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11 setembro 2023

Helen Mirren dá vida e salvação a "Golda - A Mulher de Uma Nação"

Produção faz um recorte no período da Guerra do Yom, quando Israel foi  Kippur atacado por Síria e Egito (Fotos: Diamond Films)


Maristela Bretas


Poderia ser apenas mais uma biografia de uma líder, mas a atuação de Helen Mirren fez toda a diferença em "Golda - A Mulher de Uma Nação", produção sobre a vida da primeira ministra Golda Meir, conhecida como a Dama de Ferro de Israel, em cartaz nos cinemas. O filme se concentra na luta pelo reconhecimento de Israel pelos vizinhos Síria e Egito e na Guerra do Yom Kippur, uma das mais sangrentas da história do país.

O diretor Guy Nattiv utiliza muitas imagens reais da época com a verdadeira Golda Meir e faz um recorte sobre o que foi esta guerra, ocorrida em 1973, numa das datas mais importantes e sagradas para o judaísmo. O filme é quase didático e poderia se tornar desinteressante, não fosse a atuação excepcional da grande atriz no papel da primeira mulher a ocupar o cargo mais alto do governo de Israel.


A maquiagem excepcional que deixou Mirren quase irreconhecível, juntamente com as roupas pesadas, além dos dedos amarelados de nicotina foram pontos muito positivos da caracterização da personagem.

O conflito é apresentado pela ótica de Israel e de seus comandantes, em especial Golda Meir, o verdadeiro foco do longa.  Ela é mostrada como uma grande estadista, mas que sofre com as mortes de seus soldados nos campos de batalha, causada por uma decisão tardia. E ela marca cada uma em uma agenda. Mesmo sendo a heroína de Israel, ela vai responder tempos depois ao tribunal.


Um ponto que chama muito atenção é o fato de Golda ser uma fumante descontrolada, o que se reflete na saúde debilitada que ela precisa administrar enquanto governa com mão de ferro seu país e o conflito com os inimigos. 

Mas ela não está sozinha, o cigarro foi companheiro de quase toda a equipe da primeira ministra e presente em excesso nos cinzeiros de todas as reuniões, decisivas ou não.


Não espere ver muitas cenas de guerra, isso não acontece. Apesar de mostrar cenas de históricas da época em preto, o filme se restringe às reuniões em gabinetes para decidir sobre os ataques e contra-ataques, as decisões de Golda Meir e seu staff e a fragilidade de sua saúde. Mas Helen Mirren, com seu talento e competência dá o ritmo que o filme precisa para que não se torne um longa-metragem chato. 

"Golda - A Mulher de Uma Nação", para quem viveu esta época é uma aula de história, com personagens importantes sendo mostrados, além da primeira ministra. Como Moshe Dayan (Rami Heuberger), um dos grandes generais de Israel, e Henry Kissinger (Liev Schreiber), secretário de Estado, conselheiro de Segurança Nacional dos EUA no governo Nixon (período do filme) e figura decisiva nas negociações entre os países em conflito.

Hellen Mirren (e) e Golda Meir (d) (Fotos: Divulgação)

Destaque também para a francesa Camille Cottin, que interpreta Lou Kaddar, assistente pessoal de Golda Meir. A atriz entrega boa atuação, discreta e na medida, deixando clara sua importância nos momentos mais cruciais da primeira-ministra, especialmente na doença.

Não podemos esquecer que se trata de um filme em que os protagonistas são mostrados como os mocinhos e os países árabes os vilões. Mas o filme não entra na questão política, por exemplo, com a Palestina. Tudo se concentra na disputa de território e como a situação precisa ser resolvida - em combate ou na conversa. Cabe a Golda ser estrategista e também negociadora, quando a situação exige. 


A produção segue a linha, com menos brilho, de alguns longas produzidos nos últimos tempos, que enaltecem personagens não tão "bonzinhos" como mostrados no cinema, mas importantes para a história mundial. É o caso de Winston Churchill, em "O Destino de uma Nação" (2018), o Rei George VI, em "O Discurso do Rei" (2010) ou Margareth Thatcher, em "A Dama de Ferro" (2012).

"Golda - A Mulher de Uma Nação" é uma biografia que vale como história, especialmente para as gerações nascidas após os anos 1980 que não acompanharam este importante conflito árabe e não conheceram esta importante mulher que deu sua vida por Israel. 


Ficha técnica:
Direção: Guy Nattiv
Produção: Maven Pictures e Piccadilly Pictures
Distribuição: Diamond Films
Exibição: nos cinemas
Duração: 1h40
Classificação: 12 anos
País: EUA
Gêneros: drama, biografia, guerra

02 setembro 2019

"Anna - O Perigo Tem Nome" - espionagem, beleza russa e a excelente Helen Mirren

Sasha Luss é a agente russa Anna Poliatova, uma temida e implacável assassina da KGB (Fotos: Europacorp/ TF1 Films Production)

Maristela Bretas


Em seus segundo trabalho, Sasha Luss é a protagonista de "Anna - O Perigo Tem Nome", em cartaz nos cinemas. A atriz russa, que poucos vão se lembrar de ter participado de "Valerian e a Cidade dos Mil Planetas" (também dirigido por Luc Besson), está mais bela e entrega uma interpretação bem melhor neste filme de ação. Ela é Anna Poliatova, uma espiã russa disfarçada de modelo internacional. Claro, que somente o rostinho bonito e o corpo de Luss não salvariam a produção se o elenco não contasse com a participação da excelente Helen Mirren, que faz toda a diferença quando entra em cena - ela sim é a atriz principal. 


A britânica vencedora do Oscar dá vida à Olga, uma das chefes da KGB que vai contratar a jovem Anna para a organização. Em recente entrevista, Mirren declarou ser fascinada pelo universo dos espiões (atuou em "RED: Aposentados e Perigosos" - 2010 e "Red 2 - Aposentados e Ainda Mais Perigosos" - 2013). E conta também como foi a relação de sua personagem com a novata. Confira o vídeo clicando aqui


A trama, como em outros sucessos do diretor Luc Besson (como "Lucy", de 2014), é bem amarrada, mas com alguns momentos monótonos. Inicialmente confusos, os flashbacks ao longo do filme passam a ser essenciais ao fazerem as conexões e darem uma reviravolta na história, entregando um final muito bom. Figurino e locações também foram escolhas acertadas. Mas são as cenas de lutas de Anna que prendem o espectador na cadeira, especialmente aqueles que gostam de ação e muito sangue. A melhor é a da luta dentro de um restaurante.



De beleza incomparável, a modelo Anna Poliatova esconde um segredo conhecido por poucos. A profissão é apenas uma fachada para seu trabalho principal. Ela é uma implacável e temida assassina russa da KGB com uma história de violência, sedução e envolvimento com pessoas pouco confiáveis. O elenco conta ainda com os experientes Luke Evans, como o espião russo Alex Tchenkov, e Cillian Murphy, no papel de Lenny Miller, agente da CIA que quer trazer a jovem russa para "o lado dos mocinhos". "Anna" é um bom filme de espionagem que vale a pena ser conferido.


Ficha Técnica
Direção e roteiro: Luc Besson
Produção: EuropaCorp / Canal + / TF1 Films Production / Summit Entertainment
Distribuição: Paris Filmes
Duração: 1h58
Gênero: Ação
País: França
Classificação: 16 anos
Nota: 3 (0 a 5)

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