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05 maio 2024

Cine Humberto Mauro inaugura programação gratuita de filmes com o “Ciclo Víctor Erice”

Cine Humberto Mauro (Divulgação)


Da Redação


Na próxima terça-feira (7), o Cine Humberto Mauro inaugura a faixa de programação com filmes de um dos maiores diretores da Espanha, Víctor Erice, responsável por clássicos como “O Espírito da Colmeia”. As sessões gratuitas acontecem de 7 de maio a 11 de junho, sempre às terças-feiras, às 20 horas. 

Destaque para o trabalho do cineasta com curtas-metragens no início da carreira quanto seu último filme, “Fechar os Olhos”, lançado em 2023 e aclamado pela crítica especializada. 

O cineasta e os diferentes momentos de sua carreira estão no centro da mais nova faixa de programação do Cine Humberto Mauro, na qual, em cada mês, haverá exibições semanais dedicadas à filmografia de grandes diretores. Ao longo dos meses de maio e junho, o público poderá assistir sempre às terças-feiras, a partir das 20h, a um filme do “Ciclo Víctor Erice”.

 “O Espírito da Colmeia” (Fotos: Víctor Erice)

A programação começa no dia 7/5 (terça-feira), com “O Espírito da Colmeia”, de 1973, e termina em 11/6 (terça-feira), exibindo o longa-metragem “Fechar os Olhos”, lançado em 2023. 

A mostra é uma parceria da Fundação Clóvis Salgado com o Instituto Cervantes de Belo Horizonte, e propõe apresentar o trabalho de Erice de forma ampla, desde os trabalhos para a Escola de Cinema e seus curtas até os longas mais conhecidos do realizador.

Além da exibição dos filmes, haverá duas atividades formativas e uma entrevista exclusiva com o cineasta espanhol Jaime Chávarri, mediada por Victor Guimarães, crítico, programador e professor de cinema. A entrevista será publicada na plataforma CineHumbertoMauroMAIS (cNH+). A entrada no Cine Humberto Mauro é gratuita, e os ingressos para as exibições podem ser retirados na bilheteria do cinema, a partir de 1 hora antes de cada sessão.

                                                                                   "Os Desafios"

Mesmo com uma pequena filmografia, Erice é reconhecido mundialmente. Seu último longa, lançado 30 anos depois do anterior, foi um marco no mundo do cinema, com estreia mundial na sessão Cannes Première do 76º Festival de Cinema de Cannes. Ao longo da vida, o diretor recebeu homenagens em Locarno (na Suíça), foi membro do Júri de Cannes, além de ganhar os prêmios do Júri e da Crítica no Festival.

A arte no olhar

O primeiro filme da programação é “O Espírito da Colmeia” (1973), um de seus longas-metragens mais famosos, vencedor do prêmio de Melhor Filme no Festival de San Sebastián (Espanha). A obra parte da atmosfera da Espanha pós-guerra, durante o governo de Francisco Franco, e acaba fazendo uma homenagem ao cinema, como forma de compreender o mundo.

"O Sul"

Para iniciar a mostra aliando reflexão e fruição, essa exibição será acompanhada de uma atividade formativa na forma de uma sessão comentada, com participação de João Dumans e Breno Henrique, cineastas e pesquisadores mineiros da área de cinema.

No dia 14 de maio, será exibido o longa “Os Desafios” (1969), que aborda como situações que parecem normais da vida podem acabar em surtos de violência. 

Em seguida, na próxima terça, dia 21, o Cine Humberto Mauro projeta “O Sul” (1983): a obra desenvolve um retrato de uma família na Espanha dos anos 1950, sob o olhar da jovem Estrella, uma menina obcecada pelos segredos do sul do país.

"O Sol de Marmelo"

Na última sessão de maio, dia 28, o público poderá conferir o documentário “O Sol de Marmelo” (1992), ganhador dos prêmios do Júri e da Crítica no Festival de Cannes, além de figurar na lista dos 50 maiores documentários de todos os tempos pela revista britânica “Sight & Sound”. A obra acompanha o processo de composição de um quadro do pintor Antonio López (o passar dos dias e o cotidiano das pessoas e das coisas).

