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22 março 2023

Keanu Reeves aposenta John Wick em "Baba Yaga”

Apesar de ser um filme longo, diretor compensou com ótimas sequências de ação (Fotos: Metropolitan Film)


Maristela Bretas


Agora é para valer. O assassino mais focado e vingador, que não tem nada a perder, coloca um fim a uma sangrenta e lucrativa franquia. “John Wick 4: Baba Yaga” (“John Wick: Chapter 4”) pode ser o fim do icônico assassino interpretado desde 2014 por Keanu Reeves. O ator, no entanto, não descarta uma quinta produção, que vai depender do sucesso deste quarto longa.

O filme, que estreia nesta quinta-feira (23) nos cinemas, não decepciona, apesar de ser o mais longo da franquia - 2h50. Poderia resolver tudo num tempo bem menor se não tivesse muitas cenas esticadas que se tornam cansativas.


Mas nem por isso fica atrás dos três anteriores em sequências de ação e muito sangue. John Wick vai deixar saudades nos fãs. É mais um personagem que o ator emplaca seu talento e carisma

Como aconteceu com Neo, da franquia "Matrix", iniciada em 1999. Clique no link para conferir a crítica do último filme, "Matrix Resurrections" (2021).


Neste Capítulo 4, mesmo com poucas falas e muita pancadaria, Keanu Reeves mantém seu estilo de atuação, com pouca conversa, muitas mortes e ótimas perseguições e sequências de ação.

Wick é quase imortal. Enfrenta um pelotão com metralhadoras usando só uma pistola, resiste a tiros, facadas, golpes de espadas, explosões, muita surra. Só nunca superou a perda da esposa, ponto importante que guia as ações do personagem.


Conhecido no mundo do crime como Baba Yaga, ele continua sendo caçado pelo mundo, o que garante boas cenas em locações como Nova York, Berlim, Paris e Osaka, no Japão. 

Continuando de onde parou no terceiro filme, "Parabellum" (2019), John descobre uma forma de conseguir se libertar da Alta Cúpula. Mas a cada morte, o valor da recompensa por sua cabeça sobe e ele é alvo onde quer que vá.


Seu novo algoz é Marquis Vicent de Gramont, atual chefão na organização. Bill Skarsgård (o palhaço assassino de “It - A Coisa”, 2017, e “It – A Coisa 2”, 2019) entrega um vilão digno de encarar o famoso assassino e participar do final da saga.


No time de John Wick estão velhos e fiéis amigos como Bowery King (Laurence Fishburne), Winston (Ian McShane), gerente do Hotel Continental de Nova York, Charon (Lance Reddick), concièrge do hotel de Nova York, e Shimatzu (Hiroyuri Sanada), gerente do Hotel Continental de Osaka.


Por falar em Lance Reddick (foto acima), este foi um dos últimos filmes feitos pelo ator que morreu aos 60 anos no dia 17 deste mês. Ele estava na saga John Wick desde o primeiro filme.

Também compõem o ótimo elenco Donnie Yen (de "Rogue One", 2016), no papel de Caine, o matador cego, e Shamier Anderson, como Tracker, um caçador de recompensas que anda acompanhado por um cão (não poderia faltar). 


Chad Stahelski, que dirigiu toda a franquia, apostou numa opção diferente ao filmar o cenário de cima, uma das melhores sequências de ação. 

O público acompanha, sem interrupção, os personagens se enfrentando e mudando de cômodos durante uma matança com tiros e explosões. Vale à pena conferir.


Ficha técnica:
Direção: Chad Stahelski
Produção: Lionsgate
Distribuição: Paris Filmes
Exibição: nos cinemas
Duração: 2h50
Classificação: 14 anos
País: EUA
Gênero: ação

21 dezembro 2021

"Matrix Resurrections" constrange uma das melhores trilogias da história

Keanu Reeves retoma o papel de Neo, um homem vivendo isolado do mundo, como se não pertencesse a ele (Fotos: Warner Bros Entertainment)


 

Wallace Graciano


Em qualquer lista de melhores filmes da história, certamente você encontrará "Matrix". Afinal, aquela obra revolucionária, lançada em 1999, bagunçou a cabeça de qualquer telespectador, com ideias sobre manipulação e realidade, fazendo com que o diálogo entre presente e futuro distópico fosse bem mais próximo do que se imaginava. Não à toa, ainda que com mais de 20 anos de lançamento, ainda tem um roteiro que envelheceu bem e traz impacto.


Sua sequência, "Matrix Reloaded”, trouxe um roteiro mais confuso, mas com diálogos mais intensos e lutas melhores coreografadas, o que aumentou o sentimento catártico dos fãs, que viam uma boa sequência para um filme inovador. 

Já em “Matrix Revolutions”, a trilogia teve um aparente fim digno, fechando respostas que ficaram nos roteiros anteriores. Eis, então, que vinha a dúvida: por que lançar um novo após tão grande hiato?


