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30 março 2024

"The Chosen: Os Escolhidos" - 4ª temporada eleva o nível em qualidade e narrativa

Os dois primeiros episódios da série religiosa estão em primeira exibição somente nos cinemas
(Fotos: Divulgação)


Marcos Tadeu
Narrativa Cinematográfica


Provando ser um sucesso, de crítica e público, é visível como a série norte-americana "The Chosen: Os Escolhidos" ("The Chosen") tem ganhado mais popularidade e está no catálogo da Netflix com suas três temporadas. 

Este sucesso, inspirado nos Evangelhos dos discípulos de Jesus, chegou também aos cinemas com os dois primeiros episódios da quarta temporada disponíveis nas salas do Cinemark Pátio Savassi e Cinépolis Estação BH.

A série é notável por ser financiada por meio de crowdfunding e por ter um modelo de distribuição incomum, sendo lançada diretamente em aplicativos móveis e plataformas de streaming. 


"The Chosen" ganhou uma base de fãs significativa, com muitos elogiando sua representação única e emocional da vida de Jesus Cristo. Alcançou milhões de visualizações em todo o mundo e recebeu opiniões positivas de espectadores e críticos. 

Antes do início da 4ª temporada recebemos um aviso de seu criador da série, Dallas Jenkins, que nos situa que o nível de zelo, maestria, cenários e principalmente história, está em um nível maior de qualidade. 

Se na 3ª temporada Jesus chamava todos que estavam cansados e sobrecarregados, nessa é ele quem está cansado e toma decisões importantes frente aos seus discípulos.


Somos contextualizados com João Batista, que batizou Jesus, anunciando a chegada de Cristo, com costumes estranhos de alimentação de mel silvestre e gafanhotos. Como a narrativa faz isso de forma poética, destaque para a montagem que muito me lembra “This Is Us”, destacando momentos desde o seu nascimento até a sua morte.

Outro destaque da temporada é a tensão entre Jesus e o Império Romano que começa a questionar seus feitos e milagres. Não é bem visto pelos nobres que o chamado Filho de Deus venha e ande entre os pobres. Os romanos esperavam uma figura divina de pompa e força e não um cara simples e humilde. 


Sem dúvida, o destaque vai para Jonathan Roumie que interpreta Jesus de Nazaré em uma figura 'gente como a gente', um homem simples de família humilde, filho de carpinteiro. Ele transmite paz, mas que também consegue arrancar risos no público em sua relação com os discípulos.

Judas Iscariotes, interpretado por Luke Dimyan, também é outro que chama atenção. Se na temporada anterior, ele era um discípulo que admirava Jesus, agora começa a questionar seus feitos, sua presença na Terra e seu propósito. São os primeiros sinais de que irá trair o Mestre.


Deixa a desejar talvez a falta de mais tensão e ritmo para prender os espectadores no cinema. As cenas e os conteúdos são muito belos, porém se houvesse mais ação durante os acontecimentos, a temporada teria mais fôlego. Vale lembrar que ainda estamos no íncio, as coisas podem mudar e ficar mais agitadas.

“The Chosen” começa bem nesta nova temporada e por estar chegando nas redes de cinema e sendo melhor distribuído, mais pessoas terão acesso à produção sobre a vida de Jesus. 

Sem dúvida é indicado para quem nunca se aprofundou na história do Filho de Deus e também para quem a conhece. É, sem dúvida, um material feito com zelo e muito carinho, de um projeto religioso que começou pequeno e cresceu bastante.


Ficha técnica:
Criador, diretor e roteirista: Dallas Jenkins
Produção: Angel Studio
Distribuição: Paris Filmes
Exibição: salas do Cinemark Patio Savassi (21h30), Cinépolis Estação BH (21h45). As temporadas 1, 2 e 3 estão disponíveis legendadas e gratuitas no site https://watch.thechosen.tv/, no aplicativo "The Chosen", encontrado na Apple Store e Play Store, e também na Netflix.
Duração: 2h21 (os dois primeiros episódios da 4ª Temporada)
Classificação: 12 anos
País: EUA
Gêneros: drama épico, série, histórico

13 março 2018

"Maria Madalena" - Uma mulher além de seu tempo no caminho de Jesus

Longa-metragem é protagonizado por Rooney Mara e Joaquin Phoenix, namorados na vida real (Fotos: Universal Pictures/Divulgação)

Maristela Bretas


Contar a história dos últimos dias de Jesus Cristo pela ótica daquela que o acompanhou durante a pregação, sua prisão e morte e foi a primeira testemunha de sua ressurreição - Maria Madalena. Este foi o grande desafio dos diretores Iain Canning e Emile Sherman, que a partir de escrituras encontradas em escavações arqueológicas, resolveram mostrar na produção "Maria Madalena" (Mary Magdalene") a trajetória da mais fiel das seguidoras de Cristo.

