Annabelle Wallis é a jovem Madison, que tem visões de crimes brutais cometidos por uma entidade ligada a seu passado (Fotos: Warner Bros. Pictures) |
Maristela Bretas
Aquele terror que faz você ficar grudado na cadeira do
cinema, um roteiro exemplar, uma entidade assustadora em todos os sentidos.
Tudo isso num só filme - "Maligno" ("Malignant"), em cartaz
nos cinemas, sob a direção de James Wan, responsável por sucessos como
(“Aquaman” - 2018 e “Velozes & Furiosos 7” - 2015).
O longa é estrelado por
Annabelle Wallis, que parece estar gostando do gênero terror, tendo participado
de “Annabelle” (2014), “A Múmia” (2017) e, mais recentemente, da ficção
"Mate ou Morra" (2021).
Em "Maligno", ela entrega uma ótima interpretação
de Madison uma mulher que tem visões de assassinatos brutais que ocorrem em
outros lugares, com pessoas desconhecidas. A situação piora quando os sonhos
dos crimes passam a ocorrer durante o dia e intrigam a polícia. Ajudada por sua
irmã Sidney (papel de Maddie Hasson), ela suspeita que o assassino possa estar
ligado a seu passado desconhecido.
Claro, não poderia faltar a casa velha com aspecto de mal
assombrada, a neblina e as luzes piscando anunciando a chegada do mal e os
ambientes escuros - porque as pessoas insistem em andar pela casa sem acender a
luz, só para serem atacadas nos filmes.
"Maligno" tem uma vantagem
sobre outras produções do gênero - as cenas de terror também acontecem durante
o dia, nos lugares mais inesperados. E são ótimas, não perdem o impacto por
ocorrerem em ambientes iluminados.
A violência nos ataques da entidade podem chocar aqueles de
estômago mais fraco, o sangue corre solto e escorre pelas paredes, mas as sequências
das cenas prendem do início ao fim. O roteiro é bem amarrado, fazendo as
conexões necessárias para que o público entenda o que está acontecendo. Mesmo
quando as explicações são óbvias e, às vezes, podem parecer desnecessárias. Mas
não são.
O elenco conta ainda com George Young, Jacqueline McKenzie,
Jake Abel e Ingrid Bisu (no papel da perita forense), que atuou também em
“Invocação do Mal 3: A Ordem do Demônio” (2021) e a “A Freira” (2018), além de
ser uma das roteiristas do longa, juntamente com James Wan e Akela Cooper.
James Wan dá um show de direção. Ele literalmente passeia
pelos espaços da casa de Madison, com destaque das imagens feitas de cima para
baixo, permitindo ao público enxergar o ambiente como num labirinto, à espera
do ataque da entidade. Nos outros locais de ataques, a preocupação com os
detalhes nos cenários chama a atenção, como no subterrâneo de Seattle, ou
acompanhando as vítimas pelos cômodos de suas casas.
O jogo de câmera é perfeito, os efeitos visuais usados na
entidade e nas mudanças de cenários durante as visões de Madison, bem como a,
fotografia e a maquiagem são uma aula da equipe de produção de Wan, que já
participou de outros filmes do gênero, como "Invocação do Mal 2"
(2016) e "Sobrenatural: A Última Chave" (2018).
Sem contar a ótima trilha sonora (que pode ser conferida no
Spotify) composta por Joseph Bishara, responsável por todos os sete filmes da
franquia "Invocação do Mal", iniciada em 2013. Ele compôs ainda a
trilha de "The Prodigy" (2019), que no Brasil recebeu também o nome
de "Maligno".
Enfim, uma produção que reúne várias influências aplicadas
pelo diretor e sua equipe em outros longas, mas que funcionam bem e dão um
ritmo que agrada. Vale muito a pena ser conferido.
Ficha técnica:
Direção: James WanRoteiro: James Wan, Akela Cooper e Ingrid Bisu
Distribuição: Warner Bros. Pictures
Exibição: nos cinemas
Duração: 1h51
Classificação: 16 anos
País: EUA
Gêneros: Terror /Suspense
Nota: 4,5 (de 0 a 5)