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06 março 2024

Comédia “Os Farofeiros 2” aposta na popularidade do primeiro filme

A viagem do grupo de amigos de empresa para um resort na Bahia tem tudo para dar errado
novamente (Fotos: Camisa Listrada)



Eduardo Jr.


Após uma viagem recheada de problemas, Lima, Alexandre, Rocha e Diguinho estão de volta. Em “Os Farofeiros 2”, o diretor Roberto Santucci agora coloca os quatro colegas de trabalho e suas famílias em uma viagem à Bahia. Distribuído pela Downtown Filmes, o longa chega aos cinemas brasileiros nesta quinta-feira (7), trazendo piadas que fazem o público se identificar. 

A equipe do Cinema no Escurinho acompanhou a pré-estreia em uma das salas da rede Cineart, e observou uma plateia reagindo bem ao roteiro de Paulo Cursino - que também escreveu para o primeiro filme da franquia. 

Desta vez, a trama tem como ponto de partida a tentativa de Alexandre (Antônio Fragoso) de resgatar a popularidade junto à sua equipe de trabalho, e assim conseguir um cargo mais alto na empresa. 


Ao ganhar uma viagem, o gerente é convencido pela chefe a dividir o prêmio com os colegas, como forma de reconquistá-los. E claro, a temporada em um resort de luxo se transforma em uma farofada (daquelas com situações com as quais muita gente vai se identificar). 

Mas a comédia demora um pouquinho pra conquistar as primeiras risadas, porque começa com os filhos dos protagonistas na escola, convocados pela diretora para explicar porque apresentaram redações idênticas sobre suas férias. Serão eles os narradores dos eventos na Bahia. 

Do conhecido elenco, Lima (Maurício Mafrini), Jussara (Cacau Protásio) e Rocha (Charles Paraventi) conduzem muito bem a comédia. Danielle Winits segue como a madame histriônica, usando caras e bocas (até demais, diga-se de passagem). 

Em contrapartida, o Alexandre vivido por Fragoso não arranca risos. Seu resgate de popularidade fica em segundo plano. 


O mesmo acontece com as personagens Vanete (Elisa Pinheiro), Ellen (Aline Campos) e Diguinho (Nilton Bicudo). Este último está altamente paranoico com a pandemia - deixando margem para questionamentos sobre fazer piada com o Covid-19. 

Outro ponto de gosto duvidoso é a construção de piadas sobre a personagem Darcy (Sulivã Bispo). A despachada gerente do resort é uma mulher trans, e a direção optou por tentar fazer graça com a dificuldade das famílias em saber qual pronome usar para se referir a ela, e sobre o incômodo das esposas em dividir espaço na sauna com a funcionária. 


Apesar desses pontos que podem soar como “contras” da produção, as piadas “de tiozão”, a entrada de figuras como o ótimo personagem Edvan e o uso de paródias de outros filmes colocam “Os Farofeiros 2” com grandes chances de repetir o sucesso de bilheteria do primeiro longa e de cair nas graças do público. 

Curiosidades

- "Os Farofeiros", de 2018, esteve no topo das bilheterias, atraindo mais de um milhão de espectadores. 

_ O primeiro filme estreou há exatos seis anos e repete agora o mesmo elenco. 

- O diretor Roberto Santucci também assina este longa, além de outros sucessos da comédia nacional como “De Pernas para o Ar” (2010), "O Porteiro" (2023) e a trilogia “Até Que a Sorte nos Separe” (2012 a 2015).


Ficha técnica:
Direção: Roberto Santucci
Produção: Camisa Listrada, com coprodução Globo Filmes, Globoplay, Telecine e Panorama Filmes
Distribuição: Downtown Filmes
Exibição: nos cinemas
Duração: 1h44
Classificação: Livre
País: Brasil
Gêneros: Comédia, família

01 novembro 2023

Longa “Mussum - O Filmis” apresenta o homem por trás do palhaço - que é tão engraçado quanto

Obra joga luz sobre a vida - e dilemas - de Antônio Carlos Bernardes Gomes, um dos maiores humoristas
da TV brasileira (Fotos: Downtown Filmes)
 



Eduardo Jr.


