga

Carlos Magalhães falou de sua experiência com a obra infantil. "Tenho mais de 40 anos no audiovisual e é a primeira vez que faço um filme de animação. Foi um aprendizado, é um trabalho muito complexo, cheio de detalhes e decisões importantes que você toma desde o início do processo que vão ter repercussão lá na frente". 

Cláudio Fraga, que assina a criação, co-direção e direção musical, explicou quais serão os próximos passos. "Queremos rodar bastante os festivais e levar essa história tão importante. O mundo precisa muito de vozes que falem do meio ambiente e da importância da infância. Esse filme é uma pegada de amor pelo planeta e depois dos festivais vamos trazer para o circuito comercial de todo o Brasil. Esperamos que essa animação seja um start para produções bem maiores. A gente almeja uma série e futuramente um longa do Tubarão Martelo".


"O Tubarão Martelo e Os Habitantes do Fundo do Mar - O Filme" conta a história do valente navegador Capitão Jack que parte em busca de tesouros escondidos nos oceanos e é surpreendido pelo nosso herói dos sete mares, o Tubarão Martelo e seu fiel escudeiro, o Peixe-Piloto. 

Ajudado pelas sereias Luna e Maya, Jack vai viver uma aventura cheia de suspense e conhecer o maior de todos os tesouros: o fundo do mar, com seus habitantes e riquezas naturais, que estão ameaçados por terríveis predadores, os seres humanos. 


O roteiro é de com Ana Luiza Alves, Carlos Magalhães e Cláudio Fraga, que também participa da criação da trilha, com Richard Neves, Tatá Sympa, Rogério Delayon. A mixagem é de André Cabelo e a animação da Dogzilla Estúdio e Immagini, com produção da Luz Comunicação e de O Tubarão Martelo. 


As dublagens foram feitas por atores mineiros e a finalização pela produtora Caturra Filmes. Cláudio Fraga, o homem das 1001 funções, é também o dublador do Capitão Jack; Ricardo Righi Filho dubla o Tubarão Martelo; Cecília Fernandes faz as vozes das sereias Luna e Maya, e o falador e mal-humorado Peixe-Piloto, recebeu a divertida dublagem de Gustavo Marquezine. 


Animado com a pré-estreia, Ricardo Righi Filho falou sobre sua participação e a importância de falar para o novo público infantil. "Normalmente eu gravo até rápido o trabalho de dublagem. Esse demorou um bocadinho mais, até encontrar o tom de voz. No final, basicamente ficou a minha voz, um pouco mais aveludada (rsrsrsrs). Quem fala pra crianças de até 7 anos tem de ser muito franco, ir direto ao ponto, não tratar como criancinha, é dar a real das coisas. O mais importante é tratá-las de igual pra igual".

E pra galera, o Tubarão Martelo deixa o seguinte recado: "vamos parar de poluir os mares, é muito importante cuidar do nosso lixo porque a situação está mais do que alarmante".


Ficha técnica:
Direção: Carlos Magalhães
Produção: Caturra Filmes e Luz Comunicação
Duração: 26 minutos
Classificação: Livre
Gêneros: animação, infantil

26 outubro 2023

"Five Nights At Freddy’s – O Pesadelo Sem Fim", um terror que não dá medo nem assusta

Filme é baseado no videogame criado por Scott Cawthon em 2014, que fez sucesso entre adolescentes
(Fotos: Universal Pictures)


Maristela Bretas


Uma pizzaria abandonada, um agenciador de empregos suspeito, bonecos animatrônicos que ganham vida e um desempregado desesperado para conseguir uns trocados. Tem de tudo um pouco em "Five Nights At Freddy’s – O Pesadelo Sem Fim", menos terror e suspense. O longa, que entrou em cartaz nos cinemas brasileiros, apesar da expectativa pode decepcionar. Não causa medo nem assusta.


A narrativa, que tinha tudo para ser um sucesso como o sinistro videogame criado por Scott Cawthon em 2014, tem um roteiro fraco, que derruba a trama logo no início, deixando claro quem é o vilão e qual rumo a história irá tomar. 

O enredo está mais preocupado em explorar um drama familiar e perde o foco de assustar o espectador que foi ao cinema em busca de um bom terror, recheado de perseguições num ambiente sombrio. Até mesmo quem nunca teve contato com a famosa série de jogos que conquistou centenas de fãs adolescentes vai perceber claramente os clichês. 


O ponto positivo e de destaque do filme são os bonecos mecânicos, criados pela Creature Shop, de Jim Henson, que seguem o visual do game e deixaram os personagens mais reais.

