Mostrando postagens com marcador #H2OFilms. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador #H2OFilms. Mostrar todas as postagens

26 março 2024

"Dois é Demais em Orlando": uma história de amizade em meio às diferenças

Eduardo Sterblitch e Pedro Burgarelli protagonizam esta divertida comédia nacional  (Fotos: H2O Films)


Marcos Tadeu
Narrativa Cinematográfica


Chega nesta quinta-feira (28) aos cinemas brasileiros a comédia brasileira "Dois é Demais em Orlando", para divertir toda a família. O novo longa do diretor Rodrigo Van Der Put ("Juntos e Enrolados" - 2022) é leve e emociona, apresentando muitas camadas de nostalgia, ideal para uma sessão da tarde. 

A começar por ter sido todo rodado nos parques do Universal Orlando Resort, nos Estados Unidos mostrando toda a diversão do lugar que atrai milhões de pessoas por ano. Em alguns momentos, tive vontade de conhecer o lugar, justamente pela magia e a diversão radical que ele transmite. O longa é uma produção da MPC Filmes, em coprodução com Globo Filmes, Telecine e Universal Pictures e distribuição da H2O Films.


Na trama, conhecemos João (papel de Eduardo Sterblitch), um cara apaixonado por parques de diversão, filmes e super-heróis que está prestes a tirar férias e realizar um grande sonho: conhecer os parques do Universal Orlando Resort, na Flórida. 

Um contratempo, no entanto põe em risco seus planos, quando Clara (Luana Martau), sua chefe, pede para que ele viaje com seu filho Carlos Alberto (Pedro Burgarelli), um menino de 11 anos que não gosta de piscinas nem de aventuras radicais, preferindo ficar com seus livros e jogos.

Ambos estranham a ideia de viajar com um desconhecido e suas diferenças, mas ao longo do tempo percebem que podem se tornar amigos. Sem dúvida, Sterblitch faz um ótimo protagonista com seu humor e boas piadas. Apesar de algumas cenas parecerem exageradas, gosto de como o ator conduz o personagem, especialmente ao lidar com Carlos Alberto.


Pedro Burgarelli também se destaca na atuação, de forma mais contida. O ator mirim dá um show, e se no início do filme eu o achava chato e enjoado, no final já me apeguei totalmente. Completam o elenco Polly Marinho, Estevam Nabote, Daniel Furlan, Aryè Campos, Morena Machado, Robson Nunes e Cezar Maracujá.

A relação entre João e Carlos Alberto é, sem dúvida, o ponto alto do filme. Todas as diferenças e a forma como cada um enxerga o mundo são divertidas. Parece que João é a criança da relação, enquanto Carlos Alberto, um idoso de 70 anos e antissocial. 

Uma boa comparação do amadurecimento na relação da dupla pode ser percebida nas atrações dos parques, que vão ficando cada vez mais desafiadoras e intensas à medida que eles se tornam mais próximos.


O que deixa a desejar é a história do pai, Ricardo (interpretado por Anderson Di Rizzi), que fica negando constantemente a presença do filho e inventando mentiras. Apesar de haver motivos, isso se torna maçante e sem graça ao longo do filme, embora a resolução no final seja satisfatória.

"Dois é Demais em Orlando" convida o espectador a conhecer um pouco da diversão nos Estados Unidos e surpreende com uma boa história de família e amizade. Ver esse filme na telona, sem dúvida, proporciona uma emoção como a das montanhas russas e dos toboáguas dos parques. Indico demais e vale o seu ingresso.  


Ficha técnica:
Direção: Rodrigo Van Der Put
Produção: MPC Filmes, coprodução Globo Filmes, Telecine e Universal Pictures
Distribuição: H2O Films
Exibição: nos cinemas
Duração: 1h30
Classificação: Livre
País: Brasil
Gênero: comédia

28 novembro 2023

"Ó Paí, Ó 2" utiliza uma trama simples para reforçar a importância da representatividade negra na tela

Lázaro Ramos protagoniza novamente o personagem Roque, que se une à comunidade para ajudar uma
amiga e preservar a tradição do Pelourinho (Fotos: Divulgação) 


Marcos Tadeu
Narrativa Cinematográfica


Mais de 15 anos após o primeiro filme retornamos ao cortiço de Dona Joana com Roque contextualizando o que mudou ou não nesse período e buscando seu espaço como artista negro. Este é o enredo de "Ó Paí, Ó 2", que está em cartaz nos cinemas. 

O protagonista, novamente interpretado por Lázaro Ramos, persiste em viver de sua música. No longa fica evidente como a cultura branca é mais facilmente aceita e como é mais simples excluir um negro do mercado musical do que inseri-lo.


O cerne deste segundo longa parte de uma premissa simples: todos na comunidade se unem para salvar o bar de Neuzão (Tânia Toko), que foi vendido a outro dono, deixando-a sem teto e sem meios de subsistência. 

Encontramos Dona Joana (Luciana Souza), uma mulher solitária e complexa, ainda lidando com o luto pela morte de seus filhos. Essa ausência a assombra e confronta, levando-a a adotar três crianças de rua. 


A obra aborda a questão do despejo de forma séria, unindo antigos personagens, como Maria (Valdinéia Soriano) e Reginaldo (Érico Brás), Yolanda (Lyu Árisson), mãe Raimunda (Cássia Valle) e Matias (Jorge Washington) aos novos moradores. Eles planejam uma festa para Iemanjá como estratégia para arrecadar fundos e salvar o bar. 