“Matriz Resurrections”, que estreia nesta quarta-feira, 22 de dezembro, é mais um filme que segue a onda sem criatividade de Hollywood, que lota salas de cinema com remakes e reboots, apostando na nostalgia e memória afetiva como chamariz para uma indústria em dúvidas de como se reconstruir.

A obra, que fique claro, é totalmente distinta da trilogia original já pela paleta de cores. Os tons escuros e esverdeados são deixados de lado, aliados à fotografia mais viva. Isso tudo contando a uma narrativa conduzida com humor descontraído e até mesmo com uma certa pitada de autoironia, como em uma das lutas que Neo (Keanu Reeves) terá de encarar durante a trama.


Ele, por sinal, está na Matrix como um desenvolvedor de jogos famoso, que perde sua vida social para trazer a sequência do que deu status de ícone da cultura pop. Ao mesmo tempo, sente-se isolado do mundo, como se não pertencesse a ele.  

Eis que, para acalmar seus anseios, Neo volta a seguir um coelho branco, fazendo referência aos seus antecessores e revivendo a memória afetiva da trilogia. Bom, o desenrolar, vocês já devem imaginar, certo?!


Após várias idas e vindas da Matrix, o filme se desenrola até em um ritmo constante, sem cansar muito o espectador. Porém, é sem o impacto de outrora, ainda que com uma atuação intensa e destacada de Carrie Anne-Moss (no papel de Trinity/Tiffany), que rouba o protagonismo da obra. Em suma, “Resurrections” é apenas mais um fan-service que vem para acalmar os anseios de uma galera envelhecida.


Por isso, vá ao cinema sem muitas expectativas, apenas buscando se divertir. Ou então sairá como os membros do grupo Gangrena Gasosa, que têm como um de seus sucessos a música “Eu não entendi Matrix”. Não por não compreender o roteiro, que é mais raso que os de outrora, mas, sim, entender o porquê de terem feito essa sequência. Um alerta: tem cena pós-créditos.


Ficha técnica:
Direção: Lana Wachowski
Produção: Warner Bros. Pictures / Village Roadshow Pictures
Distribuição: Warner Bros. Pictures
Exibição: Somente nos cinemas
Duração: 2h28
Classificação: 12 anos
País: EUA
Gêneros: Ficção / Ação

17 abril 2019

Keanu Reeves brinca de Deus e clona mentes humanas em "Cópias - De Volta à Vida"

Suspense conta história de neurocientista obsecado que usa a própria como cobaia de suas experiências (Fotos: Replicas Holdings/Divulgação)

Maristela Bretas


Keanu Reeves ataca de neurocientista nada convincente que clona mentes de seres humanos mortos em "Cópias - De Volta à Vida" ("Réplicas"), filme que estreia nos cinemas nesta quinta-feira. Tirando algumas locações paradisíacas no início e no fim em Porto Rico, pouca coisa se aproveita desta produção confusa, cheia de buracos no roteiro e facilmente esquecível.


O elenco é tão fraco quanto a história, inclusive o "vilão", interpretado por John Ortiz (de "A Justiceira" e "Bumblebee", ambos de 2018), que teve o talento desperdiçado. Thomas Middleditch, como o assistente de Will Foster (papel de Reeves) serve de alavanca para jogar o foco para o protagonista (que se sai bem melhor em "John Wick - Um Novo Dia Para Matar" - 2017). O restante é só para compor cenário e apresentar a família.


Na história Will Foster é um neurocientista que desenvolve um projeto tecnológico para clonar a mente de humanos mortos para robôs. Após várias tentativas frustradas, uma tragédia vai mudar sua vida e fazer com que desafie todas as leis da natureza e do homem. Num grave acidente de trânsito ele perde toda a sua família e não aceita o destino. Ameaçado de ter sua pesquisa encerrada devido aos resultados ruins e obcecado em trazer de volta à vida sua família, ele brinca de Deus e usa a mulher e os filhos mortos de cobaias. A situação, no entanto, foge do controle e Will terá de fazer escolhas que vão mudar a vida de todos.


O tema de "Cópias - De Volta à Vida" até que não é ruim, só não foi bem trabalhado, Reeves parece deslocado do papel de marido, pai e cientista louco. Como se tivesse que fazer tudo rapidinho para acabar logo o filme e ir pra casa arrependido de ter dado um tiro no pé com esta produção. Falta carisma em todo o elenco. As cenas de ação são poucas, mas muito boas, assim como a trilha sonora. O final clichê e totalmente esperado é típico de romance de Nicholas Sparks. Fora isso, a produção é daquelas que você mal se lembra dos detalhes ao sair do cinema. Para os fãs do ator, não foi dos seus melhores trabalhos, mas distrai numa sessão da tarde.


Ficha técnica:
Direção: Jeffrey Nachmanoff
Produção: Lotus Entertainment / Fundamental Films / Di Bonaventura Pictures / Company Films
Distribuição: Paris Filmes
Duração: 1h48
Gêneros: Suspense / Ficção científica
Países: EUA, Reino Unido, China, Porto Rico
Classificação: 14 anos
Nota: 2 (0 a 5)

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