Freddy (o urso que dá nome ao lugar), Chica (que parece um canário), Cupcake (um doce), Foxy (o lobo caolho) e Bonnie (a coelha) estão muito bons e chegam a ser até fofinhos, apesar de destruídos pelo abandono. Afinal, um dia eles foram a alegria da criançada no local. Mas a trama perde ao tirar o forte do jogo que é a caçada dos bonecos às pessoas que estão dentro da pizzaria. 

Outro ponto favorável é a ambientação escura e decadente da pizzaria, com luzes piscando e objetos inanimados e mobiliário encostados nos cantos. Isso ajudou a dar o aspecto sombrio que o lugar exigia, além da boa trilha sonora adequada.


O filme acompanha Mike Schmidt (papel de Josh Hutcherson, da franquia "Jogos Vorazes"), um rapaz problemático que não consegue parar em emprego nenhum. No desespero para pagar as contas e sustentar a irmã, ele aceita a proposta de Steve Raglan (Matthew Lillard, o Salsicha do filme "Scooby-Doo") para trabalhar por cinco noites como segurança da abandonada Pizzaria Freddy Fazbear. 

Já no primeiro dia, ele percebe que o turno da noite no Freddy's não será tão fácil assim e vai precisar contar com a ajuda da policial Vanessa (Elizabeth Lail, da série "Once Upon a Time") para entender o que acontece na pizzaria. 

Para piorar, sua irmã Abby (Piper Rubio) tem uma forte ligação com os bonecos. Exceto pela veterana Mary Stuart Masterson, como a tia de Mike, o restante do elenco é formado por atores e atrizes desconhecidos.


Mesmo sendo produzido pela Blumhouse, responsável por ótimos longas de terror, como "M3GAN" (2023), "O Telefone Preto" (2022) e "O Homem Invisível" (2020), a adaptação para as telonas de "Five Nights At Freddy’s - O Pesadelo sem Fim" ficou a desejar e perdeu a chance de ser um dos sucessos deste ano.  

Fica a dica: não saia antes da meteórica cena pós-crédito, que reforça a possibilidade de uma sequência, ainda tentando aproveitar o sucesso da franquia do videogame.


Ficha técnica:
Direção: Emma Tammi
Produção: Blumhouse Productions e Vertigo Entertainment
Distribuição: Universal Pictures
Exibição: nos cinemas
Duração: 1h50
Classificação: 14 anos
País: EUA
Gêneros: suspense, terror

Documentário "Pele" apresenta um pouco do Brasil por meio da arte urbana

Colagem de trabalhos artísticos traz sentido poético, mas também pode ser cansativa (Fotos: Tempero Filme)


Eduardo Jr.   


Uma sequência de desenhos, grafites e pichações, que combinados a uma trilha sonora vai expondo um pouco da história nacional e dando sentido à arte urbana, que muitas vezes fica no campo da incompreensão para vários de nós. 

Assim é o documentário “Pele”, do diretor Marcos Pimentel, que estreia nos cinemas nesta quinta-feira (26). Distribuído pela Embaúba Filmes, o longa apresenta 75 minutos de uma construção narrativa ousada, que também pode ser cansativa para alguns. 


Tal sensação pode ser explicada pelas escolhas da direção. O documentário, filmado no ano de 2019 em três das maiores capitais brasileiras (Rio de Janeiro, São Paulo e Belo Horizonte), não possui narração. O som, elaborado por Vitor Coroa, foi todo inserido na pós-produção. 

Entre instrumentos e reivindicações, vai acompanhando a sequência de desenhos, frases e performances de ioga e dança. É ele quem abre possibilidades diversas de interpretação (ou não) do que se vê na tela, que é preenchida por uma protagonista chamada arte urbana.  


Os desenhos se tornam cenários pra nossas ações do cotidiano. Olhos pintados observam nossas ações, sorriem de forma enigmática, talvez até nos questionando. Aí está a concretização do que afirma o diretor, ao dizer que “mesmo sem nos darmos conta, a todo o momento nossos corpos estão dialogando com os conteúdos que ‘vestem’ os muros. 

Ali, nesta espécie de pele, os ‘habitantes dos muros’ interagem com os ‘habitantes das cidades’, produzindo leituras bastante interessantes que, infelizmente, nem sempre temos tempo de contemplar”.   

Em “Pele”, a protagonista arte urbana troca de roupa diversas vezes. Hora é colorida, hora preto e branco. É lúdica e também militante. De tinta ou de papel e cola. Se despe das molduras dos museus para mostrar que tudo é tela, seja o concreto ou uma lixeira. Sua mensagem é culta e também popular. 


Colagens e alusões a músicas produzem novas mensagens por sobre a poesia de Caetano Veloso. E ainda assim, pode ter interpretações diversas. 

