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18 fevereiro 2022

Em "Uncharted: Fora do Mapa", Tom Holland se dá bem como herói de videogame no estilo Indiana Jones

Produção traz muita ação e abre espaço para outros filmes com o personagem Nathan Drake (Fotos: Sony Pictures/Divulgação)


Maristela Bretas


Cada vez mais versátil, o ator Tom Holland ("Homem-Aranha: Sem Volta Para Casa" - 2021) agora encarna uma versão jovem de Indiana Jones na caçada a um tesouro de US$ 5 bilhões. Ele é Nathan (Nate) Drake, o herói de "Uncharted: Fora do Mapa" ("Uncharted: Drake's Fortune"), em cartaz nos cinemas.

Ao lado de Holland está outro conhecido por filmes de muita ação - Mark Wahlberg (de "Transformers - A Era da Extinção" - 2014 e "Infinito" - 2021). Ele interpreta o canastrão Victor "Sully" Sullivan, um ladrão de antiguidades que está atrás das mesmas relíquias de Drake. Mesmo mantendo o estilo de sempre de outras produções, Wahlberg forma uma boa dupla com o herói e convence. 


A produção tem muita ação e aventura do início ao fim, com Nate despencando de um avião, sem paraquedas, ficando pendurado em castiçais ou perseguindo mocinhas em telhados de prédios. Holland está "bombadinho" e mostra boa forma física e mais segurança na interpretação. 

Graças especialmente ao seu papel de super-herói "amigo da vizinhança" e às participações no Universo Marvel. Além não perder a simpatia e o carisma de outros filmes em que participou e que são características do personagem do game.


Coincidência ou não, há cenas em que o público tem a impressão de que vão sair teias de aranha dos pulsos de Nate. Como era esperado, Holland é o destaque e segura bem o papel, semelhante ao de Harrison Ford na franquia "Indiana Jones". Foi uma ótima escolha do ator para interpretar o Nathan Drake dos jogos que ainda fazem sucesso entre jogadores.

No filme, mesmo sendo um pacato bartender, Nate é descendente do grande explorador Francis Drake e grande conhecedor de história e de antiguidades. 


Ele vai usar o que aprendeu para tentar encontrar o irmão Sam (Rudy Pankow) desaparecido há anos enquanto procurava o cobiçado tesouro perdido de Fernão de Magalhães. Mas para isso terá de se unir ao trambiqueiro e mentiroso Victor Sully e à parceira dele, Chloe Frazer (Sophia Taylor-Ali), numa jornada ao redor do mundo.


Claro que não poderiam faltar os vilões. Ponto falho para Antonio Banderas ("Os 33" - 2015, e "Mercenários 3" - 2014) , que repete a forma caricata de atuar neste gênero de filme. Ele faz o papel de Moncada, um colecionador bilionário espanhol bem previsível e bobo, até nas cenas em que deveria ser cruel. O ator está escalado para integrar o elenco de "Indiana Jones 5", previsto para 2023.

Já sua parceira Braddock (Tati Gabrielle), chefe de um grupo de mercenários e velha conhecida de Sully, garante a vilania raiz, com muitos tiros, brigas e facadas.

Game "Uncharted" (Crédito Naughty Dog/Playstation)

Para quem busca entretenimento, "Uncharted: Fora do Mapa" é uma boa opção e vale ser assistido numa sala Imax pelos efeitos visuais e locações paradisíacas. Baseado na série de games "Uncharted", da Sony para Playstation, o filme abre caminho para outras produções e aventuras com os personagens Nathan Drake e Victor Sully, como foi feita na famosa franquia criada em parceria com a Naughty Dog.

Se os próximos forem tão bons como este, poderá conquistar um público fiel e carente de filmes no estilo de Lara Croft e Indiana Jones, cujo último longa foi exibido em 1989 com "A Última Cruzada", dirigido por Steven Spielberg. Vale a pena conferir. Uma observação: não saia da sala de cinema. Há duas cenas pós-créditos, como nas produções da Marvel.


Ficha técnica:
Direção: Ruben Fleischer
Produção: Columbia Pictures / Sony Pictures / Atlas Entertainment / Arad Productions
Distribuição: Sony Pictures
Exibição: os cinemas
Duração: 1h56
Classificação: 12 anos
País: EUA
Gêneros: Aventura / Ação

24 agosto 2021

"Infinito" abusa dos erros e dos clichês e desperdiça uma boa história

Mark Wahlberg é um ser especial que pode rever vidas passadas e precisa impedir o fim do mundo (Fotos: Reprodução/Paramount Pictures)


Jean Piter Miranda

"Infinito" ("Infinite"), filme disponível na plataforma Paramount +, conta a história de Evan Mc Cauley (Mark Wahlberg), um homem que vive assombrado por memórias de vidas passadas. Quando é encontrado por uma sociedade secreta chamada "Infinitos", ele descobre o que é realmente é: um ser especial que tem todas as lembranças de suas antigas existências. Aí então se depara com um dos seus semelhantes, Bathurst 2020 (Chiwetel Ejiofor), que tem o plano de acabar com todo tipo de vida na Terra.

