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Rachel Zegler e Gal Gadot dividem o protagonismo do novo live-action da Disney dirigido por Mark Webb (Fotos: Walt Disney Pictures) |
Maristela Bretas
Os irmãos Grimm, autores da famosa obra "Branca de Neve e os Sete Anões" não devem estar nada satisfeitos em seus túmulos com a nova produção da Disney, "Branca de Neve" ("Disney's Snow White"), que estreia nesta quinta-feira (20) nos cinemas.
Não bastassem as muitas polêmicas nas redes sociais (uma delas até envolvendo o filho do diretor, que não gostou do filme), a produção deverá deixar muito espectador que acompanhou o desenho na infância, como eu, decepcionado com este novo live-action.
Apesar de ter classificação livre, o longa é um musical, com algumas belas canções, mas cansativo e até chato em certos momentos, o que não deve prender a atenção das crianças.
Para elas, o atrativo serão os bichinhos animados que vivem na floresta encantada. Eles são fofos e carismáticos, têm vida no olhar e movimentos, ao contrário do que houve com os animais de "O Rei Leão" (2019).
Desta vez o estúdio acertou, o cervo, os coelhinhos, os passarinhos e o simpático ouriço valem o filme. Outro ponto que agrada, o visual com cores vivas e alegres, contrastando com o reino tomado pelas sombras após a Rainha Má assumir o poder. Muitas cenas são reproduções bem próximas do desenho.
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Desenho" Branca de Neve e os Sete Anões", de 1937 (Walt Disney Pictures) |
A produção também recupera algumas canções de "Branca de Neve e os Sete Anões", de 1937, como "Heigh Ho" (conhecida em português como "Eu Vou"), que marcou gerações e foi a primeira animação da Disney. Esta é uma versão com poucos recursos, mas com encanto, que vale muito a pena conferir. Está disponível no Disney+.
Para quem não conhece a história, Branca de Neve era uma princesa que tinha uma vida feliz, até perder seus pais e virar uma escrava de sua madrasta má que tenta matá-la por inveja de sua beleza. Na floresta onde se esconde, conhece novos amigos que vão ajudá-la a recuperar o reino.
Mas parou por aí. Falei em polêmicas e uma delas é sobre a comparação da beleza de Branca de Neve, interpretada pela colombiana Rachel Zegler ("Amor, Sublime Amor" - 2021), com a da Rainha Má, papel de Gal Gadot ("Mulher Maravilha" - 2017).
A explicação do "Espelho, Espelho Meu" é tão míope quanto ele e só funcionou para os produtores. Gadot é muito mais bonita, mas não convence cantando.
Já Zegler não tem uma beleza tão grande, mas vai ganhando a simpatia do público a partir do meio da animação e está mais à vontade cantando muito bem e entregando boa interpretação. Além de formar um par romântico simpático com o ladrão e rebelde Jonathan (Andrew Burnap).
Por trás da história de fantasia, há uma abordagem, às vezes sutil, outras nem tanto, dos sentimentos e traumas dos personagens. Branca de Neve vive o dilema de não conseguir se tornar a líder que seu pai, o rei, disse que ela seria um dia. Mas tem coragem e bom coração, briga por seus direitos e pelo reino e não depende de um príncipe no cavalo branco para salvá-la.
A Rainha Má, por sua vez, é caricata, histérica e dependente de um espelho mágico (Patrick Page) para se sentir eternamente bela e poderosa. A empatia da personagem é zero, salva apenas pela interpretação de Gadot, mas até nisso perdeu para sua antecessora que foi mais marcante.
Sem falar nos sete anões, cada um com seu dilema, especialmente Dunga (Andrew Barth Feldman). Mas todos são bem simpáticos, até mesmo o rabugento Zangado (Martin Klebba).
Além deles temos Dengoso (Tituss Burgess), Atchim (Jason Kravits), Mestre (Jeremy Swift), Feliz (George Salazar) e Soneca (Andy Grotelueschen). Mais uma polêmica, uma vez que todos foram criados por computação gráfica, no lugar de usar pessoas com nanismo.
Para quem já esteve nos parques da Disney, uma das cenas com os Sete Anões é a reprodução do brinquedo Seven Dwarfs Mine Train, no Magic Kingdom, em Orlando, que é ótimo. Agora é conferir nos cinemas e contar pra gente o que achou do novo "Branca de Neve".
Ficha técnica:
Direção: Marc WebbProdução: Walt Disney Pictures
Distribuição: Disney Pictures
Exibição: nos cinemas
Duração: 1h49
Classificação: Livre
País: EUA
Gêneros: fantasia, musical, aventura
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