12 abril 2025

"Força Bruta: Punição" é pancadaria com toques de humor e denúncia contra os jogos online ilegais

Quarto filme da franquia traz de volta o detetive Ma Seok-do vivido pelo famoso ator sul-coreano Don Lee (Fotos: Sato Company)


Marcos Tadeu
Parceiro do blog
Jornalista de Cinema


"Força Bruta: Punição" ("Beomjoidosi 4") chegou aos cinemas brasileiros oferecendo uma explosão de ação de primeira linha e se consolidando como uma excelente porta de entrada para quem deseja conhecer o cinema sul-coreano. 

Dirigido por Heo Myeong-haeng, o quarto capítulo da famosa franquia traz de volta o detetive Ma Seok-do vivido por Don Lee, agora envolvido em uma nova investigação ligada ao submundo digital.


A trama começa com Ma Seok-do rastreando um aplicativo ligado ao tráfico de drogas, o que o leva a descobrir uma teia de crimes que se estende até as Filipinas, onde um desenvolvedor foi assassinado. 

A investigação coloca o detetive frente a frente com uma organização internacional de apostas ilegais, liderada pelo impiedoso Baek Chang-gi (Kim Mu-yeol). Ele é um ex-soldado de elite que domina o mundo dos jogos online com uma combinação de sequestros, chantagens e assassinatos.


Confesso que não conhecia a franquia antes, mas esse capítulo despertou em mim um interesse imediato em assistir os filmes anteriores. A narrativa é amarrada de forma envolvente e vai ganhando intensidade a cada revelação.

"Força Bruta: Punição" consegue equilibrar muito bem o ritmo de ação com momentos de crítica social, apontando para um submundo ainda pouco retratado no cinema: o das apostas ilegais digitais.


Heo Myeong-haeng, em sua estreia na direção da franquia, traz consigo anos de experiência como coordenador de cenas de luta e dublês. Isso se reflete nas coreografias precisas e brutais, com destaque especial para o duelo entre Ma Seok-do e Baek Chang-gi — uma pancadaria visceral, com pegada realista e forte influência do boxe.

Don Lee mais uma vez se impõe como protagonista. Seu personagem é uma força da natureza - e o ator entrega cenas que vão da tensão ao alívio cômico com habilidade. Do outro lado, Kim Mu-yeol constrói um vilão frio, calculista e profundamente irritante, o tipo de antagonista que provoca ódio desde a primeira aparição.


O grande mérito do filme é não se contentar apenas com a ação frenética. Ele mergulha de cabeça no universo das apostas online, escancarando como esse sistema opera em diversas camadas da sociedade: dentro de presídios, envolvendo menores de idade e manipulando figuras de alto escalão. 

A narrativa não hesita em denunciar a lógica perversa do dinheiro fácil, evidenciando práticas como as dos jogos “bets” e do famoso “tigrinho”, que se tornaram populares no Brasil.


"Força Bruta: Punição" funciona como uma denúncia embalada em entretenimento. É uma história que prende a atenção pela violência estilizada e ao mesmo tempo faz pensar sobre os bastidores sombrios do crime organizado digital. É pancadaria com propósito: crítica social embalada em golpes precisos.

Vale cada minuto, cada pipoca e, quem sabe, a curiosidade para maratonar os filmes anteriores. Os três primeiros filmes - "Cidade do Crime" (2017); "Força Bruta" (2022) e "Força Bruta: Sem Saída (2023) - este a maior bilheteria da história do K-Action na Coreia do Sul - estão disponíveis no Prime Video. Uma verdadeira aula de ação com a assinatura única do cinema sul-coreano.


Ficha técnica:
Direção:
Heo Myeong-haeng
Distribuição: Sato Company
Exibição: nos cinemas
Duração: 1h44
Classificação: 16 anos
País: Coreia do Sul
Gêneros: ação, policial, suspense

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