O média-metragem “Os Dias Perdidos” (1963), realizado por Víctor Erice na Escola Oficial de Cinematografia da Espanha, como projeto de licenciatura, será exibido no dia 4 de junho. Esta é uma das primeiras obras dirigidas pelo cineasta. 

Neste penúltimo dia de exibição acontece mais uma atividade formativa: João Dumans apresentará uma palestra comentando o trabalho do espanhol.

"Fechar os Olhos"

A mostra finaliza com o último longa-metragem realizado pelo diretor, “Fechar os Olhos” (2023), que percorre a história de Júlio Arenas, um famoso ator espanhol que desaparece durante as gravações de um filme. Lançado 30 anos após seu último longa, o filme conquistou a crítica mundial, e é constantemente comparado com a própria vida de seu criador.

“Estamos muito felizes com esse ciclo, porque é uma parceria com o Instituto Cervantes, uma instituição com a qual já colaboramos várias vezes, então é muito interessante fazer essa celebração da cultura espanhola, em um novo modelo de programação. Normalmente planejamos as mostras para vários dias seguidos, mas para o Víctor Erice estamos apostando nas sessões semanais. Acredito que, assim, as pessoas vão ter mais oportunidade de se planejar e ter mais tempo para refletir e decantar cada filme”, explica Vitor Miranda, gerente de Cinema da Fundação Clóvis Salgado e programador da mostra.

Programação:
07/05 - “O Espírito da Colmeia”
14/05 - “Os Desafios”
21/05 - “O Sul”
28/05 - “O Sol de Marmelo”
04/06 - “Os Dias Perdidos”
11/06 - “Fechar os Olhos”


                                                                            "Os Dias Perdidos"

Serviço:
“Ciclo Víctor Erice”
Período: 7/5 a 11/6, sempre às terças-feiras
Horário: 20 horas
Local: Cine Humberto Mauro – Palácio das Artes - Av. Afonso Pena, 1537, Centro, Belo Horizonte
Classificações indicativas: Variáveis
Entrada: gratuita
Os ingressos poderão ser retirados a partir de 1 hora antes de cada sessão, na bilheteria do cinema
Informações para o público: (31) 3236-7400

30 outubro 2023

"O Tubarão Martelo - O Filme" ganha o mundo com mensagem contra poluição ambiental

Sucesso do Youtube agora tem formato de animação, novos personagens e direção de Carlos Magalhães (Fotos: Tubarão Martelo/Divulgação)


Maristela Bretas


São mais de 30 milhões de visualizações no Youtube, sucesso nos vídeos musicais animados e no teatro entre um público bem exigente e inquieto - a turminha de até 6 anos de idade. Agora, "O Tubarão Martelo e Os Habitantes do Fundo do Mar - O Filme" ganha o formato de animação e estreia em breve nos cinemas brasileiros. 

Com direção de Cláudio Fraga e Carlos Magalhães, a obra apresenta novos personagens que falam e fazem um grande alerta ambiental para conscientizar as novas gerações. E o filme soube abordar bem o assunto, com linguagem simples, de fácil compreensão para o público infantil, que entendeu bem a mensagem de não jogar lixo nem poluir o mar.


O filme é um média-metragem de animação infantil de 26 minutos e única produção mineira vencedora nesta categoria da Seleção de animação do edital Petrobras Cultural, realizado com recursos da Lei Federal de Incentivo à Cultura - a Lei Rouanet. A obra agora segue para a participação em festivais pelo mundo e tem previsão de estreia no circuito comercial no Brasil em 2024. 

A pré-estreia gratuita para a criançada e suas famílias aconteceu no dia 28 de outubro, no Cineart Boulevard, em Belo Horizonte, e foi um sucesso. Com direito a fotos com os personagens, contou com a presença do diretor, do criador Cláudio Fraga e do elenco de dubladores. Claro que eu e o colaborador Marcos Tadeu não perdemos a oportunidade. 


Fotos:  Ana Cecília Rezende, Marcos Tadeu
  e Maristela Bretas


Maria Beatriz, de 7 anos, e a irmãzinha Maria Gabriela, de 3, assistiram a exibição e gostaram muito do filme. 