A ideia é muito boa e foi até comparada a Matrix. Em meio à humanidade, uma “raça” capaz de reencarnar. E a cada nova vida carrega consigo todas as memórias e habilidades de vidas passadas. Parte desse grupo usa dessa condição para tentar fazer do mundo um lugar melhor. Outros, querem por fim a esse ciclo, “descansar”, "se libertar”. Mas, para isso, não basta morrer, tem que destruir o mundo para não ter onde renascer.  


Era pra ser bom. Poderia ser muito bom. Mas "Infinito" exagera nos clichês e abusa dos erros de roteiro. O mocinho solitário que passa por problemas pessoais. O vilão que faz muitas caras e bocas, meio que pagando de louco. O combate final entre duas mulheres, que mesmo com pistolas e metralhadoras preferem sair na mão. A equipe do bem formada por gênios excêntricos, um fortão, uma garota bonita e um personagem oriental. E a turma do mal, claro, também é muito previsível.  

Mark Wahlberg e o diretor Antoine Fuqua

Os erros de roteiro são um tanto grosseiros. O vilão que uma hora está na sala e depois de uma explosão já aparece dentro de um carro, sem um pingo de poeira em seu terno, que está sempre alinhado, mesmo nas cenas de ação. Personagem molhado que segundos depois está seco.

Uma fortaleza de uma sociedade secreta que é encontrada facilmente e que é protegida por apenas três drones. Cena de ação em que o cara tem dezenas de armas à disposição, como pistolas e metralhadoras, e pega duas machadinhas para enfrentar um adversário sabidamente mais forte.  


São muitos e muitos os erros, que vão se acumulando, e que tornam "Infinito" difícil de engolir. Não dá nem para encarar como simples entretenimento. Cenas de ação fraquíssimas e completamente sem sentido. Tentar invadir uma fortaleza bem vigiada com um carro pela porta de frente? Saltar de um penhasco quando poderia ir de helicóptero e muitas outras situações que praticamente zombam da inteligência do espectador.  


Mark Wahlberg tem as mesmas poucas expressões faciais do início ao fim do filme. Dá a impressão de que ele não estava muito a fim de estar ali, que queria que tudo terminasse rápido. Ele tem potencial e já mandou bem em outras produções como “Quatro Irmãos” (2005), “Os Infiltrados” (2006), “O Vencedor” (2010) e, mais recentemente, em "De Repente Uma Família" (2018), também da Paramount Pictures. Mas nessa, atuou de forma decepcionante. Chiwetel Ejiofor, que brilhou em “12 Anos de Escravidão” (2014), se esforça muito, muito mesmo, para encarnar o vilão, mas não convence nem um pouco.


A mocinha Nora Brightman (Sophie Cookson) é inexpressiva. A mesma cara nas cenas de ação, de drama, de suspense. Não muda nem quando deveria interpretar medo ou dor. Dylan O'Brien, o menino da franquia “Maze Runner” ("Correr ou Morrer" - 2014, "Prova de Fogo" - 2015 e "A Cura Mortal" - 2018), faz o papel de Heinrich Treadway. Ele aparece pouco, tem um papel secundário, mas manda bem. É a única interpretação boa de todo o filme.  


O longa é uma adaptação do livro "The Reincarnationist Papers", de 2009, escrito por D. Eric Maikranz. A publicação tem 96% de aprovação entre os usuários do Google. Mas a produção cinematográfica tem se mostrado um desastre, com críticas negativas da imprensa especializada e dos espectadores.

"Infinito" teve um orçamento de US$ 100 milhões e era uma das grandes apostas da Paramount para 2021. Para aumentar o prejuízo, a produção utilizou 30 modelos de carros Aston Martin, muitos deles destruídos nas gravações.


A direção é do norte-americano Antoine Fuqua, que já fez muitos filmes e só tem um bom na carreira: “Dia De Treinamento” (2001), com Denzel Washington, sem esquecer que ele também dirigiu o ator em "O Protetor" (2014) e "O Protetor 2" (2018).

Sempre se esperou de Fuqua um novo filme de qualidade, impactante. Produção que nunca veio, mesmo trabalhando com boas histórias e ótimos elencos. Ele parece aquele jogador de futebol que brilha em uma única temporada, nunca mais repete as boas atuações e chega ao fim como eterna promessa.


Ficha técnica:

Direção: Antoine Fuqua Exibição: plataforma Paramount + Produção: Paramount Pictures e Di Bonaventura Pictures Duração: 1h46 Classificação: 14 anos País: EUA Gêneros: Ficção / Suspense / Ação Nota: 2 (de 0 a 5)