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25 fevereiro 2019

#Oscar2019 - "Green Book: O Guia" é o Melhor Filme, mas "Bohemian Rhapsody" lidera em estatuetas

Produção dirigida por Peter Farrelly foi a grande vencedora (Foto: Diamond Films Brasil/Divulgação)

 

Maristela Bretas


"Green Book: O Guia" foi escolhido o Melhor Filme do #Oscar2019, que terminou no início da madrugada desta segunda-feira no Teatro Dolby, em Los Angeles. Coube à premiada Julia Roberts anunciar o vencedor na 91ª edição. A cerimônia, promovida pela Academia de Artes e Ciências Cinematográficas, pela primeira vez em 30 anos, não teve um mestre de cerimônias uma vez o anfitrião Kevin Hart foi retirado da função após denúncias de tuítes homofóbicos postados por ele. Também provocou polêmica o cancelamento da categoria Melhor Filme Popular.

Dirigido e roteirizado por Peter Farrelly, "Green Book: O Guia", além da maior premiação, conquistou também as estatuetas de Melhor Ator Coadjuvante, entregue por Daniel Craig e Charlize Theron a Mahershala Ali, a quarta e mais importante das recebidas por ele em todas as premiações a que foi indicado neste ano. Além de Melhor Roteiro Original para Peter Farrelly, Nick Vallelonga e Brian Currie, prêmio entregue por Samuel L. Jackson e Brie Larson, a dupla de "Capitã Marvel" que estreia dia 8 de março.

A cerimônia do Oscar 2019 começou com uma apresentação do cantor Adam Lambert acompanhado pelos integrantes do Queen interpretando sucessos da banda e um telão projetando a imagem de Freddie Mercury. A plateia aplaudiu de pé. E foi "Bohemian Rhapsody" a agradável surpresa da noite faturando cinco estatuetas, quatro delas na parte técnica - Melhor Edição de Som, Melhor Mixagem de Som, Melhor Edição e Melhor Montagem. Além de Melhor Ator, para Rami Malek por sua interpretação do vocalista e compositor Freddie Mercury. Ele agradeceu a Brian May e Roger Taylor, que estavam presentes na cerimônia, pela oportunidade de fazer uma pequena parte do legado do Queen.

Das mãos do amigo e também diretor Guillermo Del Toro, Alfonso Cuarón recebeu a premiação de Melhor Diretor por "Roma". A produção mexicana também faturou as categorias de Melhor Fotografia e Melhor Filme Estrangeiro, esta última anunciada por Angela Basset e Javier Bardem. O longa mexicano, uma produção da Netflix, foi o primeiro na plataforma de streaming a disputar o Oscar.

A primeira estatueta anunciada na noite foi de Melhor Atriz Coadjuvante, conquistada por Regina King "(Se a Rua Beale Falasse"), como já era esperado, que agradeceu muito emocionada a mãe que estava na plateia. Jason Mamoa e Helen Mirren, ambos de roupas cor de rosa, entregaram a "Free Solo" o prêmio de Melhor Documentário. "Pantera Negra" também saiu vencedor em três categorias - de Melhor Figurino, para a qual era o mais cotado, Melhor Design de Produção e Melhor Trilha Sonora. "Vice", uma das grandes apostas do #Oscar2019, ficou com apenas um prêmio, o de Melhor Maquiagem.

Duas comemorações marcaram a entrega do Oscar: a primeira de Spike Lee que subiu ao palco para receber o prêmio de Melhor Roteiro Adaptado por "Infiltrado na Klan". Ele contou a trajetória de sua família e de seus ancestrais que vieram da África. E terminou pedindo para que "todos façam a coisa certa". E a de Olivia Colman, consagrada Melhor Atriz por seu papel em "A Favorita". Ela já havia conquistado o Globo de Ouro na categoria de Melhor Atriz em Comédia ou Musical.

Outra confirmação da noite foi "Shallow" (da trilha musical de "Nasce Uma Estrela") como Melhor Canção Original. Lady Gaga recebeu a estatueta novamente muito emocionada. Agradeceu a todos, em especial a Bradley Cooper, a quem elogiou afirmando que não poderia ser outra pessoa para gravar a música com ela.

"Homem-Aranha no Aranhaverso" foi escolhido Melhor Animação, enquanto "Bao" levou a premiação de Melhor Curta de Animação. Já "Absorvendo o Tabu" ficou com a estatueta de Melhor Documentário em Curta-Metragem, "O Primeiro Homem" conquistou Melhores Efeitos Visuais e "Skin" foi o Melhor Curta-Metragem.

