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09 abril 2024

"Evidências do Amor" é um filme para fãs de Sandy e Fábio Porchat

Dupla tem boa química, mas comédia longa e morna não traz nada de novo e fica bem cansativa da metade
em diante (Fotos: Warner Bros. Pictures)


Maristela Bretas


Curtiu Sandy e Júnior na adolescência? Acompanha Fábio Porchat no Porta dos Fundos ou em seus programas? Não consegue ficar livre de uma música chiclete, mesmo sendo uma de suas preferidas? Então, "Evidências do Amor", que estreia nesta quinta-feira (11 de abril) é um filme que poderá lhe agradar. 

Dirigido por Pedro Antônio Paes, a comédia traz o casal pouco provável como artistas num romance que começa num piscar de olhos e acaba sem explicações. 


Para delírio dos fãs, o roteiro coloca Sandy e Porchat se beijando de uma maneira bem convincente do início ao fim do filme, ao som de "Evidências", que apesar de ser uma música linda, gruda na cabeça a ponto de irritar, de tanto que toca e nos mais variados formatos.

O filme é inspirado na música, composta por José Augusto e Paulo Sérgio Valle e lançada pela dupla Chitãozinho & Xororó. A história acompanha o casal, Marco Antônio (Fábio Porchat) e Laura (Sandy), que se apaixonam após cantarem "Evidências" juntos em um karaokê. 


Em meio a muitos altos e baixos, eles acabam terminando o namoro, mas todas as vezes que escuta a música, Marco sofre um apagão e retorna a momentos em que discutia com sua ex. Agora ele só quer colocar um fim neste tormento.

A dupla mostra uma boa química, mas não apresenta nada além do que os artistas já fazem em suas carreiras. Sandy é a cantora com uma voz linda e o mesmo rosto bonito de quando era adolescente, que volta a atuar depois de 10 anos e deverá arrastar uma infinidade de seguidores para os cinemas.


Já o humorista exagera nas caras e bocas em cenas cômicas e até mesmo nas dramáticas. Exceto quando o personagem lembra do pai - este é um momento emocionante e ele segurou bem. Mas Porchat passa o filme sendo Porchat. 

Os personagens são superficiais, assim como o roteiro cheio de clichês, com piadas sem graça. A cena de nudez do humorista durante uma festa careta de família até arranca algumas risadas do público. 

Ponto positivo para Evelyn Castro (a amiga Júlia) que, com seu jeito espalhafatoso, consegue segurar os momentos engraçados e poderia ter sido mais bem aproveitada.


A trilha sonora, além da música-tema também é recheada de sucessos sertanejos conhecidos do público, especialmente os cantados pela dupla sertaneja Chitãozinho e Xororó, que também faz uma pequena participação no longa, claro.

Não espere muito de "Evidências do Amor". É uma comédia de sessão da tarde longa e morna, com efeitos especiais que, de tão repetitivos e forçados, chegam a ficar chatos. Mas o que mais marca o filme é a maldição de sair do cinema sem conseguir tirar a música-tema da cabeça. Uma produção para fãs, com certeza.


Ficha técnica:
Direção: Pedro Antônio Paes
Produção: Framboesa Filmes e Warner Bros. Pictures
Distribuição: Warner Bros. Pictures
Exibição: nos cinemas
Duração: 1h46
Classificação: 12 anos
País: Brasil
Gêneros: comédia, romance

02 janeiro 2020

Mais maduro e melancólico, "Frozen 2" deve repetir o sucesso da primeira história de Elsa e Anna

Animação vem com os ingredientes necessários a cair no gosto do público de todas as idades (Fotos: Walt Disney Pictures/Divulgação)

Mirtes Helena Scalioni


A julgar pelos números astronômicos alcançados até o momento nos países onde estreou dia 29 de novembro, "Frozen 2" vai ser um sucesso também no Brasil a partir desta quinta-feira quando entra em cartaz nos cinemas. A nova produção dos Estúdios Disney já ultrapassou 1,2 bilhão de dólares e é a terceira maior bilheteria de animação do cinema, ficando atrás apenas de seu antecessor, "Frozen - Uma Aventura Congelante" (2013), e "Os Incríveis 2" (2018), ambos do mesmo estúdio.