Para um paulista pode ser apenas mais uma representação da natureza ao ver uma raposa querendo se alimentar no galinheiro, enquanto para um mineiro o desenho passa para o contexto esportivo da rivalidade entre Atlético e Cruzeiro. 


Assim como os desenhos e frases nas paredes, o documentário transita entre o divertido e o incômodo. No grafite, rostos pintados nos muros observam quem passa. 

Mas quem está de passagem, será que, de fato, ENXERGA os rostos nas calçadas, sem comida e sem teto? Opostos. Contradições. Se uns preferem uma cidade limpa, outros fazem da arte urbana cenários instagramáveis pra colorir suas vidas nas redes sociais. 


Na tela, o espectador em dado momento pode se cansar de ver mais do mesmo - ainda que as manifestações artísticas sejam diferentes e até proponham a brincadeira de identificar em que lugar da sua cidade está aquela obra. 

Premiações

Se a obra vale o ingresso, só assistindo pra tirar suas conclusões. A favor dos realizadores estão as conquistas de "Pele", que fez sua estreia mundial no IDFA/Envision Competition, no qual foi premiado com a Menção Especial do Júri. Aqui no Brasil foi exibido na Mostra Competitiva do É Tudo Verdade. 

Já foi exibido na Rússia, onde recebeu o Grande Prêmio da Crítica no Festival Message to Man, em São Petersburgo. Teve, ainda, exibições na França, Canadá, Itália, China, Nova Zelândia, Rússia, Indonésia, Áustria, Alemanha e Colômbia.  


Ficha técnica:
Direção: Marcos Pimentel
Roteiro: Marcos Pimentel e Ivan Morales Jr.
Produção: Tempero Filmes
Distribuição: Embaúba Filmes
Exibição: nos cinemas
Duração: 1h15
Classificação: 12 anos
País: Brasil
Gênero: documentário

25 outubro 2023

"Hypnotic - Ameaça Invisível" é uma trama cheia de suspense e reviravoltas, mas com final previsível

Ben Affleck e Alice Braga se unem contra um vilão que use hipnose para dominar as pessoas 
(Fotos: Diamond Films)


Maristela Bretas


Pode até parecer um filme complexo, mas "Hypnotic - Ameaça Invisível" ("Hypnotic"), que estreia quinta-feira (26) nos cinemas, é fácil de compreender ainda na primeira parte, mesmo com todas as reviravoltas. A produção ainda conta com dois bons atores como protagonistas - Ben Affleck e a brasileira Alice Braga. 

Com direção e roteiro de Robert Rodriguez ("Alita: Anjo de Combate" - 2019), o longa promete muito, mas entrega uma abordagem mediana para o tema escolhido - pessoas com alta capacidade hipnótica que usam a hipnose para controlar outras pessoas e praticar crimes. Nenhuma novidade, há várias produções que já usaram e abusaram disso, como "A Origem" (2010), "Hypnotic" (da Netflix - 2021) e até mesmo na franquia "X-Men".


O filme tem muita ação, suspense e boas perseguições, com boas atuações de Ben Affleck, sempre mantendo a mesma expressão facial de todos os seus filmes. O destaque fica para Alice Braga, que tem crescido e sendo mais requisitada em produções de Hollywood. 

O restante do elenco entrega o esperado para um roteiro que poderia ter sido melhor desenvolvido se mantivesse as reviravoltas e surpresas até o final. Mas isso não acontece e ele se torna bem previsível.


Os efeitos visuais foram bem empregados na maior parte da trama, porém o diretor errou a mão na distorção de imagens quando mostra a visão alterada do protagonista sob hipnose. Ficaram bem aquém dos que foram empregados em "A Origem" e "Dr. Estranho no Multiverso da Loucura" (2022), tirando o impacto esperado das cenas.

Na história, Ben Affleck é o detetive Danny Rourke, que teve a filha Minnie (Hala Finley) sequestrada no parque quando ela tinha 8 anos. Mesmo já tendo passado quatro anos, ele nunca deixou de procurá-la. Em seu trabalho na polícia acaba enfrentando um misterioso homem, Dellrayne (William Fichtner), um poderoso hipnótico que consegue dominar outras pessoas e pode estar ligado ao desaparecimento de Minnie. 


Começa um jogo de gato e rato entre Dellrayne e Rourke, que vai contar com a ajuda de Diana Cruz (Alice Braga), outra hipnótica, para descobrir o que pretende seu inimigo.

"Hypnotic - Ameaça Invisível", apesar de ter sido selecionado para o Festival de Cannes deste ano, é daqueles filmes fáceis de serem esquecidos e nem pode ser considerado entre os melhores de Ben Affleck. Vale uma sessão da tarde, sem muita exigência, e para conferir o trabalho de Alice Braga como protagonista.


