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14 fevereiro 2025

“Sing Sing” - A arte de transformar vidas no sistema prisional

Colman Domingo entrega mais uma brilhante atuação, desta vez como um detento que encontra um novo propósito com o teatro (Fotos: Diamond Films)


Filipe Matheus
Parceiro do blog Maravilha de Cinema


Colman Domingo está em cartaz nos cinemas como protagonista do longa “Sing Sing”, dirigido por Greg Kwedar e distribuído pela Diamond Films. O filme traz um retrato sensível da realidade prisional, evidenciando o poder transformador da arte na vida das pessoas. 

A trama acompanha Divine G (Domingo, de "Rustin" - 2024), um homem injustamente condenado que encontra um novo propósito ao atuar no grupo de teatro formado por detentos. 


Para esses homens, a arte se torna um símbolo de resistência e liberdade, mostrando que mesmo atrás das grades, ainda é possível ressignificar a própria história.

Um dos pontos altos da produção é a transformação pelo teatro, principalmente na vida de Clarence Maclin, um novo detento cauteloso e desconfiado. Aos poucos, a arte vai mudando sua trajetória e a de outros integrantes do grupo.


Trazendo ainda mais autenticidade à narrativa, Clarence “Divine Eye” Maclin, Sean “Dino” Johnson e Jon-Adrian “JJ” Velazquez interpretam a si mesmos, compartilhando suas próprias experiências como ex-encarcerados e ex-alunos do programa de teatro prisional da organização Rehabilitation Through the Arts (RTA).

Com uma abordagem poética, a obra reforça que a esperança é inerente ao ser humano. E que o passado não define futuro. Ao evidenciar a importância da arte dentro do sistema prisional, o filme é uma inspiração para mudanças e reforça o valor da cultura de ressocialização, provando que sempre existe luz no fim do túnel.


A trilha sonora do filme é composta por Bryce Dessner, uma peça fundamental na narrativa. Além de “Like a Bird”, que concorre ao Oscar 2025 como Melhor Canção Original, sucessos como "Blades" e "The Void" não apenas acompanham a trajetória dos personagens, mas também tocam profundamente o espectador.

Além de Melhor Canção Original, o longa foi indicado ao Oscar 2025 nas categorias de Melhor Roteiro Adaptado, e Melhor Ator, um reconhecimento à atuação de Colman Domingo. 


O lançamento do filme foi simultâneo nos cinemas e nas prisões dos Estados Unidos, em parceria com a A24. Baseado no programa RTA, conta com o apoio da ONG Edovo, que disponibiliza tablets em centenas de unidades correcionais dos EUA, promovendo educação e reintegração. 

Outro ponto de destaque de "Sing Sing": todos os envolvidos da equipe receberam o mesmo salário, além de participações de propriedade no filme. Não deixe de conferir nos cinemas. 


Ficha técnica:
Direção: Greg Kwedar
Distribuição: Diamond Films
Exibição: nos cinemas
Duração: 1h47
Classificação: 14 anos
País: EUA
Gênero: drama

09 fevereiro 2024

"A Cor Púrpura" acerta no elenco, mas é inconstante

Musical é um remake adaptado da obra literária de Alice Walker, como na peça da Broadway de 2005 (Fotos: Warner Bros. Pictures)


Larissa Figueiredo


Baseado no livro homônimo de Alice Walker, "A Cor Púrpura" ("The Color Purple") conta a história de famílias afro-americanas na Geórgia durante o século XX. O musical, em cartaz nos cinemas, nos apresenta Celie, uma jovem negra de 14 anos que encontra conforto em meio ao sofrimento da pobreza e racismo na companhia de Nettie (Halle Bailey, de "A Pequena Sereia" - 2023), sua irmã mais nova e melhor amiga.  

Em certo dia, Celie (interpretada por Fantasia Barrino na fase adulta) é trocada por uma vaca e alguns ovos e entregue a Albert (Colman Domingo, de "Rustin" - 2023) um homem grosseiro da cidade. Enquanto isso, Nettie, exausta dos avanços sexuais do pai e do novo marido da irmã, foge prometendo manter contato por carta com Celie. É por meio dessas correspondências que a história se desenrola.


Com direção de Blitz Bazawule, o remake de "A Cor Púrpura" tem uma grandiosa equipe de produtores, que inclui Steven Spielberg, diretor da primeira versão de 1985, que não era musical e foi indicada a 11 Oscars sem, no entanto, ter recebido nenhum. O filme pode ser conferido na HBO Max.

Também na produção estão Quincy Jones (um dos produtores do primeiro filme), Oprah Winfrey, que participou do longa há quase 40 anos no papel de Sofia (agora interpretada por Danielle Brooks, que concorre ao Oscar como Melhor Atriz Coadjuvante) e Scott Sanders.


O elenco, totalmente negro (excelente escolha) conta ainda com Taraji P. Henson ("Estrelas Além do Tempo" - 2017), como a cantora Shug Avery; Corey Hawkins ("Infiltrado na Klan" - 2018); Aunjanue Ellis ("King Richard: Criando Campeãs" - 2021), Louis Gossett Jr. e até mesmo Whoopi Goldberg, que faz uma ponta como parteira e interpretou Celle no longa de 1985. Os cantores H.E.R. e Jon Batiste também participam do time.

Além de retratar abusos e sofrimento, o filme explora a redescoberta da vida e a poderosa união entre mulheres, tanto na ligação entre as irmãs quanto na importância que Shug e Sofia vão representar na vida de Celle.


Embora permaneça fiel à obra literária de Alice Walker, o musical adota a estrutura da peça adaptada para a Broadway em 2005, organizando a produção em blocos que combinam diálogos, canções, diversas coreografias. Conta também com as participações de Fantasia Barrino e Danielle Brooks repetindo seus papéis.

As performances musicais parecem interromper o ritmo do filme, que se apresenta inconstante e com falhas na edição e montagem. Apesar disso, o musical impacta pelo visual e pela força da interpretação de seus atores, que possuem grande potência vocal e é o destaque do longa. 

Os figurinos e a ambientação também são pontos positivos e fortalecem a obra. Inevitável a comparação entre as duas versões cinematográficas.


Ficha técnica:
Direção: Blitz Bazawule
Produção: Warner Bros. Pictures, Amblin Entertainment, SGS Productions, Harpo Films
Distribuição: Warner Bros. Pictures
Exibição: nos cinemas
Duração: 2h20
Classificação: 14 anos
País: EUA
Gêneros: musical, drama