                                               Crédito: Ana Cecília Rezende - @Ahhbeaga

Carlos Magalhães falou de sua experiência com a obra infantil. "Tenho mais de 40 anos no audiovisual e é a primeira vez que faço um filme de animação. Foi um aprendizado, é um trabalho muito complexo, cheio de detalhes e decisões importantes que você toma desde o início do processo que vão ter repercussão lá na frente". 

Cláudio Fraga, que assina a criação, co-direção e direção musical, explicou quais serão os próximos passos. "Queremos rodar bastante os festivais e levar essa história tão importante. O mundo precisa muito de vozes que falem do meio ambiente e da importância da infância. Esse filme é uma pegada de amor pelo planeta e depois dos festivais vamos trazer para o circuito comercial de todo o Brasil. Esperamos que essa animação seja um start para produções bem maiores. A gente almeja uma série e futuramente um longa do Tubarão Martelo".


"O Tubarão Martelo e Os Habitantes do Fundo do Mar - O Filme" conta a história do valente navegador Capitão Jack que parte em busca de tesouros escondidos nos oceanos e é surpreendido pelo nosso herói dos sete mares, o Tubarão Martelo e seu fiel escudeiro, o Peixe-Piloto. 

Ajudado pelas sereias Luna e Maya, Jack vai viver uma aventura cheia de suspense e conhecer o maior de todos os tesouros: o fundo do mar, com seus habitantes e riquezas naturais, que estão ameaçados por terríveis predadores, os seres humanos. 


O roteiro é de com Ana Luiza Alves, Carlos Magalhães e Cláudio Fraga, que também participa da criação da trilha, com Richard Neves, Tatá Sympa, Rogério Delayon. A mixagem é de André Cabelo e a animação da Dogzilla Estúdio e Immagini, com produção da Luz Comunicação e de O Tubarão Martelo. 


As dublagens foram feitas por atores mineiros e a finalização pela produtora Caturra Filmes. Cláudio Fraga, o homem das 1001 funções, é também o dublador do Capitão Jack; Ricardo Righi Filho dubla o Tubarão Martelo; Cecília Fernandes faz as vozes das sereias Luna e Maya, e o falador e mal-humorado Peixe-Piloto, recebeu a divertida dublagem de Gustavo Marquezine. 


Animado com a pré-estreia, Ricardo Righi Filho falou sobre sua participação e a importância de falar para o novo público infantil. "Normalmente eu gravo até rápido o trabalho de dublagem. Esse demorou um bocadinho mais, até encontrar o tom de voz. No final, basicamente ficou a minha voz, um pouco mais aveludada (rsrsrsrs). Quem fala pra crianças de até 7 anos tem de ser muito franco, ir direto ao ponto, não tratar como criancinha, é dar a real das coisas. O mais importante é tratá-las de igual pra igual".

E pra galera, o Tubarão Martelo deixa o seguinte recado: "vamos parar de poluir os mares, é muito importante cuidar do nosso lixo porque a situação está mais do que alarmante".


Ficha técnica:
Direção: Carlos Magalhães
Produção: Caturra Filmes e Luz Comunicação
Duração: 26 minutos
Classificação: Livre
Gêneros: animação, infantil

09 outubro 2023

25º FestCurtasBH celebra o cinema da América Latina e produções de mulheres

Festival acontece de 11 a 22 de outubro de 2023, em quatro espaços e salas do Palácio das Artes
(Fotos: Divulgação)


Da Redação


De 11 a 22 de outubro acontece o 25º FestCurtasBH – Festival Internacional de Curtas de Belo Horizonte, realizado pela a Fundação Clóvis Salgado (FCS), celebrando o cinema experimental com foco na América Latina e em obras realizadas por mulheres nas últimas décadas. 

O evento, com acesso gratuito, acontecerá presencialmente em quatro espaços do Palácio das Artes: no Cine Humberto Mauro, na Sala Juvenal Dias, no Espaço Mari'Stella Tristão e na Galeria Aberta Amilcar de Castro.

"Suddenly TV" - Competitiva Internacional
 (Foto: Roopa Gogineni)

O festival exibirá 142 filmes, entre mostras competitivas, paralelas e especiais distribuídas ao longo de 30 programas, além de sessões online. Também serão realizadas sessões comentadas, mesa-redonda, debates, show de abertura, oficina de crítica “Corpo Crítico”, que chega à 6ª edição consecutiva, e a exposição inédita da artista norte-americana, Cauleen Smith. A lista com todos os filmes selecionados está disponível aqui.

