15 abril 2025

"Nas Terras Perdidas" se perde em roteiro confuso e protagonistas sem química

Milla Jovovich e Dave Bautista são os protagonistas deste novo filme pós-apocalíptico dirigido por Paul W. S. Anderson (Fotos: Diamond Filmes)
 
 
Maristela Bretas
   
O diretor Paul W.S. Anderson claramente tentou fundir a ação frenética de "Resident Evil" com o cenário pós-apocalíptico de "Mad Max" para criar "Nas Terras Perdidas" ("In The Lost Lands"). Infelizmente, o resultado é um filme confuso, sustentado por um roteiro fraco, com diálogos superficiais, quase esquecível. 

Nem mesmo os efeitos visuais, que deveriam ser um dos pilares de uma produção de ação e fantasia, que em muitos momentos lembra um faroeste, conseguem salvar a obra. Mais uma vez Anderson coloca sua esposa Milla Jovovich como protagonista, dividindo a tela com Dave Bautista, mas a química entre eles é zero.


Jovovich permanece presa ao estilo que a consagrou na franquia "Resident Evil", entregando uma atuação sem profundidade, focada em combates contra ameaças sobrenaturais.

Sua personagem, assim como em trabalhos anteriores, comunica-se predominantemente através da ação, carecendo de desenvolvimento verbal - usa no máximo dez palavras em cada frase.

Bautista não fica longe. Embora seu físico seja imponente para o papel de caçador, ele é melhor como lutador do que numa interpretação dramática, seguindo a trajetória de outros atletas que tentam a carreira no cinema. 

Alguns conseguiram encontrar seu nicho, o que ainda não aconteceu com Bautista. Ele acertou um pouco na comicidade na franquia "Guardiões da Galáxia".


Na história, a bruxa Gray Alys, interpretada por Milla, viaja para as Terras Perdidas em busca de um poder mágico que deverá passar para a rainha (Amara Okereke) que permitirá que ela se transforme em um lobisomem. Gray encontra em seu caminho o caçador Boyce (Bautista) que vai guiá-la até o reino das criaturas sombrias.

O problema maior da história é que ela é toda fragmentada. O filme falha em estabelecer adequadamente seus personagens e o contexto em que se inserem. 

A origem da bruxa, o passado do caçador e a natureza do lobisomem permanecem envoltos em mistério, deixando o espectador desorientado quanto às motivações e ao significado da jornada. 


Adaptado de um conto de 1992 de George R.R. Martin, autor da aclamada série "Game of Thrones", o longa pode até fazer sentido para os fãs do escritor, mas para o público geral, a condução da trama é pouco convidativa.

As sequências de lutas, apesar de cumprirem minimamente seu propósito, sofrem com efeitos visuais que ficam aquém das expectativas, mesmo com alguns bons cenários.

"Nas Terras Perdidas" se revela uma experiência cinematográfica difícil de ser assistida até o final, que também é bem insatisfatório. Mas poderá agradar aos admiradores do conto original e fãs dos atores. Eu não recomendo.


Ficha técnica:
Direção: Paul W.S. Anderson
Produção: Constantin Productions
Distribuição: Diamond Films
Exibição: nos cinemas
Duração: 1h41
Classificação: 16 anos
País: EUA
Gêneros: ação, aventura, fantasia

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