A história se passa quase toda numa boate nada convencional, onde uma família nada convencional se apresenta (Fotos: Vitrine Filmes/Divulgação) |
Mirtes Helena Scalioni
Mais do que revolucionário, "Paraíso Perdido" é um filme libertário, atrevido e contemporâneo, verdadeiro discurso contra o preconceito. "Qualquer maneira de amor vale a pena" - é o que inspira o longa. E é esse sentimento que também parece mover os personagens. A história se passa quase toda numa boate nada convencional, onde uma família nada convencional se apresenta em performances que arrebatam e emocionam o pequeno público presente. Tudo é único, peculiar, inesperado.
Pode até ser que a trama criada pela diretora Monique Gardenberg se torne confusa em determinado ponto da história, mas isso não atrapalha nem tira o brilho do filme. Pelo contrário. Certa estranheza e uma pequena dose de esquisitice acabam por conferir charme e poder ao filme. E o elenco parece ter sido escolhido a dedo.
A começar pelo patriarca do núcleo, José, interpretado por um Erasmo Carlos extremamente à vontade, passando pelo novato Jaloo, que faz o travesti Ímã, uma descoberta da diretora. Completam a família Júlio Andrade, encantando como o cantor Ângelo; Hermila Guedes como a ex-presidiária Eva; Júlia Konrad como a grávida Celeste, e Seu Jorge como o filho adotivo Taylor, que sonha ser ator.
Um detalhe do longa que merece destaque: a música. "Paraíso Perdido" é todo embalado e costurado por canções populares que algum desavisado pode chamar de bregas. Pode, mas não deve. O diretor musical do filme é Zeca Baleiro e isso faz toda a diferença. Que ninguém espere cantorias manjadas do tipo "Eu não sou cachorro não", "Sandra Rosa Madalena" e "Receba as flores que te dou". Baleiro não se rendeu ao óbvio.
Não há sombra de crítica, riso ou deboche. Pelo contrário, há reverência, respeito ao sentimento. O ambiente é simples, a luz é baixa, o drinque barato está à mão e o clima é de pecado. De cortar os pulsos. "Paraíso Perdido" pode e deve ser conferido no Belas Artes 3 (sessões de 14h e 21h) , Cinemark BH Shopping 10 (16h20 e 21h30) e Net Cineart Ponteio 2 (18h40 e 20h50).
Duração: 1h50
Classificação: 14 anos
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