Nesta quarta-feira (11), no Cine Humberto Mauro, será realizada uma sessão de première especialmente preparada para dar largada nessa jornada cinematográfica. Ao longo do festival, o público poderá, ainda, ter acesso online às sessões de filmes na plataforma própria do Cine Humberto Mauro, clicando neste link .

"A Lenda de Chico Rei" - Mostra Paralela Infantil
(Foto: Lucas Rocha Petrone)

Dia 12, integrando o Dia do Pequeno Artista, promovido pelo Centro de Formação Artística e Tecnológica (Cefart), da FCS, o público infantil poderá se divertir com a realização do FestCurtinhas, em duas sessões especialmente preparadas para a garotada.

Já na sexta-feira (13), ocorre a abertura das mostras especialmente curadas para esta edição e também a participação de Adriana Araújo, comandando uma roda de samba, em uma ocupação diferenciada do Palácio das Artes. 

"Partida de Vôlei à Sombra do Vulcão" - Competitiva Minas
(Foto: Clarissa Campolina e Fernanda Vianna)

Todos os filmes inscritos foram avaliados e selecionados por duas comissões - divididas entre a análise de filmes nacionais e internacionais, cada uma composta por seis profissionais brasileiros dedicados à pesquisa, à curadoria, à crítica e à realização cinematográfica. 

Neste ano foi convidada a plataforma "Indeterminações", fundada por Lorenna Rocha/PE e Gabriel Araújo/MG, dedicada à construção de espaços públicos de discussão. A finalidade da oficina é por em conjunção os pensamentos que permeiam e extrapolam o campo cinematográfico negro no Brasil. 

"Aqui Onde Tudo Acaba" - Competitiva Brasil
(Foto: Cláudia Cárdenas e Juce Filho)

Programação variada

O 25º FestCurtasBH conta com uma programação variada que apresentará, nas mostras competitivas e paralelas, produções recentes nacionais e internacionais, bem como uma mostra de caráter competitivo dedicada exclusivamente à produção mineira. 

Numa seleção que propõe arranjos singulares e estimulantes em torno dos filmes contemporâneos, as mostras paralelas se voltam para temáticas que repercutem vivamente no presente; além das já tradicionais e vivazes mostras Juventudes, Infantil, Animação e da tradicional Sessão Maldita. 

"Xerr Bu Ganjaru"- Mostra Paralela Juventudes
(Foto: Babacar Hanne Dia)

Duas mostras especiais destacam as produções cinematográficas e em múltiplos suportes. A primeira é dedicada ao cinema de mulheres latino-americanas, com recorte histórico e contemporâneo, curada pelas programadoras e pesquisadoras peruanas Ivonne Sheen Mogollón e Mónica Delgado. 

Após cada uma das quatro sessões programadas, as curadoras realizarão debates e comentários com o público presente. Os debates e conversas serão realizados em espanhol, e contarão com mediação da equipe de curadoria do FestCurtasBH e tradução para o português.

"Koerkorter" - Mostra Paralela Animação 
(Foto: Priit Tender)

A segunda mostra especial é dedicada ao trabalho da cineasta e artista multimídia Cauleen Smith, que estará presente no festival para apresentar um retrospecto de sua carreira. São obras em formato digital e em película de 16mm, além da versão digitalizada e restaurada de uma de seus mais potentes trabalhos no cinema, “Drylongso” (1998, EUA). 

A cineasta realizará sessões comentadas em inglês - com tradução para o português - além da apresentação de uma performance inédita durante a programação. 

Ainda durante o Festival, de 13 a 29 de outubro, Cauleen Smith vai apresentar, pela primeira vez no Brasil, a obra "Space Station: A Rock in a River", que integra a exposição dedicada à artista, organizada pela equipe de Coordenação do FestCurtasBH. A instalação vai ocupar a Galeria Mari’Stella Tristão, no Palácio das Artes, com acesso gratuito.

