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14 junho 2023

"The Flash" é nostálgico e abre um multiverso de possibilidades para a DC

 Ao voltar no tempo, Barry Allen começa a viajar entre mundos diferentes do seu e provoca uma reviravolta na relação tempo-espaço(Fotos: Warner Bros.)


Jean Piter


Nesta quinta-feira (15) estreia nos cinemas a tão esperada produção do personagem "The Flash", da DC Comics, com o ator Ezra Miller retomando o papel que interpretou em "Liga da Justiça" (2017). O super-herói, que nas horas vagas também é conhecido como Barry Allen, descobre que se correr muito rápido, ele consegue voltar no tempo. 

Mesmo sabendo que isso pode ter duras consequências, Flash retorna ao passado na tentativa de salvar a mãe. É aí que ele chega a uma realidade onde a Liga da Justiça não existe. Pra piorar, a Terra está sendo atacada pelo general Zod (Michael Shannon), do planeta Krypton, assim como ocorreu em “O Homem de Aço” (2013).


Ironicamente, o filme começa bem lento, mostrando o quanto Barry sente a falta da mãe. As cenas são seguidas de explicações sobre viagem no tempo, multiverso e os possíveis efeitos de se mudar alguma coisa no passado. Ao voltar ao passado, Flash dá de cara com ele mesmo.  

O jovem queria apenas mudar umas coisas e voltar para sua realidade, na expectativa de que ficaria tudo bem. Mas ele começa a enfrentar problemas quando assiste na TV a chegada do general Zod à Terra em busca de um kryptoniano. Sabendo que a humanidade estava em perigo, Flash decide ficar e lutar. Mas antes ele precisa buscar ajuda. 


Como não é surpresa pra ninguém, é nesse momento que são introduzidos o Batman (com Michael Keaton) e a Supergirl (Sasha Calle). Novidades que já haviam sido mostradas nos trailers. Sob a direção de Tim Burton, Keaton interpretou o Bruce Wayne em “Batman” (1989) e “Batman: O Retorno” (1992). 

Mais de 30 anos depois, ele volta a vestir o icônico manto do homem morcego. É nostálgico e um grande presente para os fãs. Daí em diante, o filme acelera na ação. 

Keaton cumpre seu papel. Sasha tem pouco tempo de tela, o que talvez seja proposital. Fica aquele gostinho de querer um filme solo dela. As duas versões do Barry, Batman e Supergirl vão enfrentar Zod e seu exército. É porrada, tiro e bomba. 


Ezra Miller manda muito bem. Duplamente bem. Consegue ser engraçado, irritante e também passar emoção em suas duas versões. Apesar de muita informação, dá pra entender bem a trama e perceber contra o que os super-heróis lutam dessa vez. É um formato diferente com vários conflitos. 

Os efeitos especiais são usados a todo momento. E isso destoa. Hora são muito realistas, hora deixam a desejar. Em algumas cenas, os personagens chegam a parecer bonecos. Não dá pra saber se foi escolha ou não da direção, para “brincar” com a ideia de multiverso. 


"The Flash" é baseado nos quadrinhos “Ponto de Ignição” (2011). A estória foi adaptada para a ótima animação “Liga da Justiça: Ponto de Ignição” (2013), disponível em streamings no Brasil. 

O ponto alto do longa são as homenagens que o filme faz ao próprio cinema. Nos diálogos em que os personagens falam sobre produções e estrelas de Hollywood e, principalmente, nas participações especiais. 


Ao introduzir Keaton como Batman e mostrar isso nos trailers, dava a impressão de que não havia mais como surpreender os fãs. Mas há. E as surpresas são boas. 

Além de Keaton, temos Ben Affleck também como Batman, mas da formação atual da Liga da Justiça. Essa aparição do super-herói em duas versões acontece por causa das mudanças na relação tempo-espaço provocadas por Flash.


Em “Homem-Aranha: Sem Volta Pra Casa” (2021), a Marvel uniu as três versões cinematográficas do Peter Parker no mesmo filme. Produções que até então eram independentes, não tinham ligação. A ideia de multiverso permitiu isso. A fórmula foi usada agora em “The Flash” ao trazer de volta o Batman do Tim Burton. A grande diferença é que a DC expandiu. 