Ficha técnica
Direção e roteiro: Robert Rodriguez
Produção: Solstice Studios, Ingenius, Double R Entertainment
Distribuição: Diamond Films
Duração: 1h30
Classificação: 14 anos
País: EUA
Gêneros: suspense, ação

23 outubro 2023

Festival Interamericano de Cinema Universitário exibirá filmes de graça em BH

(Fotos: Divulgação)

 

Da Redação


De 25 a 29 de outubro, o Cine Humberto Mauro vai receber, com programação totalmente gratuita, o Lumiar - Festival Interamericano de Cinema Universitário, que comemora seus 10 anos. Serão exibidos os 24 filmes selecionados a partir de 193 inscrições de três países - Brasil, Argentina e Cuba para a Mostra Competitiva. Haverá distribuição de ingressos 30 minutos antes de cada sessão. 

Realizado pelo curso de Cinema e Audiovisual da Una, o Lumiar terá duas sessões retrospectivas com filmes que marcaram os 10 anos do festival. A abertura no dia 25 terá como convidada especial Mariana Mol, produtora e pesquisadora do audiovisual. Também participa o diretor de cinema Higor Gomes, que irá apresentar “Ramal”, seu mais recente curta agraciado com prêmios no Festival de Vitória e no Olhar de Cinema de Curitiba. 

"Travessias", de Ana Graziela Aguiar, um dos
filmes selecionados

O bate-papo terá a mediação do professor e coordenador do festival, Daniel Veloso. “O Lumiar se consagra como o festival de cinema universitário mais longevo das Américas, sendo uma plataforma que propõe a discussão da percepção por parte da comunidade universitária de discutir o que está acontecendo, sendo produzido e pensado. O festival celebra essa reunião de novos cineastas e que apresentam o que será o futuro do cinema nacional e latino americano", afirma. 

Programação diversa

A edição de 2023 homenageia o cineasta Marcelo Caetano, com a exibição do longa-metragem "Corpo Elétrico" (2017). Marcelo atua como diretor, roteirista e produtor de elenco para Cinema e TV. Estreou como diretor no curta "A Tal Guerreira" (2008) e começou a ser reconhecido a partir do drama "Bailão" (2009), premiado como Melhor Curta-Metragem no Cine PE 2010. Marcelo alçou fama nacional com "Corpo Elétrico", longa de temática LGBT pelo qual foi premiado nos festivais de Guadalajara e Queer Lisboa.

Haverá também as sessões Toda Forma De Amor, com curadoria de dois ex-alunos da Una, Larissa Bicalho e Rodrigo Azevedo. Serão exibidos filmes como "Temporal", de Michel Ramos e Maíra Campos (2020), "Fantasmas", de André Novais Oliveira (2010) e "Com Amor", Andrade de Ítallo Vieira (2023).


O festival contará ainda com uma oficina ministrada por Gabriela Barbosa, que irá abordar aspectos estéticos e linguísticos do tema "O Romance no Cinema e na Literatura". A oficina, que será realizada na unidade UNA Campus Liberdade, é gratuita e aberta ao público, com inscrições prévias pelo site do festival. 

Serviço
X LUMIAR - Festival Interamericano de Cinema Universitário
Data: De 25 a 29 de outubro
Locais: - Cine Humberto Mauro (Palácio das Artes, Av. Afonso Pena, 1537 - Centro): exibição dos filmes
             - Campus Liberdade (rua da Bahia, 1.764, Lourdes): oficina com inscrição prévia
Ingressos: gratuitos, que devem ser retirados 30 minutos antes de cada sessão
Mais informações e programação: una.br/lumiarfestival

22 outubro 2023

"Uma Fada Veio Me Visitar" - uma comédia feita só para os fãs da Xuxa

Longa é um novo remake da obra homônima infanto-juvenil da escritora Thalita Rebouças (Fotos: Blad Meneghel)


Marcos Tadeu
Blog Narrativa Cinematográfica


Após quase 14 anos sem atuar no cinema, Xuxa Meneghel ressurge em "Uma Fada Veio Me Visitar", um remake da obra homônima de Thalita Rebouças, agora com nova roupagem, diferente da comédia "É Fada" (2016), que teve Kéfera Buchmann como protagonista. O longa é dirigido por Vivianne Jundi ("Detetives do Prédio Azul 2: O Mistério Italiano" - 2018), com o roteiro assinado pela escritora, em parceria com Patrícia Andrade. 

O filme é leve e divertido, mas apresenta erros que comprometem ao buscar unir dois públicos como uma forma de reconquistar audiência - os nostálgicos que acompanharam a carreira de Xuxa e os adolescentes da chamada geração Z. 


