21 novembro 2024

"A Linha da Extinção" traz suspense, ação e fragilidade no protagonismo

Longa tem como protagonistas Anthony Mackie e Morena Baccarin e lembra outros filmes sobre ataques de monstros extraterrestres (Fotos: Divulgação)


Eduardo Jr.


O diretor norte-americano George Nolfi ("The Banker" - 2020) volta à cena. Desta vez, com o filme "A Linha da Extinção" ("Elevation"). A produção estrelada por Anthony Mackie (que trabalhou com Nolfi em"The Banker"e participou de "Capitão América 2: O Soldado Invernal" - 2014) e Morena Baccarin ("Deadpool" - 2016), chega às telonas nesta quinta-feira (21), distribuído pela Paris Filmes.    

Na trama, 95% da população mundial foi exterminada quando crateras se abriram em todo o mundo, e dela emergiram criaturas que matam os humanos. 

A única forma de se proteger foi buscar locais acima de 2.400 metros de altitude. Nas montanhas, Will (Mackie) cuida sozinho do filho Hunter, vivido pelo pequeno Danny Boyd Jr. (da série "Watchmen" - 2019). 


Os problemas respiratórios do garoto e o iminente término dos remédios dele obrigam Will a descer a montanha para tentar pegar medicamentos no que sobrou do hospital da cidade. 

A jornada de Will é compartilhada com Nina, vivida por Morena Baccarin, e Katie, interpretada por Maddie Hasson (da série "The Finder"- 2012). E aí começam os problemas. A personagem de Anthony Mackie tem um arco dramático fraco. 

Tão fraco que o espectador pode criar mais interesse e curiosidade pela personagem de Morena Baccarin, a cientista que procura uma forma de matar os monstros e que tem camadas e trajetória mais ricas. 


A proposta de um mundo destruído após o ataque de criaturas estranhas não é inédita. As notícias de ataques contra humanos são noticiadas em rádios e TVs. A origem das criaturas é desconhecida e a sobrevivência depende de um afastamento de determinadas áreas. 

Elementos que remetem à série "The Last of Us" (HBO - 2023). E como "A Linha da Extinção" conta com os mesmos produtores de "Um Lugar Silencioso" (2018), também é possível ver pontos de semelhança entre essas duas obras. 

O longa teve orçamento de US$ 18 milhões. Mesmo com cenas aéreas valorizando a paisagem das montanhas e ampliando a sensação de isolamento, ainda é possível tecer críticas sobre aspectos técnicos da obra de George Nolfi. 


Em certos momentos, a edição de som derrapa ao trazer ruídos que podem prenunciar um perigo (que demora um pouco a surgir) e que não representam a passagem por um ambiente hospitalar em ruínas, por exemplo. Há também momentos de ação onde a tela escurece e a movimentação da câmera confunde o espectador. 

Os diálogos também são rasos. O melhor do texto fica para a cientista Nina. Mas no meio disso tudo, o desenho das criaturas do mal é interessante. O suspense entretém na sua uma hora e meia de exibição. 

Fica a expectativa de uma continuação de "A Linha da Extinção" que explique por que os 2.400 metros de altura garantem a salvação e revele a origem e motivação dos monstros destruidores de humanos. De zero a dez, nota 6 para o filme. 


Ficha técnica:
Direção: George Nolfi
Produção: North.Five.Six
Distribuição: Paris Filmes
Exibição: nos cinemas
Duração: 1h35
Classificação: 14 anos
País: EUA
Gêneros: ação, suspense

20 novembro 2024

Musical "Wicked" se transporta da Broadway para as telonas em mega produção

Cynthia Erivo e Ariana Grande interpretam as bruxas Má do Oeste e Boa do Sul com as qualidades e defeitos de adolescentes em formação (Fotos: Universal Pictures)


Eduardo Jr.


Sucesso nos palcos, o musical "Wicked" se transforma em filme, e estreia nos cinemas nesta quinta-feira, 21 de novembro. Trata-se de uma grande produção, dirigida por Jon M. Chu ("Podres de Ricos" - 2018). O longa chega ao Brasil com distribuição pela Universal Pictures. 

A grandiosidade da produção começa pelo orçamento. Foram investidos US$ 145 milhões. Além disso, os figurinos, as cores e as músicas enchem a tela. Assim como as pautas que permeiam a obra, que se situa em um momento anterior à história que conhecemos em "O Mágico de Oz", filme de 1939.  


A adaptação de 2024 se baseia no livro "Wicked", publicado por Gregory Maguire em 1995 e levado aos palcos da Broadway em 2003. Na telona, a cantora Cynthia Erivo (a Fada Azul de "Pinóquio" (2022) dá vida a Elphaba (a Bruxa Má do Oeste). 

Ela é uma garota de pele verde convidada a se matricular na Universidade de Shiz por conta de seus poderes. Lá ela conhece Glinda (a Bruxa Boa do Sul), interpretada pela também cantora Ariana Grande ("Não Olhe Para Cima" - 2021).  


O encontro de duas garotas tão diferentes vai desfiando na tela assuntos como amizade, manutenção de privilégios, preconceito de cor, princípios morais e ambição. 

É preciso destacar que Ariana Grande está ótima no papel de Glinda. O público terá a chance de se encantar ou sentir ranço (ou as duas coisas) pela personagem dela. 

Cynthia e Ariana criaram personagens que se apresentam com qualidades e defeitos, assim como adolescentes em formação que ainda buscam se posicionar na sociedade e se construírem para a vida adulta. 


Quando Elphaba é chamada à Cidade de Esmeralda para conhecer o Mágico, figura mais adorada do reino de Oz e representante do poder, as coisas começam a mudar. O contato das duas protagonistas com o célebre mágico coloca em cena revelações e questionamentos. 

Até chegar a este momento, as duas aprendizes de feiticeira dividem a tela com as boas atuações de Michelle Yeoh ("Tudo em Todo Lugar ao Mesmo Tempo" - 2022), como Madame Morrible; Jonathan Bailey (da série "Bridgerton" - 2020), no papel do príncipe Fiyero; e Jeff Goldblum ("Jurassic World: Domínio" - 2022), interpretando o Mágico de Oz. 


Jon M. Chu se mantém atento aos elementos do filme de 1939 como, por exemplo, a estrada de tijolos amarelos. E a história das duas bruxas, que não foi contada com maior clareza em "O Mágico de Oz", agora encontra espaço no longa de Chu. 

Tanto espaço que o diretor optou por dividir a trama em dois atos, assim como no musical da Broadway. O segundo será lançado em 26 de novembro do ano que vem. 


A trilha sonora de "Wicked" foi composta pelo indicado ao Grammy e ao Oscar, John Powell (responsável também por "Han Solo: Uma História Star Wars" - 2018 e a franquia "Como Treinar o Seu Dragão" - 2010 a 2019) e Stephen Schwartz. 

O público que for ao cinema e assistir à versão dublada, ficará mais próximo da montagem brasileira do musical. As atrizes Myra Ruiz e Fabi Bang, que protagonizaram 'Wicked" nos palcos, foram chamadas para fazerem a dublagem de Elphaba e Glinda. 

São 2h40 minutos de cenários bem elaborados, canções emocionantes e efeitos bem realizados. O risco é de até quem não gosta de musicais sair enfeitiçado pelo filme.    


Ficha técnica
Direção: Jon M. Chu
Produção: Universal Pictures, The Araca Group, Marc Platt Productions
Distribuição: Universal Pictures
Exibição: nos cinemas
Duração: 2h40
Classificação: 10 anos
País: EUA
Gêneros: musical, fantasia