"The Eternal Labyrinth" - Mostra Paralela Da Fronteira
ao Urgente (Foto: Weerapat Sakolvaree)

SERVIÇO:
25º FestCurtasBH
Data: 11 a 22 de outubro de 2023 (presencial) // 14 a 23 de outubro (online)
Locais: Cine Humberto Mauro, na Sala Juvenal Dias, no Espaço Mari'Stella Tristão e na Galeria Aberta Amilcar de Castro, do Palácio das Artes
Entrada: gratuita
Informações: www.festcurtasbh.com.br

30 janeiro 2021

Websérie "Parques de BH" traz de volta a beleza e o verde da nossa Cidade Jardim

O Parque Jacques Cousteau, no bairro Betânia, com sua variedade de plantas, foi o escolhido para abrir o projeto (Foto: Lilian Nunes/Coreto Cultural/Divulgação)


Maristela Bretas


Este 30 de janeiro foi a data escolhida para o lançamento da websérie "Parques de BH", produzida pela Coreto Cultural. E o primeiro cenário escolhido para abrir o projeto, de muito verde e plantas de cores variadas, foi o Parque Municipal Jacques Cousteau, localizado no bairro Betânia, Região Oeste da Capital. 

Com roteiro e direção de Lilian Nunes e Chico de Paula, que também assina fotografia e montagem, o público vai conhecer histórias, hábitos e personagens desse importante espaço público da cidade. A trilha sonora original é do músico Marcelo Dai,  com participação de Maurício Tizumba. Para acessar a websérie basta clicar no link ou acessar o site www.coretocultural.com.br.

(Crédito: Mônica Costa/Coreto Cultural)

Viabilizado com recursos do edital Quatro Estações da Belotur, o projeto consiste numa websérie para divulgar a beleza dos parques e ampliar o potencial turístico de Belo Horizonte, que já foi conhecida como Cidade Jardim. São 38 milhões de metros quadrados de áreas verdes, sendo 14 milhões deles formados por espaços públicos municipais - 75 parques, mais de 750 praças e jardins e cerca de 210 espaços livres de uso público.

(Crédito: Lilian Nunes/Coreto Cultural)

Mas por que a escolha do Jacques Cousteau para abrir o projeto? "Ele tem uma história singular, passou de lixão a viveiro de mudas e hoje é referência de paisagismo. Também é um dos preferidos pelos ciclistas, lugar de encontros e comemorações. Fica às margens do Anel Rodoviário, com fluxo intenso, e é pouco notado… A ideia era descentralizar e disponibilizar informação sobre um espaço rico mas pouco conhecido, para gerar interesse e intensificar a visitação", explica a idealizadora do projeto Lilian Nunes.

(Crédito: Mônica Costa/Coreto Cultural)

Chico de Paula conta como foi desnudar o espaço através da lente de sua câmera. "Descobrir o parque através das pessoas que o frequentam, das histórias e afetos ali contidos, revela uma personalidade que é daquela natureza - completamente integrada com as pessoas que ali convivem. É tudo só um elemento: as pessoas, os bichos, as árvores, o vento… O Jacques Cousteau tem uma personalidade admirável, delicada e ímpar”.

(Crédito: Lilian Nunes/Coreto Cultural)

Trabalhar uma produção cinematográfica como essa, em plena pandemia, foi um desafio prazeroso para a equipe. "Poder registrar e divulgar os parques, nesse momento, é mais que um projeto, é uma necessidade. Porque são fundamentais à manutenção da nossa sanidade, e são locais onde ainda se pode manter o distanciamento e usufruir de tudo o que eles podem oferecer. Se, por um lado, temos menos usuários, por outro a natureza se mantém deslumbrante e é um momento mais propício para registrar o espaço com todas as restrições e cuidados necessários. Nesse momento, os parques, por exemplo, estão mais limpos, mais bem cuidados, se renovando para receberem cada vez melhor os visitantes. E precisamos criar esse hábito de frequentar os belos parques que temos na cidade", afirmou o diretor.

(Crédito: Lilian Nunes/Coreto Cultural)

O que não faltam são historias para contar do Parque Jacques Cousteau. A bióloga e gerente de Parques do Barreiro e Oeste da Fundação de Parques Municipais e Zoobotânica, Edanise Reis, passou quase toda a sua vida profissional no espaço. E ajudou a plantar jacarandás, paus-brasil, ipês e tantas outras espécies que hoje contempla sob copas monumentais. 