O cartaz de divulgação já revela um dos méritos de “Mussum - O Filmis”: a perfeita caracterização do ator Aílton Graça para viver um personagem que fez o país gargalhar por 25 anos, integrando o humorístico “Os Trapalhões”. 

E a entrega para viver o trapalhão também parece ser a mesma que o então sambista, falecido em 1994, fez décadas atrás. O longa, dirigido por Silvio Guindane e distribuído pela Downtown Filmes, chega aos cinemas no dia 2 de novembro.   


A obra se baseia no livro “Mussum - Uma História de Amor e Samba”, de Juliano Barreto. Para que as páginas se transformassem em produto audiovisual, foram dez anos de espera.

Na pré-estreia do longa em Belo Horizonte, a convite da rede Cineart, o protagonista Aílton Graça nos contou que esses anos de pesquisa foram uma grande descoberta.


Antes de chegar ao auge da carreira do biografado, o espectador é apresentado à infância de Antônio Carlos Bernardes Gomes. Ali estão detalhes pouco conhecidos da vida do Antônio criança (vivido por Thawan Lucas Bandeira), que já demonstrava interesse pelo samba. 

Mas a criação rígida da mãe (personagem de Cacau Protásio na primeira e segunda fases do longa) o levou para um colégio interno, desviando - ou apenas atrasando - um caminho que era inevitável.    


A fase da formação militar e da paixão pela música é vivida pelo humorista Yuri Marçal. As piadas são apresentadas com naturalidade, provavelmente pela experiência de Marçal nos palcos fazendo stand-up. 

Mas o texto e a edição também são trunfos para tirar risos do público. A montagem cola momentos com agilidade, estruturando um tempo de comédia que agrada bastante.


Na fase adulta, Aílton Graça apresenta um Antônio Carlos dedicado ao samba, sem se achar engraçado e voltado à família.  A desenvoltura do protagonista no grupo Originais do Samba e em Os Trapalhões são boas. 

Porém, a perda de ritmo para apresentar a construção e entrada do Mussum no programa de Chico Anísio - a Escolinha do Professor Raimundo - excede na duração.


Vale dizer que, nessa terceira fase, as atuações do elenco crescem na tela. Destaque para Neuza Borges (Dona Malvina), Édio Nunes (Bigode) e Gustavo Nader (Zacarias), que encontraram a medida exata do tom, da profundidade e da firmeza de seus personagens.

"Mussum, O Filmis" traz ainda grandes figuras da cultura brasileira para dividir a tela com o protagonista. Entre elas, Grande Otelo (Nando Cunha), Alcione (Clarice Paixão), Jorge Ben (Ícaro Silva), Cartola (Flávio Bauraqui), Chico Anysio (Vanderlei Bernardino), Garrincha (Wilson Simoninha), Boni (Augusto Madeira), Nilton da Mangueira (Mussunzinho), Milton Carneiro (Marcello Picchi) e Elza Soares (Larissa Luz). 


E claro, Aílton Graça consegue ir além da semelhança física, imprimindo tensões e graça, de acordo com o momento. O protagonista afirma, ainda, que o valor de Antônio Carlos vai além da qualidade artística. A história de Mussum foi emblemática para uma luta que ainda se faz necessária.


Tantas qualidades fazem o filme chegar badalado ao grande público. Apresentado no Festival de Gramado, conquistou seis Kikitos: Melhor Filme, Melhor Filme Pelo Júri Oficial, Melhor Filme Pelo Júri Popular, Melhor Ator para Aílton Graça e Melhor Ator Coadjuvante para Yuri Marçal. 

Premiado ou não, "Mussum - O Filmis" vale o ingresso, a pipoca e até repetir a sessão, pra se divertir com o músico e humorista que atravessa gerações sem perder a graça.


Ficha técnica:
Direção: Silvio Guindane
Roteiro: Paulo Cursino
Produção: Camisa Listrada, com coprodução da Panorama Filmes, Globo Filmes, Globoplay, Telecine, RioFilmes
Distribuição: Downtown Filmes
Exibição: nos cinemas
Duração: 2h03
País: Brasil
Classificação: 12 anos
Gêneros: comédia, drama