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06 abril 2023

"AIR: A História Por Trás do Logo" que seduziu a maior lenda do basquete

Matt Damon é a estrela do filme sobre uma das maiores jogadas de marketing do mundo esportivo (Fotos: Ana Carballosa/Amazon Studios)


Maristela Bretas


Uma marca famosa, mas em crise num de seus setores esportivos - o basquete. Um caçador de talentos que precisa encontrar um novo rosto para alavancar os produtos. Este é "AIR: A História Por Trás do Logo", filme que entrou em cartaz nesta quinta-feira nos cinemas.

Com roteiro escrito por Alex Convery a partir de fatos reais, a produção conta a origem do Air Jordan, a milionária linha de tênis para basquete da Nike, que leva o sobrenome do seis vezes campeão da NBA, Michael Jordan.


Produzido e muito bem dirigido por Ben Affleck, o longa conta com os dois no elenco principal. Damon (também produtor) está excelente no papel de Sonny Vaccaro. 

Affleck entrega uma ótima interpretação do caricato fundador da Nike, Phil Knight. Outro destaque é a vencedora do Oscar de Melhor Atriz Coadjuvante, Viola Davis ("Um Limite Entre Nós" - 2017).


"AIR: A História Por Trás do Logo" se passa na década de 1980. A Nike vivia uma crise por não encontrar um rosto para sua linha de tênis de basquete. 

O setor estava ameaçado de ser encerrado por causa das baixas vendas. A diretoria, o marketing e todos da empresa cobravam um nome urgente entre as muitas estrelas da NBA. 


Descobridor de talentos juvenis e chefe da marca esportiva e de calçados Nike, Sonny Vaccaro (Damon) viu em Michael Jordan esse rosto, acreditando que ele um dia se tornaria uma lenda do basquete. 

Pagar por ele era o problema, mesmo estando no início da carreira profissional.


Outros grandes fabricantes de tênis também estavam na disputa pelo jogador para que representasse seus produtos, como a alemã Adidas e a Converse. 

Sonny só podia contar com o amigo Phil Knight. O filme acompanha os esforços dos membros da Nike para tornar a marca uma das mais famosas da história. 


Mesmo contrariando o restante da diretoria e o assessor de Michael, David Falk (Chris Messina), além da própria descrença do jogador na marca do raio.

Para conseguir o que queria, Sonny procura a pessoa que mais acreditou e apostou no talento de Michael, a mãe dele Deloris Jordan (Viola Davis, que atuou ao lado do marido, Julius Tennon).


Ela sempre foi o cérebro e o coração do atleta. Coube a ela decidir o que seria melhor para o futuro do filho e como ficaria marcado na história do basquete, não só como jogador.

Uma mulher visionária, que o filme soube explorar muito bem. A escolha da atriz para o papel foi a mais acertada de todas. Além de ter sido uma exigência do próprio Michel Jordan.


A corrida para conquistar o atleta dos sonhos passou a contar com outros integrantes da empresa no processo de criação e divulgação da nova marca: o gerente de marketing, Rob Strasser (James Bateman), o diretor executivo, Howard White (Chris Tucker) e o gênio que criou o Air Jordan 1, Peter Moore (Matthew Maher).


Na disputa pelo jogador, o longa-metragem mostra como foram as negociações para o uso do nome do jogador. 

As novas regras abriram fortes precedentes no mercado esportivo. Sem contar as cifras milionárias astronômicas atingidas pelas vendas da linha exclusiva.


Mesmo não sendo um filme sobre a maior lenda do basquete, sobrou um espaço para contar um pouco de sua carreira espetacular A produção usa vídeos, reportagens, manchetes de revistas e jornais da época e de hoje. 

E como acontece em todos longas baseados em fatos reais, "AIR: A História Por Trás do Logo" também atualiza como estão hoje os envolvidos nessa que foi uma das maiores jogadas de marketing do esporte mundial. Um filme que vale a pena conferir.


Ficha técnica:
Direção: Ben Affleck
Produção: Mandalay Pictures / Skydance Productions / Amazon Studios
Distribuição: Warner Bros.
Exibição: nos cinemas
Duração: 1h52
Classificação: 12 anos
País: EUA
Gênero: drama

25 abril 2022

“Space Jam – O Jogo do Século”: a mistura de live-action e desenho animado que conquistou gerações

Michael Jordan se junta aos Looney Tunes e Bill Murray numa louca e divertida aventura para salvar o mundo (Warner Bros. Pictures)


Marcos Tadeu - blog Narrativa Cinematográfica


Quem ler essa crítica hoje em dia e estiver na faixa dos 40 anos possivelmente terá visto muitos desenhos dos Looney Tunes. A turma do Pernalonga foi sem dúvida, um marco na história de muitos de nossos seguidores. Sucesso de TV no Bom Dia & Cia, fomos criados com várias aventuras e demos muitas risadas com essa turma para lá de louquinha e exagerada do desenho animado. Até que no ano de 1996 fomos contemplados com o famoso “Space Jam: O Jogo do Século”, uma mistura de live-action e personagens animados jogando basquete.


