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07 junho 2021

"Cruella" reúne uma dupla espetacular de Emma´s e a melhor trilha sonora do ano

Emma Stone está perfeita como uma das mais famosas vilãs da Disney no novo live-action (Fotos: Disney Enterprises/Divulgação)

 

Maristela Bretas


Sem dúvida, "Cruella", é o melhor live-action da Disney até o momento, com a dupla principal dando show de interpretação - Emma Stone ("La, La, Land" - 2016), no papel de Cruella DeVil, e Emma Thompson ("MIB: Homens de Preto: Internacional" - 2019) como a Baronesa foi uma escolha excelente para esta nova produção da Disney, em exibição nos cinemas e para aluguel na plataforma Disney+ para assinantes, com o valor salgado de R$ 69,90 pelo Premier Access.


E se o elenco da produção dirigida por Craig Gillespie não for motivo suficiente, a trilha sonora, que ficou a cargo de Nicholas Britell, convence qualquer um a assistir esse filme. A começar pela música-tema, "Call Me Cruella", interpretada por Florence + The Machine, que aparece nos créditos finais.


Mas são outros grandes sucessos usados com precisão em cada cena que fazem a gente arrepiar. A playlist traz "Stone Cold Crazy", do Queen; "Perhaps, Perhaps, Perhaps", com Doris Day; "Whisper Whisper", do Bee Gees; "Bloody Well Right", com Supertramp; "Felling Good", com Nina Simone; "Living Thing", com Electric Light Orchestra; "Five To One", The Doors; "Whole Lotta Love" e "Come Together", com Ike & Tina Turner,  e vários outros.


"Cruella" tem como pano de fundo o universo da moda e, claro, o figurino não poderia ser menos que exuberante e exótico, tanto da parte de Cruella quanto da Baronesa. A figurinista Jenny Beavan abusou na criatividade e nas cores usadas nos modelos apresentados, ultrapassando as passarelas e ganham vida nas batalhas entre as duas estilistas. O figurino e o design de produção são fortes candidatos a disputar um Oscar em 2022.


A nova produção da Disney está batendo recordes apesar da pandemia - quase US$ 50 milhões em todo mundo desde a sua estreia simultânea nos cinemas e na Disney+ em 28 de maio. Ambientada nos anos 1970, apresenta Estella (Emma Stone) em sua infância rebelde, a mudança do interior para Londres, a paixão desde pequena pela moda e o trauma pela morte da mãe num acidente. Excelente no traço e na criatividade, ela sonha em trabalhar na Casa da Baronesa, a mais famosa grife londrina.


É nessa relação com a cruel e assustadora Baronesa Von Hellman (Emma Thompson) que Estella descobre coisas do seu passado que vão levá-la a buscar vingança e se tornar a primeira e única, Cruella DeVil. A vilã, de estilo extravagante e extremamente criativo, vai criar o caos e ganhar as manchetes de jornais, abalando o império de sua inimiga com elegância e maldade.

O elenco conta ainda com nomes conhecidos como Mark Strong ("Kingsman: Serviço Secreto" - 2015), como Boris, assessor da Baronesa; Joel Fry ("Yesterday" - 2019) e Paul Walter Hauser ("O Caso Richard Jewell" - 2019), como Jasper e Horádio, parceiros de Cruella; Emily Beecham (a mãe de Estella) e John McCrea (Artie). A conexão com a história original "101 Dálmatas" será feita por Kirby Howell-Baptiste (Anita) e Kayvan Novak (Roger), mas isso fica para as cenas pós-créditos.


Além de Emma Stone, a produção executiva conta também com Glenn Close. A atriz interpretou a vilã, considerada uma das mais marcantes de sua carreira e uma das maiores da Disney, no remake "101 Dálmatas" (1996), e na sequência, "102 Dálmatas" (2000).

Se no live-action "A Dama e o Vagabundo" (2020) a computação gráfica foi o forte para dar vida aos cãezinhos do título, em "Cruella" ela deixa a desejar com os dálmatas, mas não compromete a qualidade da produção. E são exatamente os famosos cães com pintas pretas que vão abrir espaço para uma possível continuação. 

Mas o brilho deste live-action fica mesmo para a atuação impecável das duas Emma´s - a Stone e a Thompson, que disputam em vilania. Glenn Close ganhou uma concorrente à altura. “Cruella” é ótimo e merece muito ser conferido.