A nova geração demonstra resiliência ao criar o metaverso, utilizando o conceito da internet como um espaço para compartilhar suas experiências sobre os dilemas relacionados à cor da pele, desafiando normas e enfatizando a importância da resistência para superar padrões preestabelecidos. 


É interessante ver como "Ó Paí, Ó 2" se preocupa em mostrar o verdadeiro lugar do negro e onde ele deve se posicionar na sociedade. Talvez a falha esteja em não inserir figuras baianas icônicas no Pelourinho, o que poderia ser uma oportunidade para mostrar como os jovens se relacionam com essa tradição.

Viviane Ferreira, responsável pela direção, reforça a ideia de que os direitos dos negros não devem ser ignorados nem excluídos pela sociedade. O roteiro não apenas discute questões raciais, mas também de gênero e sexualidade, evidenciando a luta contínua da mulher negra e do transexual, visível na tela.


Quanto à parte musical, a produção é só elogios. Lázaro Ramos está maravilhoso em sua performance e voz, unindo não apenas os personagens na tela, mas também atraindo o público espectador. Nomes como Margareth Menezes (que interpreta ela mesma), Baiana System, João Gomes e Olodum contribuem para uma trilha sonora sinérgica e alegre.

"Ó Paí, Ó 2" é leve e divertido, mas também uma peça importante para a cultura negra. Mostra como cada história é relevante, especialmente em um país racista onde, por vezes, o óbvio precisa ser reiterado e exposto.


Ficha técnica:
Direção: Viviane Ferreira
Produção: Dueto Produções, Casé Filmes, coprodução Globo Filmes e Canal Brasil
Distribuição: H2O Films
Exibição: nos cinemas
Duração: 1h30
Classificação: 14 anos
País: Brasil
Gênero: comédia

03 setembro 2021

Com Nathalia Dill e Marcos Veras, “Um Casal Inseparável” é uma comédia romântica boa de assistir

Produção nacional dirigida por Sérgio Goldenberg estreia exclusivamente nos cinemas (Fotos: Rachel Tanugi e Reprodução)


Jean Piter Miranda


Manuela (Nathalia Dill) é jogadora e professora de vôlei de praia. Léo (Marcos Veras) é um médico pediatra bem sucedido. Ela é independente e tem personalidade forte. Ele é do tipo certinho, boa praça. Apesar das diferenças, eles se apaixonam e começam um relacionamento. Mas um mal entendido pode colocar tudo a perder. Essa é a história de “Um Casal Inseparável”, nova comédia romântica nacional que chega aos cinemas nesta quinta-feira, 09 de setembro.


A história dos dois começa por acaso. Ele parece se apaixonar à primeira vista e faz de tudo para se aproximar. Ela não está em busca de um relacionamento e nem tem isso como prioridade. Mas dá uma chance para o cara. Manu, por sinal, é bem focada no trabalho, determinada e não abre mão das suas convicções. Léo faz o tipo mocinho, um tanto romântico e engraçado. E mesmo com essas diferenças, elas acabam formando um belo casal.

O casal tem química, funciona bem junto. O resto é tudo clichê. Não que isso seja ruim. Apenas típico de comédias românticas. Os pais da menina são engraçados e fazem de tudo para ajudar o casal. Claro, ela tem sua melhor amiga e ele tem seu melhor amigo. E estão quase sempre juntos. Tem ainda os coadjuvantes que sempre aparecem para dar bons conselhos, pra render bons diálogos, participações importantes.


O filme é bem leve. Dá pra gostar do casal e torcer por eles logo de cara. As partes de humor são bem dosadas e não deixam a história cair no besteirol. É previsível que haverá uma separação e está aí o ponto fraco. A confusão que põe fim ao relacionamento de Léo e Manu é um tanto forçada. Os mais exigentes vão apontar isso como furo de roteiro. Mas é perfeitamente aceitável para quem vê o filme como entretenimento.


As atuações são muito boas. Nathalia Dill e Marcos Veras mandam muito bem, inclusive nos momentos de emoção. Sim dá pra se emocionar e também pra rir de várias situações. É uma comédia romântica boa de se ver, muito bem produzida e que acerta inclusive na trilha sonora. O elenco tem ainda Danni Suzuki, Stepan Nercessian e Totia Meirelles (os pais de Manu), Claudio Amado, Ester Dias, Carlos Bonow, Junno de Andrade e Cridemar Aquino.


O diretor de “Um Casal Inseparável” é Sérgio Goldenberg, que também assina o roteiro em parceria com George Moura. Os dois fizeram juntos as séries de TV “O Canto da Sereia” (2013), “Amores Roubados” (2014) e “Onde Nascem os Fortes” (2018), além da minissérie “Onde Está Meu Coração” (2021). A produção é da TvZERO com Trópico Arte & Comunicação, Globo Filmes e Telecine e distribuição da H2O Films.


Ficha técnica:
Direção: Sérgio Goldenberg
Roteiro: Sérgio Goldenberg e George Moura
Produção: TVZero
Distribuição: H2O Films
Exibição: nos cinemas
Duração: 1h38
Classificação: 12 anos
País: Brasil
Gêneros: comédia // romance
Nota: 4 (de 0 a 5)