(Crédito: RNonato)
                                                                                                     

(Crédito: Bruno Castro/Coreto Cultural)

Histórias de filhotes resgatados, cujos pais confiam em alimentar a prole diariamente nas mãos da gestora. Pessoas que visitam o parque pela primeira vez e comumente escolhem colaborar ao retornar. Crianças que crescem orgulhosas por terem uma árvore para visitar e cuidar por toda a vida. “São lições eternas: plantios de afeto, colheitas de respeito”, orgulha-se a gerente do Parque.

Marcelo Dai, cantor e multi-instrumentista, foi convidado a criar a trilha original da websérie para traduzir o Jacques Cousteau através de suas próprias sonoridades: melodias, ruídos, cantos e batidas descobertos e registrados em cantos e recantos do parque. Para ele, a música e a natureza se entrelaçam. "Criar usando elementos da terra, da água e do ar possibilita uma conexão livre e repleta de leveza. Nos inspira a buscar sons genuínos, a voltar no tempo e, até mesmo, a mudar a perspectiva dele", diz o compositor.

(Crédito: Lilian Nunes/Coreto Cultural)

Sobre os próximos parques a serem mostrados pela Coreto Cultural no projeto "Parques de BH", Lilian Nunes explica que ainda estão sendo articulados, dependendo da captação de recursos. "O Jacques Cousteau já foi o espaço que alimentava toda a cidade de mudas. Hoje, é o Jardim Botânico, que fica no Zoológico. Pensamos em fazer um link entre essas histórias".

(Crédito: Lilian Nunes/Coreto Cultural)

"Qualquer contato que possamos ter com ambientes que nos aproximem de um conceito mais integrado de meio ambiente, nos deixa mais perto de um desejo de usufruto e, consequentemente, proteção. O audiovisual é uma ferramenta poderosa e múltipla em suas possibilidades, e pode ser um meio fundamental para que a gente se aproxime mais da natureza. Podemos abordar e focar em princípios, como a sustentabilidade, que são essenciais a esse desejo e necessidade de preservação. Ele nos aproxima e traz conhecimento sobre o que aborda, e te dá uma sensação de familiaridade com os ambientes a que te expõe. Isso é um pré-requisito pra que a gente crie vínculos com o mundo em que vive", concluiu Chico de Paula.

(Crédito: Lilian Nunes/Coreto Cultural)

Um pouco do Parque Jacques Cousteau

O Parque Jacques Cousteau surgiu de uma gleba de terreno de 468.500 metros quadrados que, por 20 anos, foi um dos maiores lixões de Belo Horizonte. Em 1971, transformou-se no Parque Vila Betânia e, em 1976, quando já era conhecido como Horto Municipal, foi transformado em Reserva Biológica e principal viveiro de produção de mudas da capital mineira.

(Crédito: ArquivoPúblico)

O Jacques Cousteau abasteceu ruas, praças e parques de Belo Horizonte com espécies arbóreas e ornamentais. Fundado em 1991, o Jardim Botânico da cidade funcionou por nove anos dentro do Parque Jacques Cousteau, até a construção de sua sede própria, na região da Pampulha. Em 2001, o Jardim Botânico foi transferido para sua localização atual, dentro da área onde funciona também o Jardim Zoológico, onde está concentrada a produção de espécies de grande porte para atender às necessidades de BH.

(Crédito: Mônica Costa/Coreto Cultural)

Hoje, com 335 mil metros quadrados, o Parque Jacques Cousteau conta com mais de 70 espécies arbustivas e ornamentais, além de ricos compostos orgânicos que contribuem tanto para a beleza do paisagismo quanto para a saúde dos pulmões da nossa eterna cidade jardim.

(Crédito: Lilian Nunes/Coreto Cultural)

Ficha técnica:
Direção: Lilian Nunes e Chico de Paula
Duração: 31 minutos
Exibição: pelo site https://www.coretocultural.com.br
Informações: @coretocultural
Classificação: Livre
País: Brasil
Gêneros: Documentário

Serviço:
Parque Municipal Jacques Cousteau

Localização: R. Augusto José dos Santos, 366 - bairro Betânia
Horário de Funcionamento: de quinta a domingo, das 8 às 17 horas
Entrada: Gratuita
Informações: (31) 3277-5972