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08 setembro 2022

George Clooney e Julia Roberts garantem muitas brigas e boa diversão em "Ingresso para o Paraíso"

Comédia romântica foi filmada em Queensland, na Austrália, apesar de a história simular que se passa em Bali, na Indonésia (Fotos Universal Pictures)


Maristela Bretas


Poderia ser somente mais uma comédia romântica entrando em cartaz nesta quinta-feira (8) nos cinemas. Mas "Ingresso para o Paraíso" ("Ticket to Paradise") tem dois grandes diferenciais que devem agradar muito ao público. 

A primeira são os sorrisos e as interpretações da dupla de protagonistas - nada menos que George Clooney e Julia Roberts. A outra são as locações em Queensland, na Austrália, com paisagens belíssimas simulando a maravilhosa ilha de Bali, na Indonésia. 


Só a presença do casal de vencedores do Oscar já seria suficiente para atrair o público ao cinema. Eles são David e Georgia Cotton, divorciados há 20 anos, mas sempre se odiando. Eles oferecem divertidas discussões e disputas pela presença na vida da única filha, Lily (Kaitlyn Dever), que sofre com essa situação. 

Após se formar em Direito na Universidade de Chicago, Lily parte numa viagem de férias para a paradisíaca Bali em companhia da grande amiga Wren Butler (Billie Lourd). O que os pais não esperavam é que a filha fosse se apaixonar de repente por Gede (Maxime Bouttier), um jovem local que cultiva algas, e decidir abandonar tudo para se casar. 


Agora eles terão de viajar para essa distante ilha do Pacífico e tentar impedir que ela cometa o mesmo erro que eles cometeram quando se casaram 25 anos atrás. Mesmo com muita troca de ofensas e discussões hilárias, eles terão de se unir para colocarem em prática o plano de desmancha-casamento. 

O que eles não contavam era que a beleza das paisagens, o clima romântico e a proximidade fosse fazer com que ambos pensassem o que deu errado no antigo relacionamento.


George Clooney está cada vez mais belo e charmoso, seja de bermudas na praia ou vestindo um elegante smoking (acho que criaram este traje pensando nele e nos atores de 007). Junto com Julia Roberts, cujo sorriso largo e a beleza enchem a tela, formam o par perfeito para garantir boas risadas e momentos de emoção. Como outros astros famosos de Hollywood, eles também resolveram ser produtores do filme.

No elenco secundário, apesar de a história girar em torno do casamento deles, Kaitlyn Dever e Maxime Bouttier entregam interpretações convincentes, assim como Billie Lourd. Destaque para ator francês Lucas Bravo, como Paul, o namorado apaixonado e atrapalhado de Georgia, que sempre a surpreende.


"Ingresso Para o Paraíso" é uma comédia para rir, se distrair e viajar pelas belas paisagens. Daquelas que faz a gente esquecer os problemas e querer apenas sentar na areia ou no alto de uma montanha e ficar olhando o sol desaparecer no mar, um dos "figurantes" mais importantes da história. 

Nem mesmo o final previsível, como é de se esperar de uma comédia romântica, tiram a graça da produção. Vale curtir uma sessão acompanhada de um balde de pipoca e um refrigerante.


Ficha técnica:
Direção: Ol Parker
Produção: Universal Pictures / Working Title Films
Distribuição: Universal Pictures
Exibição: nos cinemas
Duração: 1h44
Classificação: 12 anos
País: EUA
Gêneros: comédia / romance

27 dezembro 2020

"O Céu da Meia-Noite" é um filme pra ver, contemplar e refletir

George Clooney aposta novamente na ficção para falar de solidão, sobrevivência e extinção (Fotos: Philippe Antonello/Netflix)


Jean Piter Miranda


O mundo acabou. Poucas décadas a frente dos nossos dias. Não sobrou nada, mas sobrou gente com vontade de sobreviver. Assim podemos resumir a ideia central de “O Céu da Meia-Noite”, novo filme da Netflix, dirigido e estrelado pelo astro George Clooney. Uma ficção, digamos de uma realidade possível, que propõe várias reflexões. 