Na história, conhecemos Luna (Antônia Périssé, filha de Heloísa Périssé), uma adolescente rebelde, grossa e antissocial com as pessoas ao seu redor, que tem dificuldades de se socializar na escola. Um dia, ela recebe a visita da Fada Tatu (Xuxa Meneghel), "de castigo" por quatro décadas no reino das fadas por seus erros, que tem como missão ajudar a jovem a fazer boas amizades. 

O problema é que a fada tenta se aproximar de Luna usando uma linguagem que não dialoga com o público de hoje. Tatu está cheia de referências dos anos 1980 e 1990, que não fazem parte do cotidiano de uma adolescente de 2023. e vai precisar se adaptar às mudanças dos últimos 40 anos, como internet, celular e as próprias roupas.


Um exemplo disso é quando Xuxa aparece como She-Ra e fala de sua importância para Luna. A personagem não compreende a referência, e o filme deixa claro que muitas das figuras icônicas mostradas pela fada são mais uma maneira de homenagear a Rainha dos Baixinhos, não só no visual, mas também na trilha sonora do que uma história de fantasia para adolescentes.

O roteiro é preguiçoso e constantemente precisa de situações arranjadas para que Luna e Lara (Vitória Valentin), a aluna mais popular do colégio que sempre desdenhou da protagonista, se tornem melhores amigas. Mesmo sendo escrito por Thalita Rebouças, parece haver uma necessidade constante de adaptá-lo a Xuxa e ao seu estilo de trabalho.


Podemos comparar com o filme "Didi: O Cupido Trapalhão" (2003). Didi (Renato Aragão) tem a missão de unir casais e consegue se misturar bem na Terra. Já em "Uma Fada Veio Me Visitar" fica a impressão de que Xuxa está em uma frequência completamente diferente do restante do elenco. 

Se a Fada Tatu fosse interpretada por uma atriz mais jovem, como Larissa Manoela, Maísa ou Camila Queiroz, que são mais adequadas à realidade das redes sociais e da era da internet, talvez o público adolescente se sentisse mais representado.

Outro ponto que deixa a desejar é não haver um antagonista claro. Lara pode assumir esse papel em algum momento, mas quando o problema da inimizade é resolvido, não há mais o que fazer e o filme fica monótono e tedioso.


As fadas interpretadas por Zezeh Barbosa (Fadona), Dani Calabresa (Faducha) e Livia Inhudes (Fadagiária) são a parte divertida da produção. Trazem humor e mostram como Tatu desafia as leis das fadas. No entanto, essas personagens foram subutilizadas. Também o passado de Tatu e as regras do mundo da fantasia onde ela vivia são pouco explicadas.

O ponto positivo é a mensagem do filme, que aborda adolescentes em busca de amor e reconhecimento. Isso é explorado de maneira interessante, especialmente nas situações de bullying que Luna enfrenta na escola. No entanto, a influência da fada acaba deixando o tema principal em segundo plano.

"Uma Fada Veio Me Visitar" deixa dúvidas sobre o público ao qual se destina. Os adolescentes se sentirão representados na tela? Os conflitos mostrados no longa refletem a realidade dos adolescentes de hoje? Essa é uma reflexão que vale ser feita. Parece estar mais voltado para os fãs que curtiram Xuxa no passado do que para os novos adolescentes, mesmo sendo roteirizado por uma escritora cujas obras são voltadas para jovens. 


Ficha técnica:
Direção: Vivianne Jundi
Produção: Bronze Filmes e coprodução Paramount Pictures e Rubi Produtora
Distribuição: Imagem Filmes
Exibição: nos cinemas
Duração: 1h42
Classificação: 10 anos
País: Brasil
Gênero: comédia

20 outubro 2023

Filme "Swimming Home" busca recursos para distribuição mundial

Produção franco-britânica conta com a participação de artistas de renome (Fotos: Divulgação)


Da Redação


Já está em fase de pós-produção o longa "Swimming Home", ambientado na Grécia e baseado na obra literária homônima da escritora britânica Deborah Levy, finalista do Man Booker Prize de 2012, o mais importante prêmio literário da Grã-Bretanha. 

O filme conta com a participação de artistas de renome como o ator estadunidense Christopher Abbott (da série "The Sinner", da Netflix), a atriz canadense Mackenzie Davis ("Blade Runner 2049" - 2017) e a atriz greco-francesa Ariane Labed ("Fidelio: A Odisseia de Alice" - 2014). A produção é dirigida por Justin Anderson, responsável também pelo roteiro.