Pelo que foi visto em “The Flash”, a partir de agora, as produções da DC podem se encontrar. Ou podem seguir sozinhas, como em universos alternativos. Vale inclusive para as séries. Os heróis podem mudar de rosto e as histórias passadas podem recomeçar ou continuar a qualquer momento. Barry Allen abriu um multiverso de possibilidades para a DC e deu aos fãs o direito de sonhar com novos encontros na telona.


Ficha técnica:
Direção: Andy Muschietti
Produção: Warner Bros. Pictures
Distribuição: Warner Bros. Pictures
Exibição: nos cinemas
Duração: 2h24
Classificação: 12 anos
País: EUA
Gêneros: ficção / fantasia / ação

15 novembro 2018

Muito flashback e confusão em "Animais Fantásticos: Os Crimes de Grindelwald"

Newt Scamander (Eddie Redmayne) terá de viajar novamente aos EUA atrás de um bruxo do mal, interpretado por Johnny Depp (Fotos: Jaap Buitendijk/Warner Bros. Pictures)

Wallace Graciano


Goste ou não da saga “Harry Potter”, é impossível negar a importância de J. K. Rowling na história da literatura (não somente a infanto-juvenil). Porém, o mesmo talento que a elevou ao panteão dos grandes nomes que nos contaram as mais doces fábulas não parece florescer em outro tipo de narrativa: a de roteirista cinematográfica. 

Em “Animais Fantásticos: Os Crimes de Grindelwald” ("Fantastic Beasts: The Crimes Of Grindelwald"), que estreia nesta quinta-feira (15) nos cinemas de todo planeta, a autora (que além de roteirista é uma das produtoras do filme) não consegue dar a mesma vivacidade dos livros às telonas, tal qual no precursor do spin-off.

Na sequência de “Animais Fantásticos”, que se passa 70 anos antes de Harry chegar a Hogwarts, Gellert Grindelwald (Johnny Depp) é transportado dos Estados Unidos, onde fora preso, até a Londres. Porém, o bruxo consegue escapar em uma batalha sufocante, digna dos grandes embates da saga canônica. Agora livre, ele vai em busca de Credence (Ezra Miller), o que norteará toda a história.

Paralelamente, Newt Scamander (Eddie Redmayne) está proibido de viajar ao exterior por causa do trabalho que deu ao mundo bruxo durante sua estada em Nova York. Sem ter muito o que fazer, cuida dos bichos em sua maleta e tenta escapar dos flertes do Ministério da Magia, que quer tê-lo como auror para recapturar Grindelwald. Quem consegue seduzi-lo é Alvo Dumbledore (Jude Law). 

Aproveitando que Scamander viaja escondido a Paris para tentar se reaproximar de sua paixão, Tina Goldstein (Katherine Waterston), o professor de Hogwarts lhe dá a missão de proteger Credence das mãos do bruxo das trevas, tudo isso em meio aos avanços do Ministério da Magia. É nesse ponto que a película chega ao seu ápice. 

Ao mesmo tempo em que traz o tom de naftalina aos saudosos amantes da saga, com a presença de personagens icônicos e do próprio castelo de Hogwarts, a trama oferece as batalhas, efeitos especiais e conspirações de “Harry Potter” que encantaram toda uma geração. Porém, ao contrário dos livros e filmes de outrora, este peca ao desenvolver os personagens justamente quando o clímax está estabelecido.

O roteiro tem grandes buracos e não consegue sequer encaixar os segredos agora revelados por J. K. Rowling do mundo bruxo antes de Harry. Assim como no precursor, “Animais Fantásticos: Os Crimes de Grindelwald” volta a ter cenários maravilhosos, batalhas intensas e personagens nostálgicos que se perdem em meio a um roteiro confuso. A magia da saga Harry Potter ficou mesmo por lá.


Ficha técnica:
Direção: David Yates
Produção: Warner Bros. Pictures
Distribuição: Warner Bros. Pictures
Duração: 2h14
Gêneros: Aventura / Fantasia
Países: Reino Unido / EUA
Classificação: 12 anos
Nota: 3 (0 a 5)

Tags: #AnimaisFantásticosOsCrimesdeGrindelwald, #HarryPotter, #JKRowling, #Fantasia, #Aventura, #EddieRedmayne, #JudeLaw, #Johnny Depp, #EzraMiller, #WarnerBrosPictures, #espaçoZ, #cinemas.cineart, #CinemaNoEscurinho