Ficha técnica:
Direção: Craig Gillespie
Exibição: nos cinemas e no Disney+ para assinantes pelo Premier Access
Produção: Walt Disney Company
Distribuição: Walt Disney Pictures
Duração: 2h14
Classificação: 12 anos
País: EUA
Gêneros: Drama / Família / Comédia
Nota: 4,8 (de 0 a 5)

02 dezembro 2020

"Era uma Vez Um Sonho" é um filme pra não ser visto e sim esquecido

 

Produção parece ter sido feita para tentar uma indicação ao Oscar para Amy Adams e Glenn Close (Fotos: Lacey Terrell/Netflix)


Jean Piter Miranda


Um jovem estudante de direito da conceituada universidade de Yale está bem perto de conseguir um bom emprego. Uma vaga em uma boa empresa, uma chance de carreira promissora. É a realização do chamado "sonho americano". E é isso que o jovem JD Vance (Gabriel Basso) tem. Só há um problema: ele precisa voltar às pressas a sua cidade natal para cuidar da mãe, Bev Vance (Amy Adams), que acaba que sofrer uma overdose de heroína.

Esse é o enredo de "Era uma Vez Um Sonho", do diretor Ron Howard, disponível na Netflix. Trata-se de uma adaptação do livro "Hillbilly Elegy: A Memoir of a Family and Culture in Crisis" ("Elegia Caipira: Memórias de uma Família e uma Cultura em Crise").


A primeira impressão que se tem é que JD Vance vai salvar o dia. Que terá forças e sabedoria para lidar com todos os problemas e que no fim tudo vai dar certo. Mas não. A segunda impressão é de que Bev teve muitos problemas na vida e que as drogas foram uma fuga. E que logo vamos ver que ela é uma pessoa boa, de muitas qualidades.  Também não. Então a esperança é a avó Mamaw (Glenn Close). Novamente não. Nenhum dos personagens é simpático. Todos são muito burros e antipáticos.

O filme tenta passar uma ideia de superação das dificuldades enfrentadas pela família de Vance em suas três gerações. A história vai intercalando momentos do passado, mas nenhuma das histórias fica bem contada. Não há consistência em nada. Tudo é muito vago, forçado e superficial.



Amy Adams tem uma interpretação muito boa, de destaque. Mas passa do ponto. A caracterização para ela ficar semelhante à Bev real é elogiável. E parece que os produtores do filme se perderam nisso. Fizeram uma obra pra de qualquer jeito só pra Amy aparecer e ter sua chance à estatueta. 

O mesmo se aplica a Glenn Close. O que não sei se cola. Essa é mais uma impressão. Interpretações boas, mas que erraram a mão com um roteiro chato e cansativo. Os personagens são grosseiros, toscos. Nem com muita boa vontade você consegue torcer por eles.


Pra piorar, Haley Bennett e Freida Pinto são muito mal aproveitadas na história. Haley interpreta Lindsay, irmã de Vance, e Freida é Usha, namorada dele. As duas são personagens decorativas que nada acrescentam à história. Usha só aparece em conversas sem sentidos e bem tediosas ao telefone com Vance. E são muitas as cenas ao telefone. A cada uma você torce para o filme acabar depressa.

Daria para mostrar que gente branca também pode ser pobre nos EUA, que são muitas e que não há políticas públicas para enfrentar esse problema. Que o sistema de saúde privado é cruel: se não paga (caro) não tem atendimento. Que não há política para tratamento de dependentes químicos. Que não há oportunidade pra todos. E que só vontade e trabalho não são suficientes para vencer na vida. Mas tudo isso é ignorado. E o filme no fim só é chato mesmo.


Amy e Glenn podem ser indicadas ao Oscar e a outras premiações, muito por falta de concorrentes, uma vez que o número de lançamentos nesse ano foi bem reduzido por conta da pandemia. Mas indicações por melhor filme e direção são pouco prováveis e nada merecidas. Amy e Glenn têm interpretações bem melhores em suas carreiras. Assim como a @Netflix possui produções mais merecedoras de elogios. Definitivamente, "Era uma Vez Um Sonho" é um filme pra ser esquecido.