O filme apresenta uma visão feminina da vida e morte de Jesus, que contrasta om a maior parte das produções baseadas em fatos e personagens bíblicos exibidas no cinema.. A produção "Maria Madalena" é mais um reconhecimento da importância bíblica desta mulher, formalmente identificada pelo Vaticano, em 2016, como Apóstolo dos Apóstolos e primeira mensageira após a ressurreição de Cristo. Isso depois de ser chamada de prostituta pelo Papa Gregório no ano de 591, rótulo que perdura até hoje entre os religiosos mais fanáticos. A escolha de duas roteiristas - Helen Edmundson e Phillippa Goslett - foi essencial para atingir este objetivo.

Para interpretar esta grande mulher (e até possível companheira de Jesus Cristo, segunda algumas escrituras), foi escolhida a atriz Ronney Mara ("Lion, Uma Jornada Para Casa" - 2017), ótima no papel de uma mulher forte e determinada em seus desejos e objetivos e também misericordiosa e carismática quando se dirigia aos fiéis e enfermos para ajudar e pregar o evangelho. Tão determinada que sofreu com a incompreensão da família, a qual abandonou para viver entre os 12 apóstolos e se tornar uma das pregadoras de Jesus.

Segundo a atriz, "é preciso que as pessoas deixem de lado suas noções preconcebidas de religião, como ela teve de fazer, para encontrar o que havia de bonito nas palavras e ações de Jesus e entendê-lo não como uma figura religiosa, mas como homem, um curador". Talvez tenha sido isso que a ajudou a incorporar bem seu personagem.

E é o homem Jesus Cristo, que Joaquin Phoenix ("Homem Irracional" - 2015) apresenta ao público, com dúvidas, medos, olhares e atitudes que indicam que havia um "algo mais" entre ele e Maria Madalena. Preferência essa que despertou até mesmo ciúmes de Pedro (papel de Chiwetel Ejiofor, de "Olhos da Justiça" e "Perdido em Marte", ambos de 2015), considerado pela Igreja Católica o mais importante dos apóstolos. Phoenix interpreta um Jesus de poucas palavras e muitos ensinamentos, voz rouca, de imagem comum, sem beleza física mas carismático, ao contrário de muitos Cristos que já foram apresentados no cinema.

O diretor Garth Davis também apostou na mudança da imagem apóstolo Pedro ao escolher muito bem Chiwetel Ejiofor para o papel. O personagem também exibe suas fraquezas, entre elas, a inveja pela proximidade entre Maria Madalena e Jesus, a dúvida, o medo pelo incerto. Fechando o quarteto principal, destaque também para Tahar Rahim ("Samba" - 2015), como Judas Iscariotes, o apóstolo que depositou toda a sua fé no Cristo Salvador e que sofre por tê-lo traído.

"Maria Madalena" foca na vida da personagem que vivia com a família na cidade de Magdala. Mas não aceitava as imposições da época feitas às mulheres, como casar com um homem escolhido pelo pai e irmãos, ter muitos filhos, fazer o trabalho de pescadora e parteira e ser sempre a "escrava" do marido. Ela buscava paz para sua alma, tinha seus desejos e anseios, uma mulher avançada para seu tempo. Ao conhecer o profeta Jesus, chamado O Messias, decidiu seguir com ele e seus apóstolos, pregando o evangelho, inclusive após sua morte e ressurreição.

Um ótimo filme que emprega bem os recursos visuais, bela fotografia, figurino e locações, "Maria Madalena" merece ser visto, principalmente por sua abordagem mais direcionada à importância desta mulher, que a Igreja Católica tentou apagar por anos e só agora foi reconhecida, apesar de ser citada em alguns dos evangelhos do Novo Testamento e de ter seu próprio evangelho.

Não espere ver as tradicionais e longas cenas da paixão de Cristo. Da prisão à ressurreição tudo é mostrado de maneira muito rápida. Até porque, todo mundo sabe a história contada há séculos na Bíblia. O objetivo é mostrar a verdadeira Maria Madalena, apagar a imagem falsa de que se tratava de  uma prostituta e qual o seu papel na vida de Jesus Cristo e no Cristianismo.



Ficha técnica:
Direção: Garth Davis
Produção: Universal Pictures / Focus Features / See-Saw Films / Film4 / Transmissiom Films
Distribuição: Universal Pictures
Duração: 2h10
Gêneros: Histórico / Drama / Biografia
País: Reino Unido
Classificação: 12 anos
Nota: 3,8 (0 a 5)

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