"Swimming Home", que poderá receber o nome em português de "Natação em Casa", é uma comédia de humor negro. Conta a história de um casal problemático, Joe e Isabel, e sua filha adolescente Nina, cujas férias são transformadas por Kitti. A estranha é encontrada nadando nua na piscina da casa em que estava hospedada a família e acaba convidada a ficar no local. Que tipo de alívio Kitti pode oferecer para esta crise familiar? 

Livro homônimo da escritora britânica Deborah Levy

Financiamento

Apesar de ser uma produção internacional, o filme contou com uma parcela de financiamento proveniente do Brasil. "Swimming Home" começou a ser gravado no ano passado, apoiado pela brasileira Hurst, por meio da MUV, seu braço voltado à cultura e pioneira no Brasil neste tipo de iniciativa. 

A cota financiada pela fintech foi transformada em ativo de investimento, com a promessa de retorno na forma de juros. O modelo desenvolvido pela Hurst é simples e quase qualquer um pode investir. O aporte mínimo é de R$ 10 mil. A operação terá duração de 12 meses, e a expectativa é de rentabilidade de 28,24% ao ano dentro do cenário base. 

Praticamente concluído e entrando na fase de distribuição, o longa entra na segunda fase de captação pela Hurst. Os recursos são necessários para a promoção do filme no mercado internacional. O fato de já estar todo gravado e em fase final de edição é um fator positivo porque reduz risco, já que os prazos e custos determinados para a produção foram cumpridos à risca. 

Ariane Labed, Christopher Abbott e Mackenzie Davis 


Mercado internacional

Em 2024, "Swimming Home" vai entrar no mercado por meio dos principais festivais internacionais de cinema, entre eles o Sundance Film Festival e o Festival de Berlim. A participação nestes eventos tem como objetivo atrair compradores, ou seja, as distribuidoras, que podem pagar pelo direito de exploração do filme em determinados territórios ou globalmente.

A exploração em questão é a exibição em diversas ou em todas as janelas existentes como cinemas, streamings ou TVs. E essas possibilidades aumentam o poder de barganha junto aos distribuidores, valorizando a produção e aumentando a rentabilidade da obra. 

“Ao transformarmos a produção cinematográfica em ativo de investimento, há uma troca com o objetivo do ganha-ganha. O cinema recebe o dinheiro de que precisa para concluir a produção e os investidores, ao final, recebem de volta o dinheiro acrescido da rentabilidade. Ninguém deve favor a ninguém, é um formato absolutamente profissional e independente”, comenta Arthur Farache, CEO da Hurst.


Ficha técnica
FILME EM PÓS-PRODUÇÃO
Direção e roteiro:
Justin Anderson
Produção: Anti-Worlds, Quiddity Films, Heretic, Reagent Media e coprodução da Leming Film
Países: Reino Unido e França
Gênero: drama

18 outubro 2023

"Trolls 3 - Juntos Novamente" revela passado de personagens sem deixar a diversão de lado

Terceiro filme da franquia reúne, após 20 anos, a banda ‘N Sync e Justin Timberlake (Fotos: DreamWorks Animation)


Eduardo Jr.


As criaturinhas coloridas de cabelos arrepiados que vivem para cantar, dançar e abraçar estão de volta! O filme “Trolls 3 - Juntos Novamente” ("Trolls Band Together") estreia nesta quinta-feira (19), distribuído pela Universal Pictures. Este é o terceiro longa da franquia, que segue sob a direção do americano Walt Dohrn e tem produção musical executiva de Justin Timberlake. 

A direção pode até ser a mesma, mas a animação dá um passo adiante em relação aos dois anteriores. A amizade entre Poppy e Tronco (dublados no Brasil por Jullie e Hugo Bonemer) evoluiu e os protagonistas agora são namorados. 

Além disso, o filme revela histórias do passado dos trolls, enquanto eles partem para salvar um conterrâneo que foi sequestrado. A sequência também tem como novidade a participação de Larissa Manoela, interpretando a personagem Viva, uma troll muito carismática e alegre. Confira o vídeo de nossos dubladores clicando aqui.


Diferente de "Trolls 1 e 2", este não começa com a tradicional animação stop-motion com bonecos de feltro. As cenas iniciais mostram Tronco sozinho, ouvindo um disco de vinil de uma boy band. Ali começa a se revelar o passado desconhecido do mais pragmático dos trolls. 

Aliás, a banda é só uma das várias homenagens e referências contidas no filme - que, assim como outras animações, dialoga com as crianças e também com os adultos. Ao longo de uma hora e meia, o público encontra um texto moderno, com algumas piadinhas bem colocadas, pautas contemporâneas e, claro, aventura. 