Confira os vencedores do #Oscars2019. Clique nos links para ler as críticas da turma do Cinema no Escurinho

Melhor Filme - "Green Book: O Guia"
Melhor Diretor - Alfonso Cuarón ("Roma") >>>>
Melhor Ator - Rami Malek ("Bohemian Rhapsody')
Melhor Atriz - Olivia Colman ("A Favorita")
Melhor Ator Coadjuvante - Mahershala Ali ("Green Book: O Guia")
Melhor Atriz Coadjuvante - Regina King ("Se A Rua Beale Falasse")
Melhor Filme de Língua Estrangeira - "Roma" (México)
Melhor Roteiro Original - "Green Book: O Guia"
<<<<<<<<<<<< Melhor Roteiro Adaptado - "Infiltrado na Klan"
Melhor Animação - "Homem-Aranha no Aranhaverso"
Melhor Fotografia - "Roma"
Melhor Maquiagem - "Vice"
Melhor Canção Original - "Shallow" ("Nasce Uma Estrela")
Melhor Design de Produção - "Pantera Negra"
Melhores Efeitos Visuais - "O Primeiro Homem"
Melhor Figurino - "Pantera Negra"
Melhor Edição - "Bohemian Rhapsody"
Melhor Trilha Sonora - "Pantera Negra" >>>>
Melhor Curta de Animação - "Bao"
Melhor Curta-Metragem - "Skin"
Melhor Edição de Som - "Bohemian Rhapsody"
Melhor Mixagem de Som - "Bohemian Rhapsody"
Melhor Documentário - "Free Solo"
Melhor Documentário em Curta-Metragem - "Absorvendo o Tabu"
Melhor Montagem - "Bohemian Rhapsody"
Melhor Design de Produção - "Pantera Negra"



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22 janeiro 2019

Disputa de egos e relacionamentos perversos são a essência de "A Favorita

A história é baseada na era da Rainha Anne, governante responsável pela unificação da Escócia e Inglaterra (Fotos: 20th Century Fox/Divulgação)

Carolina Cassese


Apresentando a potência do trio Olivia Colman, Emma Stone e Rachel Weisz, o filme "A Favorita" chega aos cinemas nesta quinta-feira. Junto com "Roma" (Alfonso Cuarón), a produção lidera o número de indicações ao Oscar, com dez nomeações. Dirigido pelo grego Yórgos Lánthimos, conhecido por assinar longas perturbadores como "Dente Canino" (2009) e "O Lagosta" (2015), a trama é centrada na disputa de Lady Sarah Churchill, a Duquesa de Malborough (Weisz) e Abigail (Stone) para o posto de confidente da Rainha da Inglaterra. 

As duas personagens são ambíguas: do começo do filme, Sarah parece ser uma figura detestável, ao passo que Abgail aparenta inocência. A de Stone já foi uma dama da sociedade, mas sua família entra em decadência e ela precisa assumir um cargo de serviçal no castelo para se sustentar. No decorrer do longa, ambas são humanizadas - e mostram uma faceta consideravelmente manipuladora.

Enquanto Anne é incerta em relação às suas decisões como governante, Lady Sarah tem opiniões fortes e está sempre disposta a persuadir a Rainha. Extremista, ela prefere adotar estratégias de combate e constantemente entra em conflito com defensores de ações pacifistas. Abgail entra no jogo de maneira mais sutil e, comendo pelas beiradas, acaba conseguindo espaço no palácio.

A história é baseada na era da Rainha Anne (1702-1714), que assumiu o poder logo depois de sua irmã Mary. A governante foi responsável pela unificação da Escócia e Inglaterra, além de ter desenvolvido o sistema bipartidário, até hoje vigente na Grã-Bretanha. Anne era conhecida ainda por seu temperamento instável. A interpretação de Colman entrega, com maestria, uma rainha densa e complicada. Stone e Weisz também brilham e apresentam uma química incrível em cena.

A direção de Lánthimos não deixa a desejar. São utilizadas câmeras com lentes grandes angulares, que auxiliam na percepção da grandeza de diversos espaços do palácio. Destaque ainda para os exacerbados figurinos, as maquiagens excêntricas e a impecável direção de fotografia. 

Apesar de retratar o século XVIII, o longa apresenta temas atemporais, como relacionamentos abusivos e brigas de egos. As disputas, dentro e fora do castelo, são intermináveis. Também não há espaço para maniqueísmos: o bem o mal se entrelaçam e se confundem o tempo inteiro.

Mesmo não tratando especificamente de questões relativas ao machismo, "A Favorita" é inegavelmente um filme empoderador, já que as mulheres dominam a tela. Com esse trio de peso em cena, a presença de figuras masculinas, francamente, mal faz falta.
Duração: 2 horas
Classificação: 14 anos
Distribuição: Fox Film do Brasil


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