Clooney é Augustine Lofthouse, um cientista, quase idoso, que vive em uma estação em algum lugar do Ártico. Ele fica isolado nessa base, tentando fazer contato com uma equipe de astronautas que está em uma nave voltando para a Terra. A mensagem a ser passada é tipo: “Deu ruim. Não precisam voltar não”. 


A nave tem cinco tripulantes. A principal é Sully (Felicity Jones). Eles estão voltando de uma lua de Júpiter, que, no filme, tem características semelhantes às da Terra, onde os seres humanos poderão viver normalmente. Eles foram lá pra tirar essa prova e depois voltar pra casa com a boa notícia e iniciar um projeto de migração. 


O filme se divide em dois núcleos. No Ártico, Augustine passa os dias solitários e melancólicos remoendo seu passado mal resolvido. Ao mesmo tempo, tenta cuidar da saúde e avisar a tripulação da nave para que não volte à Terra. No espaço, os astronautas não sabem o que ocorreu em seu planeta e tentam retornar, enfrentando problemas de comunicação e de mal funcionamento da nave. Essa é a principal ligação entre as duas linhas narrativas.

"O Céu da Meia-Noite" tem imagens belíssimas. Tanto as paisagens congeladas, feitas na Islândia, quanto às cenas do espaço e de Júpiter, que, mesmo fictícias, são maravilhosas e impressionam por serem tão reais. São quase duas horas de filme. Há quem possa achar que o ritmo é lento. Mas é uma lentidão necessária, que compõe muito bem os “desertos” do gelo e das galáxias. 


O longa tem talvez mais cenas de silêncio que de diálogos. E a gente entende tudo muito bem. Não tem nenhum quebra-cabeça e nem teorias da física quântica para se desvendar. É tudo muito claro. A Terra está destruída, mas os motivos ficam subentendidos. Não há imagens dessa destruição e elas não fazem falta pra compreensão do enredo. 

E por falar em silêncio, Íris (Caoilinn Springall), a menina que acompanha Augustine na estação polar, é um dos destaques do filme. A jovem atriz de apenas sete anos manda muito bem, principalmente nas cenas que exigem expressões faciais. E ao que parece, é seu primeiro papel no cinema. Sua personagem tem muita importância na história. 


"O Céu da Meia-Noite" conta também em seu elenco, como integrantes da tripulação da nave Aether, os atores David Oyelowo (comandante Gordon Adewole), Kyle Chandler (Michell Rembshire), Demián Bichir (Sanchéz), Tiffany Boone (Maya Peters), além de Ethan Peck (no papel de Augustine jovem) e Sophie Rundle (como Jean, namorada dele).

O filme chega pra fazer um alerta de que precisamos cuidar do planeta para nossa própria sobrevivência. Ele chega às telas em um momento em que vivemos uma pandemia, fome, miséria, guerras, aumento do aquecimento global e avanço desenfreado do desmatamento e da poluição dos oceanos. Vamos esperar o mundo acabar pra fazer algo?


Clooney cumpre bem seus papeis de ator, diretor e produtor. Especialmente por ter feito uma ótima adaptação ao roteiro após o anúncio da gravidez de Felicity Jones durante as filmagens. A barriga verdadeira acabou sendo incorporada à produção. 

"O Céu da Meia-Noite" é baseado no livro de mesmo nome, da escritora Lily Brooks-Dalton. Não é uma superprodução, não é um projeto ambicioso e não é candidato a clássico. É um filme, digamos simples, objetivo, bonito de ver e com cenas memoráveis. Uma obra de ótima qualidade. É pra ver, contemplar e refletir. 


Ficha técnica:
Direção e produção:
George Clooney
Exibição: Netflix
Duração: 1h58
Classificação: 14 anos
País: EUA
Gêneros: Drama / Ficção científica
Nota: 4 (de 0 a 5)

Tags: #OCeuDaMeiaNoite, #GeorgeClooney, #FelicityJones, #Netflix, #ficção, #drama, #catástrofeglobal, #Júpiter, #sobrevivência, #cinemanoescurinho