Outro alicerce do filme é a música. Aí se apresenta algo metalinguístico: as personagens principais receberam, na versão norte-americana, as vozes de Anna Kendrick (“Amor Sem Escalas”, 2009) e Justin Timberlake (“O Preço do Amanhã”, 2011). 

Assim como Tronco vai atrás de sua antiga boy band - a BroZone, Justin Timberlake trouxe de volta o grupo que o projetou ao estrelato, o ‘N Sync - que se reuniu após 20 anos para gravar o single inédito “Better Place” (já disponível nas plataformas de áudio), usado no filme. 


"Trolls" é uma franquia que vem se estabelecendo pela qualidade. Não só por levar a assinatura da DreamWorks, mas porque emplaca grandes sucessos. O primeiro filme, do ano de 2016, tinha entre as faixas a música “Can’t Stop the Feeling!”, que ganhou um Grammy e indicação ao Oscar. O segundo longa deu à canção “The Other Side”, parceria de Timberlake com Sza, indicação ao American Music Award. 

Agora, em “Trolls 3 - Juntos Novamente”, além de “Better Place”, a faixa “It Takes Two” (que reuniu Camila Cabello, Anna Kendrick, Justin Timberlake, Eric Andre, Daveed Diggs, e Kid Cudi) chega com credenciais de peso. Mas, se nenhuma das faixas agradar ao público, o medley usado no filme, que juntou 'N Sync com Bee Gees, já vale o ingresso do cinema só pela criatividade. A trilha sonora, produzida pela RCA Records, já está disponível nas principais plataformas musicais. Confira aqui



Alguns podem achar que a história de “Trolls 3” é menos potente que a do segundo filme. No entanto, as cores e texturas são impecáveis. Há momentos em que o traço dos desenhos muda e descansa o olhar do espectador. E os resgates situam quem não assistiu aos anteriores. 

Essa soma de fatores faz o longa figurar nas prateleiras de cima do ranking das animações. Mas cravar se o melhor filme é o segundo ou o terceiro, fica a cargo do espectador. Inclusive, espectadores, vocês podem esperar sentados enquanto subirem as letrinhas, porque tem cena pós-crédito. Fica a dica!  


Ficha técnica:
Direção: Walt Dohrn
Produção: DreamWorks Animation, Universal Studios
Distribuição: Universal Pictures
Exibição: nos cinemas
Duração: 1h30
Classificação: Livre
País: EUA
Gêneros: animação, aventura, comédia, família

16 outubro 2023

Curtas de cineasta de BH concorrem a prêmios na 20ª Mostra de Filme Livre Online

Divulgação


Jean Piter Miranda


No próximo dia 20 de outubro será encerrada a votação para a escolha dos três vencedores da 20ª Mostra do Filme Livre (MFL) 2023 Online. O público poderá escolher três entre os mais de 30 filmes de curta duração que estão concorrendo à premiação de R$ 3 mil da edição deste ano. 

Entre os inscritos estão as produções “Dinheiro” (2021) e “Virtual Genesis” (2023), do diretor belo-horizontino Arthur Benfica Senra. Outros quatro curtas mineiros disputam a premiação: "Presente", de Pedro Coelho Xavier; "Órbita", de Catapreta; "Nunca Pensei que Seria Assim", de Meibe Rodrigues; e "Gestos de Proteção". 

As obras, em todos os formatos, gêneros e durações, estão disponíveis gratuitamente na internet para escolha e votação dos favoritos. Basta acessar o site:
https://www.mostralivre.com/23/. O resultado sairá no dia 21.


"Dinheiro"
O curta-animação emprega imagens feitas com cédulas antigas do Brasil para contar uma breve história do papel moeda e fazer crítica ao capitalismo. Cruzeiros, cruzados, cruzados novos e até notas carimbadas remetem às transições de moedas vividas pelos brasileiros nas décadas passadas.

O filme apresenta frases de grandes pensadores da história sobre o dinheiro, escritas por cima de recibos de compras. Há ainda sons de comércios de ruas, tão comuns em todo o país. Um relato de pouco mais de quatro minutos que faz pensar sobre a relação do homem com o dinheiro e o quanto isso molda as nossas vidas.


Ficha técnica:
Direção: Arthur Benfica Senra
Duração: 4 min.
Classificação: 10 anos

"Virtual Genesis"
O tema deste curta é ainda mais atual. Ele apresenta a ideia de uma inteligência artificial (IA) super avançada que cria seu próprio mundo. Complexo e em constante evolução. Esse mundo da IA surpreende os próprios cientistas que a projetaram.  pelos impressionantes avanços obtidos.

O programa cria sociedades e culturas e questiona a si mesmo sobre ética. Embora se trate de uma ficção, de um cenário hipotético, a proposta é completamente possível, considerando a tecnologia disponível atualmente. É uma provocação e tanto para os espectadores.