Quando um grupo de alienígenas quer que Pernalonga e seus amigos se tornem escravos em um Parque de Diversão sombrio em um planeta chamado Montanha Bobolândia, o coelho propõe um jogo de basquete e convoca o reforço de um dos mais famosos atletas do esporte na época, Michael Jordan. 

O Sr. Swackhammer é o grande vilão por trás dos seus capangas, enquanto os Monstars são pequenas criaturas que ele controla com o medo. Falar em motivação aqui é importante. Somente quando os Monstars roubam os talentos dos jogadores da NBA e os Looney Tunes sequestram Michael Jordan é que o filme fecha todas as pontas soltas.


A trama tem um enredo muito simples e consegue mesclar personagens reais e de animações em uma mesma tela. A temática do basquete encanta, como também todo o universo em que somos inseridos, desde a abertura de "Space Jam" às próprias músicas. O que mais chama atenção nos créditos iniciais é a trajetória de Jordan até se tornar um jogador de basquete famoso. Com a aposentadoria, ele decide se profissionalizar no golfe. 


Os Looney Tunes são exatamente como nas animações clássicas, com muito bom humor. Pernalonga e Patolino são praticamente os líderes, deixando a trama ainda mais divertida. O tempo de tela entre os personagens animados e os reais é muito bem definido, um não atrapalha o outro e agrada ao telespectador. 

É ótimo rever Frajola querendo comer Piu Piu, Lola Bunny chegando conquistando o coração de Pernalonga, Patolino falando cuspindo em todos, Coiote correndo atrás de Papa-Léguas. Todas as suas ações são sempre remetendo ao que eles fazem em seus desenhos individuais e isso ajuda a pesar no fator nostalgia.


Michael Jordan consegue entregar uma excelente atuação que transita entre os dois mundos, o real e o animado. A estrela do basquete tem um papel primordial na história. Além de treinar os tunes, é quase como uma missão recuperar os talentos de seus antigos companheiros de quadra. 

Ele é bem humano em sua atuação, tanto em fazer parte da equipe da turma de Patolino e Pernalonga, quanto ao enfrentar os vilões. Acho interessante como a presença de Jordan engrandece o enredo e faz com que o filme caminhe de maneira orgânica em relação aos acontecimentos. Até quando é sequestrado por Pernalonga e Patolino, ele quer entender em qual universo está inserido e o que deve fazer.


Falando um pouco dos aspectos técnicos dessa produção, foi empregada nos personagens uma caprichada animação em 2D. Há todo um cuidado com a textura, os trejeitos, sons e tudo que somente os personagens animados sabem fazer. O jeito doido e exagerado dos Looney Tunes funciona muito bem ao lado de Jordan, um cara mais contido, mas que lida bem com toda a turma.

A trilha sonora é outro fator que chama a atenção, especialmente "Space Jam", música tema do filme. Composta pela dupla Quad City DJs foi muito bem colocada na abertura e já trouxe o contexto da ambientação do mundo do basquete. Outra canção que fez muito sucesso foi  “I Believe I Can Fly"  produzida e interpretada pelo cantor gospel  R. Kelly. No longa, ela é apresentada desde a infância de Jordan até sua vida adulta como profissional de tênis. Provavelmente, você deve estar cantando junto essas músicas ao ler a crítica ou já colocou pra tocar.


Mas o deleite para os olhos é o jogo do século, que coloca à prova os acordos feitos entre Jordan e o Sr.Swackhammer. Tanto os efeitos especiais, quanto a animação dos personagens e até a presença dos Monstars conseguem entregar muita emoção ao telespectador. Por ser um filme de 1996, já existe uma qualidade maior em como isso é mostrado ao público. Bill Murray também faz uma participação super especial e pontual, agregando mais diversão ao jogo do Tune Squad.


Talvez o que deixe a desejar seja o fato de explorar pouco a relação de Jordan com sua família. Conhecemos pouco (diferentemente do segundo filme, lançado em 2021, “Space Jam – Um Legado”, que teve como astro do basquete LeBron James). Outro ponto que deixa a desejar é como surgiram os Monstars e a Montanha Bobolândia.

"Space Jam – O Jogo do Século" é aquele filme que vale pela trama, pelos efeitos, por enaltecer o basquete como esporte de equipe e também pela trilha sonora. Sem esquecer as participações especiais de grandes astros da NBA, que dão um brilho à produção. O longa ainda carrega toda aquela good vibes de filmes de anos 1990. Um prato cheio de nostalgia e volta no tempo, que consegue agradar tanto o público infantil, quanto o adulto. Quem quiser rever essa belezinha de filme é só dar uma conferida na HBOMAX.


Ficha técnica:
Direção: Joe Pytka
Produção: Warner Bros. Animation
Exibição: HBO Max
Duração: 1h28
Classificação: Livre
País: EUA
Gêneros: Comédia / Fantasia / Aventura