Ficha técnica:
Direção: Ron Howard
Exibição: Netflix
Duração: 1h56
Classificação: 16 anos
País: EUA
Gênero: Drama


Tags: #EraUmaVezUmSonho, #AmyAdams, #GlennClose, #drama, #RonHoward, #Netflix, @CinemaEscurinho, @cinemanoescurinho

02 fevereiro 2019

Glenn Close dá show de interpretação ao expor relacionamento abusivo em "A Esposa"

O filme é centrado nos conflitos de um casal da terceira idade em que o marido fez sua carreira às custas da mulher, que passa a vida em segundo plano (Fotos: Embankment Films/Divulgação)

Carolina Cassese 


Parece que Hollywood finalmente se deu conta da importância de retratar pessoas mais velhas nas telas e colocar atores veteranos em destaque. Produções como "Grace and Frankie" (2015), "Transparent" (2015) e a premiada "O Método Kominsky" (2018) se destacam justamente por colocarem questões relativas ao envelhecimento em pauta. Em épocas de movimentos como o Me Too e Time’s Up, a indústria do entretenimento também passou a apostar em filmes que problematizam o machismo e apresentam mulheres fortes como protagonistas.

Embarcando nessas duas tendências, o longa "A Esposa" é centrado nos conflitos de um casal da terceira idade – ou, mais especificamente, no arquétipo da esposa que passa uma vida em segundo plano, enquanto seu marido é prestigiado e vive cortejando outras mulheres.

A produção é cotada para as grandes premiações, especialmente pela excepcional atuação de Glenn Close, que interpreta a protagonista Joan Castleman. A atriz de fato consegue passar toda a aflição e complexidade de seu personagem com apenas um olhar ou um meio sorriso. O estopim de boa parte dos conflitos é a viagem que o casal realiza a Estocolmo para a cerimônia do Nobel de Literatura que Joe Castleman (Jonathan Pryce), o marido de Joan, receberá.

Desde a primeira cena, em que Joe insiste em fazer sexo com sua esposa e faz a sugestão de maneira consideravelmente misógina (acredite se quiser muitas pessoas no cinema acharam essa insistência engraçada), é bem possível não se simpatizar com o personagem. No entanto, se o desafeto não acontecer “de primeira”, é difícil continuar gostando de Castleman depois de conhecer a fundo a trajetória do casal – inacreditavelmente, há quem justifique todas as ações sexistas do escritor (“ele é movido à testosterona”, “ele faz o que faz porque se sente inseguro”, entre outras).

A opressão sofrida pela a personagem de Close acontece em muitos níveis. Joan não só é diminuída publicamente pelo seu marido (que, descaradamente, diz para os amigos “ainda bem que ela não escreve”), como também sofre em casa, já que ela é totalmente responsável pelos cuidados domésticos – Joe não sabe cuidar nem da sua própria toalha de banho. A protagonista precisa aguentar ainda os olhares que seu marido lança para outras mulheres.

A pegada feminista de "A Esposa" é inegável, especialmente a partir da metade do longa, quando a mulher começa a se dar conta de toda a opressão que sofreu a vida inteira. Seu despertar é motivado pelo injusto reconhecimento que o marido recebe com o Nobel e pelas investidas de Nathaniel Bone (Christian Slater), um escritor que sabe todos os podres da vida de seu marido e não faz nenhuma questão de escondê-los.

A produção pode não agradar algumas feministas, já que, em alguns momentos, Joan se recusa a ser colocada como vítima e até justifica alguns dos equívocos do marido. Em determinados momentos (principalmente considerando o final do longa), fica a impressão de que o próprio filme quer apresentar justificativas para o sexismo de Joe. Pode-se argumentar, no entanto, que a produção se empenha em realizar um retrato verossímil de relacionamentos abusivos, considerando que esses apresentam amarras invisíveis e complexas.

A direção de Björn Runge oscila entre planos longos e decupagens clássicas. Uma cena em especial chama atenção: a conversa de Joan e Nathaniel em um bar passa a ter seus quadros afunilados e apertados na medida em que a conversa se torna tensa e desconfortável para a protagonista. A presença do filho do casal, interpretado por Max Irons, se torna praticamente um acessório e é facilmente descartada. Seu drama, como um aspirante a escritor ofuscado pelo sucesso do pai, é até interessante, mas se torna pouco explorado na trama e parece não chegar a lugar nenhum.

No final das contas, o grande destaque de "A Esposa" é o show de Glenn Close, que de fato merece todo o prestígio que está recebendo. A atriz, que tem um portfólio e tanto, até hoje não foi premiada com um Oscar (já recebeu seis indicações), mas tudo indica que 2019 pode muito bem ser o seu ano. Ela já conquistou o prêmio de Melhor Atriz do Globo de Ouro, Critics' Choice Awards e SAG Awards. É ela quem carrega o filme, fazendo justiça ao peso e à força que sua personagem precisa ter, mostrando as nuances de uma mulher forte que se destaca em um mundo misógino.
Duração: 1h41
Classificação: 12 anos
Distribuição: Pandora Filmes


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