Em um mundo em que a inteligência artificial está presente na vida de muita gente, abordar questões éticas é algo essencial - fake news, desinformação, algoritmos - e como isso impacta na sociedade. Um curta de apenas oito minutos, feito com recursos de IA, que fica por dias e dias na cabeça. Vale à pena conferir a Mostra.


Ficha técnica:
Direção: Arthur Benfica Senra
Duração: 8 min.
Classificação: 12 anos

12 outubro 2023

“O Exorcista - O Devoto” é corajoso, mas a coragem nunca é um bom sinal no horror

Produção traz “jump scares” que não conseguiriam assustar nem uma criança desalmada (Fotos: Universal Pictures)


Wallace Graciano


Antes de lhe passar uma opinião sobre “O Exorcista - O Devoto” ("The Exorcist - Believer"), preciso traçar contigo um limite, caro leitor: dispa-se de suas convicções sobre a obra pregressa, “O Exorcista”. Afinal, estamos tratando de um épico, de um longa que fez com que um gênero todo girasse ao seu redor e deixasse o underground e colocasse o horror/terror na cultura pop. 

Isso posto, preciso deixar claro que o filme que estreia neste 12 de outubro, Dia das Crianças, em todo o Brasil, está bem longe de igualar a película de 1973. Primeiro, por conta das expectativas e comparações, que são, de longe, o maior entrave para qualquer obra que ouse fazer uma releitura de um clássico. Segundo, porque o roteiro é bem costurado, mas peca em alguns pontos essenciais onde o ápice batia à porta.


“O Devoto”, se assim podemos chamar neste ponto para não confundir com a icônica obra escrita por William Peter Blatty, bebe da fonte da suas antecessoras (“Exorcista II - O Herege” - 1977, “O Exorcista III” - 1990 e “O Exorcista - O Início” - 2004), mas abre caminho para novos filmes da franquia. Nele, a temática de possessão continua presente, com os feitos do passado da Igreja Católica sendo evocados, mas com certo ar de dúvidas que assolam suas próprias certezas.


Em “O Devoto”, Angela (Lidya Jewett) e Katherine (Olivia O'Neill), duas amigas de 13 anos, ganham o protagonismo que outrora foi de Regan (vivida por Linda Blair), que na obra original foi possuída por Pazuzu (spoiler de 50 anos…). 

Após enganarem seus pais e irem a uma floresta para tentar aflorar sua espiritualidade, elas se perdem no caminho, voltando após três dias com comportamentos erráticos e agressivos. Aqui você já deve bem suspeitar o que ocorreu…


Pois bem, é nesse ponto que a trama se desenvolve. Mesmo que com personagens pouco cativantes (incluindo as meninas, que foram pouco desenvolvidas), o filme passa a buscar novas soluções para as possessões do presente através do passado. 

Entre elas, inclusive, está um fanservice, onde o pai de Angela recorre a Chris MacNeil (mãe de Regan), interpretada novamente por Ellen Burstyn, para trazer respostas para o tortuoso caminho que as meninas teriam pela frente. 


E de forma surpreendentemente positiva, a trama, apesar de evocar uma forte personagem do passado, não fica presa ao enredo de outrora para explicar a possessão. 

Agora, “O Devoto” tenta transformar a Igreja Católica como personagem ativa de todo o processo, mas não como única e central, fazendo com que o sincretismo religioso seja uma força na luta contra o mal, incluindo a presença e união de religiões de matrizes africanas e protestantes. 


Em um nicho clichê, onde vários filmes de possessão esgotaram por completo todas as narrativas que se tornaram repetitivas com os mesmos roteiros de sempre, "O Exorcista - O Devoto" acerta ao ousar tentar trilhar um novo caminho. Agora, do ateísmo ao preconceito religioso são colocados em xeque enquanto as certezas se dissolvem. Porém, peca ao desenvolver muito mal seus personagens e trazer jump scares que não conseguiriam assustar nem uma criança desalmada.

Em síntese, "O Exorcista - O Devoto", tal qual Angela e Katherine, peca em suas ações, mas compensa pela coragem do enredo e por um final que pouco se espera. Porém, se quer abrir um caminho para novas adaptações, precisa evoluir. E muito. Afinal, se uma coisa que o horror nos ensinou muito bem nesse meio século é que a coragem é sempre válida, mas perigosa.


Ficha técnica:
Direção e roteiro: David Gordon Green
Produção: Universal Pictures, Blumhouse Productions, Morgan Creek Productions
Distribuição: Universal Pictures
Exibição: nos cinemas
Duração: 1h57
Classificação: 16 anos
País: EUA
Gênero: terror