O filme, como tal, vem com todos os ingredientes necessários a cair no gosto de todo mundo: muitas canções, romance, poderes, paisagens, lutas e, principalmente, magia. Já garantiu inclusive uma indicação como "Melhor Animação" no Globo de Ouro 2020. E são tantas e tão variadas aventuras numa floresta encantada, onde não faltam seres monstruosamente feios e assustadores, que é bem possível que crianças menores sintam medo. Há certo exagero nos sustos.


Quem assistiu o primeiro, "Frozen - Uma Aventura Congelante" (2013), talvez veja o segundo com mais intimidade. Quem não viu, vai ficar sabendo, por meio de um flashback, que as irmãs Elsa e Anna perderam os pais no naufrágio de um navio quando elas ainda eram crianças. E que isso se tornou um trauma difícil de ser superado. Vai descobrir também que, numa mágica volta à infância, as garotas tomam conhecimento de uma história sobre o pai, quando ele era ainda o Príncipe de Arendelle. 



Aí entra a tal floresta encantada regida pelos quatro elementos: terra, fogo, água e ar, cada um com seu mistério e missão. Meio enfeitiçada e atraída por uma espécie de canto-lamento, Elsa - sempre ela - desafia tudo e todos para, quem sabe, reescrever a história do pai. De quebra, o público descobre - ou redescobre - como foi que a atrevida rainha conseguiu seus poderes. Quanto à Anna, ela continua gente boa como sempre, eterna coadjuvante da irmã corajosa e destemida.



Uma diferença marcante entre os dois longas é a canção tema. Se, no primeiro filme, "Let It Go" caiu no gosto de crianças e adultos e fez sucesso em todos os idiomas onde foi traduzida (todos se lembram da versão "Livre estou"), desta vez pode ser que o fenômeno não se repita. Ainda é cedo para falar - e não convém duvidar do talento e do feeling dos produtores da Disney - mas a música de "Frozen 2" , "Into The Unknown", na voz de Idina Menzel, embora seja bonita, não tem o mesmo apelo. Mas, acreditem, é uma das indicadas ao Globo de Ouro 2020 como "Melhor Canção Original", disputando com "Speechless", tema de outra produção Disney - "Alladin" - interpretada por Naomi Scott.


Apesar do exagero dos mistérios e sustos, é bem provável que o público goste da continuação da história de Elsa e Anna. Há toda uma delicadeza na forma como o filme trata a amizade entre as irmãs, uma cumplicidade construída e mantida sem competições ou ciúmes. "Frozen 2" talvez possa ser considerado mais maduro do que o primeiro. Há momentos melancólicos, principalmente vividos por Elsa. 


O humor, muito inteligente por sinal, fica por conta de Olaf, o boneco de gelo medroso, piadista e engraçado. Sempre questionando e filosofando, o personagem deve ganhar muita força e se destacar no Brasil, onde novamente é dublado pelo humorista Fábio Porchat que, como no primeiro filme, imprimiu toda a sua experiência e timing de comediante.


Mais um detalhe: "Frozen 2" é uma animação extremamente bonita. As cores da floresta, das águas e até das roupas dos personagens parecem ter sido detalhadamente estudadas para encantar e emocionar. As nuances beiram à perfeição. As cenas em que Elsa galopa mar adentro, enfrentando ondas gigantes montada no seu cavalo de gelo, são de arrepiar.


Ficha técnica:
Direção: Jennifer Lee e Chris Buck
Produção: Walt Disney Pictures
Distribuição: Disney/Buena Vista
Duração: 1h44
Gênero: Animação
País: EUA
Classificação: Livre

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